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Infectologia – Amanda Longo Louzada 1 SÍNDROMES FEBRIS DENGUE: AGENTE ETIOLÓGICO: Flavivírus (RNA) Sorotipos DEN 1, 2, 3 e 4 (ao ter a doença por um sorotipo cria imunidade permanente contra o sorotipo, mas continua suscetível aos outros sorotipos) Infecções sequenciais aumentam o risco de forma graves VETOR: Aedes aegypti PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 3 a 15 dias CLÍNICA: Caso Suspeito: Febre maior que 38ºC de início súbito + dois ou mais critérios: Mialgia intensa e dor retro-orbital Artralgia leve Rash (início entre o 3º e o 6º dia), é menos frequente Petequias ou prova do laço positiva Vômitos Leucopenia Evolução: melhora da febre entre o 3º e o 4º, quando a febre começa a melhorar é o período mais vulnerável, onde pode aparecer sinais de alarme Dengue com Sinais de Alarme: tem que internar o paciente Casos suspeito + 1 ou mais sinais de alarme: Aumento do hematócrito – extravasamento plasmático Lipotimia (hipotensão postural) – extravasamento plasmático Ascite – extravasamento plasmático Derrame pleural – extravasamento plasmático Derrame pericárdico – extravasamento plasmático Dor abdominal intensa – disfunção orgânica leve Vômitos persistentes – disfunção orgânica leve Hepatomegalia > 2 cm – disfunção orgânica leve Letargia\ irritabilidade -– disfunção orgânica leve Sangramento de mucosas – plaquetopenia Dengue Grave: Caso suspeito + 1 ou mais sinais de gravidade Diminuição da PA ou PA convergente (diferença menor que 20 mmHg – choque hipovolêmico Pulso fino e rápido – choque hipovolêmico Periferia com TEC > 2 segundos, com extremidades frias – choque hipovolêmico Encefalite – falência orgânica Miocardite – falência orgânica Hepatite – falência orgânica Sangramento grave (TGI ou SNC) DIAGNÓSTICO: Isolamento viral: durante o período de viremia (até o 5º dia), busca o antígeno NS1 (é melhor para achar até o 3º dia) Sorologia: pode ser feito após soroconversão (a partir do 6º dia) ELISA IgM positivo (confirma o diagnóstico) Indicações de solicitação desses exames: Durante períodos de epidemia deve solicitar apenas para os grupos C e D Fora do período de epidemias pode ser solicitado para todos Prova do Laço: não dá diagnóstico de dengue Dever ser feito em todos os pacientes com suspeita de dengue, desde que não tenha manifestação hemorrágica É feito para avaliar a fragilidade capilar (risco de sangramento) Técnica: 1º - Calcula a média da PA = (PAS + PAD)\2. Atenção: é a média da pressão arterial, e não a pressão arterial média Mantem o manguito insuflado na média das pressões, por 3 minutos em crianças e 5 minutos em adultos Desenhar no antebraço, 1 quadrado com 2,5 cm de lado, após o fim 3 ou 5 minutos, onde tiver mais petéquias Positivo: 10 ou mais petéquias em crianças ou 20 ou mais petéquias em adultos dentro do quadrado TRATAMENTO: Sintomáticos: paracetamol ou dipirona Não prescrever AINE ou AAS Grupo A: Acompanhamento ambulatorial Hidratação oral 60 ml/kg/dia, sendo 1/3 contendo sais de reidratarão oral e 2/3 restantes formados por líquidos caseiros, tais como água, sucos de Infectologia – Amanda Longo Louzada 2 SÍNDROMES FEBRIS frutas naturais, chás e água de coco, manter a hidratação até que esteja 48 horas afebril Orientar o paciente sobre os sinais de alarme e que caso apresente um deve ser reavaliado Grupo B: Componentes do Grupo: < 2 anos > 50 anos Paciente com sangramento de pele Gestante Pacientes com comorbidades Pacientes com risco social Deve coletar hemograma (deve sair em até 2 horas) e aguardar o resultado na unidade de saúde, dependendo do resultado ele