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QUESTÕES CONTROVERTIDAS NO CONTRATO DO JOGADOR DE FUTEBOL DE ALTO NÍVEL

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UNIVERSIDADE 
QUESTÕES CONTROVERTIDAS NO CONTRATO DO JOGADOR DE FUTEBOL DE ALTO NÍVEL
NOME
CIDADE
2023
NOME
QUESTÕES CONTROVERTIDAS NO CONTRATO DO JOGADOR DE FUTEBOL DE ALTO NÍVEL
O presente trabalho é parte fundamental para a aprovação na disciplina de Monografia Final (Trabalho de Conclusão de Curso) da Faculdade de Direito.
Orientador: 
CIDADE 2023
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise detalhada do contrato de um jogador de futebol de alto nível, analisando meticulosamente suas facetas contenciosas, considerando as disposições da Lei Pelé, Direito do trabalho e as normas do Direito Desportivo que servirão de guia durante todo o processo. Áreas pertinentes de exploração incluirão a essência dos contratos de jogadores de futebol, regras e regulamentos correspondentes, bem como as dimensões jurídicas multifacetadas em jogo. Examinando assuntos como cláusulas contratuais controversas, disputas de transferência de jogadores, limitações de remuneração, desembolsos de comissões, direitos de imagem, contratos de publicidade, complexidades trabalhistas e questões previdenciárias. Ao mesmo tempo, serão reveladas tendências prospectivas, descobertas conclusivas, contribuições notáveis para o campo de estudo e recomendações para pesquisas futuras.
Palavras-chave: Contrato de Trabalho Desportivo; Direito Desportivo; Direito do Trabalho; Lei Pelé.
ABSTRACT
This work aims to carry out a detailed analysis of the contract of a high-level football player, meticulously analyzing its contentious facets, considering the provisions of the Pelé Law, Labor Law and the rules of Sports Law that will serve as a guide throughout the process . Relevant areas of exploration include the essence of football player contracts, corresponding rules and regulations, as well as the multifaceted legal dimensions in. Examining issues such as controversial contract clauses, player transfer disputes, pay limitations, commission symbols, image rights, advertising contracts, employment complexities and pension issues. At the same time, prospective trends, conclusive findings, notable contributions to the field of study, and recommendations for future research will be revealed.
Keywords: Sports Employment Contract; Sports Law; Labor Law; Pele Law
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	7
1.1 Contextualizações do tema	8
1.2 Objetivos da pesquisa	9
1.3 Justificativa	10
1.4 Metodologia	11
Fundamentação Teórica	12
2.1 Surgimento do futebol no brasil	12
2.2 Futebol como profissão	12
2.3 Evolução legislativa de esporte	13
2.4 Conceitos de contrato de jogador de futebol de alto nível	14
2.5 Regras e normas aplicáveis ao contrato de jogador de futebol	15
2.6 Elementos essenciais do contrato de jogador de futebol	16
3. QUESTÕES CONTROVERTIDAS NO CONTRATO DO JOGADOR DE FUTEBOL DE ALTO NÍVEL	19
2	1 Cláusulas contratuais mais debatidas	19
3.2 Disputas relacionadas a transferências de jogadores	19
3.3 Limites salariais e pagamento de comissões	19
3.4 Direitos de imagem e contratos de publicidade	19
3.5 Questões trabalhistas e previdenciárias	19
4. ANÁLISE DE CASOS JURÍDICOS RELEVANTES	19
4.1 Casos emblemáticos envolvendo contratos de jogadores de futebol	19
4.2 Decisões judiciais e seus impactos no mercado do futebol	19
4.3 Tendências e perspectivas futuras	20
5. CONCLUSÃO	20
5.1 Sínteses dos resultados obtidos	20
5.2 Contribuições do estudo	20
5.3 Recomendações para futuras pesquisas	20
7 REFERÊNCIAS	21
1 INTRODUÇÃO
O esporte no Brasil é regulamentado e estimulado pela Constituição Federal de 1988, por meio do artigo 207. A tradição futebolística no Brasil é fomentada por uma alta demanda de consumo das partidas por meio das torcidas, o que faz com que se tenha uma maior procura por jogadores que são inseridos cada vez mais precocemente nos clubes para jogarem nas equipes de base.
O contrato de trabalho de um atleta profissional de futebol contém particularidades regidas por Direito Constitucional, configurando-se como um contrato de vínculo trabalhista-desportivo que deve ser caracterizado pela pessoalidade atlética, não-eventualidade de serviços, onerosidade desportiva, contrato formal e subordinação. Apesar de ser fundamentado pelos mesmos princípios do contrato de trabalho comum, em que existem dois elementos, o empregador e o empregado, sendo o segundo subordinado ao primeiro em troca de remuneração pela prestação de serviços, o contrato de trabalho do atleta profissional é regido pela Consolidação de Leis Trabalhistas de 1945, pela Constituição Federativa do Brasil de 1988 e pela Lei Pelé (Lei n. 9.615 de 1998) e demonstra particularidades que não são usuais aos contratos de trabalhos.
O contrato de trabalho do atleta prevê uma remuneração que é pela pelo Clube empregador referente ao desempenho do atleta. Há ainda, o direito de imagem do Atleta pago por empresas de propaganda publicitária. Ademais, se tem os bichos, que correspondem a valores pagos pelo empregador depois de um bom desempenho do time, como no caso de vitórias em competições e Luvas que, também, são gratificações monetárias por desempenho, pagas dada a contratação do Atleta (BERNARDINO, 2007).
As luvas foram descritas pela Lei n.6.354 de 1976, em seu artigo 12, como a quantia paga pela assinatura do contrato, sendo o pagamento realizado em valor monetários, em bens ou títulos de acordo com o valor pré-estipulado pela contratação do Atleta (CESARINO, 2006).
A Lei n.9.615 de 1998 afirma que o não pagamento de Luvas ao Atleta pode levar à rescisão contratual, bem como, o não pagamento de prêmios e demais gratificações (BRASIL, 1998).
Diante do exposto, o projeto de pesquisa tem por questão central: a remuneração do Atleta Profissional de Futebol e seus controvertidos Direitos.
A elaboração deste estudo adota o método dedutivo, tendo o argumento geral como premissa maior e o argumento específico como premissa menor para tirar conclusões em determinado nível. O tipo de pesquisa utilizada para a realização deste trabalho é inteiramente bibliográfica, consultando doutrina, jurisprudência, e diversas obras de autores que analisaram o esporte (FREITAS, 2013).
O presente trabalho foi desenvolvido através de uma abordagem de pesquisa bibliográfica que envolve a consulta de material científico publicamente disponível que foi publicado por diferentes autores em diferentes fontes. Os materiais que podem ser consultados neste método podem ser livros, artigos científicos, jornais, revistas, teses, artigos em bases de dados online, etc (FREITAS, 2013).
O propósito da pesquisa bibliográfica é levar o autor a se encaixar no assunto que ele escolheria, coletando informações de várias fontes e formando sua compreensão do tema a partir delas. O trabalho do autor é escolher os trechos que se preocupam com o tópico, checar as informações e destacar semelhanças e diferenças, para então criar um material para ser escrito. 
A investigação bibliográfica é a base para vários outros tipos de investigação, pois toda investigação tem de partir de um criação literária. Assim, para que este projeto pudesse ser concluído, foram escolhidos artigos que se relacionam com o tópico em questão, encontrados através das palavras-chave, e foram analisados para determinar qual deles era o mais apropriado, depois de escolher os tópicos, foi criado o núcleo do debate e das informações dos autores mencionados (FREITAS, 2013).
A pesquisa sobre livros precisa ser conduzida em uma linguagem acessível à comunidade científica e ao público em geral, ajudando na disseminação de informações cruciais para a sociedade (FREITAS, 2013).
O projeto tem perspectiva de responder o seguinte questionamento: Quais são as questões controversas do contrato de trabalho do jogador de futebol masculino profissional?
1.1 Contextualizações do tema
O futebol tem imensa importância no Brasil e no mundo, englobando investimentos financeiros substanciais e dinâmicas contratuais intrincadas. Neste capítulo inicial, faremos uma contextualização do assunto,destacando a importância de examinar os aspectos contenciosos nos contratos dos jogadores de futebol de alto nível.
