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Livro Introdução à Engenharia

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LIVRO 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
1 
 
 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos 
do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as 
diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas 
mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos 
dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite 
que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o momento, 
ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa 
plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de 
atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
PALAVRA DA REITORIA 
 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
2 
 
SUMÁRIO 
PALAVRA DA REITORIA ............................................................... 1 
AULA 1 HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO ......... 3 
AULA 2 LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL .............................. 14 
AULA 3 SISTEMA CREA/CONFEA E ART........................................ 17 
AULA 4 SUSTENTABILIDADE E ESTUDOS AMBIENTAIS .................. 20 
AULA 5 FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA ................................ 25 
AULA 6 NOÇÕES DE DIREITO E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS ...... 31 
AULA 7 LEI DE ACESSIBILIDADE ................................................ 37 
AULA 8 ÁREAS DA ENGENHARIA ................................................ 41 
AULA 9 LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E AMBIENTAL ........................ 49 
AULA 10 ETAPAS DE UM PROJETO DE ENGENHARIA ..................... 56 
AULA 11 NOÇÕES DE FILOSOFIA ................................................ 66 
AULA 12 FUNDAMENTOS DE LÓGICA .......................................... 73 
BIBLIOGRAFIA ......................................................................... 81 
 
 
file:///C:/Users/Alex/OneDrive%20-%20id.uff.br/Área%20de%20Trabalho/ELABORAÇÃO%20INTRODUÇÃO%20A%20ENGENHARIA/Livro%20Introdução%20à%20Engenharia.docx%23_Toc140391193
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
3 
 
AULA 1 HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
 
O objetivo deste tópico é estudar a evolução histórica da engenharia no Brasil. 
Ao compreendermos as realizações passadas, os desafios enfrentados e as 
conquistas alcançadas pelos engenheiros brasileiros, podemos obter valiosas lições 
para moldar o futuro da engenharia no Brasil. 
A evolução histórica da engenharia no Brasil pode ser caracterizada em 
4 grandes períodos: 
1. Período colonial até a metade do século XIX. 
2. Período de 1850 até a década de 1920. 
3. Período de 1920 até 1950. 
4. Período a partir de 1950. 
 
Período colonial até a metade do século XIX: 
A história da engenharia no Brasil remonta ao período colonial, quando o país 
era uma colônia portuguesa. Até meado do século XVI, construções aconteciam por 
ordem do rei e eram bem precárias ou superdimensionadas, já que não existiam 
cálculos precisos para esse fim. 
Durante o período colonial até a metade do século XIX, as atividades de 
engenharia no Brasil eram predominantemente motivadas por questões políticas, 
com a engenharia militar desempenhando um papel central. O objetivo principal era 
a defesa das colônias. 
 
 
 
 
 
 
História da Engenharia no Brasil 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
4 
 
Haviam dois tipos de profissionais atuantes nesse período, os 
engenheiros-militares e os “mestres de risco”: 
1. Engenheiros militares: eram oficiais do exército português com formação 
específica em engenharia e arquitetura militar. Esses profissionais possuíam 
conhecimentos especializados em técnicas de fortificação, levantamentos 
topográficos, arquitetura militar e táticas defensivas. Eles eram responsáveis 
pelo projeto, construção e manutenção de fortificações, fortalezas e outras 
estruturas defensivas ao longo do território brasileiro. 
2. "Mestres de risco" ou "mestres de obras": eram artífices legalmente 
licenciados para projetar e construir, mas sem nenhum curso regular de 
formação. Eles possuíam habilidades técnicas e conhecimentos tradicionais 
transmitidos diretamente por outro mestre, muitas vezes adquiridos por meio 
de experiência prática. Esses profissionais eram responsáveis pela execução 
prática dos projetos de construção. Foram responsáveis pela maioria das 
construções coloniais, inclusive grandes e belas igrejas. 
 
Nesse período, foram construídas diversas fortificações costeiras ao longo do 
litoral brasileiro. Um exemplo notável é a Fortaleza de São João, localizada no Rio de 
Janeiro (no atual bairro da Urca), que remonta ao século XVI. Essas fortificações 
tinham como objetivo proteger as áreas estratégicas do país, como portos e cidades, 
e garantir a segurança das colônias portuguesas. 
 
Fortaleza de São João 
Fonte: https://www.ebc.com.br/ 
https://www.ebc.com.br/
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
5 
 
Além disso, os levantamentos e mapeamentos da fronteira e do litoral do Brasil 
foram atividades cruciais para a expansão territorial, a defesa e o controle do 
território brasileiro. 
Com o objetivo de estabelecer e demarcar as fronteiras coloniais, os 
engenheiros coloniais realizaram expedições de exploração e levantamento 
topográfico. Essas expedições eram essenciais para delimitar os limites territoriais 
entre as colônias portuguesas e as possessões de outras potências coloniais, como 
Espanha e França. 
No que diz respeito à construção naval, houve um esforço para desenvolver 
uma indústria naval no Brasil. A construção de embarcações era fundamental para o 
transporte de mercadorias, a exploração marítima e a defesa das colônias. Os 
engenheiros eram responsáveis pela construção de navios nos estaleiros costeiros. 
Os estaleiros produziam diferentes tipos de embarcações, desde pequenas 
embarcações de pesca até navios maiores utilizados no comércio e na defesa. Os 
materiais utilizados para a construção naval incluíam madeira, que era abundante no 
Brasil, especialmente no litoral. 
 
Grande nau "Padre Eterno", construída no Rio de Janeiro em 1670, tido como o maior 
navio do mundo na ocasião. 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/ 
https://pt.wikipedia.org/wiki/
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
6 
 
Em 1792 começou oficialmente o ensino de engenharia no Brasil na “Real 
Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho”, no Rio deJaneiro. A instituição 
formava engenheiros e oficiais do Exército. O último ano era inteiramente dedicado 
a assuntos profissionais da engenharia civil, como arquitetura civil, corte de pedras 
e de madeiras, orçamento de obras, conhecimentos de materiais, hidráulica, 
construção de caminhos, calçadas, pontes, diques, canais, etc. 
Em 1810, o curso foi reformulado, passando a se chamar Academia Real Militar. 
Destinava-se ao ensino das "ciências exatas" e da engenharia em geral, com um 
curso completo de ciências matemáticas e de observação, além das ciências militares. 
Uma reforma de 1842, criou os títulos de "bacharel" e de "doutor" em "matemática 
e ciências físicas", que foram os primeiros títulos de nível superior em engenharia, 
desvinculados de caráter militar. 
 
Período de 1850 até a década de 1920: 
O período de 1850 até a década de 1920 foi marcado por importantes 
transformações na engenharia no Brasil, com a construção ferroviária assumindo um 
papel central. Esse período foi impulsionado pelo crescimento da economia cafeeira 
e pela necessidade de escoar a produção para os portos e mercados internos. 
A construção de ferrovias desempenhou um papel fundamental no 
desenvolvimento do país, conectando regiões distantes, facilitando o transporte de 
mercadorias e estimulando o crescimento econômico. O projeto e a construção de 
ferrovias envolviam engenheiros, mestres de obras e uma grande quantidade de 
trabalhadores especializados. 
O período começou com a inauguração da primeira linha ferroviária no Brasil, 
a Estrada de Ferro Mauá, em 1854, ligando o porto de Mauá (atualmente Guia de 
Pacobaíba) ao porto de Fragoso (atualmente Magé), no Rio de Janeiro. Essa ferrovia 
teve um papel pioneiro no desenvolvimento da engenharia ferroviária no país. 
Além da construção ferroviária, nesse período também houve investimentos na 
construção de portos e obras públicas. O objetivo era melhorar a infraestrutura do 
país, facilitando o transporte de mercadorias e estimulando o comércio. Grandes 
obras portuárias foram realizadas, como a modernização do Porto do Rio de Janeiro 
e a construção do Porto de Santos, considerado o maior porto do Brasil. 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
7 
 
A engenharia nesse período envolveu tanto a construção de ferrovias e portos 
quanto obras públicas, como a construção de estradas, pontes e sistemas de 
abastecimento de água. Essas obras contribuíram para a modernização do país, 
impulsionando o desenvolvimento econômico e a integração das diferentes regiões. 
Em 1858, a Academia Real Militar sofreu uma reforma radical, passando a se 
denominar Escola Central. Ainda subordinada ao Exército, a nova escola era agora 
exclusivamente para o ensino da engenharia, e não mais também a oficiais de todas 
as armas como as suas antecessoras. Foi ponto marcante dessa reforma a criação 
de várias cadeiras especializadas, como mecânica aplicada, máquinas a vapor, 
estradas de ferro, etc. Pela primeira vez era empregada a expressão "engenharia 
civil", para designar um curso e um título de engenheiros. 
A formação oferecida pela Escola Central contribuiu para o desenvolvimento da 
engenharia no Brasil. Os engenheiros formados pela instituição foram responsáveis 
por projetar e construir obras de infraestrutura importantes, como ferrovias, pontes, 
usinas hidrelétricas e edifícios públicos, desempenhando um papel fundamental no 
progresso tecnológico do país. 
A engenharia sanitária desempenhou um papel crucial na promoção da saúde 
pública e na melhoria das condições de vida nas cidades brasileiras durante esse 
período. Os avanços na engenharia sanitária contribuíram para a redução de 
epidemias e doenças, melhorando a qualidade de vida da população e estabelecendo 
bases sólidas para o desenvolvimento de sistemas de saneamento modernos no 
Brasil. 
O grande nome na engenharia sanitária foi o engenheiro Francisco Saturnino 
de Brito, verdadeiro fundador dessa especialidade de engenharia no Brasil, e autor 
de dezenas de projetos e obras, destacando-se as obras de saneamento de Santos, 
Recife, Campos, Lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro) e retificação do Rio Tietê 
(São Paulo). Nesse ramo de engenharia houve um notável pioneirismo, que foi a 
construção dos esgotos sanitários do Rio de Janeiro em 1864, um dos primeiros em 
todo mundo. 
 
