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20220315 - CASO 04 - HABEAS DATA

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CASO 04 
HABEAS DATA 
SIMULADA CONSTITUCIONAL 
 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de 
movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. 
Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas 
ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados 
pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, 
organizados por agentes federais. Após longos anos, no ano de 2010, Tício 
requereu ACESSO à sua FICHA DE INFORMAÇÕES PESSOAIS, tendo o seu 
pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último 
ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato 
decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do 
Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão 
indisponíveis para todos os cidadãos. Tício, inconformado, procura 
aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe 
apresentar ação judicial para acessar os dados do seu tio. Na qualidade de 
advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando: 
a) competência do Juízo ➔ art. 105, inciso I, letra “b” CF ➔ STJ; 
b) legitimidade ativa e PASSIVA ➔ autoridade coatora ➔ Ministro de Estado...; 
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; 
➔ direito à informação: art 5º, XXXIII da CF 
➔ habeas data: art. 5º, LXXII, letra “a” da CF 
➔ 9507/97 – lei de habeas data (art. 7º, inciso I) 
d) os requisitos formais da peça inaugural ➔ os mesmos do 319 CPC 
conforme preceitua art. 8º caput da lei 9507/97 
 morfologia da peça... 
 
 
ROTEIRO DE PETIÇÃO 
 
1. Endereçamento ➔ STJ 
2. Qualificação legitimado ativo ➔ Tício 
3. Advogado ➔ 77, V - CPC 
4. Fundamentação instrumental ➔ 5º, LXXII, “a” da CF e art. 7º, inciso I 
da lei 9507/97 
5. Verbo ➔ IMPETRAR 
6. Nome da peça ➔ habeas data 
7. Qualificação legitimado passivo (AUTORIDADE COATORA) 
a. ➔ Ministro de Estado... 
8. Fatos ➔ breve síntese do caso concreto 
9. Fundamentos ➔ art. 5º, XXXIII CF - direito à informação 
a. Obs. 2: dignidade pessoa humana – art. 1º, inciso III - CF 
10. Pedidos 
a. Informações ao coator 
b. MP 
c. Procedência 
d. Obs.: art. 21 da lei 9507/97 
11. Provas 
a. 369 CPC 
b. Art. 8º lei 9507/97 
12. Valor da causa 
a. Valor genérico (R$ ...,...) 
13. fechamento 
 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Superior Tribunal de 
Justiça (art. 105, I, b – CF) 
 
(10 linhas) 
 
 
 
 TÍCIO..., brasileiro, casado, engenheiro, RG..., CPF..., 
endereço eletrônico..., endereço completo..., por seu advogado... com 
endereço completo... que informa em atenção ao artigo 77, inciso V do CPC, 
com fulcro no art. 5°, inciso LXXII, alínea “a” da CF e art. 7º, inciso I da lei 
9507/97 vem com o maior respeito à presença deste Juízo, IMPETRAR o 
presente: 
 
AÇÃO CONSTITUCIONAL DE HABEAS DATA 
 
 Em razão de ato denegatório de acesso às informações 
pessoais do impetrante praticado pelo i. Ministro de Estado de Defesa..., 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., endereço 
eletrônico..., endereço completo..., a quem indica desde já como 
Autoridade Coatora. 
 
PREAMBULARMENTE 
Advogado e publicações 
 Requer que as publicações se procedam exclusivamente em 
nome do advogado... com escritório situado no endereço completo... que 
informa em atenção ao artigo 77, inciso V do Código de Processo Civil. 
 
 
DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
 O impetrante participou na década de 70 de 
movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por 
força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas 
ocasiões, preso para averiguações. 
 
 Requereu reiteradamente acesso à sua ficha de 
informações, tendo o seu pedido sido indeferido, em todas as instâncias 
administrativas. 
 