1.2 Objetivos da pesquisa
GERAL
O objetivo geral do trabalho é compreender as questões controversas em contratos de trabalho de jogadores de futebol profissional. Esta análise levará em consideração o disposto na Lei Pelé, na Lei Constitucional e nas normas estipuladas pela Lei do Esporte. Além disso, a pesquisa aprofundará as regras e normas aplicáveis, bem como as considerações legais e regulamentares envolvidas. Além disso, o estudo explorará as consequências dessas questões no mercado do futebol, analisará a ligação entre o clube e o jogador detalhando as regras da profissão descrevendo seus direitos e entender o que distingue dos trabalhadores comuns.
ESPECÍFICOS
· apresentar as questões sobre contrato especial no direito desportivo sob a luz da Lei 9.615 – Lei Pelé;
· descrever as características da remuneração de acordo com esse tipo de contrato especial de trabalho e
· analisar os entendimentos dentro da doutrina e da jurisprudência sobre o objeto de estudo.
· analisar os conceitos básicos relacionados com os contratos dos jogadores de futebol de alto nível, tendo em conta as especificidades e implicações legais da modalidade.
· identificar e discutir as regras e normas que se aplicam aos contratos dos jogadores de futebol, com foco em legislações específicas como a Lei Pelé, direito do trabalho e regras do direito desportivo.
· investigar os elementos básicos que compõem o contrato de um jogador de futebol, examinando os termos e condições controversas, levando em consideração as particularidades do esporte e as questões legais envolvidas.
· examinar disputas relacionadas a transferências de jogadores e resolver as questões legais e jurídicas que envolvem essas negociações, incluindo questões contratuais, direitos federais e econômicos e procedimentos empregados pelos reguladores.
· analisar os direitos de imagem no âmbito dos contratos de jogador de futebol e de publicidade, discutindo as questões jurídicas e comerciais envolvidas, bem como os direitos e obrigações das partes contratantes.
· abordar questões trabalhistas e previdenciárias relacionadas aos contratos de jogadores de futebol, atendendo à proteção dos direitos trabalhistas, às obrigações previdenciárias e à especificidade do meio esportivo.
· análise de casos jurídicos relevantes envolvendo contratos de jogadores de futebol, estudo de decisões judiciais e seus impactos no mercado futebolístico, visando o entendimento de tendências e perspectivas futuras no campo do direito desportivo.
· dos resultados obtidos são retiradas conclusões, destacando-se as contribuiões do estudo para o conhecimento e compreensão das questões controvertidas nos contratos dos jogadores de futebol de alto nível, e fornecendo recomendações para futuras investigações na área jurídica.
1.3 Justificativa
O estudo pretende analisar as principais características do contrato de trabalho do atleta profissional de futebol, que se difere em particularidades perante o contrato estabelecido na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Analisa, também, a relação existente entre o Direito do Trabalho e o Direito Desportivo, ramo este pouco explorado pelos operadores do Direito, mas que, com a grande evolução do desporto pelo mundo e sua massiva comercialização demanda por mais estudos que desvendem as lacunas legais que podem comprometer a relação de trabalho.
Com o passar dos tempos, foi necessária maior atenção do meio jurídico em relação a área desportiva, onde houve criação de leis e regulamentos a fim de organizar a prática desportiva, não só no Brasil como no mundo. Com a profissionalização do futebol no Brasil, os atletas passaram a exercer a atividade de forma profissional estabelecendo, assim, relações de emprego entre clube e atleta (SÁ FILHO; ZAINAGH, 2018). 
O Direito Desportivo é respaldado pela Constituição Federal/88 e por leis que regulamentam a prática e as relações existentes entre clubes e atletas, além das competências tanto da Justiça Trabalhista, quanto da desportiva. Portanto, o estudo pretende esclarecer os principais pontos entre essas relações existentes do contrato dessa modalidade “especial” de empregado, já que comparando o contrato de trabalho comum e do atleta de futebol nota-se expressivas controvérsias que podem expor o atleta a ambição de empresários que utilizam da imagem para se beneficiar indevidamente.
Diante disso, o tema se torna relevante para contribuir com a preservação dos direitos trabalhistas dos Atletas Profissionais, como forma de incentivar a reflexão sobre a legislação acerca do tema para que não haja interpretações legais que abram lacuna para operações ilegais de clubes ou ações indevidas de empresários que prejudiquem o Atleta em seu ofício e direitos.
1.4 Metodologia
Para a realização do trabalho será utilizado o procedimento da revisão bibliográfica e documental, em que autores como: Delgado (2012), Barros (2011), Martins (2005), entre outros foram consultados. Ademais serão analisados documentos legislativos que fundamentam o contrato de trabalho do jogador profissional e jurisprudência sobre o tema encontradas no repositório digital do Tribunal de Justiça. Os dados serão interpretados por uma abordagem documental, qualitativa, jurisprudencial e os resultados expostos de forma descritiva.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Surgimento do futebol no brasil
O futebol é hoje o esporte mais popular e apreciado do mundo e que apesar de ter sido exportado pelas elites inglesas, se tornou uma grande atração para os brasileiros, tornando-se uma referência para os estrangeiros que visitam o Brasil. Na Europa, o esporte já tinha uma presença conhecida e foi acolhido como uma das muitas novidades modernas a serem assimiladas.
Conforme registros históricos, o futebol foi introduzido no Brasil no final do século XIX por Charles Miller, um brasileiro de ascendência inglesa,era filho de um influente industrial inglês, partiu para a Inglaterra com o objetivo de estudar na Universidade, e lá teve o primeiro contato com o esporte do futebol. Ao retornar de sua viagem, trouxe consigo as regras e as primeiras bolas de futebol. Na época, o futebol era um esporte restrito às elites, pois todo o equipamento precisava ser importado da Europa, tornando o jogo bastante dispendioso. Desta forma, tornou-se um espaço social para os industriais e burgueses, enquanto o remo era o esporte mais popular para as classes populares.
2.2 Futebol como profissão
A estrutura esportiva era de caráter amador, ou seja, uma esfera voltada exclusivamente para recreação, o que limitava a participação apenas às classes privilegiadas. Devido a essa realidade, surgiram movimentos a partir de 1910 que defendiam a profissionalização, embora as confederações carioca e paulista, ligadas às elites, proibissem tal prática. No entanto, na década de 20, alguns clubes já contornavam essa proibição ao oferecer os chamados "bichos" - recompensas financeiras pelas conquistas esportivas.
No entanto, naquela época, havia um certo estigma social associado ao recebimento de salários pelos atletas, o que resultava em resistência à profissionalização. Como resultado dessa situação, surgiram os "bichos", que consistiam em pagamentos extras aos jogadores quando a equipe alcançava determinados resultados, como vitórias ou mesmo acordos de empate, esse termo ainda é usado atualmente.
Os primeiros passos em direção à profissionalização foram dados quando Antônio Gomes Avelar, presidente do América Futebol Clube em 1932, tornou pública a prática de pagamento aos atletas para que jogassem futebol. Ele optou por regularizar a situação de cada jogador por meio de contratos, deixando claro as responsabilidades dos atletas em relação ao clube e as remunerações a serem pagas pelo time(SOARES, 2008). 
Esse período ficou conhecido como "amadorismo sombrio". Em 1933, não demorou muito para que o profissionalismo fosse oficializado, possibilitando aos jogadores se dedicareminteiramente ao futebol. Essa mudança favoreceu a democratização do esporte, que deixou de ser exclusivo das elites para se tornar popular entre as massas, superando inclusive o racismo. O tema racial foi uma questão muito presente na época. Não podemos esquecer que a abolição da escravatura aconteceu em 1888, menos de quarenta anos antes do período que estamos abordando aqui. O racismo ainda era intensamente arraigado e se tornou um aspecto marcante (e ainda presente) no futebol brasileiro.
Inicialmente, por ser um esporte elitista, não havia jogadores negros. No entanto, com a democratização do futebol, negros e mulatos passaram a ser incorporados e a participar do esporte. Essa mudança levantou questões importantes sobre o tema racial (ALMDEIDA, 2012). 
