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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA – LABORATÓRIO DE ESTRUTURA DA MATÉRIA 2 – 2023.1 DATA DO RELATÓRIO: 28/07/2023 TÍTULO DO EXPERIMENTO: Energia de GAP de um LED DATA DO(S) EXPERIMENTO(S): 14/07/2023 TURMA : 03 EQUIPE: Alecx Jhonathas Da Conceição Santos Isadora Caetano De Almeida Jadson Ferreira Gois Renato Willy Vieira De Oliveira William Alves de Oliveira PROFESSOR: José Joatan Rodrigues Júnior 1. Introdução 1.1. Semicondutores É bem sabido que na física do estado sólido caracteriza-se um determinado material, com respeito a sua condutividade elétrica, como condutor, semicondutor ou isolante, cada tipo com suas devidas propriedades. Em particular, os semicondutores ganharam grande notoriedade na física e eletrônica por apresentar características intermediárias se comparado às outras duas classes. Sua capacidade de conduzir eletricidade pode ser controlada facilmente através de dopagem ou mudanças em sua estrutura, permitindo o desenvolvimento de dispositivos e aparelhos eletrônicos complexos, como transistores, LEDs e circuitos integrados. Este relatório se concentrará numa determinada aplicação dos semicondutores: o LED. 1.2. LED (Light Emitting Diode) O diodo emissor de luz, mais conhecido por LED (Light Emitting Diode), trata-se de um dispositivo capaz de emitir radiações quando por ele passa uma corrente elétrica, no processo de eletroluminescência. Seu comprimento de onda de luz vai desde o ultravioleta, passando pelo visível, ao infravermelho. A formação desse diodo emissor é feita a partir de uma junção PN, em que temos a união de um semicondutor do tipo P com um semicondutor do tipo N. A partir dessa junção, observa-se a migração de elétrons livres que saem de um semicondutor para o outro. Tal fenômeno faz com que a energia dos elétrons migrantes seja liberada na forma de fótons de luz. No estudo da curva IxV para a junção PN , temos uma expressão que relaciona os portadores em equilíbrio térmico com energia necessária para romper a barreira de potencial e a junção polarizada aplicada a uma diferença de potencial V, estes podendo ter seus portadores recombinados. Tal expressão é dada por: Para os quais: I d é a corrente direta (Ampère), e = 1,6x10 -19 é a carga do elétron, em Coulombs, V e V g são, respectivamente, a diferença de potencial externa e a diferença de potencial entre a banda de valência e a banda de condução, T = 300K, temperatura em Kelvin, k = Constante de Boltzmann, a qual vale 8,617x10 -5 eV/K, η = 1 para difusão dos portadores e η = 2 para processos de recombinação e geração de portadores. Para que os portadores possam romper a barreira de potencial, é necessária uma energia de gap (E g ) que é igual a carga do elétron (e) vezes a diferença de potencial entre a banda de valência e a banda de condução (V g ): Tal energia de gap da junção PN será igual à E f , energia de transporte necessária para liberar um fóton do material, Sendo, h a constante de Planck, c = 299.792.458 m/s, a velocidade da luz no vácuo, λ o comprimento de onda da luz emitida. Assim, isolando o h, obtemos uma expressão que visa encontrar o valor da constante de Planck a partir das constantes e e c , do comprimento de onda e da sua diferença de potencial da relação tensão-corrente, 2. Objetivo Determinar a constante de planck utilizando o diodo emissor de luz (LED) relacionando o comprimento de onda da luz e a energia 3. Materiais utilizados ● fonte de tensão DC variável de 0 a 12 V ● amperímetro e voltímetro ● fios de conexão, goniômetro, rede de difração ● LEDs que emite no infravermelho, vermelho, amarelo e verde 4. Metodologia Na primeira parte foi montado um circuito com uma fonte, fios, amperímetro, voltímetro e LED, para obter a tensão mínima, de acordo com a figura 1. figura 1 - circuito para medição da voltagem e corrente (ilustrativo) Com a montagem do circuito, foi variada a tensão até um limiar máximo de 2,5 V e verificado o que ocorre com a corrente. Em seguida mudou-se a polarização do LED e observado o que acontece com a corrente, a posteriori , com a polarização direta do LED, foram medidos cerca de trinta valores de tensão e corrente, com limite máximo em 2,5 V. Para a segunda parte do experimento foi utilizado um goniômetro, uma fonte, fios, uma rede de difração com 570 linhas de difração por nanômetro e diferentes LEDs, como mostra a figura 2. figura 2 — ilustração de espectroscópio de bancada para a determinação do espectro de emissão utilizando um goniômetro Com o arranjo experimental montado e ajustado, ou seja, LED centralizado e encostado na fenda da objetiva, a rede de difração no centro do goniômetro e a luneta alinhada à objetiva. em seguida foi encontrado a raia central da emissão e anotado o ângulo é colocado como ângulo zero, a posteriori foi variado o ângulo para a esquerda a procura do próximo raia de