 O último e derradeiro indeferimento do pedido de 
acesso à mencionada ficha de informações pessoais foi praticado por ato 
do Ministro de Estado de Defesa, a quem indica desde já como autoridade 
coatora, que lastreou seu ato decisório, na suposta necessidade de 
preservação do sigilo das atividades do Estado. 
Aqui começamos os argumentos de cunho valorativo, axiológico, causa de pedir próxima, que dá ensejo 
aos pedidos que serão formulados, pretensão jurídica do impetrante 
 Data maxima venia, o indeferimento acima citado não 
merece prosperar e configura ato incompatível com o Direito e com a 
dignidade do impetrante eis que o acesso do cidadão ÀS SUAS 
INFORMAÇÕES PESSOAIS é direito constitucionalmente garantido, 
conforme dispõe o art. 5º, inciso XXXIII, in verbis: 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
INFORMAÇÕES DE SEU INTERESSE PARTICULAR, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena 
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado 
 
 No mesmo sentido a lei 12.527/11: 
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, 
entre outros, os direitos de obter: 
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de 
acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou 
obtida a informação almejada; 
II - informação contida em registros ou documentos, produzidos 
ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não 
a arquivos públicos; 
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou 
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus 
órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; 
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; 
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e 
entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e 
serviços; 
VI - informação pertinente à administração do patrimônio 
público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos 
administrativos; e 
VII - informação relativa: 
 a) à implementação, acompanhamento e resultados dos 
programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, 
bem como metas e indicadores propostos; 
 b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e 
tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e 
externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios 
anteriores. 
 
 Diante da inviabilização do acesso às informações, outro 
resultado não serve ao impetrante diverso do manejo do presente remédio 
constitucional, conforme preceitua o artigo 5°, inciso LXXII, letra “a” da CF: 
LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à 
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
 No mesmo sentido dispõe a lei 9507/97 em seu artigo 
7º, inciso I: 
Art. 7° Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à 
pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados 
de entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de 
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável 
e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
 
 Pelo exposto, mister se faz o deferimento da ordem para 
conceder acesso às informações constantes da ficha pessoal do impetrante. 
 
 Dos pedidos: 
 
 Diante do narrado vem requerer: 
 
1. A notificação da autoridade coatora para prestar 
informações conforme art. 9 da lei 9507/97; 
2. Intimação do MP para que proceda ao necessário 
parecer conforme preceitua o art. 12 da lei 9507/97; 
3. Procedência do presente Habeas Datapara conceder 
a ordem assegurando ao impetrante ACESSO às 
informações de seu interesse na forma do art. 13, 
inciso I da lei 9507/97. 
 
Ausente o item da sucumbência➔ Ver art. 21 da lei 9507/97 
 
 DAS PROVAS 
 
 Requer provar o alegado por todos os meios de prova 
em direito admitidos na forma do art. 369 do CPC. 
 Informa ainda que instrui o presente com prova 
documental PRÉ-CONSTITUÍDA atendendo ao comando do art. 8º, 
parágrafo único, inciso I da lei 9507/97. 
 
 Atribui à causa o valor de R$...,... . 
 
Pede deferimento. 
 
Local... data... 
Advogado... 
OAB/UF n.º:... 
 
 
 