2.3 Evolução legislativa de esporte
A inclusão do jogador de futebol no âmbito do Direito do Trabalho ocorreu de maneira gradual e progressiva. O Estado não demonstrava interesse em intervir nas relações de trabalho dos jogadores de futebol, focando-se principalmente na regulamentação das organizações esportivas no Brasil. Consequentemente, o jogador de futebol não era reconhecido como trabalhador, e assim lhe eram negados os direitos trabalhistas concedidos às demais categorias de trabalhadores.
Segundo Alexandre Agra Belmonte, Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, a história do direito esportivo brasileiro pode ser dividida, de forma didática, em três fases distintas: a primeira ocorreu de 1932 a 1945, a segunda de 1946 a 1988, ambas com uma forte intervenção do Estado, e a terceira fase teve início com a promulgação da Constituição Federal em 1988 (BELMONTE, Alexandre, 2010).
No primeiro período, tanto o futebol quanto o esporte em geral eram mais vistos como parte da educação física. Vários Decretos foram promulgados com o objetivo de organizar as práticas esportivas nas universidades, gerenciar as finanças das associações esportivas, entre outras medidas. Já no segundo período, surgiram outros regulamentos com o intuito de regular, por exemplo, o registro das associações e os horários para a realização de competições esportivas, entre outros aspectos.
2.4 Conceitos de contrato de jogador de futebol de alto nível
O contrato celebrado pelos jogadores de futebol de alto nível é uma peça chave na dinâmica entre o atleta e as organizações desportivas, incluindo clubes e federações. Para compreender os meandros de tais contratos, é essencial um exame minucioso da legislação relevante, como a Lei Pelé no Brasil, bem como a consulta de pesquisas acadêmicas e opiniões de especialistas. Dentro deste quadro teórico, conceituados autores irão fornecer uma visão geral dos principais conceitos relativos aos contratos de jogadores de futebol de alto nível. 
O acordo contratual para jogadores profissionais de futebol é um acordo formal entre o atleta e uma organização esportiva. A sua finalidade é estabelecer os termos e condições em que o jogador prestará os seus serviços a um determinado clube. Este contrato está sujeito a um conjunto de regras e regulamentos explícitos que descrevem os direitos e responsabilidades de todas as partes envolvidas, incluindo aspectos como salário, duração do contrato, disposições para rescisão e condições para transferências (PELISARI, 2021).
O contrato do jogador de futebol profissional pode ser classificado como contrato de trabalho não convencional devido às suas características únicas decorrentes da natureza distintiva do trabalho atlético. 
O contrato estabelece uma hierarquia jurídica, em que o clube possui controle autoritário e disciplinar sobre o jogador, fazendo cumprir as obrigações e limitações inerentes ao seu exercício profissional. Além disso, é fundamental destacar que o contrato de um jogador profissional de futebol abrange mais do que apenas o desempenho atlético. Abrange também elementos relativos à utilização e comercialização da imagem do jogador. Esses direitos de imagem têm uma importância crescente e são ativamente alavancados no âmbito do esporte. Portanto, torna-se imperativo estabelecer disposições contratuais que regulem efetivamente a utilização, compensação e salvaguarda desses direitos (BARROS, 2011).
2.5 Regras e normas aplicáveis ao contrato de jogador de futebol
Atualmente, não há dúvida de que um atleta profissional pode ser um empregado subordinado vinculado por um contrato de trabalho genuíno. A tese de que um atleta profissional pode ser empregado de outros é hoje uma tese praticamente pacífica. Tão pacífico, pode-se dizer, quanto a própria existência do esporte profissional (AMADO, 2018).
A relação contratual estabelecida entre os praticantes de desporto profissional e os respetivos clubes a que pertencem para o exercício de atividades desportivas profissionais é uma verdadeira relação de trabalho desde que possa ser demonstrada a prática voluntária ou o empenho no desempenho da atividade, regularmente, e não apenas ocasionalmente ou pontualmente, na direção de determinada entidade desportiva, indicando a confiança dos praticantes desportivos profissionais no âmbito da organização e gestão da entidade desportiva que os contrata, e a existência desta para prestar para aquele profissional a contrapartida paga pela atividade física, independentemente de sua forma (CARVALHOSA, 2008).
O Atleta não apenas joga, mas trabalha, a prestação de um serviço a uma entidade que o remunera mediante o pagamento de um salário em troca da sua atividade esportiva.
Dentro do contrato de trabalho de um jogador de futebol de alto nível, é importante estar ciente das regras e das normas que definem a relação entre ele e seu empregador. Várias normas jurídicas e regulatórias são aplicáveis a esses acordos, que incluem a legislação do país e do mundo, além de regras específicas das áreas desportivas. Nesta referência inicial, será analisado um conjunto de regras e normas fundamentais relativas ao contrato de jogador de futebol de alta performance, baseadas em pesquisas e entendimentos específicos.
No Brasil, a lei 9.615/98, conhecida como lei Pelé, é a lei mais importante que trata da relação entre trabalhador e empresa de futebol, e inclui os termos do contrato de trabalho desportivo. A lei em questão criou regras e definiu os direitos e as obrigações de ambos os atores do desporto, tentando manter a harmonia entre os trabalhadores da área esportiva e os seus representantes (MACHADO, 2020).
Outro importante documento de normas é o regulamento de transferências da FIFA. O regulamento em questão define as regras para a movimentação de jogadores entre times e tem como objetivo específico definir parâmetros relacionados à área financeira, contractual e administrativa. Seu objetivo é preservar a intégridade e a estabilidade das transferências, além de proteger os interesses dos atletas e das sociedades desportivas involvidas. O regulamento da FIFA também trata de cláusulas contratuais específicas, como as cláusulas de rescisão e os mecanismos de solidariedade, que asseguram o pagamento de compensações a clubes formadores de jogadores.
Além disso, é importante mencionar a existência de regras internas das entidades esportivas, como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as federações dos estados. Esses regulamentos complementam as disposições da Lei Pelé e estabelecem procedimentos específicos para questões como registro de contratos, transferências e resolução de disputas.
2.6 Elementos essenciais do contrato de jogador de futebol
No contexto dos contratos de jogadores de futebol de alto nivel, é importante entender os elementos básicos que compõem um contrato. Esses elementos são de grande importância para estabelecer os direitos e obrigações das partes e garantir a segurança jurídica da relação contratual. Dentro deste quadro teórico, serão abordados alguns dos principais elementos fundamentais dos contratos dos jogadores de futebol com base em pesquisa e teoria especializada.
Um dos elementos fundamentais dos contratos dos jogadores de futebol é a identificação das partes contratuais. É necessárioque o contrato identifique claramente as partes envolvidas, nomeadamente o jogador de futebol e a entidade desportiva (clube, federação, etc.). A identidade precisa das partes permite determinar as responsabilidades e direitos de cada parte ao longo da relação contratual.
Outro elemento essencial é a definição do objeto do contrato.
O objeto do contrato de um jogador de futebol refere-se às obrigações e direitos de ambas as partes, incluindo a obrigação do jogador de fornecer serviços esportivos e o direito da entidade esportiva de usar os serviços do jogador em jogos e treinamentos. Além disso, o objeto também pode abranger aspectos financeiros, como pagamento de salários, bônus e benefícios adicionais (DELGADO, 2002).
Para além da identificação das partes e dos objetos, importa referir a existência de cláusulas contratuais específicas que frequentemente constam nos contratos dos jogadores de futebol, alguns destes termos incluem a duração do contrato, cláusulas de rescisão, condições de renovação, remuneração, direitos de imagem, direitos de propriedade intelectual, formação e obrigações comportamentais, etc. Estas cláusulas destinam-se a estabelecer os termos e condições específicas da relação contratual e a proteger os interesses das partes envolvidas.
A possibilidade de um retorno financeiro por parte da instituição de ensino e a sujeição legal do atleta é uma reformulação da definição de contrato de trabalho baseada no CC e CT, que conta com três componentes que definem o que é um contrato de trabalho: a obrigação do trabalhador (praticante desportivo) de prestar um trabalho, a obrigação da empresa de pagar uma compensação por este trabalho e, por último, a sujeição do trabalhador à lei da empresa (SIMÕES, 2022). 
