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O MUNDO DE HOMERO O aedo cego visto pelos gregos e romanos. 1 O autor da Ilíada e da Odisséia, epopéias de 14 mil e 12 mil versos respectivamente, foi um poeta grego, cego, de nome Homero. Mas teria existido mesmo um Homero? Ou seriam dois? Ou estariam com a razão aqueles que pensam que o nome Homero enconbre uma multidão de pequenos poetas? O busto de Homero nos é bastante familiar: um homem cabeludo, barbudo e cego. Mas não se trata de um retrato. Essa escultura, conservada no museu de Munique, na Baviera, data da época romana. É muito provável que ela tenha sido inspirada em um modelo do século V a.C., a época áurea da arte grega. Existem histórias sobre a vida de homero, mas elas são totalmente lendárias. Se ele era tido como cego é porque os antigos consideravam, talvez não sem razão, que a memória de um homem era mais extraordinária quando ele se encontrava desprovido de visão. TIRÍNTO / TRÓIA Sete cidades da Grécia asiática, mais precisamente da Jônia e da Eólida, situadas na área que hoje abrange a costa da Turquia e algumas ilhas gregas das proximidades, disputavam a honra de lhe terem dado nascimento: entre elas Esmirna, no continente, e a ilha de Quios, onde ainda hoje nos mostram a “Pedra de Homero”, chamada também de “pedra do mestre escola”, um rochedo no qual foi talhado um assento de onde o poeta recitava seus versos para as crianças. Localização ● Segundo tradição grega, as cidades da Jônia foram fundadas por imigrantes da Cynuria, região da Grécia Antiga, segundo referência explícita, no século V a.C., por Heródoto, às "crianças de Ion" [1] na sequência das invasões dóricas. Doze cidades principais se diziam jônicas: Samos, Quios,Mileto, Éfeso, Colofon, Mionte, Priente, Lebedos, Teos, Clazomenes, Éritras e Fócia. Posteriormente Esmirna juntou-se às cidades jônicas. Foi a região de origem de um grupo de pensadores conhecidos como pré-socráticos. Era também o local mais provável do nascimento de Homero RAPSODO / LINEAR B Existiu um, dois ou uma multidão de Homeros? Na ilha de Quios havia os chamados homéridas, que se diziam decendentes de Homero e constituíam um grupo de rapsodos que cantavam os poemas de seu pretenso antepassado. Homero não era um rapsodo, era um aedo. Essa palavra, que vem do grego aoidós, significa “cantor”. Os poemas homéricos eram compostos e cantados por aedos que se acompanhavam com um pequeno instrumento de cordas, a phórminx. CENAS DO COTIDIANO Em que época viveu Homero? Conforme a opnião geral, a Ilíada e a Odisséia datam dos derradeiros anos do século IX a.C. Ou já do século VIII, sendo a Ilíada anterior à Odisséia por alguns decênios. A comprovação disto é uma taça datavél de aproximadamente 720 a.C e contém a primeira alusão escrita aos poemas homéricos. Encontrada numa Tumba de Ischia da baía de Nápoles em 1955. Localização ● O golfo de Nápoles é uma enseada localizada na parte sul do mar Tirreno, compreendida entre a Península Flegrea a noroeste (Cabo Miseno) e a Península sorrentina a sudeste (Ponta Campanella). ● Considerando as ilhas do Golfo como um prolongamento ideal das duas penínsulas, a orla exterior do golfo pode ser prorrogada até a Ponta Imperatore, sobre a ilha de Ísquia e a Ponta Carena sobre a ilha de Capri. ● Dentro da baía de Nápoles localiza-se o golfo de Pozzuoli, entre o Cabo Miseno e o Cabo Posillipo. ● A área é um importante destino turístico na Itália pelas ruínas romanas próximas a Pompeia e Herculano, destruídas durante a erupção do Vesúvio em 79. COMBATE DE HERÓIS Como nesse contexto, situá-se Homero – ou, mais exatamente, os poetas que, sob esse nome, nos legaram a Ilíada e Odisséia? Naquela época não havia imprenssa, logo surge a dúvida sobre se havia um vínculo efetivo entre a prática do canto poético e a escrita. Sabe-se que os aedos eram capazes, com um intervalo de poucos anos, de reproduzir, quase sem variantes, as epopéis puramente orais. Diante disto, é difício ignorar o vínculo entre a fixação dos cantos épicos e o desenvolvimento da escrita alfabética fenícia adotada pelos gregos por volta de 900 a.C. A grande questão é saber