 
Complemento 
 
Universidades (públicas ou privadas) 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 116.026 - RJ (2011/0037283-8) RELATOR : MINISTRO 
HAMILTON CARVALHIDO SUSCITANTE : JUÍZO DE DIREITO DE ITAPERUNA - RJ 
SUSCITADO : JUÍZO FEDERAL DE ITAPERUNA - SJ/RJ INTERES. : ANTÔNIO CÂNDIDO DA 
SILVA FILHO ADVOGADO : SORAYA GONÇALVES DA SILVA INTERES. : REITOR DA 
UNIVERSIDADE DE NOVA IGUAÇU - UNIG DECISÃO Conflito de competência em que 
são partes o Juízo de Direito de Itaperuna, suscitante, e o Juízo Federal de Itaperuna, 
suscitado, que se declaram incompetentes para processar e julgar mandado de 
segurança impetrado por Antônio Cândido da Silva Filho contra ato do Reitor da 
Universidade de Nova Iguaçu. Ajuizada a ação no Juízo Federal, este declinou de sua 
competência, firme em que "Vemos narrada a situação de um aluno que se vê 
impedido de realizar a matrícula em período mais avançado, em decorrência da 
reprovação em disciplina integrante do período anterior, insurgindo-se em face da 
forma de condução da avaliação e lançamento de notas. Trata-se de ato tipicamente 
de gestão, onde não existe a delegação"(fl. 57). O Juízo Estadual, de seu lado, suscitou 
o presente conflito de competência, ao argumento de que:"Considerando a narrativa 
constante na petição inicial do presente mandado de segurança, isto é, a ocorrência 
de supostos atos ilegais praticados pela autoridade impetrada no sentido de impedir a 
matrícula do impetrante no período subsequente, bem como em virtude de o 
impetrante afirmar eventual descumprimento do Regimento Geral praticado pelo 
Reitor (autoridade apontada como coatora), entende este Juízo que a competência 
para o processamento e julgamento do mandado de segurança é da Justiça Federal. 
Não se pode olvidar que na hipótese tratada nestes autos não se discute meramente 
atos de gestão administrativa, mas sim atos tipicamente de ensino, uma vez que se 
questiona a correta aplicação do Regimento Geral, especialmente quanto à alteração 
de grade curricular efetuada pela Instituição que impede o aluno cursar o 9º período 
quando não aprovado nas matérias ministradas nos períodos anteriores.(...)"(fl. 1). 
Tudo visto e examinado, decido. Em sede de mandado de segurança, a competência 
se fixa em razão da função ou do cargo da autoridade apontada como coatora, pouco 
importando a natureza jurídica da matéria deduzida em juízo. Sobre a matéria, vale 
invocar a sempre profícua lição de Hely Lopes Meirelles: "A competência para julgar 
mandado de segurança define-se pela categoria da autoridade coatora e pela sua 
sede funcional (...). Para a fixação do juízo competente em mandado de segurança 
não interessa a natureza do ato impugnado; o que importa é a sede da autoridade 
coatora e sua categoria funcional, reconhecida nas normas de organização judiciária 
pertinentes."(in Mandado de Segurança, 18ª edição, Malheiros Editores, págs. 62/63). 
In casu, cuida-se de mandado de segurança impetrado contra a Universidade de Nova 
Iguaçu, instituição privada de ensino superior que compõe o sistema federal de 
ensino, nos termos da Lei Federal nº 9.394/96, que contém as Diretrizes e Bases da 
Educação, verbis:"Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: I – as instituições 
de ensino mantidas pela União; II – as instituições de educação superior criadas e 
mantidas pela iniciativa privada; III – os órgãos federais de educação. Art. 17. Os 
sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem: I – as instituições 
de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo Distrito 
Federal; II – as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público 
municipal; III – as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela 
iniciativa privada; IV – os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, 
respectivamente." Trata-se, assim, de mandado de segurança impetrado contra 
dirigente de Instituição Particular de Ensino Superior que integra o sistema federal de 
ensino e age por delegação da União, sendo forçoso, assim, afirmar a competência da 
Justiça Federal para processar e julgar o mandamus, diante do disposto no artigo 109, 
inciso VIII, da Constituição da República:"Art. 109. Aos juízes federais compete 
processar e julgar:(...) VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato 
de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;" 
Nesse sentido, colhem-se reiterados precedentes deste Superior Tribunal de Justiça, 
dos quais extraio os seguintes:"PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE 
COMPETÊNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DE DIRETOR DE FACULDADE 
PRIVADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Cinge-se a controvérsia em definir o 
juízo competente para processar e julgar mandado de segurança impetrado contra 
ato de Diretor de faculdade privada, que impediu a re-matrícula do impetrante em 