A jurisprudência é consistente em classificar a relação entre o trabalhador e o clube como sendo uma verdadeira relação de trabalho. A jurisprudência nacional está se manifestando no sentido de classificar o contrato de trabalho desportivo como um contrato de trabalho, e não como um contrato de prestação de serviços, pois é considerado que os requisitos para classificar esta relação como uma verdadeira relação de trabalho estão sendo alcançados (PEREIRA, 1996).
O contrato de trabalho desportivo é, por si mesmo, um acordo específico de trabalho, pois, assim como mencionado acima, o seu entendimento legal demanda a ajuda de componentes laborais. 
Além disso, a instituição oferece assistência em diversas áreas, desde a administração de dinheiro até a organização de eventos desportivos e sociais, envolvendo o trabalho e a educação.
O regime de trabalho geral não seria capaz de se aplicar à realidade desportiva, pois as regras básicas da quantidade de trabalho são inadequadas à estrutura da relação de trabalho deportivo. Em certo sentido, a regra comum sobre o horário de trabalho não é adequado para relações de trabalho esportivas, visando que nas horas gastas em estágios e viagens, dias de descanso semanal, definição e alteração de horário de trabalho (jogo transmitido à noite, por exemplo, por causa da transmissão de TV) e durante as férias (BAPTISTA, 2018).
O contrato de trabalho desportivo, tendo em conta as características do meio socioeconómico em que se insere, e a natureza da atividade profissional que contempla é visto como um acordo de trabalho específico, que rompe com o caráter de perpetuidade da relação de trabalho comum, pois ele tem como núcleo a duração limitada, ou seja, a definição de um prazo de vigência (COELHO, 2014).
É importante para os efeitos da legislação do trabalho determinar se o praticante está exercendo sua atividade desportiva sob uma forma de contrato de trabalho, ou seja, através de uma contraprestação financeira e de uma submissão legal (AMADO, 2002).
Verifica-se que a relação que se estabelece entre um jogador de futebol e o seu clube empregador conjuga todos os elementos que caracterizam a relação laboral entre eles, tendo em conta a regularidade da atividade, a remuneraçã, a subordinação juridica do jogador ao cluble empregador e suas autoridades administrativas e disciplinares (FERNANDES, 2006).
Uma distinção importante entre praticantes de esportes profissionais e praticantes de esportes amadores pode ser vista nesta relação de emprego esportivo, uma vez que os primeiros auferem remuneração, primária ou secundária, desde que exclusiva, enquanto o outro arca com o pagamento (SILVA, 2016).
3. QUESTÕES CONTROVERTIDAS NO CONTRATO DO JOGADOR DE FUTEBOL DE ALTO NÍVEL
Sendo o futebol o esporte mais popular do planeta (CUSTÓDIO, 2011), o jogador de futebol traz consigo um amplo apelo comercial e emocional sobre os adeptos do esporte, sendo um exemplo máximo deste apelo trazido pelo jogador de futebol o fato do Santos de Pelé ter conseguido paralisar uma guerra na Nigéria em 1969, pois a presença do maior jogador de futebol do mundo chamou a atenção das partes do conflito à ponto de suspenderem a guerra para assistir a performance futebolística do time do Pelé (CORREIO BRAZILIENSE, 2022).
Em razão disso, os atletas do futebol profissional de alto nível são considerados privilegiados, pertencentes à elite, tendo altos salários, valorização profissional e benefícios. Em razão do exposto, os atletas possuem ampla vantagem no momento da negociação contratual (SILVEIRA, 2020), e em diversos casos, prejudicam-se os clubes em razão da legislação nacional e internacional não havendo que se falar em contratos de trabalho prejudiciais aos atletas, mormente os clubes formadores, que não possuem proteção judicial, conforme indica Araújo (2021).
A Lei Pelé (lei nº 9.615/998) extinguiu a sistemática do passe, em que o jogador de futebol não detinha seus próprios direitos federativos, e ficava sob responsabilidade do clube, mesmo sem contrato e salário, até que outro clube adquirisse seus direitos (ALMEIDA, 2019). Atualmente, em razão das alterações produzidas pela Lei Pelé, os direitos do atleta pertencem à ele mesmo, e podem ser adquiridos pelos por pessoas jurídicas de direito privado, como os clubes, empresários e agentes durante prazo determinado, conforme determina: 
A atividade do atleta profissional é caracterizada por remuneração pactuada em contrato especial de trabalho desportivo, firmado com entidade de prática desportiva, no qual deverá constar, obrigatoriamente: […] 5º O vínculo desportivo do atleta com a entidade de prática desportiva contratante constitui-se com o registro do contrato especial de trabalho desportivo na entidade de administração do desporto, tendo natureza acessória ao respectivo vínculo empregatício […] (BRASIL, 1980, art. 28).
Dessa forma, o jogador de futebol foi inserido totalmente na seara trabalhista, tendo um contrato individual de trabalho, disciplinado pelo art. 442 da CLT (BRASIL, 1943), havendo vínculo trabalhista. Conforme assevera Borges (2021), no contrato de jogador de futebol há pressupostos da legislação trabalhista comum, porém o contrato e a relação entre jogador/clube não segue o mesmo regramento da CLT, exceto subsidiariamente. 
Todavia, há diversas questões controversas nos contratos de jogador de futebol, que levantam implicações éticas, jurídicas e desportivas, que serão discutidas na presente seção. 
3. 1 Cláusulas contratuais mais debatidas
O contrato de trabalho do jogador de futebol com o clube é trabalhista, sendo regido pela legislação trabalhista, leis desportivas e pela regulação da FIFA (Federation International de Fooball Association). Ao contrário do que ocorre com o trabalhador comum, o jogador de futebol não recebe proteção da legislação trabalhista, não havendo programas e mecanismos de proteção ao jogador desempregado, pelo fato de este não ser um profissional, mas um praticante de atividade recreativa ausente de obrigações jurídicas. Portanto, o jogador de futebol apenas é profissional, e amparado pela legislação, caso seja parte de um contrato (OLIVEIRA, 2008).
Portanto, o jogador não se equipara ao trabalhador comum, que exerce atividade profissional de forma ininterrupta e permanente:
Oatleta profissional que firma contrato com determinada entidade esportiva obriga-se à execução de um trabalho contratualmente definido, com uma remuneração certa, submetendo-se a regras rígidas de disciplina, constantes, quase sempre, da legislação específica sobre prática de esporte (OLIVEIRA, 2008, p. 54).
 
Dentre as cláusulas e aspectos mais debatidos pela literatura acerca dos contratos de jogadores de futebol profissional, destaca-se a ampla subordinação jurídica do empregador (clube) sobre o empregado (jogador), de forma que o contrato não abrange apenas elementos da atividade esportiva, como treinamentos, concentração, jogos e excursões, mas adentram na seara privada do indivíduo, regulando alimentação, horário e qualidade de sono, comportamento sexual, declarações realizadas publicamente, controle do peso, proibição de realizar certas atividades, como andar de moto ou praticar outros esportes de forma competitiva e profissional, entre outros diversos (PEREIRA, 2023). 
Por outro lado, há liberdade do jogador para outras atividades, como assinatura de contratos à parte não relacionados ao desporto, mas em razão dele, como patrocínios esportivos, contratos de publicidade, entre outros, que ocorrem em razão do desempenho do atleta e popularidade deste junto ao público. Ainda, caso o jogador seja campeão durante a vigência do contrato, poderá disputar de prestígio esportivo e compensação financeira extra, o que é inexistente nas relações trabalhistas comuns (ALMEIDA, 2019).
Oliveira (2009) afirma que os dois elementos essenciais do contrato de trabalho de jogador de futebol, são: cláusula penal e remuneração, que deverão ser minuciosamente descritos. Por força do art. 30 da Lei Pelé, o contrato de trabalho destes profissionais não pode ter vigência inferior a três meses nem superior a cinco anos. Apesar de o jogador ser detentor de seus direitos até que um clube o adquira, o contrato possui força vinculante, ainda que uma das partes queira se livrar da obrigação.
