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Aula 11 Roteiro de Aula - Responsabilidade Tributária

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1 
 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
Tema: RESPONSABILIDA TRIBUTÁRIA 
 
Falamos na aula anterior sobre os sujeitos da relação jurídico tributária e aprendemos 
quais que, tanto o contribuinte como o responsável, podem ocupar o polo passivo da 
obrigação tributária. 
 
I – Sujeição Passiva 
 
Neste sentido é a redação do atrigo 121, vejamos: 
 Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua 
obrigação decorra de disposição expressa de lei. 
 
Também estudamos que as convenções particulares não podem ser opostas ao fisco com o 
objetivo de modificar a sujeição passiva da obrigação tributária. 
 
 Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, 
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser 
opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito 
passivo das obrigações tributárias correspondentes. 
 
II – Solidariedade 
 
Considerando que o artigo 121 do CTN estabelece que o sujeito passivo pode ser o 
contribuinte ou o responsável, é preciso compreendermos que tipo de reponsabilidade existe 
no direito tributário. 
 
Na doutrina civilista estudamos o instituto da responsabilidade solidariedade e da 
responsabilidade subsidiária. Aprendemos que é possível atribuir a outras pessoas 
responsabilidade pelo pagamento de determinado débito ou pelo recebimento de determinado 
crédito. 
 
# Diferença entre responsabilidade solidária e responsabilidade subsidiária. 
 
A responsabilidade é solidária ocorrerá quando o sujeito puder responder em situação de 
igualdade, ou em conjunto com outra pessoa por um determinado fato. Neste caso o credor 
poderá exigir o cumprimento da obrigação, ou o pagamento da dívida, de uma ou de todas as 
pessoas. 
 
Ex: fiança concedida em um contrato de locação. O Fiador assina renunciando o direito de 
ordem e assume a obrigação solidariamente com o locatário. 
 
2 
 
Na responsabilidade subsidiária, a exigência do pagamento por parte do credor em face do 
devedor subsidiário somente será possível após ter esgotado as tentativas de recebimento do 
débito pelo credor. 
 
Aqui, o responsável subsidiário somente será executado, caso o devedor principal não cumpra 
com a obrigação e se encontre insolvente. 
 
Ex: uma ação trabalhista promovida em face de uma empresa de vigilância (devedor principal) 
e de um condomínio residencial (devedor subsidiário). Na hipótese de não cumprimento da 
obrigação por parte do devedor principal, e, tendo em vista sua insuficiência de bens para 
quitar a obrigação em fase de execução, o devedor subsidiário será acionado ao cumprimento 
integral da obrigação. 
 
Note-se que no direito civil é possível a existência da solidariedade tanto no polo ativo quanto 
no polo passivo. Ou seja, pode haver duas ou mais pessoa detentora do mesmo crédito ou 
responsáveis pelo pagamento do mesmo débito. É neste sentido a solidariedade no CC/02 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de 
um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, 
à dívida toda. 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das 
partes. 
 
Contudo no Direito Tributário a solidariedade é interpretada de forma diferente. Não há 
solidariedade ativa. Dois sujeitos no polo ativo da relação jurídico tributária configura 
bitributação. Só há solidariedade no polo passivo. 
 
# Diferença entre bitributação e Bis in Idem 
 
O ordenamento jurídico veda que dois entes da federação, tributem o mesmo contribuinte 
sobre o mesmo fato gerador. 
 
Ex: cobrança de ISS sobre um mesmo serviço prestado por dois municípios. 
bitributação é permitida. – art. 154 
 
O fenômeno o Bis in idem ocorre quando a pessoa jurídica de direito público tributa mais de 
uma vez o mesmo fato jurídico. 
 
Ex: O fato de uma empresa auferir lucro dá margem à exigência de Imposto sobre a Renda, 
como também da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ambos os tributos de 
competência da União Federal. 
 
Note-se que o Bis In Idem é permitido pelo sistema constitucional desde que expressamente 
autorizado pela Carta Constitucional, devendo a competência tributária ser exercida 
respeitando os princípios e as imunidades. 
 
Assim, com o propósito de evitar a ocorrência da bitributação só se admite a solidariedade 
tributária no polo passivo. Ou seja, em razão expressa de disposição legal, dois ou mais 
sujeitos, poderão ser obrigados ao pagamento do tributo. 
 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato 
gerador da obrigação principal; 
3 
 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta 
benefício de ordem. 
 