 
 
 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
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A engenharia elétrica foi fundamental para a implantação e expansão dos 
sistemas de geração, transmissão e distribuição de eletricidade. Os engenheiros 
elétricos projetaram e construíram usinas geradoras, inicialmente baseadas em 
tecnologia de geração a vapor, utilizando máquinas a vapor para acionar geradores 
elétricos. Mais tarde, com o avanço da tecnologia, as usinas hidrelétricas ganharam 
destaque, aproveitando o potencial das quedas d'água para gerar energia elétrica. 
Podemos das destaque ao telégrafo elétrico (em 1852); o primeiro telefone, no 
Rio de Janeiro (em 1878); a primeira iluminação pública em Campos, RJ – primeira 
na América do Sul (em 1883); a primeira hidroelétrica de uso público, em Juiz de 
Fora – usina de Marmelos (em 1889), e o primeiro bonde elétrico, no Rio de Janeiro 
(em 1892). 
A primeira usina hidrelétrica de porte comercial foi entretanto a usina de 
Parnaíba, no Rio Tietê, com 6.000 CV (cavalo ou cavalo-vapor é uma unidade de 
medida de potência), inaugurada em 1901; em 1907 temos o primeiro 
aproveitamento de Ribeirão das Lages (inicialmente com 12.000 CV), na área do Rio 
de Janeiro – primeira hidrelétrica com grande queda no país; e em 1912 a usina de 
Sorocaba, na região de São Paulo, com 40.000 CV. 
 
Período de 1920 até a década de 1950: 
Durante o período de 1920 até 1950, a engenharia no Brasil passou por 
transformações significativas, impulsionadas pelo crescimento industrial, a 
modernização das cidades e a expansão da infraestrutura. 
Durante essas décadas, o Brasil vivenciou um intenso processo de 
industrialização, com a diversificação da economia e o crescimento do setor 
manufatureiro. A engenharia desempenhou um papel fundamental nesse contexto, 
sendo responsável pela construção de fábricas, instalações industriais e 
desenvolvimento de novas tecnologias. 
A construção de infraestrutura foi uma prioridade nesse período. Grandes obras 
públicas foram realizadas para melhorar a mobilidade, a comunicação e a qualidade 
de vida da população. A construção de estradas, pontes, portos e sistemas de 
transporte, como o sistema de bondes elétricos e o desenvolvimento da aviação, 
desempenharam um papel crucial no desenvolvimento do país. 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
9 
 
A engenharia hidrelétrica ganhou destaque, possibilitando a geração de energia 
em larga escala. A engenharia de telecomunicações também se desenvolveu nesse 
período. Com o crescimento das telecomunicações, foram realizados avanços 
significativos na expansão das redes telefônicas e na implementação de sistemas de 
transmissão de rádio e televisão. 
Durante as décadas de 1920 a 1950, houve avanços significativos na pesquisa 
e desenvolvimento de materiais, como o aço, o concreto armado e o vidro, que foram 
amplamente utilizados no setor de construção. A técnica de concreto armado permitiu 
a construção de estruturas mais robustas e eficientes, impulsionando a criação de 
grandes obras arquitetônicas e infraestruturas duradouras. 
Além disso, a era rodoviária moderna teve início nesse período, trazendo uma 
transformação significativa para o transporte no Brasil. O primeiro trecho 
pavimentado da América do Sul foi inaugurado em 1925, na serra de Cubatão, 
ligando Santos a São Paulo. Essa estrada pavimentada marcou o iníciode uma rede 
rodoviária mais extensa e permitiu um transporte mais rápido e eficiente de 
mercadorias e passageiros. 
A construção de rodovias foi um foco importante da engenharia durante essas 
décadas. A engenharia rodoviária se destacou na construção de estradas 
pavimentadas, pontes e viadutos, conectando diferentes regiões do país. Isso 
impulsionou o crescimento econômico, facilitou o transporte de produtos e promoveu 
a integração nacional. 
 
Período a partir de 1950: 
O período a partir de 1950 marcou uma nova fase na nossa engenharia, 
caracterizada pela diversificação cada vez maior de atividades, surgimento de novos 
ramos da engenharia, e coincidindo com o grande surto de industrialização do país. 
No que diz respeito às usinas hidrelétricas, destaca-se a construção da Usina 
Hidrelétrica de Peixoto, localizada em Minas Gerais (em 1952). Com capacidade de 
80 MW em 1957 e, em 1968, alcançou sua capacidade final de 476 MW, com dez 
unidades geradoras. Ela foi responsável por fornecer energia elétrica para diversas 
regiões do país, estimulando o desenvolvimento industrial e melhorando as condições 
de vida da população. 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
10 
 
Além disso, a década de 1950 marcou o início da construção de importantes 
rodovias no Brasil. A rodovia Rio-São Paulo (via Dutra), inaugurada em 1952, 
conectou as duas maiores cidades do país, facilitando o transporte de pessoas e 
mercadorias entre essas regiões-chave. Essa rodovia se tornou uma das principais 
vias de ligação do país e foi fundamental para o crescimento econômico e a 
integração nacional. 
No campo das obras de engenharia, não podemos deixar de mencionar a Ponte 
Rio-Niterói, inaugurada em 1974. Essa ponte icônica, com uma extensão de 13,29 
quilômetros, tornou-se uma importante conexão entre as cidades do Rio de Janeiro 
e Niterói, melhorando o fluxo de transporte entre as duas regiões e facilitando o 
desenvolvimento urbano e econômico. 
Outros marcos notáveis no desenvolvimento industrial foram: em 1956 o início 
da produção de automóveis, pela VEMAG, e de caminhões pela Mercedes-Benz; em 
1960 a construção dos navios "Ponta d' Areia"; em 1961, o início de produção da 
Refinaria Duque de Caxias, onde começou o processo de nacionalização do projeto e 
fabricação de equipamentos pela indústria brasileira; em 1966 a fabricação da 
primeira locomotiva diesel-elétrica no país; e em 1967 a inauguração do complexo 
petroquímico de Capuava, SP, e o início da produção de petróleo na plataforma 
submarina da Bacia de Campos, RJ. 
 
 
A história da engenharia remonta milhares de anos e está intrinsecamente 
ligada ao desenvolvimento da civilização humana. A engenharia, como uma disciplina 
que busca aplicar o conhecimento científico e matemático para projetar, construir e 
melhorar infraestruturas, tecnologias e sistemas, desempenhou um papel vital no 
progresso da humanidade. 
Desde os tempos antigos, as civilizações têm demonstrado habilidades e 
conhecimentos técnicos em áreas como a construção de monumentos, sistemas de 
irrigação, fortificações, estradas e pontes. Algumas das primeiras realizações 
notáveis em engenharia podem ser encontradas em civilizações como o Egito Antigo, 
onde foram construídas as pirâmides de Gizé, e na antiga Mesopotâmia, onde 
surgiram avanços em sistemas de irrigação e construções em tijolos de barro. 
História da Engenharia no Mundo 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
11 
 
 
Pirâmides de Gizé 
Fonte: https://www.todamateria.com.br/ 
 
Durante a era clássica, os romanos se destacaram na engenharia civil, com a 
construção de aquedutos, estradas, anfiteatros e outros projetos grandiosos. O 
Coliseu de Roma é um exemplo emblemático de sua engenharia avançada, com um 
sistema de arcos e abóbadas que permitiam uma distribuição eficiente de peso. 
O período do Renascimento também teve grande importância na história da 
engenharia. Nos séculos XV e XVI, a engenharia naval emergiu em Portugal. Os novos 
tipos de navios, como a caravela, a nau redonda e o galeão, foram fundamentais nos 
grandes descobrimentos marítimos. 
Além disso, William Gilbert é considerado o primeiro engenheiro eletrotécnico, 
devido à publicação da obra De Magnete em 1600, o qual foi o criador do termo 
"eletricidade". A primeira máquina a vapor foi construída em 1698 por Thomas 
Savery, que assim é considerado o primeiro engenheiro mecânico moderno. O 
desenvolvimento deste aparelho deu origem à Revolução Industrial nas décadas 
seguintes, permitindo o início da produção em massa. 
 