Araújo (2021) afirma que é comum que jogadores queiram sair do clube, transferindo-se para outro mais vantajoso para si, querendo se livrar das obrigações, e criam problemas, reduzem propositalmente seu desempenho e “forçam” sua saída, porém ela apenas será concretizada com o pagamento da multa contratual (variável de acordo com o salário do jogador: salário multiplicado por 13.3; resultado multiplicado por 100x, com redução percentual de acordo com o tempo restante do contrato), caso o clube entre em acordo com as partes interessadas ou o venda para outro clube. 
Essa vinculação obrigatória é positiva para o clube se proteger da concorrência interna e externa face a desvalorização do real frente ao dólar e euro. A incidência de adicional noturno é uma discussão ampla acerca dos direitos dos jogadores, havendo heterogeneidade doutrinária, jurisprudencial e na literatura acerca do tema. A exemplo disso, Pitta (2022) cita o entendimento doutrinário, também visualizado em alguns julgados, de que o fato de a Lei Pelé não regulamentar a matéria, cabe incidência da CLT, que é clara acerca do adicional noturno.
De forma contrária, verifica-se no acórdão do RO nº 00013428220145120006 SC, de relatoria do Des. Ubiratan Alberto, o entendimento majoritário acerca do tema, de que o adicional não é devido aos jogadores:
[...] Neste caso, prevalece a presunção de que o salário contratado entre as partes já se destina também à remuneração daqueles eventos. Quanto à concentração, especificamente, ela é uma peculiaridade da profissão de atleta de futebol e somente pode haver o pagamento adicional por este período se houver previsão contratual (TRT-12 - RO: 00013428220145120006, Rel.: UBIRATAN ALBERTO PEREIRA, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de Publicação: 17/07/2017, online).
Essa corrente compreende que a remuneração do jogador, prevista contratualmente, já prevê a compensação por estes eventos, e como trata-se de uma atividade especial, com regramento distinto, a CLT não pode incidir de forma tão ampla.
Por fim, Diniz; Sakahida (2019) afirmam haver um regramento sólido e robusto acerca dos contratos de jogador profissional, não havendo, cláusulas abusivas ou excessivamente onerosas para uma das partes na hora da celebração do contrato. O contrato pode se tornar excessivamente oneroso para uma das partes no decorrer da relação jurídica, como a falta de comprometimento por parte do atleta, rendimento abaixo do esperado, entre outros. 
As autoras afirmam que são nulas de pleno direito as seguintes cláusulas contratuais:
resultem vínculo desportivo; b) impliquem vinculação ou exigência de receita total ou parcial exclusiva da entidade de prática desportiva, decorrente de transferência nacional ou internacional de atleta, em vista da exclusividade de que trata o inciso I do art. 28 da Lei nº 9.615/98; c) restrinjam a liberdade de trabalho desportivo; d) estabeleçam obrigações consideradas abusivas ou desproporcionais; e) infrinjam os princípios da boa-fé objetiva ou do fim social do contrato; ou f) versem sobre gerenciamento de carreira de atleta em formação com idade inferior a 18 (dezoito) ano (DINIZ; SAKAHIDA, 2019, p. 92).
A presença de tais cláusulas invalidam o contrato firmado entre as partes. 
 3.2 Disputas relacionadas a transferências de jogadores
Há diversas disputas entre clubes envolvendo as transferências de jogadores, que ocasionam diversos impactos no futebol brasileiro. Dentre eles, Lima (2021) destaca a especulação que há acerca dos valores do clube. Assim que a mídia passa a divulgar que um clube tem interesse na contratação de determinado jogador, surgem outros interessados no atleta, que não sabiam que o atleta era negociável. Dessa forma, inicia-se uma disputa em formato de leilão entre os clubes para a contratação do jogador. Em diversos casos, o rumor foi criado por empresários e especuladores ligados ao atleta.
Tal prática onera excessivamente as transações de atletas e tornam o futebol mais caro, servindo de alavanca para o crescimento do valor dos ingressos, preço dos artigos oficiais dos clubes e outros elementos associados ao futebol (CRUVINEL, 2023). 
Há também casos em que a transferência é o motivo para a disputa entre os clubes. Sendo a FIFA a entidade máxima do esporte, os clubes lesados em transações manifestam-se, recorrendo à FIFA, que imporá sanções e impedimentos ao clube inadimplente. A punição máxima nestes casos é denominada “Transfer Ban” que é o impedimento de contratar novos jogadores, que é aplicada após o inadimplemento ser cobrado pela FIFA, que estipula prazo para a quitação da obrigação (COUTINHO FILHO, 2022).
Um dos casos mais recentes é o não pagamento do Palmeiras, clube da capital paulista, ao Peñarol (URU), pela contratação do atleta Joaquín Piquerez, contratado pelo clube brasileiro em 2021 por USD 3,8 milhões por meio de pagamento parcelado. O inadimplemento do Palmeiras na quitação das parcelas enseja representação na FIFA (GUARIGLIA, 2023).
Por fim, será brevemente abordado o litígio envolvendo o jogador Jô, em sua transferência ao clube paulista Corinthians, após sua rescisão contratual unilateral com o clube japonês Nagoya Grampus. O jogador optou pela rescisão unilateral dado o atraso no pagamento pelo prazo determinado pela FIFA (3 meses), e em seguida foi contratado pelo Corinthians, na condição de free agent (COCCETRONE, 2020).
O clube japonês alegou abandono de emprego, em razão do fato do jogador ter saído do país antes da solução do litígio entre as partes, e após pouco tempo, foi contratado pelo clube paulista. A decisão inicial foi favorável ao Nagoya Grampus, e após interposição de recurso por parte do Corinthians junto à CAS – Corte Arbitral do Esporte, entidade jurídica máxima do futebol, a decisão foi mantida:
O Nagoya Grampus alega que houve uma quebra unilateral de contrato por parte do jogador sem cumprimento das normas estabelecidas no acordo. Jô tinha vínculo até o final de 2021, mas deixou o clube em junho de 2020 e tão logo foi contratado pelo Corinthians. É importanteexplicar que por ter contratado o jogador, o Corinthians assume a dívida existente sendo parte solidária na ação, apesar de não estar envolvido diretamente no caso (PORTAL LEI EM CAMPO, 17/06/2022, online). 
Logo, o clube brasileiro foi condenado como parte solidária ao pagamento da multa pela rescisão contratual unilateral, ainda que, à época, não existisse vínculo entre o jogador e o Corinthians. 
3.3 Limites salariais e pagamento de comissões
O salário do atleta é composto por diversos fatores, como seu valor de mercado, exposição da marca, renome do atleta, possibilidade de ganhos futuros, idade, performance, tempo de contrato, apelo do jogador junto à mídia e torcedores, entre outros diversos. Não há, na legislação nacional qualquer determinação acerca do limite salarial para jogadores de futebol (VIZZONI, 2021). 
O salário dos jogadores não é divulgado ao público, sendo informações pertinentes apenas aos clubes e atletas. As informações divulgadas acerca dos salários dos jogadores são em textos e matérias jornalísticas, em que jornalistas e influenciadores afirmam que determinado jogador recebe determinado salário. 
De modo geral, recebe maior salário o atleta que apresenta melhor desempenho esportivo, importância para o time e possui clubes concorrentes interessados na contratação do atleta. O salário é a base para o valor da multa rescisória, portanto, os jogadores jovens e promissores recebem aumento de salário para não serem facilmente assediados pelos clubes estrangeiros (CRUVINEL, 2023). 
As discussões que envolvem os salários dos jogadores ocorre no campo da ética e desigualdade social, bem como da desvantagem competitiva entre clubes ricos e pobres, que não podem arcar com altos salários, porém, como o Brasil não possui regras para o mecanismo de fairplay financeiro, como ocorre na Europa, não há impedimentos para os salários dos jogadores.
