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Objetivo e Princípios da Lei de Falências e Recuperação de Empresas

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Empresarial III
Resumo: Objetivo e Princípios da Lei de Falências e Recuperação de Empresas. 
O estudo dos princípios revela o verdadeiro espirito da lei, por isso é de suma importância o estudo destes. E entender os objetivos buscados pelo legislador, materializados nos princípios, é requisito fundamental para interpretar uma lei. 
1. Preservação da empresa
É o principio base da LFRE, pois a empresa é a essência da economia de mercado e cumpre relevante valor social. Tal principio está materializado nos regimes recuperatórios previstos em lei: a recuperação judicial, a extrajudicial e etc. Além de estar em vários dispositivos espalhados pela lei, que servem como auxilio na viabilização dos regimes recuperatórios, como a existência do saty period. 
2. Retirada do mercado da Empresa Inviável
Nem toda empresa merece ser preservada, porque não há necessidade de se manter uma empresa a todo custo, pois uma vez que os agentes econômicos que exploram a atividade não estão aptos a gerar riqueza e podem prejudicar a oferta de crédito, pela segurança e a confiabilidade do trafico mercantil, a empresa deve ser retirada do mercado para o bem da economia e para evitar a criação de maiores problemas. Pois a recuperação somente se justifica se o resultado da equação da organização da empresa for positivo para todos os envolvidos. Sendo assim somente passível de recuperação a empresa economicamente viável.
3. Participação ativa dos credores
Os credores tem um papel de destaque na LFRE, tanto na recuperação judicial quanto na extrajudicial, além da falência também. Cabe aos credores da empresa em dificuldades o poder de julgar a viabilidade da empresa, aceitando o plano de recuperação, mesmo na extrajudicial na qual a adesão ao regime é facultativa. Mesmo nas hipóteses de cram down verifica-se a importância da adesão dos credores ao plano.
4. Separação dos conceitos de “empresa” e “empresário”
Empresa é a atividade organizada e exercida profissionalmente para a produção ou circulação de bens e serviços, enquanto empresário é quem exerce a atividade em nome próprio, podendo ser pessoa física ou jurídica. A lei quer proteger a atividade, não o devedor, e o faz prevendo diversas hipóteses de transferência dos estabelecimentos do devedor.
5. Redução do custo de crédito
Vários artigos da LFRE regram direitos especiais para as instituições financeiras, fazendo com que os riscos sejam reduzidos quando comparado com os que elas normalmente enfrentariam em suas operações de credito, motivo pelo qual podem cobrar juros proporcionalmente mais baixos do empresariado.
6. Proteção ao trabalhador
Para proteger o trabalhador da empresa em crise, em vários dispositivos, o legislador classifica o credito trabalhista como o primeiro entre os créditos concursais, principalmente em razão da natureza alimentar do salário e da hipossuficiência do trabalhador. Podendo ainda o crédito trabalhista cedido a terceiro ser rebaixado do 1º para o 6º lugar na classe quirografária, para não haver a tentação do trabalhador de alienar seu credito com abusivo deságio.
7. Preservação e maximização dos ativos do falido
Para aumentar a chance de recuperação da empresa e para atender o maior numero de credores possíveis são os mecanismos usados pela LFRE para assegurar a obtenção do máximo valor possível pelos ativos do falido a) evitando a deterioração provocada pela demora excessiva do processo, b) priorizando venda de empresa em blocos, c) dando a possibilidade de celebrar contratos que gerem renda a partir da exploração da massa falida. 
8. Celeridade, eficiência e economia processual 
Tal principio prescreve que as normas procedimentais sejam aplicadas e interpretadas de modo a privilegiar uma condução ágil, adequada e econômica dos regimes falimentar e recuperatórios.
9. Outros princípios
Segurança jurídica e previsibilidade (seus efeitos devem ser objetivos e claros); favorecimento das empresas de menor porte (simplificação da recuperação para empresas desse tipo); e rigor na punição dos crimes falimentares e recuperatórios (fundamental para coibir fraudulentos) são os demais princípios abordados pela LFRE, porem é notado que nem sempre será possível atende-los de forma harmônica e conjunta, pois as vezes virão a entrar em conflito entre si, cabendo então ao interprete decidir pesando-os e levando em consideração o caso concreto.

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