vai ser reclassificado Hidratação oral supervisionada na unidade de atendimento igual à do grupo A, iniciar antes do resultado do hemograma: Se hematócrito normal deve conduzir como grupo A e se tiver aumentado (Htc >38%) deve conduzir como grupo C Grupo C: paciente com pelo menos 1 sinal de alarme Paciente fica internado em leito de enfermaria ou de observação Hidratação com soro fisiológico ou Ringer Lactato 20 ml/kg em 2 horas ou 10 ml\kg\h, podendo ser repetida até 3 vezes Caso haja piora clínica e laboratorial, conduzir como Grupo D. Grupo D: paciente com pelo menos 1 sinal de gravidade Paciente deve ficar internado na UTI Fase de Expansão: SF a 0,9%, ou Ringer lactato- 20 ml/kg em até 20 min em bolus, com reavaliação clínica contínua, se necessário, repetir por até 3 vezes. Se o paciente não melhorar pode fazer noradrenalina ou albumina CHIKUNGUNYA: AGENTE ETIOLÓGICO: Togavírus VETOR: Aedes aegypti FASES: Aguda (3 – 10 dias): Clínica: “ Febre articular” artralgia\artrite simétrica e distal (mãos, pés e punhos) Febre alta > 38ºC Exantema maculopapular pruriginoso é menos frequente de aparecer, mas se ocorrer aparece entre o 2º e o 4º dia Diagnóstico: Até o 5º dia: PCR A partir do 6º dia: sorologia IgM e linfopenia Conduta: Repouso Analgesia com paracetamol ou dipirona Crioterapia de 6\6h ou de 8\8h Em casos refratários pode ser feito opioides Não prescrever AINE e AAS Fisiterapia Subaguda (até 3 meses): Clínica: retorno ou manutenção da artralgia Diagnóstico: sorologia IgG Conduta: prednisona Crônica (> 3 meses): Clínica: deformidade articulares Mais comum em mulheres com 45 anos ou mais e com artropatia prévia Diagnóstico: sorologia IgG Tratamento: Hidroxicloroquina ZIKA VÍRUS: Possui transmissão sexual Associado a síndrome congênita CLÍNICA: Febre ausente ou baixa (até 38ºC) Exantema maculopapular pruriginoso é mais frequente, aparece entre o 1º e o 2º dia Conjuntivite não purulenta FEBRE AMARELA: AGENTE ETIOLÓGICO: Flavivírus (RNA) VETOR: Ciclo Silvestre: Haemagogus e Sabethes Hospedeiro: macaco (sentinela de epizootias) Hospedeiro Acidental: humano Ciclo Urbano: Aedes aegypti Hospedeiro: humano Brasil não registra casos desde 1942 CLÍNICA: Forma leve: corresponde a 90% dos casos, o paciente apresenta apenas síndrome febril + sinal de Faget (febre alta com frequência Infectologia – Amanda Longo Louzada 3 SÍNDROMES FEBRIS cardíaca normal ou diminuído) + ecoturismo recente Forma Grave: ocorre em 10% dos casos Lesão hepatorrenal Tríade: icterícia + hematêmese + oligúria ALT (TGP) < AST (TGO) DIAGNÓSTICO: Isolamento viral: deve ser feito no período de viremia (até o 5º dia) Sorologia ELISA IgM: após soroconversão (a partir do 6º dia) TRATAMENTO: Suporte LEPTOSPIROSE: AGENTE ETIOLÓGICO: Leptospira interrogans (epsiroqueta) RESERVATÓRIO: Rim de ratos e camundongos TRANSMISSÃO: Contato com água contaminada por horas (enchentes) FATORES DE RISCO: Trabalhadores de esgoto Trabalhadores de construção civil CLÍNICA: Forma anictérica: febre + sufusão conjuntival + mialgia de panturrilhas Forma íctero-hemorrágica (Doença de Weil): Laboratório com aumento de bilirrubina direta, de GGT e FA Icterícia Rubínica + síndrome pulmão-rim (hemorragia alveolar + IRA com hipocalemia) DIAGNÓSTICO: Inespecífico: Leucocitose e plaquetopenia Aumento de CPK Específico: microaglutinação, é o padrão-ouro Deve ser feito a partir de 7 dias TRATAMENTO: Casos Leves: Doxiciclina Pode ser usado amoxicilina na ausência da doxiciclina ou em caso de alergia Caos Graves: penicilina G cristalina Pode ser usado Ceftriaxone caso não tenha
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