Quanto a comissão do agente, há regramento determinado pela FIFA:
Agora a comissão irá depender de quanto o atleta/ treinador é remunerado anualmente. Se o valor for menor ou igual a 200.000,00 dólares, a comissão máxima será de 5%, podendo chegar a 10% se houver a representação conjunta com o clube contratante. Se o valor for maior ou igual a USD 200.000,00 o teto será de 3% chegando a 6% com a dupla representação (CRUVINEL, 2023, p. 44).
Dessa forma, verifica-se que o futebol brasileiro pode criar mecanismos de igualdade e financeira, evitando que clubes ricos despontem e prejudiquem a competição, porém quanto ao salário dos jogadores, apenas em capo ético, discute-se, e como foge do escopo da presente pesquisa, não será abordado. 
3.4 Direitos de imagem e contratos de publicidade
Como o clube se beneficia da imagem dos atletas durante as partidas, anúncios e para fins publicitários e comerciais, o clube deve adquirir, pelo tempo do contrato, o direito de imagem do jogador. Este direito possui finalidade comercial, não abrangendo a seara privada do jogador, salvaguardando seus direitos personalíssimos. Os contratos de imagem são comuns na prática futebolística, portanto, é comum que o jogador possua dois contratos com o clube, um do vínculo empregatício e outro de cessão do direito de imagem, em que fica estipulado os direitos e deveres das partes, condições para o uso da imagem e possibilidade de exploração da imagem do atleta por outras empresas (MALFITANO, 2012).
O autor define o direito de imagem como direitos “de campo” e direito de imagem “extracampo”. O direito de imagem, para fins trabalhistas e previdenciários, não constitui composição do salário, e para tanto, o contrato de trabalho possui natureza trabalhista e o contrato de imagem possui natureza civil. Assim como em outros temas dentro dos contratos e relação entre jogador e clube, há divergências jurisprudenciais e doutrinárias. 
Parte da doutrina entende que o valor pago à título de direitos de imagem não constitui salário, como foi o entendimento na ação judicial impetrada pelo jogador Leandro Brasília contra o Ceará Sporting Clube, divulgado por Conjur (2018), em que ficou decidido pela natureza distinta dos contratos, enquanto no RO nº 1442-94.2014.5.09.0014, o TST reconhece a natureza salarial do direito de imagem do jogador, pelo fato de ser, na maioria dos casos, valor superior ao do contrato CLT, realizado para fins de reduzir a incidência de impostos e encargos trabalhistas. De acordo com este entendimento, há fraude trabalhista por parte dos clubes (CONJUR, 2021).
3.5 Questões trabalhistas e previdenciárias
Além dos temas já abordados no presente capítulo, que também possuem natureza trabalhista e previdenciária, destaca-se a necessidade de o clube esportivo garantir a proteção do atleta e condições de trabalho para o desempenho esportivo adequado. A lei nº 12.395/11, art. 29, determina que os clubes possuem o dever de contratar seguro de vida e acidentes pessoais para cobrir as atividades do atleta contratado (BRASIL, 2011). 
De acordo com Diniz; Sakahida (2019), as informações da apólice de seguro são essenciais no contrato do atleta, contendo o valor do prêmio, data de vencimento, cobertura e o nome da seguradora. A aposentadoria do jogador de futebol pode ser realizada por meio dos métodos comuns, como a aposentadoria por tempo de contribuição e por idade, de forma que o tempo sendo jogador de futebol é contado para fins previdenciários, e deve-se somar ao tempo de outras atividades profissionais, ou por aposentadoria por invalidez, em que aplicam-se as regras gerais válidas para todos os trabalhadores (PINHEIRO; DONADON; BARRETO, 2000).
Os autores afirmam que em diversos casos os clubes não recolhem o valor da contribuição previdenciária dos atletas de forma correta, em razão de serem constituídos como associações e os mandatos serem temporários. Isso pode prejudicar o jogador que pretende se aposentar pela via regular. Os atletas de alto rendimento recebem altos salários, e dessa forma, tendem a não se planejar para a aposentadoria. No âmbito trabalhista, o clube deve fornecer condições específicas para o desempenho do trabalho e fornecer meios de recuperação em caso de lesões (PERCIO, 2017). 
4. ANÁLISE DE CASOS JURÍDICOS RELEVANTES
O caso jurídico mais relevante da história do futebol, considerado um dos “divisores de água” para a modernização do esporte, é o Caso Bosman, descrito por Schmidt (2007) como tendo criado amplas repercussões nas cinco principais ligas europeias, e por conseguinte, impactando as demais ligas do mundo. Em 1990, Jean-Marc Bosman, que jogava pelo RFC Liège, na Bélgica, teve seu contrato de trabalho encerrado e buscava realizar uma transferência para o US Dunkerque, na França.
O RFC Liège, porém, solicitou uma taxa de transferência, que foi negada pelo clube francês. O jogador, neste contexto, não possuía contrato, mas não poderia se transferir sem que o clube belga recebesse a taxa de transferência e autorizasse a realização de um contrato com outro clube. Em função disso, a carreira do atleta ficou estagnada e seu salário na Bélgica foi reduzido consideravelmente. O litígio realizado pelo atleta teve como argumento o fato de estar privado em trabalhar dentro da União Europeia, algo que é permitido para trabalhadores dentro da UE, e de ter sua liberdade restringida (GODOY, 2010)
Em 1995, o Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu a favor de Bosman, alegando que as regras de transferência da UEFA e da FIFA eram contrárias à lei da UE sobre a livre circulação de trabalhadores. Em razão da decisão judicial, ficou determinado que após o término de seus contratos, os jogadores poderiam agora mover-se livremente entre os clubes dentro da UE sem que o clube de origem recebesse uma taxa de transferência (LIMA, 2023).
No julgamento da ação movida por Bosman, ficou evidenciada a relação de trabalho do jogador de futebol, e dado o reconhecimento desta relação, deve estar submetida às legislações internacionais e nacionais acerca dos direitos dos trabalhadores: 
É verdade que as regras de transferência em causa no processo principaltambém se aplicam às transferências de jogadores entre clubes pertencentes a diferentes associações nacionais no mesmo Estado-Membro e que regras semelhantes regem as transferências entre clubes pertencentes à mesma associação nacional. [...] No entanto, como foi sublinhado por M. Bosman, pelo Governo dinamarquês e pelo advogado-geral nos n. 209 e 210 em suas conclusões, essas regras são susceptíveis de restringir a liberdade de circulação dos jogadores que desejam exercer a sua atividade noutro Estado-Membro, impedindo-os ou dissuadindo-os de abandonar os clubes a que pertencem, mesmo após o termo dos seus contratos de trabalho com esses clubes (ASBL, 1995, p. 5067, tradução do autor). 
A regra que limitava o número de jogadores estrangeiros em clubes europeus foi declarada ilegal. Isso permitiu que os clubes da UE assinassem um número ilimitado de jogadores da UE, alterando drasticamente a dinâmica das ligas nacionais. O caso Bosman alterou fundamentalmente a estrutura financeira do futebol europeu. Jogadores e agentes ganharam mais poder nas negociações contratuais, o que, em muitos casos, levou a um aumento significativo nos salários dos jogadores (SCHIMIDT, 2007)
Clubes mais ricos foram capazes de assinar livremente jogadores em sem clubes, reduzindo drasticamente seu custo com contratações, enquanto clubes menores enfrentavam dificuldades, pois muitas vezes dependiam das taxas de transferência para sustentar suas operações financeiras. Aumentou o debate sobre se os clubes menores, que frequentemente desenvolvem talentos jovens, são suficientemente compensados quando esses jogadores deixam o clube no final de seus contratos. Dessa forma, foram instituídos mecanismos de proteção à clubes menores e clubes formadores, como o mecanismo de solidariedade da FIFA e taxa de comissão de 5% ao clube formador.
Analisando os impactos de longo prazo, Schmidt (2007) afirma que o caso Bosman é apontado como um divisor de águas na modernização do futebol, influenciando a distribuição de poder entre jogadores, agentes e clubes. Enquanto os jogadores ganharam mais liberdade e autonomia sobre suas carreiras, os clubes foram forçados a adaptar-se a um mercado de transferências drasticamente alterado e a uma nova realidade financeira.