 
 
 
https://www.todamateria.com.br/
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
12 
 
Durante a Revolução Industrial, no século XVIII, a engenharia passou por um 
avanço significativo, impulsionado por inovações tecnológicas e mudanças 
socioeconômicas. O uso de máquinas a vapor e a aplicação da ciência nas indústrias 
transformaram radicalmente a sociedade e a engenharia. A construção de ferrovias, 
pontes de ferro fundido e os primeiros arranha-céus são exemplos marcantes desse 
período. 
 
Você sabia? 
O termo "engenharia" deriva da palavra "engenheiro", que apareceu na língua 
portuguesa no início do século XVI e que se referia a alguém que construía ou 
operava um engenho. Contudo, a palavra "engenho" tem uma origem ainda mais 
antiga, vindo do latim "ingenium" que significa "gênio", ou seja, uma qualidade 
natural, especialmente mental, uma invenção inteligente. Mais tarde, à medida que 
o projeto de estruturas civis como pontes e edifícios amadureceu como uma 
especialidade técnica autónoma, entrou no léxico o termo "engenharia civil" como 
forma de distinção entre a atividade de construção daqueles projetos militares da 
engenharia militar. 
 
A engenharia elétrica pode traçar as suas origens às experiências de Alexandre 
Volta em 1800, às experiências de Michael Faraday, Georg Ohm e outros, bem como 
à invenção do motor elétrico em 1872. O trabalho de James Maxwell e de Heinrich 
Hertz no final do século XIX deu origem à eletrônica. 
As invenções de Thomas Savery e de James Watt deram origem à moderna 
engenharia mecânica. O desenvolvimento de máquinas especializadas e de 
ferramentas para a sua manutenção durante a Revolução Industrial levaram ao 
crescimento acentuado da engenharia mecânica. 
A engenharia química tal como a engenharia mecânica, desenvolveu-se no 
século XIX, durante a Revolução Industrial. A produção em escala industrial precisava 
de novos materiais e de novos processos. Por volta de 1880, a necessidade da 
produção em larga escala de químicos era tanta que foi criada uma nova indústria, 
dedicada ao desenvolvimento e fabricação em massa de produtos químicos em novas 
fábricas. A função do engenheiro químico era a de projetar essas novas fábricas e 
processos. 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 1: HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL E NO MUNDO 
13 
 
A engenharia aeronáutica lida com o projeto de aeronaves. Nos tempos 
modernos, começou-se também a designá-la como "engenharia aeroespacial", dando 
ênfase à expansão daquele campo da engenharia que passou também lidar com o 
projeto de veículos espaciais. As suas origens podem ser traçadas até aos pioneiros 
da aviação da viragem do século XIX para o século XX. 
No século XX, a engenharia continuou a desempenhar um papel fundamental 
em diversas áreas. A engenharia elétrica trouxe eletricidade para os lares e 
impulsionou o desenvolvimento de tecnologias como telefonia, rádio e televisão. A 
engenharia aeroespacial permitiu a exploração espacial e a criação de aeronaves cada 
vez mais avançadas. A engenharia de software e a revolução da computação 
moldaram a era digital e a sociedademoderna. 
Atualmente, a engenharia enfrenta desafios globais, como o desenvolvimento 
de fontes de energia sustentáveis, a mitigação das mudanças climáticas, a criação 
de cidades inteligentes e a exploração espacial. Novas disciplinas, como a engenharia 
genética e a inteligência artificial, estão surgindo e moldando o futuro da engenharia. 
 
 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 2: LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL 
14 
 
AULA 2 LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL 
 
A legislação profissional abrange um conjunto de normas e regulamentos que 
têm o objetivo de regular as atividades exercidas por profissionais em diversas áreas. 
Essas leis visam garantir a segurança, a qualidade dos serviços prestados e a 
proteção tanto dos profissionais quanto dos usuários dos serviços. 
Algumas profissões são regulamentadas por leis específicas, que estabelecem 
requisitos para o exercício da profissão, como formação acadêmica, registro em 
conselhos profissionais e ética profissional. Alguns exemplos de profissões 
regulamentadas incluem médicos, advogados, engenheiros, arquitetos, contadores, 
psicólogos, enfermeiros, entre outros. 
Os conselhos profissionais desempenham um papel importante na legislação 
profissional. Cada profissão regulamentada possui um conselho específico, 
responsável por fiscalizar o exercício da profissão, orientar os profissionais, 
estabelecer normas éticas e disciplinares, e promover a valorização e o 
aprimoramento da categoria. Os conselhos também têm a função de expedir registros 
profissionais e fiscalizar o cumprimento das normas por parte dos profissionais. 
Além disso, existem leis trabalhistas que estabelecem direitos e obrigações 
tanto para os profissionais quanto para os empregadores. A Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT) é a principal legislação trabalhista no Brasil e abrange uma ampla 
gama de questões, como jornada de trabalho, férias, salário mínimo, direitos do 
trabalhador, entre outros. 
A Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, estabelece as normas para o 
exercício da engenharia, arquitetura e agronomia no país. Tratando do exercício da 
profissão, inclui as atividades cabíveis ao profissional, responsabilidade e autoria 
quanto aos projetos, e fiscalização. 
A Lei nº 5.194/1966 também define as atribuições profissionais dos 
engenheiros, ou seja, as atividades que podem ser exercidas exclusivamente por 
profissionais devidamente habilitados. Essas atribuições variam de acordo com a 
formação acadêmica do engenheiro, tais como engenheiro civil, engenheiro 
mecânico, engenheiro eletricista, entre outros. 
Legislação Profissional 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 2: LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL 
15 
 
A Lei nº 5.194/1966 cria ainda o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia 
(CONFEA) e os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs), 
responsáveis pela fiscalização e regulamentação da profissão. 
 
 
O termo “ética” deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). 
Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana 
na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, 
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não 
possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. 
A ética profissional é um conjunto de princípios e valores morais que norteiam 
o comportamento e a conduta dos profissionais em suas respectivas áreas de 
atuação. Ela está relacionada ao respeito pelos direitos e deveres no exercício da 
profissão, à responsabilidade social e ao compromisso com a qualidade, integridade 
e honestidade em todas as atividades profissionais. 
A importância da ética profissional reside no fato de que ela contribui para o 
estabelecimento de um ambiente de trabalho saudável, a construção de relações de 
confiança com clientes, colegas e a sociedade em geral, além de garantir a 
integridade e a reputação da profissão como um todo. 
A Lei nº 5.194/1966, que regulamenta as profissões de engenharia, arquitetura 
e agronomia, define a existência de um código de ética, qual foi implementado em 
1971 e teve sua última reformulação pela Resolução nº 1002 em 2002. Em 2018 foi 
publicada sua décima edição. 
De acordo com o seu art. 1º, o Código de Ética Profissional enuncia os 
fundamentos éticos e as condutas necessárias à boa e honesta prática das profissões 
da engenharia, da agronomia, da geologia, da geografia e da meteorologia e 
relaciona direitos e deveres correlatos de seus profissionais. 
 
 
 
Ética Profissional 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 2: LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL 
16 
 
Os princípios éticos presentes no código de ética profissional da 
engenharia, da agronomia, da geologia, da geografia e da meteorologia são 
(CONFEA/CREA, 2018): 
1. A profissão é bem social da humanidade, e o profissional é o agente capaz de 
exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento 
harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores. 
2. A profissão é bem cultural da humanidade, construído permanentemente pelos 
conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se 
pela prática tecnológica, colocada a serviço da melhoria da qualidade de vida 
do ser humano. 
3. A profissão é alto título de honra, e sua prática exige conduta honesta, digna e 
cidadã. 
4. A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos 
compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando 
os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e 
observando a segurança nos seus procedimentos. 
5. A profissão é praticada por meio do relacionamento honesto, justo e com 
espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, 
destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de 
tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição. 
6. A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável, 
na intervenção sobre os ambientes natural e construído, e na incolumidade das 
pessoas, de seus bens e de seus valores. 
7. A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua 
prática de interesse coletivo. 
 
Logo, a Engenharia pode modificar o ambiente, os hábitos e a qualidade de 
vida das pessoas, a sua forma de morar, de se locomover, ou seja, substancialmente 
o próprio comportamento da sociedade. Quais os deveres, os direitos e as atribuições 
técnicas a exigir pelos serviços? São questões que devem sempre estar presente em 
nosso cotidiano. Do ponto de vista ético, não devemos ver a profissão apenas como 
meio de satisfação de interesses pessoais. 
 
 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 3: SISTEMA CREA/CONFEA E ART 
17 
 
AULA 3 SISTEMA CREA/CONFEA E ART 
 
Atualmente, a engenharia forma o indivíduo legalmente habilitado para o 
exercício da profissão. A primeira regulamentação para construção de canais, 
edifícios, pontes e aquedutos foi feita por D. Pedro I, em 28 de agosto de 1828. 
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) surgiu oficialmente 
em 1933 e, atualmente, é regido pela Lei Federal n° 5.194/1966, que regulamenta 
o exercício das profissões de engenheiro: verifica, orienta e fiscaliza os exercícios 
profissionais para defender a sociedade das práticas ilegais do ofício. 
O CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) tem jurisdição 
estadual, com papel institucional de primeira e segunda instância no sistema de 
verificação, orientação e fiscalização profissional. 
 
CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia): 
1. Representação: O CONFEA é o órgão máximo de representação das 
profissões de engenharia, agronomia e áreas afins em nível nacional. Ele 
representaessas profissões perante os poderes públicos e a sociedade em 
geral. 
2. Normatização: O CONFEA é responsável por estabelecer normas e diretrizes 
nacionais para o exercício da engenharia, agronomia e áreas correlatas. Essas 
normas podem abranger aspectos como atribuições profissionais, ética, 
formação acadêmica, fiscalização, entre outros. 
3. Coordenação dos CREAs: O CONFEA coordena e supervisiona os Conselhos 
Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs), garantindo que as atividades 
desses conselhos estejam alinhadas às normas e diretrizes nacionais 
estabelecidas. 
4. Câmara Especializada: O CONFEA possui uma Câmara Especializada para 
cada área de atuação da engenharia, agronomia e afins. Essas câmaras são 
responsáveis por discutir e propor soluções para questões técnicas específicas, 
além de emitir pareceres e realizar estudos em suas respectivas áreas. 
 
CREA/CONFEA 
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LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 3: SISTEMA CREA/CONFEA E ART 
18 
 
CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia): 
1. Registro profissional: Os CREAs são responsáveis pelo registro e fiscalização 
dos profissionais e empresas que atuam nas áreas da engenharia, agronomia 
e afins em cada estado brasileiro. Eles concedem o registro profissional 
necessário para o exercício legal dessas profissões. 
2. Fiscalização: Os CREAs têm o papel de fiscalizar o exercício profissional, 
verificando se os profissionais e empresas estão atuando de acordo com as 
normas, leis e regulamentos aplicáveis. Eles podem realizar inspeções, analisar 
projetos, obras e serviços, e aplicar sanções disciplinares quando necessário. 
3. Orientação: Os CREAs fornecem orientações e informações técnicas aos 
profissionais registrados, esclarecendo dúvidas sobre o exercício da profissão, 
atribuições, normas técnicas, ética profissional, entre outros aspectos 
relacionados à área. 
4. Mediação de conflitos: Os CREAs também atuam como mediadores em 
possíveis conflitos entre profissionais, empresas e a sociedade, buscando 
soluções amigáveis e conciliatórias. 
 
 
A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é um documento utilizado pelos 
profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia no Brasil para formalizar e 
comprovar a responsabilidade técnica sobre atividades específicas. A ART é 
regulamentada pela Lei nº 6.496/1977 e pelas resoluções do Conselho Federal de 
Engenharia e Agronomia (CONFEA). 
A ART tem o objetivo de garantir a segurança, a qualidade e a legalidade das 
atividades profissionais desempenhadas por engenheiros, arquitetos e agrônomos. É 
uma forma de registro e controle das atividades técnicas realizadas, assegurando 
que um profissional habilitado seja responsável pelo trabalho. 
A emissão da ART é obrigatória para algumas atividades, como elaboração de 
projetos, execução de serviços ou de obras, consultorias técnicas, supervisão, 
coordenação e fiscalização de atividades relacionadas à engenharia, arquitetura e 
agronomia. A ART deve ser registrada no Conselho Regional de Engenharia e 
Agronomia (CREA) da jurisdição onde o trabalho será realizado. 
ART – Anotação de Responsabilidade Técnica 
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LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 3: SISTEMA CREA/CONFEA E ART 
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A ART é um documento constituído por formulário eletrônico a ser preenchido 
no site do CREA, cujo preenchimento é de responsabilidade do profissional 
devidamente habilitado com registro. A ART contém informações como a identificação 
do profissional ou da empresa responsável, a descrição detalhada das atividades 
técnicas, o local onde serão realizadas, o prazo estimado, entre outros dados 
relevantes. Além disso, a ART é acompanhada de um pagamento de taxa ao CREA, 
que varia de acordo com o tipo e a complexidade do serviço. 
A ART tem importância tanto para os profissionais quanto para a sociedade. Ela 
comprova que um profissional habilitado se responsabiliza pelo trabalho, garantindo 
a qualidade, a segurança e a conformidade com as normas técnicas e legais. Além 
disso, a ART é uma forma de proteção para o profissional, já que evidencia sua 
participação e responsabilidade nas atividades realizadas. 
É fundamental que os profissionais cumpram a obrigatoriedade da ART quando 
exigida, pois a ausência desse documento pode acarretar em penalidades e sanções 
legais. Os CREAs são responsáveis por fiscalizar o cumprimento da emissão da ART 
e sua regularidade. 
 
 
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LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 4: SUSTENTABILIDADE E ESTUDOS AMBIENTAIS 
20 
 
AULA 4 SUSTENTABILIDADE E ESTUDOS AMBIENTAIS 
 
A sustentabilidade é um conceito fundamental que se refere à capacidade de 
suprir as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações 
futuras de suprir as suas próprias necessidades. Ela abrange diferentes aspectos, 
como a conservação dos recursos naturais, a proteção do meio ambiente, a promoção 
da equidade social e econômica, além da responsabilidade na utilização dos recursos. 
A sustentabilidade busca estabelecer um equilíbrio entre as atividades humanas 
e a preservação do planeta, considerando a interdependência entre o meio ambiente, 
a sociedade e a economia. Ela reconhece que os recursos naturais são limitados e 
devem ser utilizados de forma responsável, evitando o esgotamento ou a degradação 
irreversível desses recursos. 
A sustentabilidade é frequentemente abordada por meio de três pilares 
básicos: componente econômico, componente social e componente 
ambiental: 
1. Componente econômico: envolve a promoção de práticas e políticas 
econômicas que sejam viáveis e que busquem o crescimento econômico 
sustentável a longo prazo. O objetivo é construir uma economia resiliente, que 
gere prosperidade e bem-estar, sem comprometer os recursos e oportunidades 
para as futuras gerações. Isso inclui a eficiência na utilização dos recursos, a 
promoção da inovação e da tecnologia verde, o estímulo ao empreendedorismo 
sustentável e a preocupação com o ciclo de vida dos produtos ou serviços. 
2. Componente social: envolve a promoção do bem-estar humano, a justiça 
social, a equidade e a inclusão. O objetivo é garantir que todas as pessoas 
tenham uma vida digna, com igualdade de oportunidades e respeito à sua 
diversidade. Inclui aspectos como a erradicação da pobreza, o acesso a serviços 
básicos de qualidade (como saúde, educação, moradia e água potável), a 
segurança alimentar, a igualdade de gênero e a proteção dos direitos humanos. 
Além disso, no contexto das empresas, as pessoas podem ser denominadas 
como “capital humano”, contemplando os funcionários da empresa, os 
fornecedores, os clientes e os usuários. 
Tópicos de Sustentabilidade 
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LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 4: SUSTENTABILIDADE E ESTUDOS AMBIENTAIS 
21 
 
3. Componente ambiental: envolve a conservação dos recursos naturais, a 
proteção dos ecossistemas e a mitigação dos impactos ambientais. O objetivo 
é garantir a integridade dos sistemas naturais, a saúde do planeta e a 
capacidade de sustentação das gerações futuras. Inclui práticas como o uso 
sustentável dos recursos naturais, a preservação da biodiversidade, a redução 
da poluição (do solo, mar e ar), a gestão adequada dos resíduos, a adoção de 
energias renováveis e a adaptação às mudanças climáticas. 
 
Além de os três pilares, a sustentabilidade também possui 5 
dimensões: social, econômica, espacial, ecológica, cultural: 
1. Social: se relaciona de forma direta à diversidade de pessoas que formam a 
sociedade no local em que a empresa está inserida e, também, no contexto 
global que pode ser afetado pelas suas ações. A sustentabilidade social visa a 
construção de uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e 
de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos 
pobres. 
2. Econômica: tangencia o investimento organizacional na preservaçãoambiental de modo viável financeiramente, isto é, sem prejuízos. A 
sustentabilidade econômica deve ser viabilizada por meio da alocação e do 
gerenciamento mais eficientes dos recursos e de um fluxo constante de 
investimentos. Portanto, ela está relacionada com a viabilidade da 
implementação de práticas sustentáveis. 
3. Espacial: aborda uma melhor distribuição territorial dos assentamentos 
humanos e das atividades econômicas, com ênfase na proteção da 
biodiversidade. Dessa forma, a sustentabilidade espacial visa o equilíbrio entre 
a vida rural e a urbana por meio da descentralização industrial em direção a 
vários espaços, de forma que os centros urbanos não sejam conglomerados 
exclusivos. 
4. Ecológica: se associa à utilização de recursos naturais de forma consciente, 
sem agressões ao meio ambiente. A sustentabilidade ecológica expressa-se 
pelo uso de recursos de forma que se evite danos ao meio ambiente, como 
substituição de recursos agressivos por recursos que não sejam nocivos à 
natureza, reciclagem, redução da poluição, tecnologia eficiente para redução 
de resíduos, etc. 
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LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 4: SUSTENTABILIDADE E ESTUDOS AMBIENTAIS 
22 
 
5. Cultural: refere-se ao desenvolvimento que não nega, apaga ou silencia a 
cultura existente, ou seja, que não precisa destruir a cultura vigente para 
progredir. A sustentabilidade cultural proporciona a continuidade da cultura 
aliada à modernização com a devida conservação do ecossistema e respeito 
aos hábitos culturais dos seus integrantes. 
 