exatamente quando os textos foram fixados. Alguns especialistas defendem que foi antes de 560 a.C. Outros afirmam que não antes desta data. ULISSES AMEAÇA CIRCE COMPANHEIROS DE ULISSES TRANSFORMADOS EM PORCOS O que podemos afirmar é que desde quando foram fixados até o ano de 1488, no qual foram impressos, variaram pouco. E sabemos também que a divisão em cantos, com base no modelo das letras do alfabeto, de I a XXIV, remonta à época alexandrina, no séc. III a.C. Em que idioma foram redigidos? Numa língua parcialmete artificial que repousa sobre dois dialetos falados sobretudo na Ásia Menor (hoje Turquia): o jônio e o eólio. Extrato de uma carta escrita no dialeto eólio MERGULHADOR DE PAESTUM COURAÇA E CAPACETE DA TUMBA DE ARGOS . Numa tentativa de situar Homero e suas obras no tempo várias e profundas análises vem sendo realizadas e cada vez mais descobri-se uma série de contradições. Através dos cantos pecebemos que Homero descreve o mundo micênico, que desapareceu por volta de 1200 a.C. E que o mundo da Tróia de Príamo, Pilo de Nestor, Esparta de Menelau, Micenas de Agamêmnon e Ítaca de Ulisses são todas realidades históricas do segundo milênio. Sem dúvida Homero tentou evocar a Grécia micênica mas não significa que ele a tenha efetivamente descrito. Homero pertence à Idade do Ferro mas descreve um mundo coberto pela Idade do Bronze. Em suas narrativas não vemos menção acerca do tempo, o enredo se desenvolve através de comparações, o que abre uma janela para o mundo real. Uma materialização dessa comparação que nos transmite uma ideia de tempo é que segundo arqueólogos, alguns objetos descritos por Homero já haviam desaparecido completamente na época em que ele compôs seus poemas. Exemplo disto é o capacete que Ulisses utiliza, no canto X da Ilíada, e que em escavações foram encontrados capacetes com as mesmas caracteristicas datados da era Micênica. ULISSES E PENÉLOPE A Odisséia suscita a curiosidade de muitos estudiosos ao longo da história um erudito francês, Victor Berárd, traduziu os possíveis locais descritos na obra e os percorreu fotografando. E a conclusão mais concreta deste trabalho é que nem Ulisses, nem Homero, jamais poderiam tê-los visitados. Concluímos então que Homero, ou os Homeros, percorreram caminhos entre dois mundos, o real e o imaginário, entre o temporal e o atemporal. APOLO ATENA O mais inteligente é aceitarmos que não podemos explicar a Odisséia aos olhos da lógica, entretanto existe efetivamente um mundo que aos olhos de Homero, é um mundo real. O indício que denota a realidade desse mundo é o fato de que os homens, no texto, cultivam a terra e que esta produz trigo para fazer pão. Bem entendido, Ítaca pertence ao mundo dos homens. A imensa maioria dos eruditos identifica-a à ilha jônia de Thiaki, cujo nome oficial é justamente Ítaca. Aí se encontrou um antigo culto do herói Ulisses e também descobriu uma gruta onde haviam sido conservados numerosos tripés de bronze. Sabemos também que Telêmaco só viaja num mundo real. De Ítaca ao Egito passando por Pilo e Esparta até a viagem de retorno. Localização Ilha de Ítaca Com exceção de Tróia e Sicília, a maioria dos lugares citados na Odisséia são de difícil localização e mesmo a localização de Ítaca continua incerta, pois alguns autores pensam que se trata da atual Cefalônia, e que a Ítaca atual poderia ser a Feácia homérica (normalmente identificada com a atual Corfu). As obras de Homero encantam as gerações, principalmente porque flui do real ao imaginário com um enredo e descrições que despertam o imaginário do ouvinte e leitor. CAVALO DE TRÓIA Canto I * Atena encontra Zeus* Zeus se compadece de Ulisses * Atena encontra Telêmaco * Telêmaco se reanima LAOCOONTE E SEUS FILHOS HELENA E MENELAU Canto II * Telêmaco reúne a assembléia * Oposição da assembléia * Atena reencontra Telêmaco * Telêmaco se prepara para a viagem MORTE DE PRÍAMO PRÍAMO RESGATANDO O CORPO DE HEITOR ÁJAX E AQUILES AQUILES E BRISEIDA ULISSES AMARRADO E AS SEREIAS POLIFEMO SENDO CEGADO POR ULISSES ULISSES EM FUGA NA CARNEIRO ULISSES RECONHECIDO MASSACRE DOS PRETENDENTES
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