Veja que no direito tributário a solidariedade somente decorrerá: 
a) do interesse comum na coisa 
b) da lei 
 
 
III – Efeitos da Solidariedade 
 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos 
da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se 
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a 
solidariedade quanto aos demais pelo saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, 
favorece ou prejudica aos demais. 
 
Segundo a redação do citado dispositivo legal os participantes do fato gerador são: 
 
a) devedores solidários definidos em lei, 
b) sem benefício de ordem na transação fiscal; 
c) o fisco poderá exigir a dívida toda de qualquer dos obrigados tributários. 
d) O pagamento de um aproveita ao demais; 
e) A isenção ou remissão exonera a todos, salvo se concedia em caráter pessoal 
f) A interrupção da prescrição com relação a um aproveita a todos. 
 
 
 IV – Capacidade Tributária Passiva 
 
Segundo Ricardo Alexandre Capacidade tributária passiva é a aptidão para ser sujeito 
passivo da relação jurídico-tributária. No direito tributário a capacidade passiva pode 
ser concedida a qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize o fato gerador da 
obrigação tributária prevista na norma. 
 
Desse modo para que alguém possa a ser considerado sujeito passivo de obrigação 
tributária, basta que a lei tributária assim o defina e que ocorra o fato gerador da 
respectiva obrigação, sendo irrelevantes as regras sobre capacidade segundo o 
direito civil. 
 
A capacidade tributária também é um assunto importante para a compreensão da 
responsabilidade tributária. Neste sentido dispõe o artigo 126 do CTN 
 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação 
ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou 
da administração direta de seus bens ou negócios; 
4 
 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que 
configure uma unidade econômica ou profissional. 
 
V – Domicílio Tributário 
 
No artigo 127 estudamos a regra do domicílio tributário. Tema objeto de atividade bônus. 
 
 Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio 
tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta 
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o 
lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à 
obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquerde suas 
repartições no território da entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos 
incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte 
ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou 
fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando 
impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, 
aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 
 
Feitas as observações necessárias, passemos agora ao estudo do tema da aula de 
hoje. 
 
5 
 
1. RESPONSABILIDADE TIBRUTÁRIA 
 
1. Introdução 
O Código Tributário Nacional aborda o tema da Responsabilidade Tributária entre os 
artigos 128 a 138 da seguinte forma: 
a) responsabilidade dos sucessores; 
b) responsabilidade de terceiros e, finalmente e 
c) responsabilidade por infrações. 
 
Vejamos a redação do artigo 128 do CTN 
 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo 
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, 
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a 
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo 
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
Desse modo e, com fundamento no o Princípio da Legalidade, expresso no artigo 5º 
da CF, podemos afirmar que somente lei (ordinária) poderá promover a atribuição de 
responsabilização tributária a terceiros 
Art. 5º. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei 
E também em razão do princípio da reserva legal, previsto no artigo 97 do CTN, que 
determina que somente a lei poderá definir HI – FG – BC- SP (contribuinte ou 
responsável) – ALIQUOTA. 
Note-se que a lei pode indicar um terceiro, que tenha algum vinculado com o fato 
gerador da obrigação tributária, como a pessoa responsável (solidária ou 
subsidiariamente), pelo pagamento do tributo dela decorrente. 
 
2. Classificação da Responsabilidade Tributária segundo a Doutrina 
2.1. RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO 
A responsabilidade por substituição se dá antes da ocorrência do fato gerador, ou 
seja, a lei atribui a condição de responsável tributário a terceira pessoa mesmo 
antes de ter se materializado o fato capaz de gerar a obrigação tributária . 
 
Dessa forma, quando a obrigação nasce, o responsável já ocupa seu polo passivo 
e, em momento algum, o dever de pagar o tributo recai sobre o contribuinte. 
 