 
Os estudos ambientais são uma área de conhecimento que busca compreender 
e avaliar os diferentes aspectos do ambiente natural e seu relacionamento com as 
atividades humanas. Eles têm como objetivo analisar e compreender os impactos das 
ações humanas no meio ambiente, bem como buscar soluções e estratégias para 
minimizar esses impactos e promover a sustentabilidade. 
Os estudos ambientais abrangem uma ampla gama de disciplinas, incluindo 
ciências naturais (como biologia, ecologia, geologia e química ambiental), ciências 
sociais (como sociologia, economia, antropologia e ciência política) e engenharia 
ambiental. Essa abordagem multidisciplinar é necessária para uma compreensão 
abrangente dos problemas ambientais, considerando tanto os aspectos biológicos e 
físicos do ambiente quanto os aspectos sociais, econômicos e políticos. 
Os estudos ambientais podem abranger diversos temas, tais como: 
1. Avaliação de Impacto Ambiental (AIA): é um processo que visa identificar, 
prever e avaliar os efeitos das atividades humanas propostas, como grandes 
projetos de infraestrutura, indústrias ou atividades de exploração de recursos 
naturais, sobre o meio ambiente. A AIA ajuda a identificar medidas de 
mitigação e compensação para minimizar os impactos negativos e maximizar 
os benefícios ambientais. 
2. Gestão de Recursos Naturais: os estudos ambientais também estão 
relacionados à gestão sustentável dos recursos naturais, como florestas, 
recursos hídricos, solos e biodiversidade. Isso envolve a avaliação da 
disponibilidade e uso desses recursos, a implementação de estratégias para a 
conservação e uso sustentável, e a busca por alternativas para reduzir a 
dependência de recursos não renováveis. 
 
Estudos Ambientais 
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AULA 4: SUSTENTABILIDADE E ESTUDOS AMBIENTAIS 
23 
 
3. Mudanças Climáticas: as pesquisas ambientais desempenham um papel 
crucial na compreensão das mudanças climáticas, seus impactos e na busca 
por estratégias de mitigação e adaptação. Isso envolve o estudo dos padrões 
climáticos, a avaliação das emissões de gases de efeito estufa, o 
desenvolvimento de fontes de energia renováveis, a promoção da eficiência 
energética e a formulação de políticas para reduzir a pegada de carbono. 
4. Conservação da Biodiversidade: os estudos ambientais contribuem para a 
conservação da biodiversidade, incluindo a identificação de áreas de 
importância ecológica, a análise dos efeitos das atividades humanas na 
biodiversidade, a elaboração de estratégias de conservação e a avaliação do 
impacto de intervenções de restauração ecológica. 
5. Educação Ambiental: visa promover a conscientização e a compreensão da 
importância do meio ambiente e incentivar práticas sustentáveis. Isso inclui a 
concepção de programas educacionais, a realização de campanhas de 
conscientização e a promoção da participação pública na tomada de decisões 
relacionadas ao meio ambiente. 
 
Existem diferentes tipos de estudos ambientais, sendo que sua 
apresentação ou não varia de acordo com o porte do empreendimento, grau 
poluidor, localização, entre outros. Dentre eles, podemos destacar: 
1. RIMA (Relatório de Impacto Ambiental): tem como objetivo informar à 
sociedade sobre impactos, medidas mitigadoras e programas de 
monitoramento do empreendimento ou atividade. Para que esse objetivo seja 
atendido, o RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e de fácil 
compreensão (linguajar não técnico, visando o entendimento de todos). 
2. RCA (Relatório de Controle Ambiental): é um dos documentos que 
acompanha o requerimento de licença quando não há exigência de EIA/RIMA. 
Nele devem constar levantamentos e estudos que visam à identificação de 
impactos ambientais e não conformidades legais, efetivos ou potenciais, 
decorrentes da instalação e do funcionamento do empreendimento para o qual 
está sendo solicitada a licença. 
3. PBA (Plano Básico Ambiental): documento que traça todas as ações e os 
programas de gerenciamento das questões ambientais de uma obra, é 
condicionante para a emissão da licença de instalação de um empreendimento. 
Caso não seja cumprido, pode impedir o funcionamento efetivo da construção. 
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AULA 4: SUSTENTABILIDADE E ESTUDOS AMBIENTAIS 
24 
 
4. PCA (Plano de Controle Ambiental): é um estudo que identifica e propõe 
medidas mitigadoras aos impactos gerados por empreendimentos de médio 
porte. É elaborado durante a Licença de Instalação (LI) e deverá expor, de 
forma clara, o empreendimento e sua inserção no meio ambiente com todas as 
suas medidas mitigadoras e compensatórias. 
5. EIA (Estudo de Impacto Ambiental): é um documento técnico, que avalia 
os impactos ambientais causados por atividades e/ou empreendimentos 
potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental. Ele 
envolve a coleta de dados, a análise dos aspectos ambientais, a identificação e 
avaliação dos impactos, a proposição de medidas mitigadoras e a apresentação 
de alternativas para o empreendimento. 
 
 
 
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LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 5: FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA 
25 
 
AULA 5 FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA 
 
O consumo de energia elétrica consciente, também conhecido como consumo 
responsável de energia, refere-se à adoção de práticas e comportamentos que visam 
reduzir o consumo desnecessário de eletricidade, maximizar a eficiência energética 
e minimizar os impactos ambientais associados ao uso de energia elétrica. Essas 
práticas são fundamentais para promover a sustentabilidade, combater as mudanças 
climáticas e garantir a disponibilidade de recursos energéticos para as gerações 
futuras. 
Algumas práticas para o consumo de energia elétrica mais consciente 
em residências são: 
1. Escolha de eletrodomésticos eficientes: ao comprar eletrodomésticos, 
verifique a classificação de eficiência energética e opte por aparelhos com selo 
A ou superior. Eletrodomésticos mais eficientes consomem menos energia 
durante o uso diário e ao longo de sua vida útil. 
2. Desligamento de aparelhos em stand-by: a maioria dos aparelhos 
eletrônicos possui o modo stand-by, que consome energia mesmo quando não 
estão sendo usados. Desligue os aparelhos da tomada quando não estiverem 
em uso para evitar o chamado"consumo fantasma". 
3. Uso consciente da iluminação: aproveite ao máximo a luz natural durante 
o dia, abrindo cortinas e persianas para iluminar os ambientes sem recorrer à 
iluminação artificial. Lembre-se também de apagar as luzes em ambientes 
desocupados. Use a luz natural sempre que possível e utilize sensores de 
movimento ou temporizadores para controlar as luzes em áreas de pouco 
tráfego. Além disso, substitua lâmpadas incandescentes e fluorescentes por 
lâmpadas de LED. As lâmpadas de LED consomem menos energia e têm uma 
vida útil mais longa, o que reduz a necessidade de substituição com frequência. 
 
 
 
 
Fontes de Energia Convencionais x Alternativas 
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AULA 5: FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA 
26 
 
4. Uso racional do ar condicionado e aquecedores: use ventiladores e janelas 
para ventilação natural quando possível. Em algumas regiões, especialmente 
em climas mais amenos, pode ser viável considerar alternativas ao ar 
condicionado, como ventilação natural, que utilizam estratégias de design 
arquitetônico para manter o ambiente. Ajuste os termostatos para 
temperaturas adequadas e evite a refrigeração ou aquecimento excessivos. 
Além disso, invista em isolamento térmico adequado para reduzir a perda de 
calor no inverno e o ganho de calor no verão. Um ambiente bem isolado requer 
menos energia para manter a temperatura confortável. 
 
A consciência sobre o consumo de energia elétrica não só contribui para reduzir 
as contas de eletricidade, mas também desempenha um papel importante na 
preservação do meio ambiente. 
Outro ponto importante é o uso de energias limpas. As energias limpas, 
também conhecidas como energias renováveis ou verdes, referem-se a fontes de 
energia que são ambientalmente amigáveis e sustentáveis, uma vez que não 
esgotam recursos naturais finitos e têm baixo ou nenhum impacto negativo no meio 
ambiente. Essas energias são fundamentais para mitigar os efeitos das mudanças 
climáticas, reduzir a poluição do ar e a dependência de combustíveis fósseis, além 
de garantir um abastecimento energético mais seguro e estável. 
As principais diferenças entre as fontes de energia limpa (renováveis), 
também chamadas de fontes de energia alternativas, e as fontes de energia 
convencionais (não renováveis) são: 
1. Capacidade: as fontes de energia convencionais são derivadas de recursos 
naturais finitos, como petróleo, gás natural, carvão mineral e urânio. Isso 
significa que essas fontes de energia se esgotarão eventualmente, o que torna 
sua utilização insustentável a longo prazo. Já as fontes de energia alternativas 
são provenientes de fontes naturais e inesgotáveis, como sol, vento, água (rios, 
marés) e calor da Terra. Elas não se esgotam com o uso humano e podem ser 
aproveitadas de forma contínua e sustentável. 
 
