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Trabalho 3 - TJS - cotas

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TRABALHO 3 - TJS - COTAS SOCIAIS E RACIAIS
O sistema de cotas, assim como tudo que envolve lei e política, possui
argumentos contrários e favoráveis. A diversidade que esse sistema traz para
dentro das universidades é uma das vantagens. Isso porque a maior parte
dos estudantes universitários são brancos e muitas das vezes vêm de
escolas particulares ou fazem cursinhos para o Enem e vestibulares, e dão
preferência principalmente em cursos mais disputados, como medicina,
engenharias, etc. Dessa forma, o aumento da convivência com diferentes
grupos étnicos contribui para a diminuição do racismo, teoricamente.
Outra vantagem que o sistema de cotas traz é a chance de pobres, pretos,
pardos, indígenas e PcD’s entrarem em uma universidade e mudarem a
realidade de suas famílias, sendo provavelmente os primeiros a conseguirem
esse marco dentro de suas casas.
Um dos argumentos contrários às cotas é de que os cotistas são menos
inteligentes que os demais e/ou não precisam estudar tanto para
conseguirem uma vaga. Porém, o nível de ensino nas escolas públicas de
ensino fundamental não chega nem perto de estar entre os melhores do
mundo, com isso, não faz sentido comparar de forma igualitária esses dois
grupos. Mesmo assim, uma pesquisa da USP mostra que após ingressarem
na faculdade, a diferença das notas entre esses dois grupos é mínima,
diminuindo cada vez mais a cada ano. E, como mencionado no texto base, é
preciso atentar-se também à ideia de equidade, que seria “tratar os casos
diferentes de maneira diferente, mas apenas na medida da sua diferença”.
Assim, as desigualdades que são criadas pela “loteria natural da vida” devem
ser corrigidas de maneira que, em algum momento, atinja uma igualdade de
oportunidades para todos. Em resumo, essa ideia se justifica apenas para
aqueles que possuam alguma “desvantagem” que os prejudiquem, podendo
ser econômica, social ou étnica.
Apesar disso, muitas pessoas ainda não entendem o motivo de existir
cotas raciais, argumentando que a raça não serve para definir o ingresso em
uma universidade. Porém, é evidente a desigualdade existente entre negros e
brancos, tanto no Brasil, como em outros lugares. Não é necessário
mencionar a escravidão para justificar as cotas raciais, a busca por equidade,
por si só, já é uma justificativa plausível.
A Constituição Federal de 1988 tem a seguinte frase: “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.”. Essa frase é tendenciosa
em quase todos os âmbitos. Não faz sentido relacioná-la com as cotas
porque o sistema de cotas existe justamente para acabar com a desigualdade
presente na sociedade, devido ao não cumprimento dessa frase. Muitas
pessoas debatem sobre as cotas sem ao menos pesquisar sobre as mesmas
e entender suas origens, justificam as cotas como se elas “tirassem” vagas.
Mas não é isso que acontece, visto que, em todos editais existem as vagas
de ampla concorrência para aqueles que não se encaixam no sistema de
cotas.
Outro assunto bastante discutido é que as cotas são burladas, até
mesmo já existiram vários casos, como o exemplo de uma jovem que
ingressou na universidade pela cota racial sendo branca e conseguiu provar
que era descendente de pretos. Após um tempo ela foi expulsa por ter feito
isso. Nesse caso não é que as cotas possam ser burladas, mas sim que o ser
humano sempre tenta tirar vantagem para si de tudo. Casos como esse
mancham a imagem das cotas e o único culpado é a falta de caráter do
indivíduo que faz isso.
As cotas foram criadas para igualar todos, visto que seria injusto uma
pessoa, que estudou em uma escola particular de alto nível e teve acesso à
cursos, realizar uma prova concorrendo com outra que só estudou em escola
pública. Ainda mais no Brasil, que é de conhecimento geral, que a educação
está sucateada. Isso sim, seria pensar em apenas um lado da população.

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