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APS - INTERAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA

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APS – INTERAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA
A) Qual é o impacto causado pela febre amarela na saúde pública?
A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa causada por um vírus. A doença é endêmica nas áreas de florestas tropicais da América do Sul e da África, e pode ocorrer sob a forma de surtos e epidemias com impacto em saúde pública. Sem controle, uma zoonose, como a febre amarela, pode causar não só mortes de animais e prejuízos à saúde humana, mas também desequilíbrio ambiental. Seu grande potencial de disseminação pode gerar Mortalidade e letalidade: a mortalidade global da febre amarela situa-se entre 5-10%, percentual elevado quando comparado a outras viroses inclusive o dengue.
B) Quais são as vias de transmissão e quais agentes envolvidos da febre amarela?
Aedes aegypti, Albocipctus, Haemagogus, Sabethes.
No ciclo silvestre, a febre amarela é uma zoonose, transmitida, no continente americano, por mosquitos de hábitos estritamente silvestres, dos gêneros Haemagogus (H. janthinomys e H. albomaculatus) e Sabethes (S. chloropterus). A principal fonte de infecção é primata não humanos, principais hospedeiros e amplificadores do vírus, particularmente macacos dos gêneros Allouata (macaco guariba), Cebus (macaco prego), Atelles e Callithrix. Outros mamíferos podem ser reservatórios como alguns marsupiais e roedores. Os seres humanos não imunes podem, acidentalmente, se infectar, penetrando em áreas enzoóticas
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus.
C) Quais são as formas clínicas encontradas da febre amarela? 
A febre amarela pode ser assintomática, leve, moderada, grave e maligna, com letalidade entre 5% a 10%, podendo atingir 50% nos casos graves, com manifestações icterohemorrágica e hepatorrenal.  No humano a Febre Amarela possui rápida evolução, evoluindo para formas graves com icterícia (amarelão da pele), dor abdominal intensa, sangramentos em sistema digestivo (vômitos ou fezes com sangue), pele ou urina e falência renal.
Forma leve: O quadro clínico é autolimitado com febre e cefaleia com duração de dois dias. Geralmente, não há direcionamento para o diagnóstico de febre amarela, exceto em inquéritos epidemiológicos, surtos e epidemias. 
 Forma moderada: O paciente apresenta, por dois a quatro dias, sinais e sintomas de febre, cefaleia, mialgia e artralgia, congestão conjuntival, náuseas, astenia e alguns fenômenos hemorrágicos como epistaxe. Pode haver subicterícia. Essa forma, assim como a leve, involui sem complicações ou sequelas. 
 Forma grave: Nos quadros graves, após 5 a 6 dias de período de incubação, o início dos sintomas é abrupto e perdura por 4-5 dias com febre alta, acompanhada do sinal de Faget (diminuição da pulsação), cefaleia intensa, mialgia acentuada, icterícia, epistaxe, dor epigástrica e hematêmese e melena. Na forma maligna, ocorre toxemia abrupta, náuseas, icterícia, hemorragias diversas e encefalopatia. Em torno de 5 a 7 dias instala-se insuficiência hepatorrenal e coagulação intravascular disseminada. A letalidade é alta, em torno de 50%; entretanto, o paciente pode involuir dos sintomas em uma semana.
D) Quais as situações clínicas para a contraindicação da vacinação da febre? 
Crianças menores de 6 meses de idade; Pessoas com imunodepressão grave por doença ou uso de medicação; Pacientes com neoplasias em quimioterapia ou radioterapia; Pessoas com doença febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde. Pessoas com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina. Se alergia a ovo de galinha e seus derivados, avaliar risco/benefício pela hipersensibilidade.
E) Quais são as lesões microscópicas descritas no fígado de uma pessoa com febre amarela?
o vírus infecta as células de Küpffer e os hepatócitos. Nas primeiras, determina degeneração acidófila em zonas focais durante o período inicial de replicação, cerca de 24h após a inoculação53. Em seguida, ocorre degeneração baloniforme e, posteriormente, necrose do tipo hialina detectável cerca de 3 dias pós a inoculação, sem ocorrer aparentes lesões nos hepatócitos. Nessas células, o vírus amarílico causa necrose em grandes extensões do parênquima hepático, preferencialmente nas áreas médio-zonais, poupando as extremidades do lóbulo, sendo raro o encontro de células necrosadas antes do terceiro dia pós-inoculação.
O diagnóstico histopatológico da febre amarela pelo exame dos fígados de casos humanos fatais dessa doença é baseado elementarmente no achado de uma necrose salpicada hialina, predominantemente na região médio zonal de lóbulos hepáticos. Os critérios para o estudo das lesões hepáticas de febre amarela foram bem definidos por Councilman, Rocha Lima, Magarinos Torres , Klotz e Belt, Montenegro, Villela. 
F) Que testes clínicos são indicados para detecção do vírus?
A detecção do vírus para febre amarela pode ser feita utilizando-se métodos virológicos (isolamento do vírus em cultura de tecidos) 3, identificação de antígenos virais e do RNA viral e métodos sorológicos - dosagem de anticorpos específicos pelo método de IgM-ELISA que captura anticorpos IgM em ensaio enzimático ou conversão sorológica em testes de inibição da hemaglutinação. Após a inoculação da amostra suspeita, obtém-se evidências da replicação viral em torno do 5° ao 7° dias de cultura. Ao isolar-se a amostra identifica-se o vírus em testes de imunofluorescência indireta usando-se anticorpos monoclonais ou alternativamente mediante testes de fixação do complemento.
 Entre 6 e10 dias do início dos sintomas: PCR e Sorologia (IgM); após 10 dias de início dos sintomas: sorologia IgM.
Clinico, epidemiológico e laboratorial.
Laboratorial: Isolamento do vírus de amostra de sangue ou de tecido hepático por teste sorológicos, teste neutralização e com técnicas imunoenzimáticas (Mac-ELISA). Coleta de sangue a partir do 5º dia dos sintomas.

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