seu curso de graduação. 2. O Juízo de Direito declinou da competência ao argumento 
de que"tratando-se de mandado de segurança impetrado contra ato de Diretor de 
faculdade particular de ensino, que atua por delegação do Poder Público Federal, a 
competência para o julgamento do writ é da Justiça Federal, nos termos do art. 109, 
inciso VIII, da Constituição Federal". 3. O Juízo Federal suscitou o presente conflito 
aduzindo que o artigo 2º, da Lei nº 12.016/09"restringe a atuação da autoridade 
apontada como coatora para que seja considerada como 'federal' aquela autoridade 
de que emanem atos que tenham consequência patrimonial a ser suportada pela 
União Federal ou por entidade por ela controlada". 4. A alteração trazida pela Lei nº 
12.016/09 com relação ao conceito de autoridade federal em nada altera o 
entendimento há muito sedimentado nesta Corte acerca da competência para 
julgamento de mandado de segurança, já que não houve modificação substancial na 
mens legis. 5. O mero confronto dos textos é suficiente para corroborar a assertiva. O 
artigo 2º da nova lei define"autoridade federal"para fins de impetração do 
mandamus, nos seguintes termos:"Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as 
consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado 
houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada". 6. Já o artigo 
2º da Lei nº 1.533/51 dispunha:"Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as 
consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado 
houverem de ser suportadas pela União Federal ou pelas entidades autárquicas 
federais". 7. Permanece inalterado o critério definidor da competência para o 
julgamento de mandado de segurança, em que se leva em conta a natureza das 
pessoas envolvidas na relação processual, ratione personae, sendo irrelevante, para 
esse efeito e ressalvadas as exceções mencionadas no texto constitucional, a natureza 
da controvérsia sob o ponto de vista do direito material ou do pedido formulado na 
demanda. 8. Nos processos em que envolvem o ensino superior, são possíveis as 
seguintes conclusões: a) mandado de segurança - a competência será federal quando 
a impetração voltar-se contra ato de dirigente de universidade pública federal ou de 
universidade particular; ao revés, a competência será estadual quando o mandamus 
for impetrado contra dirigentes de universidades públicas estaduais e municipais, 
componentes do sistema estadual de ensino; b) ações de conhecimento, cautelaresou quaisquer outras de rito especial que não o mandado de segurança - a 
competência será federal quando a ação indicar no pólo passivo a União Federal ou 
quaisquer de suas autarquias (art. 109, I, da Constituição da República); será de 
competência estadual, entretanto, quando o ajuizamento voltar-se contra entidade 
estadual, municipal ou contra instituição particular de ensino. 9. Na hipótese, cuida-se 
de mandado se segurança impetrado por aluno com o fim de efetivar sua re-matrícula 
na Faculdade de Administração da FAGEP/UNOPAR – entidade particular de ensino 
superior – o que evidencia a competência da Justiça Federal. 10. Conflito negativo de 
competência conhecido para declarar a competência do Juízo Federal, o suscitante." 
(CC 108.466/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
10/02/2010, DJe 01/03/2010). "AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE 
COMPETÊNCIA. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO PRATICADO POR 
DIRIGENTE DE COMPANHIA DE DOCAS. DELEGAÇÃO DA UNIÃO. COMPETÊNCIA 
ESTABELECIDA NO ART. 109,VIII, DA CONSTITUIÇÃO. CABE AO JUÍZO FEDERAL 
VERIFICAR A EXISTÊNCIA DE ATO DE GESTÃO OU DE IMPÉRIO E, ASSIM, O CABIMENTO 
DO MANDAMUS. FALTA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DA 
DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. AGRAVO NÃO-CONHECIDO. 1. O agravante 
não impugnou, na petição de agravo regimental, o fundamento central da decisão 
agravada, segundo o qual,"em se tratando de mandado de segurança contra ato de 
dirigente de Companhia de Docas, cabe ao Juízo Federal examinar a existência de ato 
de império ou ato de gestão e, assim, decidir se há ou não ato coator a ensejar o 
mandamus, o que implicará, se for o caso, a extinção do processo sem julgamento de 
mérito". Na ocasião, entendeu-se que"compete à Justiça Federal decidir da 
admissibilidade de mandado de segurança impetrado contra atos de dirigentes de 
pessoas privadas, ao argumento de estarem agindo por delegação do poder público 
federal"(Súmula 60/TFR, grifou-se). Destarte,"se porventura tratar-se de mero ato de 
gestão, será o caso de extinção do processo ante a impropriedade da via eleita, e não 
de remessa à Justiça Estadual"(fl. 33). 2. Esta é a jurisprudência firmada no Superior 
Tribunal de Justiça. Com efeito," compete à Justiça Federal processar e julgar 
mandado de segurança quando a autoridade apontada como coatora for autoridade 