 
 
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AULA 5: FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA 
27 
 
2. Emissões de gases de efeito estufa: as fontes de energia convencionais são 
conhecidas por suas altas emissões de gases de efeito estufa, como dióxido de 
carbono (CO2) e metano (CH4), contribuindo significativamente para o 
aquecimento global e as mudanças climáticas. Já as fontes de energia 
alternativas geralmente apresentam baixas ou nulas emissões de gases de 
efeito estufa. Isso contribui para reduzir o impacto das mudanças climáticas e 
ajuda a combater o aquecimento global. 
3. Poluição do ar e impactos ambientais: as fontes de energia convencionais 
consistem na queima de combustíveis fósseis em usinas termelétricas, além de 
veículos automotores que geram poluentes atmosféricos, como dióxido de 
enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx), bem como outros poluentes que 
prejudicam a qualidade do ar e têm impactos negativos na saúde humana e no 
meio ambiente. Já as fontes de energia alternativas não emitem poluentes 
atmosféricos prejudiciais e têm um menor impacto sobre ecossistemas, 
reduzindo o risco de degradação ambiental, poluição da água e perda de 
biodiversidade. 
4. Dependência econômica: a dependência de fontes não renováveis pode 
tornar os países mais suscetíveis a flutuações nos preços de energia no 
mercado internacional, prejudicando sua economia. Enquanto a utilização de 
fontes renováveis pode ajudar a aumentar a independência energética de um 
país, reduzindo a dependência de fontes de energia importadas e voláteis. 
 
A transição para um sistema energético mais sustentável envolve uma maior 
adoção de fontes de energia limpas e a redução gradual da dependência de fontes 
não limpas. O desenvolvimento e incentivo às energias renováveis são essenciais 
para enfrentar os desafios globais relacionados à mudança climática e à preservação 
do meio ambiente para as gerações futuras. 
 
 
 
 
 
 
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AULA 5: FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA 
28 
 
 
As fontes de energia convencionais referem-se às fontes tradicionais e 
amplamente utilizadas de produção de energia que têm sido dominantes ao longo 
dos anos. Essas fontes geralmente envolvem a queima de combustíveis fósseis. 
Os principais tipos de fontes de energia convencionais são: 
1. Energia de Combustíveis Fósseis: 
o Petróleo: é uma das fontes de energia mais importantes do mundo, 
amplamente utilizado para geração de energia elétrica, combustível de 
transporte e como matéria-prima na indústria química. 
o Gás Natural: é uma fonte versátil de energia usada para produção de 
eletricidade, aquecimento e em processos industriais. 
o Carvão Mineral: é uma das fontes de energia mais antigas e é utilizado 
principalmente em usinas termelétricas para gerar eletricidade. 
2. Energia Nuclear: é obtida através do processo de fissão nuclear, que libera 
uma grande quantidade de calor usado para gerar vapor e movimentar turbinas 
que produzem eletricidade. 
 
Essas fontes de energia convencionais têm sido a base do suprimento de 
energia em todo o mundo por muitas décadas. No entanto, elas também apresentam 
desafios significativos, incluindo a dependência de recursos finitos, as emissões 
significativas de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos, bem como 
preocupações sobre a segurança e gerenciamento de resíduos, especialmente no 
caso da energia nuclear. 
Nos últimos anos, tem havido uma crescente conscientização sobre os impactos 
ambientais dessas fontes de energia convencionais e um aumento na busca por 
fontes de energia alternativas mais sustentáveis. As fontes de energia alternativas, 
como a solar, eólica, hidrelétrica e outras fontes renováveis e limpas, têm se tornado 
cada vez mais populares como uma maneira de mitigar os problemas associados às 
fontes convencionais e impulsionar a transição para um sistema energético mais 
limpo e sustentável. 
 
 
Tipos de Fontes de Energia Alternativa 
 
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AULA 5: FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA 
29 
 
Alguns dos principais tipos de fontes de energia alternativas são: 
1. Energia Solar: é obtida a partir da luz do sol, convertida em eletricidade por 
meio de painéis solares fotovoltaicos ou em calor por meio de coletores solares 
térmicos. É uma fonte de energia inesgotável e amplamente disponível, com 
potencial para ser aproveitada em diversas escalas. A energia solar é limpa, 
não emite gases de efeito estufa nem poluentes atmosféricos, e pode ser 
utilizada para abastecer residências, empresas e até mesmo abastecer redes 
elétricas inteiras. 
2. Energia Eólica: é gerada a partir do movimento do vento, capturado por 
turbinas eólicas. As turbinas convertem a energia cinética do vento em 
eletricidade. A energia eólica é uma fonte limpa e renovável, amplamente 
utilizada em parques eólicos em terra ou no mar. É uma das fontes de energia 
que mais crescem no mundo e ajuda a diversificar a matriz energética, 
reduzindoa dependência de combustíveis fósseis. 
3. Energia Hidrelétrica: é produzida a partir da conversão da energia cinética 
da água em eletricidade. Ela é obtida por meio da construção de barragens em 
rios ou represas para controlar o fluxo de água e acionar turbinas. A energia 
hidrelétrica é uma das formas mais antigas de geração de eletricidade e é 
amplamente utilizada em todo o mundo. No entanto, sua implementação pode 
ter impactos ambientais significativos, como o represamento de rios e o 
impacto em ecossistemas. 
4. Energia das Ondas e Marés: é obtida através da captura da energia cinética 
das ondas do mar e das marés. Tecnologias específicas, como conversores de 
energia das ondas e turbinas de maré, são utilizadas para transformar essa 
energia em eletricidade. É uma fonte renovável, mas ainda está em fase de 
desenvolvimento e implementação em grande escala. 
5. Energia de Biomassa: é derivada do aproveitamento de materiais orgânicos, 
como resíduos agrícolas, florestais, resíduos sólidos urbanos e culturas 
específicas para esse fim. A biomassa pode ser queimada para gerar calor ou 
convertida em biogás ou biocombustíveis para produzir eletricidade. 
 
 
 
 
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AULA 5: FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA 
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As fontes de energia alternativas desempenham um papel crucial na transição 
para um sistema energético mais sustentável e na redução das emissões de gases 
de efeito estufa e da poluição atmosférica associada às fontes convencionais. A 
adoção dessas tecnologias tem crescido rapidamente em todo o mundo, impulsionada 
pelos benefícios ambientais, econômicos e sociais que oferecem. 
 
 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 6: NOÇÕES DE DIREITO E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS 
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AULA 6 NOÇÕES DE DIREITO E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS 
 
A interseção entre o Direito e a Engenharia é de extrema importância, pois os 
projetos e obras desenvolvidos por engenheiros podem ter impactos significativos na 
sociedade, meio ambiente e segurança pública. Dessa forma, ter noções de direito 
aplicados à engenharia é fundamental para que os profissionais de engenharia 
possam exercer suas atividades de forma ética, legal e responsável, garantindo a 
segurança e o bem-estar da sociedade. 
Algumas áreas em que as noções de direito são especialmente 
relevantes para engenheiros são: 
1. Legislação específica: os engenheiros devem estar cientes das leis e 
regulamentos específicos que regem sua área de atuação. Isso pode incluir, 
por exemplo, o Código de Obras e Edificações, normas de segurança, padrões 
de construção, legislação ambiental, entre outras. 
2. Responsabilidade civil e criminal: os engenheiros podem ser 
responsabilizados por danos causados por falhas profissionais ou projetos mal 
executados. A responsabilidade pode ser tanto civil (com indenizações e 
reparação de danos) quanto criminal (quando há negligência grave ou intenção 
criminosa). 
3. Contratos: os engenheiros frequentemente trabalham em projetos que 
envolvem contratos com clientes, empreiteiras e outros profissionais. 
Compreender os termos contratuais é fundamental para garantir que as 
expectativas sejam claras e que todas as partes cumpram suas obrigações. 
4. Propriedade intelectual: os engenheiros envolvidos em projetos de inovação 
precisam compreender a legislação sobre propriedade intelectual, como 
patentes e direitos autorais, para proteger suas ideias e invenções. 
5. Normas de segurança e regulamentações técnicas: é essencial que 
engenheiros estejam familiarizados com as normas de segurança aplicáveis aos 
projetos em que estão envolvidos, especialmente quando se trata de 
infraestruturas críticas, como pontes, estradas, usinas, etc. 
 
Noções de Direito Aplicado à Engenharia 
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AULA 6: NOÇÕES DE DIREITO E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS 
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6. Meio ambiente: a legislação ambiental tem um papel crucial na engenharia 
moderna, uma vez que projetos e obras devem ser realizados com 
considerações ecológicas, sustentáveis e em conformidade com os 
regulamentos ambientais. 
7. Licenciamento e permissões: os engenheiros podem precisar obter licenças 
e permissões de órgãos governamentais antes de iniciar determinados 
projetos. O conhecimento sobre os processos burocráticos e requisitos legais é 
essencial para evitar problemas legais. 
8. Direito do trabalho: quando engenheiros atuam como funcionários ou 
empregadores, devem estar cientes das leis trabalhistas que regem seus 
contratos, jornada de trabalho, salários e direitos. 
9. Resolução de conflitos: em situações em que surgem disputas ou litígios, é 
importante que engenheiros tenham conhecimento sobre métodos alternativos 
de resolução de conflitos, como mediação e arbitragem. 
 
