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Compra e venda O contrato de compra e venda é um negócio jurídico em que o vendedor tem a obrigação de transferir o domínio de um bem ao comprador, que, em contrapartida, se obriga a pagar um determinado preço em dinheiro (art. 481, cc) Elementos essenciais: Preço, coisa e consenso. preço → constitui prestação em pecúnia (dinheiro), sob pena de se tornar uma troca. coisa → objeto da compra e venda, pode ser corpórea ou incorpórea ( direitos, ações, etc). pode ser atual ou futura. Consenso → A simples manifestação de vontade perfectibiliza o contrato de compra e venda. Para que o consenso seja válido, a parte deve ser capaz para os atos da vida civil e além disso, o vendedor deve ter o poder de disposição em relação ao bem vendido ( ele deve poder alienar o bem oferecido) → O contrato de compra e venda é NJ bilateral, oneroso e consensual. Estrutura: Há a celebração do contrato, depois há a transferência de domínio, o qual ocorre com a tradição, em caso de bem móvel, ou com o registro, em caso de bem imóvel. Tradição → Entrega da coisa móvel ao comprador, apta a transferir a sua propriedade. Registro → RGI Venda ad corpus e ad mensuram Venda ad corpus: imóvel é vendido como coisa certa e determinada, as medidas são meramente enunciativas. Comprou por outros motivos além das medidas do imóvel. Venda ad mensuram: O imóvel é vendido pelo preço correspondente ao produto do preço estipulado para cada unidade de medida ( um sítio de 5 hectares, em que cada hectare custa 100 mil reais, será vendido por 500 mil reais ) Vícios na compra e venda A venda de ascendente para descendente é anulável, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Se o regime de bens for de separação obrigatória, não é necessário o consentimento do cônjuge.( art. 496) É vício porque a venda de ascendente para descendente pode ocorrer em prejuízo dos demais herdeiros necessários, violando, assim, a sua legítima. Falta de consentimento torna o ato anulável. O vício deve ser alegado no prazo de 2 anos após o interessado tomar conhecimento do contrato. Tratando-se de imóvel, o prazo começa a correr na data do registro da escritura pública na matrícula de imóvel. (Enunciado 545 -VI Jornada de Direito Civil) Pactos adjetos à compra e venda (modalidades especiais) São mudanças realizadas no contrato de compra e venda em que se altera a forma a ser realizado o NJ e/ou como será transferido o bem. 1- Retrovenda: O vendedor se reserva ao direito de resolver o contrato de compra e venda, recuperando a coisa imóvel, desde que pague ao comprador o preço, monetariamente corrigido, as despesas suportadas pelo comprador e o valor equivalente às benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias expressamente consentidas (art. 505 CC) 2- Venda a contento ou venda sujeita à prova: Venda a contento é aquela em que o contrato só é obrigatório se houver o consentimento do comprador após examinar a coisa (pensando, medindo, experimentando). Vontade do comprador é condição suspensiva à compra e venda, ela depende do agrado do comprador, ainda que a coisa esteja em seu poder. (art. 509, CC) Venda sujeita a prova é aquela que é obrigatória apenas se houver a verificação do comprador, de que aquela coisa realmente possua as qualidades declaradas pelo vendedor. (art. 510, cc) 3- Preempção ou preferência: Atribui ao vendedor o direito potestativo de adquirir a coisa oferecida pelo comprador, nas mesmas condições ofertadas por terceiro interessado na sua aquisição (arts. 513 e 515, cc). Ou seja, o comprador da coisa móvel / imóvel tem a obrigação de oferecê-la a quem lhe vendeu, com oferta equivalente a de terceiro interessado na sua aquisição. 4- Venda com reserva de domínio: O vendedor reserva para si a propriedade do bem móvel até que o preço seja integralmente pago pelo comprador ( art. 521, cc). A posse direta é imediatamente transferida ao comprador por conta da celebração do contrato, mas ele só se torna proprietário com o pagamento integral do preço. ( pagamento se dá em prestações, parcelas.) 5- Venda sobre documentos: Tradição da coisa é substituída pela entrega de seu título representativo e de outros documentos exigidos pelo contrato, ou, caso este não disponha sobre a matéria, pelos usos, que servirão de fonte de integração do regulamento de interesses (art. 529, cc) Doação Conceito: Negócio jurídico por meio do qual o doador, por liberalidade, se obriga a transferir bens ou vantagens de seu patrimônio ao donatário, que os aceita. (art. 538, cc) → Obrigação de transferência gratuita de bens ou vantagens do patrimônio do doador para o do donatário, que apenas anui com a doação. → É necessária a aceitação do donatário, porque não se pode impor a outrem que se incorpore quaisquer bens indesejados em seu patrimônio. ( eficácia da doação depende do consenso) É um contrato bilateral quanto a sua formação ( precisa do consentimento do donatário), mas é um contrato unilateral quanto aos seus efeitos ( não há contrapartida por parte do donatário à liberalidade recebida → sacrifício econômico é só do doador, ele é o único que tem a obrigação de dar algo). → É válida a doação de ascendentes a descendentes ou de um cônjuge para outro independentemente de consentimento dos demais herdeiros. → Doação é irrevogável. Exceções: ingratidão do donatário ou inexecução do encargo (art. 555) Elementos essenciais: 1- Subjetivo: Vontade do doador de transferir bens ou vantagens de seu patrimônio ao donatário por liberalidade (animus donandi) 2-Objetivo: Diminuição do patrimônio do doador e enriquecimento do donatário. → Doação é só inter vivos Tipos de doação: 1- Doação pura: Doação sem nenhuma motivação ou encargo imposto ao donatário. Ato de mera liberalidade. 2- Doação remuneratória: Doação para compensar serviços prestados pelo donatário, cuja execução, contudo, não o torna credor de prestação exigível em face do doador. –. Gratidão ao médico que sempre cuidou do doador. 3- Doação por merecimento: Doação para premiar o donatário por sua conduta anterior. Há um sentimento pessoal de admiração ou há reconhecimento da conduta do donatário. 4- Doação modal / com encargo: Doação com ônus (encargo) ao donatário, o qual deverá executar prestação em benefício do doador, de terceiro ou da coletividade, mas no interesse próprio na medida em que permite a concretização da doação ( art. 553, cc).
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