emissão e feito o mesmo procedimento para a direita da raia central e anotado os ângulos em referência a raia central. obtido os valores dos ângulos é possível calcular o comprimento de onda do LED de acordo com equação da rede de difração λ = d senθ. 5. Resultados e Discussão A priori, com a polarização reversa do LED foi observado que com o aumento do potencial não acontecia absolutamente nada com a corrente, ou seja, não tinha elétrons com energia suficiente para conseguir atravessar a barreira de potencial, isso ocorre por conta da polarização, a parte positiva da fonte está ligada com a parte negativa do diodo e a parte negativa com a parte positiva do diodo atraindo essas cargas e aumentando a região de depleção, crescendo também a energia necessária dos eletros para atravessar essa barreira, portanto não há corrente no sistema e funciona como isolante, ilustração na figura 3 [1]. Figura 3 - esquema de um diodo e fonte, com diodo polarizado inversamente. Em seguida, com utilizando a polaridade direta, foram feitos gráficos de I x V para os LEDs amarelo, vermelho, verde e infravermelho. observa se nos (gráfico 1) um comportamento exponencial, que é o esperado de acordo com a equação (1), onde para voltagens pequenas não há a corrente, ou seja, não tem elétrons com energia suficiente para vencer a barreira mas, logo após um certo valor da diferença de potencial é possível medir um valor da corrente. foi feito um ajuste linear à procura do potencial de gap e foi encontrado para o (gráfico 1) Vg = 1,86 +- 0,01 V. Gráfico 1 - relação entre corrente e voltagem para o LED amarelo Observa-se no (Gráfico 2) um comportamento similar ao (Gráfico 1), e também foi feito um ajuste linear, buscando o potencial de gap que, nesse caso, tem valor Vg = 1,75 +- 0,01 V. Gráfico 2 - relação entre corrente e voltagem para o LED vermelho. Assim como nos gráficos anteriores observamos o mesmo comportamento exponencial, porém, temos valores bastante diferentes para quando a corrente começa ser verificada, precisou-se de uma voltagem maiorpara que os elétrons conseguissem atravessar o potencial de gap. no (gráfico 3) também foi feito o ajuste linear e encontrado um valor para o potencial de gap. logo Vg = 2,25 +- 0,01 V. Gráfico 3 - relação entre corrente e voltagem para o LED verde. No (Gráfico 4) observa-se que a energia foi menor que outros casos e que a curva se comportou como o esperado. também foi feito o ajuste e encontrado o potencial de gap Vg = 1.03 +- 0,01 V. Gráfico 4 - relação entre corrente e voltagem para o LED infravermelho. Analisando os gráficos, percebe-se que o potencial de gap aumenta com a diminuição do comprimento de onda, ou seja, quanto menor o comprimento de onda do diodo emissor de luz (LED) mais energia precisa para que os elétrons comecem a entrar na banda de condução por conta do gap ficar maior. Gráfico 5 - relação da energia com a frequência. Após verificarmos a voltagem de gap para cada LED calculamos as energias E dos fótons para cada diodo usando a equação (3) e com os comprimentos de onda obtidos através do goniômetro foram calculadas as frequências sendo ela estabelecida como a razão da velocidade da luz pelo comprimento de onda, onde os valores obtidos foi montado o (Gráfico 5). Neste gráfico foi estabelecido um ajuste linear, que nos dá o coeficiente linear da reta e o coeficiente angular da mesma, sendo esse coeficiente angular o valor da constante de planck, como podemos validar verificando a equação (4). Nesse experimento a constante de planck constou como (9,01 +- 1,98)*10^-34 J*s. 6. Conclusão Portanto, com os resultados obtidos nos experimentos e os cálculos nos programas, foi encontrados a constante de planck (9,01 +- 1,98)*10^-34 J*s que se discrepa em relação ao valor original que é (6,62*10^-34 J*s). Porém, esse erro e essa diferença no resultado vem de erros experimentais, incertezas instrumentais e outros diversos fatores que influenciam para que esse valor não tenha sido próximo. No entanto, para a melhora desse valor, precisaria-se de mais medidas e uma análise mais rebuscada, além de uma melhora na precisão tanto do medidor quanto do equipamento. 7. Referências [1] SILVA, Vanderlei Alves Santos. Diodos. Disponível em < http://www.vandertronic.com/index.php/diodos/?print=print >. Acesso: 28 de julho de 2023. [2] SILVA, Ronaldo Santos. Guia de laboratório de estrutura da matéria 2. São Cristóvão, SE. 2022. [3] WENDLING, Marcelo. Diodo Semicondutor. 2011. Disponível em <chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.feg.unesp.br/Home/P aginasPessoais/ProfMarceloWendling/2---diodo-semicondutor.pdf> [4] FERNANDES, José M. R. et al. Modelagem e simulação de diodos emissores de luz (LED’s). Goiânia, GO. 2006. [5] Kittel, Charles, Introdução à Física do Estado Sólido . LTC editora S/A. Rio de Janeiro, 2006. 6ª. Edição. http://www.vandertronic.com/index.php/diodos/?print=print