É importante ressaltar que o engenheiro não precisa ter conhecimento 
abrangente sobre direito. Contudo, como pode ser observado, é necessário que o 
engenheiro tenha algumas noções de direito, incluindo os tipos de empresários 
individuais, os tipos de empresas jurídicas e a importância do código civil. 
 
 
Um engenheiro pode atuar em diversas frentes de trabalho, que são 
organizadas em diferentes modalidades. Para fins de fiscalização do exercício 
profissional de Engenharia, o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura 
(CONFEA) definiu as atribuições comuns entre os engenheiros, deixando claro que 
esse profissional só pode atuar em assuntos relacionados à sua área de formação. 
 
 
 
 
 
Atribuições Profissionais 
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Segundo a Resolução CONFEA nº 218/1973, em seu Art. 1º, para efeito 
de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes 
modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e 
em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: 
 Atividade 01 – Supervisão, coordenação e orientação técnica; 
 Atividade 02 – Estudo, planejamento, projeto e especificação; 
 Atividade 03 – Estudo de viabilidade técnico-econômica; 
 Atividade 04 – Assistência, assessoria e consultoria; 
 Atividade 05 – Direção de obra e serviço técnico; 
 Atividade 06 – Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer 
técnico; 
 Atividade 07 – Desempenho de cargo e função técnica; 
 Atividade 08 – Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação 
técnica; extensão; 
 Atividade 09 – Elaboração de orçamento; 
 Atividade 10 – Padronização, mensuração e controle de qualidade; 
 Atividade 11 – Execução de obra e serviço técnico; 
 Atividade 12 – Fiscalização de obra e serviço técnico; 
 Atividade 13 – Produção técnica e especializada; 
 Atividade 14 – Condução de trabalho técnico; 
 Atividade 15 – Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo 
ou manutenção; 
 Atividade 16 – Execução de instalação, montagem e reparo; 
 Atividade 17 – Operação e manutenção de equipamento e instalação; 
 Atividade 18 – Execução de desenho técnico. 
 
Segundo a Resolução nº 2, de 24 de abril de 2019, da Câmara de Educação 
Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE/CES nº 2/2019), em seu Art. 3º, o 
perfil do egresso do curso de graduação em Engenharia deve promover uma 
formação profissional com um perfil holístico e humanista, crítico, reflexivo, 
cooperativo e ético e com forte formação técnica, apto a pesquisar, desenvolver, 
adaptar e utilizar novas tecnologias. 
 
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Ainda segundo o Art. 3º da CNE/CES nº 2/2019, o engenheiro deve ser capaz 
de atuar de forma inovadora e empreendedora, reconhecendo as necessidades dos 
usuários, além de formular, analisar e resolver os problemas de Engenharia de forma 
criativa,adotando perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em sua prática. 
Para isso, o engenheiro deve considerar os aspectos globais, políticos, econômicos, 
sociais, ambientais, culturais e de segurança e saúde no trabalho, e atuar com 
isenção e comprometimento com a responsabilidade social e com o desenvolvimento 
sustentável. 
Dessa forma, além da competência técnica, o engenheiro deve adquirir 
conhecimento em diversas outras áreas de formatação, tais como Gestão Ambiental 
e Desenvolvimento Sustentável, em Administração, em Economia, em Política, em 
Sociologia e em Ética para a sua formação. Isso porque existem outras questões, 
além das técnicas, como ambientais, administrativas, econômicas, políticas, éticas e 
sociais, para que o projeto possa ser realizado. 
Sendo assim, de acordo com o Art. 4º da CNE/CES nº 2/2019, durante 
a formação, o engenheiro deve desenvolver as seguintes habilidades e 
competências: 
 I – Formular e conceber soluções desejáveis de engenharia, analisando e 
compreendendo os usuários dessas soluções e seu contexto; 
 II – Analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por meio de 
modelos simbólicos, físicos e outros, verificados e validados por 
experimentação; 
 III – Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos (bens e serviços), 
componentes ou processos; 
 IV – Implantar, supervisionar e controlar as soluções de Engenharia; 
 V – Comunicar-se eficazmente nas formas escrita, oral e gráfica; 
 VI – Trabalhar e liderar equipes multidisciplinares; 
 VII – Conhecer e aplicar com ética a legislação e os atos normativos no âmbito 
do exercício da profissão; 
 VIII – Aprender de forma autônoma e lidar com situações e contextos 
complexos, atualizando-se em relação aos avanços da ciência, da tecnologia e 
aos desafios da inovação; 
 IX – Avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e 
ambiental; 
 X – Avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; 
 XI – Assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. 
 
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AULA 6: NOÇÕES DE DIREITO E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS 
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Todas essas habilidades e competências começam a ser desenvolvidas durante 
o período de formação acadêmica, por isso é importante ter bons hábitos de estudo 
para aproveitar ao máximo tudo que a faculdade pode oferecer. 
É fundamental entender a diferença entre o perfil do aluno e o papel 
do professor no ensino médio e no ensino superior: 
 Perfil do aluno: no ensino médio o aluno apenas escutava e aceitava as 
informações (aluno passivo). Já no ensino superior, o aluno participa da 
construção do conhecimento (aluno ativo). 
 Papel do professor: no ensino médio o professor tem o conhecimento e o 
controle absoluto de tudo que acontece na sala de aula (professor 
comandante). Já no ensino superior, o professor demonstra as oportunidades 
e os alunos transformam em conhecimentos práticos (professor facilitador). 
 
Dessa forma, o relacionamento entre o professor e o aluno deve ser estreitado 
durante as atividades universitárias. 
Por fim, é essencial construir-se os seguintes hábitos a serem 
incorporados à vida acadêmica: 
 Ao se deparar com uma questão (exercício ou prova), o aluno deve parar e 
pensar antes de começar a tentar resolvê-la. Se o processo para obtenção da 
solução estiver muito “trabalhoso” é muito provável que você não tenha 
escolhido o melhor “caminho” para solucionar a questão. Por isso a importância 
de se parar e pensar antes de começar a resolvê-la. 
 O aluno deve buscar entender como as fórmulas foram deduzidas. É muito 
comum o aluno logo querer saber qual é a fórmula para resolver a questão 
(porque no final das contas, é isso que ele precisa saber para ser aprovado nas 
avaliações). Entretanto, no “mundo real”, nem sempre essas fórmulas ou 
equações são conhecidas, isto é, estão prontas para serem usadas. Em outras 
palavras, existem casos em que nós devemos formular essas equações. Por 
isso, é muito importante vocês darem atenção ao processo de obtenção dessas 
fórmulas (isto é, as deduções das fórmulas a partir da teoria, vinda do 
conhecimento científico). 
 
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AULA 6: NOÇÕES DE DIREITO E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS 
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 O conhecimento teórico continua sendo importante mesmo após a vida 
acadêmica. Apesar de nós engenheiros só utilizarmos o conhecimento teórico 
(ou uma adaptação deste conhecimento) em algumas situações práticas, é 
certo que o processo de busca por esse conhecimento (saber identificar quais 
são os conteúdos necessários, dentre os conteúdos disponíveis), junto com o 
desenvolvimento da capacidade em elaborar soluções (as quais são essenciais 
nas situações práticas) são fundamentais para a formação do engenheiro. A 
capacidade de adquirir conhecimento permite que vocês cheguem a qualquer 
solução (não apenas aquelas que estão nos livros ou as obtidas através da 
experiência). Por isso, tanto o conhecimento teórico (científico) quanto o 
prático (técnico) são essenciais. 
 
 
 
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AULA 7: LEI DE ACESSIBILIDADE 
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AULA 7 LEI DE ACESSIBILIDADE 
 
A Lei nº. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, estabelece normas gerais e 
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou 
com mobilidade reduzida. Ela aborda a acessibilidade arquitetônica, a promoção do 
acesso aos espaços públicos e privados, aos transportes, à informação e 
comunicação, entre outros aspectos relevantes para a inclusão das pessoas com 
deficiência na sociedade brasileira. 
O Decreto nº. 5.296, de 2 de dezembro de 2004 reforça a Lei nº. 10.098/2000, 
ressaltando a prioridade de considerar pessoas com deficiência ou mobilidade 
reduzida nos atendimentos. A partir deste decreto, a Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT) lançou diversas normativas com padrões de acessibilidade, que 
foram revisados, formulados e complementados para servirem como referência na 
criação de novos projetos e adequações de projetos já consolidados. 
Dentre as normas da ABNT, a NBR 9050 (Norma Técnica 9050) é considerada 
uma das principais, servindo como embasamento para projetos. Ela estabelece 
critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, construção, 
instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de edificações às condições de 
acessibilidade. Para estabelecer esses parâmetros foram consideradas diversas 
pesquisas e estudos que levaram em conta diferentes realidades e situações, como 
por exemplo, a percepção do ambiente, as condições de mobilidade e usos de 
aparelhos específicos. 
O art. 1º da Lei nº. 10.098/2000 garante a promoção da acessibilidade através 
da supressão dessas barreiras. Para a lei, são consideradas barreiras qualquer 
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação 
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à 
acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso 
à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros. 
 