Ex: fonte pagadora. IR 
O trabalhador é quem aufere renda (contribuinte), mas é a fonte pagadora 
(responsável), que nos termos da Lei, tem o dever de recolher o valor devido pelo 
empregado para a União. 
6 
 
 
Segundo a doutrina o ordenamento jurídico brasileiro, comporta dois tipos de 
substituição tributária, sendo: 
a) Substituição progressiva, ou para frente 
b) Substituição regressiva, ou para trás 
 
2.1.1. Substituição Tributária Progressiva ou para frente 
A substituição tributária progressiva encontra seu fundamento legal no artigo 150 § 
7º da Constituição Federal, vejamos: 
Art. 150. 
§ 7º. A lei poderá atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a 
condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo 
fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e 
preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador 
presumido. 
 
Note-se que o substituto assume o dever de pagar o tributo devido pelo substituído, 
antes mesmo da ocorrência do fato gerador. 
Em regra, esse tipo de substituição ocorre nos impostos denominados plurifásicos, 
dentro de uma cadeia produtiva, cujo fato gerador é a produção ou a circulação, 
sendo, contudo, perfeitamente possível ocorrer em outros espécies tributárias. 
EX. substituição tributária progressiva: ICMS ou IPI. 
Aqui o industrial (- FÁBRICA - no caso do IPI) ou o atacadista (- MONTADORA - no 
caso do ICMS) assumirá antecipadamente a responsabilidade tributária relativa ao 
comerciante ou o varejista. 
Ex2. contribuição previdenciária prevista no artigo 31 da Lei nº 8.212/91. 
Aqui o contratante é obrigado a reter e repassar ao INSS a contribuição previdenciária 
devida pela prestadora de serviços, relativamente aos serviços executados mediante 
cessão de mão-de-obra, no percentual de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal ou 
fatura de prestação de serviços. 
# Considerável doutrina defende que essa forma de responsabilidade é 
inconstitucional face aos princípios da anterioridade e da legalidade. 
2.1.2. Substituição Tributária Regressiva ou para trás 
Prevista no artigo 128 do CTN a substituição tributária regressiva se opera após a 
ocorrência do fato gerador e, de forma contrária ao que se verifica na substituição 
progressiva, pois o pagamento do tributo acontece após à ocorrência do fato gerador. 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo 
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, 
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a 
7 
 
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo 
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
Nessa espécie de substituição tributária, também conhecida como “diferimento”, o 
ressarcimento financeiro do substituto se dá imediatamente na nota fiscal, descontando-se do 
valor da mercadoria a ser paga ao substituto, a quantia referente ao tributo recolhido ao Fisco. 
 
 
2.2. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA 
 
A responsabilidade por transferência ocorre quando a obrigação tributária nasce 
com um sujeito passivo e, depois, devido a um evento descrito na lei, outra pessoa 
passa a ocupar o polo passivo da relação jurídico tributária. Veja que aqui a 
responsabilidade é transferida do contribuinte para o responsável tributário. 
 
Ex: Sucessão causa mortis. O fato gerador da obrigação é realizado pelo de cujus 
(contribuinte) e com sua morte, o polo passivo passa a ser ocupado pelo espólio 
(responsável). 
 
 
 
 
Sujeição 
passiva: 
Contribuinte e 
Responsável 
Direta: contribuinte 
 
 
 
Indireta: 
responsável 
Transferência: obrigação 
tributária nasce para uma 
pessoa, mas, em razão de 
fato posterior, é transferida a 
um terceiro 
 
 
 
 Sucessão 
 
 Terceiro 
Substituição: em virtude de disposição legal a 
obrigação nasce e desde logo deve ser cumprida 
por pessoa diferente da que tem relação 
econômica com o fato gerador. 
 
 
3. Espécies de Responsabilidade no CTN 
 
3.1. Responsabilidade por Sucessão 
 
A responsabilidade tributária por transferência, na modalidade de sucessão, pode 
ocorrer: 
 por ato inter vivos, imóveis e móveis 
 causa mortis, 
 sucessão societária ou 
 sucessão comercial. 
 
a) Sucessão por ato inter vivos bens imóveis 
A sucessão de bens imóveis inter vivos está prevista no artigo 130 do CTN e refere-
se a impostos, taxas de serviço e contribuição de melhoria. 
8 
 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os 
relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a 
contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos 
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação 
ocorre sobre o respectivo preço. 
 