Por fim, Lima (2023) afirma que a extinção do “passe” no Brasil, seguiu a tendência europeia que foi influenciada pela repercussão do caso Bosman, e pelas razões apresentadas, este é considerado o caso jurídico mais relevante do futebol mundial.
4.1 Casos emblemáticos envolvendo contratos de jogadores de futebol
Conforme mencionado, o Caso Bosman, em 1995 foi o caso mais emblemático e relevante envolvendo o contrato de jogadores de futebol, no entanto, diversos casos relacionados aos contratos de jogadores apresentaram polêmicas e problemas para os jogadores e clubes. Na presente seção serão abordado os casos do jogador Pedro (Flamengo) e o caso da transferência do jogador Cesc Fàbregas: Arsenal para Barcelona (2011), que demonstram a complexidade das negociações envolvendo jogadores de alto nível e as implicações trabalhistas nas relações jurídicas entre jogador e clube.
Em 29/07/2023 o jogador Pedro do Flamengo foi agredido com um soco no rosto pelo preparador físico do clube, no vestiário. Diante da gravidade do caso, agressão no trabalho, o preparador físico foi demitido por justa causa (BRASIL, 1943, art. 482; “j”). O jogador realizou um boletim de ocorrência na delegacia local e deixou de se apresentar no clube (MOREIRA, 2023).
Em entrevista concedida à Gabriel Coccetrone (UOL) o advogado trabalhista Domingos Zainaghi comenta sobre as possibilidades legais do caso:
Sim, o atleta pode pedir rescisão indireta por ter sido agredido por um preposto do empregador, pressupondo-se ser o preparador superior hierárquico do atleta. O Pedro falou também sobre assédio moral, afirmando sofrer agressões psicológicas. Este também seria motivo para rescisão” (COCCETRONE, 2023, online).
Daqui, verifica-se que o fato de o futebol ser considerado uma profissão distinta, em que não há plena incidência da CLT em diversos aspectos, não significa que a legislação não se aplica nestes casos. No caso analisado, sendo o agressor um superior imediato do jogador, além de componente da comissão técnica, o jogador poderia solicitar rescisão contratual unilateral por culpa do empregador (BRASIL, 1943, art. 483; “f”), implicando em ampla perda financeira ao clube e rescisão da obrigação trabalhista sem ônus ao jogador.
No caso do jogador espanhol Cesc Fàbregas, houve sua transferência do clube Arsenal (ING) para o Barcelona (ESP), sendo que este era um proeminente jogador do clube inglês, sendo capitão da equipe e peça influente do time, à quem se atribui parte do sucesso recente da equipe, mas no princípio de sua carreira, foi ligado ao Barcelona, havendo apelo dos torcedores para com o jogador (BROOKE, 2011).
Os rumores sobre a transferência gerou insatisfação dos torcedores do Arsenal, que protestaram e se opuseram à “traição”, além de amplas especulações e protestos na mídia de ambos os países. A situação se tornou dramática, sendo uma das transferências mais intensas e dramáticas do futebol recente. O clima entre os principais atores: clubes, jogador, torcidas e mídia, foi acirrado, o que postergou a oficialização da transferência por várias janelas de transferência, criou um clima tenso no mundo futebolístico europeu e gerou ampla expectativa sobre o desfecho (FIFIELD, 2010).
A transferência do atleta custaria, incialmente 60 milhões de euros, mas se concretizou por 35 milhões de euros e a transferência de dois jogadores do Barcelona ao Arsenal. A reestreia do jogador ao Barcelona, após um processo de transferência emocional, gerou amplas expectativas acerca do impacto da pressão em seu desempenho (BROOKE, 2011). 
Neste caso, destaca-se a distinção entre o contrato comum e o contrato de trabalho de jogador de futebol. Dada a exposição e interesse dos torcedores com o destino dos jogadores, as transferências de jogadores de alto nível competitivo para rivais continentais gera ampla especulação, interesse, pressão e impactos financeiros nos clubes e no mercado de transferência, algo que não ocorre em outros contratos de trabalho.
4.2 Decisões judiciais e seus impactos no mercado do futebol
As medidas e decisões judiciais impactam o futebol de diversas formas, sendo as mais famosas o rebaixamento do Fluminense em 2000, o imbróglio Portuguesa e Fluminense envolvendo o caso Heverton, diversos efeitos suspensivos que favorecem os times em jogos importantes, dentre outros diversos. A relação do Estado com o futebol brasileiro, conforme afirma Maior (2013) é peculiar:
O caso do futebol também é emblemático, pois que se finca sobre a base de um grande ajuste entre ordem e desordem: clubes que, sistematicamente, não recolhem contribuição previdenciária e que ainda assim recebem apoio do Estado para continuar atuando; estipulação pelos clubes de altos salários aos jogadores, mas que também não são pagos; salários pagos por intermédios de fórmulas fugidias dos imperativos legais, para evitar tributação, sem que os jogadores ofereçam contestação, vez que vislumbram se beneficiar com a ilegalidade cometida; desenvolvimento de uma lógica de favor e gratidão entre jogadores e clubes, mas que também é de exploração e de comércio por meio de uma “patrimonialização” do atleta etc. (MAIOR, 2013, p. 3).
Na presente seção, serão discutidas decisões judiciais que impactaram o futebol em seu aspecto financeiro, sendo, em contexto hodierno, é a disputa judicial entre o Banco Central e o Clube de Regatas Flamengo. O BACEN autuou o clube carioca por supostas irregularidades na transferência de jogadores em moeda estrangeira, entre 1993 e 1998, e emitiu decisão administrativa que determinava que o Flamengo pagasse multa de R$ 127 milhões pelas supostas irregularidades. As transferências dos jogadores Sávio e Zé Roberto estão dentre as que o BACEN afirma haver irregularidades. 
O órgão entendeu haver irregularidades nasnegociações realizadas em moeda estrangeira, irregularidades em excursões realizadas pelo clube e questionou o fato de um atleta ser incluído em uma negociação, o que gerou abatimento no valor declarado (HUBER, 2022). 
A decisão administrativa do órgão foi fundamentada no art. 1º do Decreto n. 23.258/1933, atualmente revogada pela lei nº 14.286/21, que versa sobre as operações de cambio ilícitas, determinando que as operações que não transitarem pelos bancos habilitados para operar em câmbio, são irregulares (BRASIL, 1933). A segunda fundamentação do órgão, está no art. 10 do Decreto-Lei n. 9.025/1946, que veda a compensação privada de crédito ou valores de qualquer natureza (BRASIL, 1946).
O Flamengo entrou com uma ação judicial para anular a decisão administrativa do BACEN, negando as irregularidades. Segue o trecho da decisão que aborda as alegações do Banco Central:
1. No que diz respeito à alegação de violação ao art. 6º do Decreto n. 23.258/1933, o recorrente centrou sua fundamentação na analogia promovida pelo TRF2 com a Lei 13.155/2015; ocorre que, como se percebe pela leitura da ementa, essa não foi a fundamentação central e única do acórdão recorrido. Também nessa hipótese, o recorrente apresentou argumentos vagos a respeito da suposta ofensa ao artigo 6º do Decreto 23.258/1933, que se encontram dissociados dos fundamentos aplicados pelo acórdão recorrido, deixando não atacadas questões nucleares que serviram de fundamentação ao provimento judicial. Aplicam-se ao ponto as Súmulas 283 e 284/STF. 12. A União e o Banco Central do Brasil (BACEN) sustentam ainda que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região violou o art. 10 do Decreto-Lei n. 9.025/1946, ao interpretar que o negócio celebrado entre o C. R. do Flamengo e o clube Real Madrid se constitui em dação em pagamento - e não em uma compensação. 13. A compensação, nos termos do art. 369 do CC/2002, como bem asseverado pelo acórdão recorrido, diz respeito a coisas fungíveis, que se compensam em um contexto de dívidas líquidas e vencidas. Na hipótese, a negociação do passe de um atleta de futebol não se enquadra em uma obrigação cujo objeto é fungível; pelo contrário, a prestação consistente em transferir o passe de um atleta de futebol específico é, por essência, uma obrigação de natureza infungível e de execução específica. Portanto, com razão o acórdão recorrido no ponto em que afastou a configuração do instituto jurídico da compensação, na hipótese dos autos.(REsp n. 1.937.846/RJ, relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 7/6/2022, DJe de 28/6/2022, online.)