federal (CF, art. 109, VIII), considerando-se como tal também o agente de entidade 
particular investido de delegação pela União(situação do dirigente de entidade de 
ensino superior). Nesse último caso, entende-se que é logicamente inconcebível 
hipótese de competência estadual, já que, de duas uma: ou o ato é de 
autoridade(caso em que se tratará de autoridade federal delegada, sujeita à 
competência federal), ou o ato é de particular, e não ato de autoridade (caso em que 
o mandado de segurança será incabível), e só quem pode decidir a respeito é o juiz 
federal (súmula 60/TFR)"(CC 94.024, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 11.4.2008, 
grifou-se). Nesse sentido, ademais, os seguintes precedentes: CC 72.981/MG, 1ª 
Seção, Rel. Min. Humberto Martins, DJ de 16.4.2007; CC 16.314/ES, 1ª Seção, Rel. 
Min. Garcia Vieira, DJ de 6.10.1997; CC 54.854/SP, 1ª Seção, Rel. Min. José Delgado, 
DJ de 13.3.2006. 3. Revela-se inviável a apreciação de agravo regimental cujas razões 
não atacam especificamente os fundamentos da decisão agravada. Aplicação do 
princípio consolidado na Súmula 182 do STJ. 4. Agravo regimental não-conhecido." 
(AgRg no CC 80.270/PA, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
25/03/2009, DJe 04/05/2009)."CONFLITO DE COMPETÊNCIA. MANDADO DE 
SEGURANÇA. INSTITUIÇÃO PRIVADA DE ENSINO SUPERIOR. COLAÇÃO DE GRAU. 
DELEGAÇÃO FEDERAL. 1. Hipótese em que a Justiça Federal e a Justiça Estadual 
discutem a competência para processamento e julgamento de Mandado de Segurança 
impetrado contra ato de dirigente da Faculdade de Direito de Joinville - Associação 
Catarinense de Ensino, que impediu colação de grau da impetrante. 2. A partir do 
julgamento do Conflito de Competência 35.972/SP, a Primeira Seção decidiu que o 
critério definidor da competência da Justiça Federal é, em regra, ratione personae, 
isto é, leva em consideração a natureza das pessoas envolvidas na relação processual. 
3. Excetuam-se os casos de Mandado de Segurança impetrados contra atos de 
dirigente de instituição privada de ensino superior, que age por delegação federal 
(art. 16, inciso II, da Lei 9.394/96). 4."Mandado de segurança - a competência será 
federal quando a impetração voltar-se contra ato de dirigente de universidade pública 
federal ou de universidade particular; ao revés, a competência será estadual quando o 
mandamus for impetrado contra dirigentes de universidades públicas estaduais e 
municipais, componentes do sistema estadual de ensino"(REsp 373.904/RS, Rel. 
Ministro CASTRO MEIRA, DJ de 09.05.2005). 5. Conflito de Competência conhecido 
para declarar a competência do Juízo Federal da 4ª Vara de Joinville SJ/SC, o 
suscitado." (CC 52.324/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 13/12/2006, DJ 01/10/2007 p. 199). "CONFLITO DE COMPETÊNCIA. 
MANDADO DE SEGURANÇA. MATRÍCULA EM INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ENSINO 
SUPERIOR. EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DELEGADA DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
FEDERAL. 1. A competência cível da Justiça Federal é definida ratione personae, sendo 
irrelevante a natureza da controvérsia posta à apreciação. Não figurando, em 
qualquer dos pólos da relação processual, a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal, a justificar a apreciação da lide pela Justiça Federal, impõe-se rejeitar 
a sua competência. 2. Entretanto, tratando-se de mandado de segurança, a 
competência para apreciar a lide é determinada pela hierarquia funcional da 
autoridade coatora. Desta forma, a autoridade de instituição privada no exercício de 
função federal delegada sujeita-se ao crivo da Justiça Federal desde que o ato não 
seja de simples gestão, mas de delegação, competindo à Justiça federal decidir sobre 
admissibilidade da impetração. 3. Versando a causa sobre o indeferimento de 
matrícula em estabelecimento particular de ensino superior, este estará no exercício 
de função delegada da União, devendo a ação ser ajuizada perante a Justiça Federal. 
4. Hipótese em que a impetrante impugna o indeferimento de matrícula em 
instituição particular de ensino superior, tendo em vista a ausência de comprovação 
de conclusão do segundo grau. 5. Conflito conhecido para declarar competente o 
Juízo Federal da 2ª Vara de Itajaí - SJ/SC, o suscitante (CPC, art. 120, parágrafoúnico)." 
(CC 40.512/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/03/2004, DJ 
05/04/2004 p. 190). Pelo exposto, com fundamento no artigo 120, parágrafo único, 
do Código de Processo Civil, conheço do conflito para declarar competente o Juízo 
Federal de Itaperuna, o suscitado. Publique-se. Intimem-se. Brasília, 18 de abril de 
2011. Ministro Hamilton Carvalhido, Relator 
(STJ - CC: 116026, Relator: Ministro HAMILTON CARVALHIDO, Data de Publicação: DJ 
27/04/2011)

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