Note-se que se na transcrição do título constar a prova da quitação ou da inexistência 
do débito, a responsabilidade d adquirente estará afastada. A prova de quitação do 
tributo se faz por meio de apresentação da certidão negativa de débitos de dívida ativa 
Também está afastada a responsabilidade do adquirente se o bem imóvel for 
arrematado em hasta pública, caso em que a sub-rogação ocorrerá sobre o preço da 
venda. 
b) Sucessão por ato inter vivos bens móveis 
Asucessão inter vivos de bens móveis, por sua vez, prevista no art. 131, I, CTN, 
guarda estreita semelhança com a de bens imóveis, com a única diferença de não 
prever exceções à regra de transferência, ou seja, em qualquer hipótese, responderá 
o adquirente pelos ônus tributários de seu proprietário anterior. 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou 
remidos com inobservância do disposto no artigo 191; 
 
 
OBS: Remição é o ato ou efeito de remir-se, ou seja, de livrar-se de algum ônus 
mediante seu pagamento. Remição de dívida dá-se pelo seu pagamento ou então por 
seu resgate. Considera-se remida a parte que, por meio do pagamento, encontra-se 
desobrigada de uma prestação. 
Fundamentação: artigos 1.012, §4°; e 675, do CPC e artigos 1.429, parágrafo único; 
1.483; 1.499, V; e 1.510, do CC. 
 
c) Sucessão causa mortis 
Encontra previsão legal no artigo 131, incisos II e III, que estabelecem, em síntese, 
duas situações. 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
(...) 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos 
pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta 
responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da 
sucessão. (dia da morte) 
 
 
9 
 
A situação descrita no inciso II refere-se aos fatos geradores ocorridos à época em 
que o de cujus ainda era vivo – nesse caso, o espólio será o responsável pelo 
pagamento dos tributos eventualmente devidos, até o limite das forças da herança. 
A segunda situação gira em torno dos fatos geradores ocorridos após a abertura da 
sucessão, porém, anteriormente à partilha – neste caso, os sucessores e o cônjuge 
meeiro serão responsáveis, na medida das forças da herança, pelos débitos tributários 
contraídos pelo espólio. 
 
Momento do Tributo Contribuinte Responsável Tipo CTN 
Devidos até a data da 
abertura da sucessão (até 
a morte ) 
De Cujus Espólio Pessoal Art. 131. 
III 
Devidos até a morte 
(desconhecido no curso do 
inventário) 
Espólio Inventariante Solidária Art. 134. 
IV 
Devidos até a data da 
partilha e/ou adjudicação 
(limitado à cota parte ). 
De cujus Sucessores e 
cônjuge 
meeiro 
Pessoal Art. 131. 
II 
Devidos após a morte, 
descobertos após a 
sentença de partilha. 
Espólio Sucessores e 
cônjuge 
meeiro 
Pessoal Art. 131. 
II 
 
d) Sucessão societária 
Em relação à sucessão societária o artigo 132 do CTN assim estabelece: 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, 
transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável 
pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito 
privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de 
pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva 
atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, 
sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. 
 
 
O transcrito dispositivo legal determina que a pessoa jurídica de direito privado, 
resultante de eventuais alterações societárias de uma ou mais empresas, será 
responsável pelos débitos tributários originalmente devidos por esta(s), até a data do 
ato. 
O que o legislador quis evitar ao determinar este tipo de responsabilidade a ocorrência 
da elisão fiscal, impedindo que através de mudança na estrutura societária da 
empresa, houvesse uma situação que caracterizaria o não-pagamento de tributos por 
meio da utilização de formas jurídicas lícitas, isto é, admitidas em direito. 
10 
 
d) Sucessão comercial 
Prevista no artigo 133 do CTN, que dispõe: 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de 
outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento 
comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, 
sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, 
devidos até à data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria 
ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou 
iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade 
no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
 
Veja que aqui o legislador define duas situações distintas: 
 
a) se o alienante cessar a exploração, a responsabilidade será integralmente do 
adquirente (entretanto, não se trata de responsabilidade exclusiva, segundo a doutrina 
majoritária, mas sim de responsabilidade solidária); 
 
b) já se o alienante prosseguir na exploração ou iniciar nova atividade comercial 
dentro de seis meses a contar da data da alienação, a responsabilidade do adquirente 
será meramente subsidiária (ou seja, a obrigação será exigida, primeiramente, do 
alienante).

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