Ficou verificado pelos ministros, que o BACEN não comprovou, baseado na jurisprudência pátria, que as práticas realizadas pelo clube eram ilegais, com base no entendimento hodierno, portanto, o recurso interposto pelo Flamengo, nessa extensão, foi provido e a multa de R$ 127 milhões foi anulada. Durante o período do julgamento, o Flamengo foi privado de ir ao mercado de transferências e de receber as verba da televisão, devida pelos direitos de transmissão do campeonato brasileiro. Após o término da disputa entre o Banco Central e o Flamengo, o clube voltou ao mercado. 
4.3 Tendências e perspectivas futuras
Acerca da legislação que rege o esporte, houve, em 22/06/2023 o sancionamento da lei nº 14.597/2023, conhecida como Lei Geral do Esporte (LGE), que marca uma nova etapa do esporte brasileiro e visa corrigir lacunas deixadas pela legislação anterior. O presidente vetou a completa revogação da lei Pelé e da Lei de Incentivo ao Esporte, mas sancionou a completa revogação do Estatuto do Torcedor (lei nº 10.671/03) e da lei do Bolsa Atleta (lei nº 10.891/04).
O texto original da lei previa a flexibilização da cláusula compensatória, passando a determinar que caso o atleta demitido firmasse novo contrato em prazo curto, o antigo clube deveria pagar apenas a diferença entre os salários como medida compensatória, não mais a integralidade dos salários até o término do contrato, e caso o salário no novo clube fosse maior, a dívida seria anulada. O trecho que causou comoção e protesto por parte dos atletas de futebol, foi vetado pelo presidente (FARIA; RIBEIRO, 2023).
Houve diversos vetos que alteraram o escopo inicial do projeto, como a criação da ANESPORTE, entidade de combate à discriminação. Dentre as principais alterações da LGE, está o fato de os clubes poderem receberem recursos oriundos da exploração de loterias esportivas:
As organizações esportivas que receberem recursos oriundos da exploração de concursos de prognósticos, sorteios e loterias administrarão esses recursos em consonância com os princípios gerais da administração pública, podendo empregá-los diretamente ou de forma descentralizada por meio das organizações que compõem seus respectivos subsistemas, e serão fiscalizadas, nessa atividade, pelo Tribunal de Contas da União (BRASIL, 2023, art. 34).
Além disso, regulamenta a sistemática de eleição de mandatários, limitando os mandatos a 4 anos (art. 36), e define que os mandatários e dirigentes respondem de forma solidária e ilimitada pelos atos ilícitos e danos causados durante a sua gestão (art. 66), o que pode encaminhar para gestões mais responsáveis e menos onerosas para as instituições.
As torcidas organizadas deverão manter registro de todos os membros, sua atuação é regulada pela lei, e seus dirigentes responderão, com patrimonio próprio, inclusive, pelos danos causados durante os jogos ou em razão deles (art. 178; § 6º). A LGE regula também a participação e comportamento dos torcedores em campo, bem como institui punições para as transgressões, comuns em eventos de futebol:
Art. 179. É obrigação do poder público em todos os níveis, das organizações esportivas, dos torcedores e dos espectadores de eventos esportivos promover e manter a paz no esporte. Parágrafo único. Os promotores de eventos esportivos, assim considerados todos os envolvidos na organização da referida atividade, respondem pela prevenção da violência nos eventos que promovam. Art. 180. Os juizados do torcedor, órgãos da justiça comum com competência cível e criminal, poderão ser criados pelos Estados e pelo Distrito Federal para o processamento, o julgamento e a execução das causas decorrentes das atividades reguladas nesta Lei. (BRASIL, 2023)
Por fim, a LGE regula sobre os contratos de atletas, dispõe sobre os direitos e deveres dos atletas, bem como sobre sua proteção, e aborda os deveres das entidades desportivas, determinando que essas deverão registrar o atleta com quem possui vínculo desportivo, proporcionar condições necessárias para o desempenho atlético, realizar exames clínicos periódicos, proporcionar condições de trabalho, contratar seguro de vida de prêmio no mínimo do mesmo valor de seu salário mensal, entre outros pontos (BRASIL, 2023, art. 84).
No que tange ao contrato de trabalho dos atletas, fica determinado que o contrato é regulado pelas normas legais, acordos e convenções coletivas, cláusulas do contrato e pela legislação trabalhista e previdenciária geral, subsidiariamente (art. 85). A multa rescisória do atleta fica limitada a 2000 vezes seu salário para transferências nacionais e sem limite para transferências internacionais (art. 86). A LGE reduziu de três para dois, a quantidade de salários em atraso para ensejar rescisão contratual unilateral (art. 88), e proíbe a distinção e cláusulas específicas em relação a atletas mulheres e gestação e licença-maternidade. Nestes casos, a mulher não pode ser privada ou impedida de se tornar gestante, nem deve ser submetida a regramento especial (art. 86; § 10. ).
Por fim, considera-se que a nova lei do esporte é amplamente abrangente, não versa apenas sobre as relações do futebol de alto nível, e seus impactos serão plenamente conhecidos no futuro, quando for verificado como serão aplicadas e fiscalizadas as determinações da LGE, mormente na questão da responsabilização de torcedores e dirigentes por danos causados, visto que as gestões lesivas ao clube e as depredações e conflitos envolvendo as torcidasorganizadas são dois dos temas mais discutidos no futebol.
5. CONCLUSÃO
Discutidos todos os assuntos pertinentes à presente pesquisa, a presente seção apresentará as considerações finais da pesquisa. O objetivo geral do trabalho foi compreender as questões controversas em contratos de trabalho de jogadores de futebol profissional. Por meio da pesquisa foi possível compreender que os contratos de jogadores de futebol de alto nível (jogadores da Série A) são objeto de um amplo regramento especial, não havendo ampla distinção e questões legais que causem controvérsias. Porém, as questões mais debatidas são a incidência de adicional noturno, natureza trabalhista do contrato de direito de imagem, disputas relacionadas à transferência de jogadores, ampla subordinação do empregado ao empregador, que é livre para impor clausulas restritivas à vida pessoal do atleta em aspectos como sono, atividade sexual, entre outros.
5.1 Sínteses dos resultados obtidos
Por meio da pesquisa ficou verificado que o contrato de jogador de futebol, possui contrato de trabalho especial, regrado por legislação própria, lei Pelé e a nova LGE, convenções coletivas e pelas próprias disposições contratuais que sejam fruto de práticas habitualmente aceitas no desporto. 
Dentre os casos judiciais mais relevantes do desporto recente, destaca-se o caso Bosman, em que o litígio iniciado pelo atleta gerou ampla repercussão na administração do futebol europeu, e como resultado, foram alteradas as regras administrativas acerca da transferência de atletas no interior do continente, extinguindo o “passe”, e iniciou discussões acerca da proteção aos times formadores de atletas e times pequenos, com vistas em equilíbrio e competitividade no esporte.
No Brasil, a decisão judicial recente que impactou o mercado foi a decisão do STJ no 1.937.846/RJ, que anulou a sanção do BACEN ao Flamengo, que era pautada na dúvida acerca de possíveis irregularidades em transferências realizadas em moeda estrangeira.
Por fim, a nova LGE é um dispositivo legal recente, cujos impactos não são plenamente conhecidos, mas as determinações trazem amplas alterações para o esporte, mormente na responsabilização de dirigentes e torcedores que adotarem postura danosa ao clube, desporto e aos estádios. 
5.2 Contribuições do estudo
Por meio da presente pesquisa foi possível revisar as características gerais do futebol de alto nível no Brasil, verificar as questões mais controversas e objeto de discussões nos contratos dos jogadores e discutir impactos das decisões judiciais no esporte.
5.3 Recomendações para futuras pesquisas
Dada a recente promulgação da LGE, recomenda-se que sejam realizados novos estudos acerca de seus impactos na gestão do futebol, no comportamento das torcidas e nos impactos que as alterações contratuais poderão exercer sobre as práticas do futebol.
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