 
Lei nº 10.098/2000 
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AULA 7: LEI DE ACESSIBILIDADE 
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Segundo a Lei nº. 10.098/2000, essas barreiras podem ser 
classificadas da seguinte forma: 
 Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e 
privados abertos ao público ou de uso coletivo. Exemplos: calçadas estreitas e 
mal conservadas, falta de rampas de acesso e obstáculos obstruindo as vias 
(carros, placas, lixeiras etc.). 
 Barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados. 
Exemplos: escadas sem rampas e/ou sem corrimãos, ausência de elevadores, 
corredores estreitos e obstruídos e banheiros inacessíveis. 
 Barreiras nos transportes: asexistentes nos sistemas e meios de 
transportes. Exemplos: falta de rampas de acesso em ônibus e trens, falta de 
elevadores em estações de metrô e trem e veículos sem espaço adequado para 
cadeiras de rodas. 
 Barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, 
obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão 
ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas 
de comunicação e de tecnologia da informação. Exemplos: falta de legendas 
em vídeos, ausência de intérprete em Libras, textos com fontes pequenas ou 
sem leitura em voz alta, vídeos sem audiodescrição (descrição do vídeo em 
áudio), telefones e sistemas de atendimento não adaptados (teclas de atalho 
ou atendimento por voz). 
 
 
A utilização do termo “acessibilidade” vem ganhando cada vez mais espaço nos 
debates sobre as cidades. De forma geral, acessibilidade se refere à possibilidade de 
acesso de todos a todas as partes das cidades. Portanto, a acessibilidade visa eliminar 
barreiras e obstáculos que possam dificultar ou impedir o acesso e a participação de 
pessoas com diferentes tipos de deficiência ou limitações funcionais. 
 
 
 
Engenharia e Acessibilidade 
 
CURSOS DE ENGENHARIA 
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AULA 7: LEI DE ACESSIBILIDADE 
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Promover a acessibilidade é um compromisso de diversas instituições e 
governos ao redor do mundo, e muitas legislações e normas foram criadas para 
garantir que a acessibilidade seja uma realidade em todos os setores da sociedade. 
Essas medidas incluem adaptações arquitetônicas, tecnologias assistivas, design 
inclusivo, disponibilização de informações em formatos acessíveis e a promoção de 
uma cultura de respeito e valorização da diversidade humana. 
A engenharia desempenha um papel crucial na garantia da acessibilidade, pois 
é responsável pelo planejamento, projeto, construção e manutenção de espaços, 
edificações e infraestruturas. O engenheiro tem a responsabilidade de desenvolver 
soluções que tornem o ambiente construído mais inclusivo e acessível para todas as 
pessoas. 
 
Como um engenheiro projetaria uma passarela? 
“Sentado em uma cadeira de rodas, pois a vivencia e a detenção do conhecimento 
dos cadeirantes farão o projeto da passarela superar as expectativas dos usuários, 
garantindo também a acessibilidade a todos”. 
Tiago Moreira Cunha – Gestor da Engenharia 
 
A importância da engenharia para a acessibilidade pode ser destacada 
nos seguintes pontos: 
1. Planejamento inclusivo: os engenheiros desempenham um papel 
fundamental no planejamento urbano e no projeto de infraestruturas, como 
vias públicas, transporte, parques e espaços públicos. Ao incluir princípios de 
acessibilidade desde o início do planejamento, eles podem garantir que as 
cidades e os espaços urbanos sejam projetados para atender a todas as 
pessoas. 
2. Projeto arquitetônico acessível: na concepção de edifícios, casas e 
estabelecimentos comerciais, os engenheiros devem considerar o desenho de 
espaços acessíveis para permitir a circulação, o uso e a interação de pessoas 
com deficiência ou mobilidade reduzida. 
 
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LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 7: LEI DE ACESSIBILIDADE 
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3. Adaptações e reformas: quando edifícios já existentes precisam ser 
adaptados ou reformados para se tornarem acessíveis, o engenheiro pode 
propor soluções adequadas para eliminar as barreiras arquitetônicas e garantir 
que esses locais sejam inclusivos. 
4. Tecnologias assistivas: os engenheiros têm um papel fundamental no 
desenvolvimento de tecnologias assistivas, como elevadores, rampas, 
plataformas elevatórias, sistemas de sinalização acessíveis e dispositivos que 
facilitam a comunicação para pessoas com deficiência. 
5. Normas e regulamentações: os engenheiros são responsáveis por cumprir 
e aplicar as normas e regulamentações relacionadas à acessibilidade em seus 
projetos, garantindo que as construções estejam em conformidade com as leis 
e padrões de acessibilidade. 
6. Capacitação e conscientização: os engenheiros têm a oportunidade de 
promover a conscientização sobre a importância da acessibilidade entre os 
profissionais da área e a sociedade em geral, incentivando a adoção de práticas 
inclusivas e de projetos arquitetônicos acessíveis. 
7. Acompanhamento e manutenção: além de planejar e projetar espaços 
acessíveis, os engenheiros também devem garantir que essas soluções sejam 
implementadas corretamente e que os ambientes permaneçam acessíveis ao 
longo do tempo. 
 
Acessibilidade é um princípio fundamental para a inclusão social, o respeito aos 
direitos humanos e a garantia da igualdade de oportunidades para todos. Ambientes, 
produtos, serviços e informações acessíveis são essenciais para que todas as pessoas 
possam exercer seus direitos, trabalhar, estudar, se divertir, participar da vida 
pública e desfrutar de todas as esferas da vida em igualdade de condições. 
 
 
CURSOS DE ENGENHARIA 
LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 8: ÁREAS DA ENGENHARIA 
41 
 
AULA 8 ÁREAS DA ENGENHARIA 
 
Iniciaremos essa seção com a seguinte pergunta: Por que várias engenharias? 
Existem ao menos três respostas para essa questão: 1-Seria difícil uma pessoa 
deter todos os conhecimentos teóricos e técnicos de cada engenharia; 2-Existem 
aspectos legais específicos para cada área da engenharia; 3-Cada área da engenharia 
requer um conjunto de habilidades e competências distintos. 
Alguns exemplos de atuação dos engenheiros são: 
1. Hidrelétrica: barragem, geração e distribuição de energia, painéis de controle, 
medição e deslocamento de terra, casa de máquinas. 
2. Construção civil: fundação, estrutura, materiais, planta baixa, movimentação 
de terra, canteiro de obra, mão de obra para execução. 
3. Indústria: sistema de qualidade, otimização, processos, mão de obra 
necessária para as atividades, planejamentos, logística. 
4. Veículo automotor: sistema de suspensão, direção e freio, motor, chassi, 
aerodinâmica, painel de instrumentos, equipamentos de segurança. 
5. Setor agrícola: manejo de culturas, fitotecnia, agricultura de precisão, 
agroecologia, agrometeorologia. 
 
A existência de várias engenharias se deve ao fato de que a tecnologia, a 
ciência e as necessidades da sociedade são extremamente diversas e complexas. 
Portanto, cada ramo da engenharia é projetado para lidar com problemas específicos 
e desenvolver soluções especializadas para diversas áreas da vida humana. 
 
 
 
 
 
 
 
As Diferentes Áreas da Engenharia 
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LIVRO DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
AULA 8: ÁREAS DA ENGENHARIA 
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Algumas das principais áreas da engenharia são: 
1. Engenharia Civil: é uma das disciplinas mais antigas e abrangentes da 
engenharia. Ela lida com o projeto, construção e manutenção de infraestruturas 
e edificações que compõem o ambiente urbano e rural. 
o Os engenheiros civis trabalham com diversos elementos, como 
estruturas, fundações, sistemas hidráulicos e de transporte. Além disso, 
são responsáveis por garantir que as construções sejam seguras, 
sustentáveis e atendam aos requisitos normativos e de qualidade. 
o Algumas das disciplinas estudadas pelos engenheiros civis são hidráulica, 
geotecnia, topografia, materiais de construção e análise de estruturas. 
o Algumas áreas de atuação incluem projetos de pontes, estradas, prédios, 
barragens, sistemas de água e esgoto, e gestão de obras civis. 
2. Engenharia Mecânica: abrange o projeto, análise, fabricação e operação de 
máquinas e sistemas mecânicos. 
o Os engenheiros mecânicos trabalham com princípios de termodinâmica, 
mecânica dos fluidos e dinâmica para desenvolver sistemas eficientes 
que convertem energia e movimento em diversas aplicações industriais 
e do cotidiano. 
o Algumas das disciplinas estudadas pelos engenheiros mecânicos são 
termodinâmica, mecânica dos fluidos, materiais e

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