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Disciplina: Ecologia de Populações Prof. Dr. Leonardo F. França Dinâmica de Metapopulações & Implicações para a Conservação e Manejo Introdução Metapopulações Surgimento do conceito Levins 1970 Latência por cerca de 20 anos A fragmentação antrópica Começando pelo conceito de população “Grupo de organismos da mesma espécie que ocupam uma região geográfica definida e exibem continuidade reprodutiva de geração a geração” Introdução Conceito de metapopulação Dinâmica operada por extinções locais e recolonização de manchas. A dinâmica é descrita em termos de número de manchas ocupadas e não em termos de números de indivíduos. “Conjunto de subpopulações dispostas em manchas na qual a dispersão entre manchas determina a dinâmica populacional” “Conjunto de populações isoladas espacialmente, mas unidas pela dispersão” Introdução Conceitos Extinção e Recolonização Subpopulações ou populações locais manchas ou locais habitáveis Quando uma população é uma metapopulação? Em metapopulações deve haver a real chance de extinções de subpopulações e de recolonizações das manchas vagas. Uma metapopulação Dispersão entre metapopulações Emigração Imigração Dispersão entre manchas Uma mancha de recursos 1º Um conjunto de pop. em manchas nem sempre é uma metapopulações. Quando uma população é uma metapopulação? Casa subpopulação está geralmente condenada a extinção, mas a população como um todo permanece viva. Uma metapopulação Dispersão entre metapopulações Emigração Imigração Dispersão entre manchas Uma mancha de recursos Quando uma população é uma metapopulação? Diferenças nas taxas de mortalidade e natalidade. Diferenças nos fatores que afetam estas taxas vitais. Uma metapopulação Subpopulações em: Crescimento Declínio Inalteradas 2º As dinâmicas de cada subpopulação são independentes entre si. Quando uma população é uma metapopulação? Consequências destes pressupostos: uma metapopulação pode persistir de forma estável em função do balanço entre recolonizações e extinções aleatórias, mesmo que nenhuma subpopulação seja estável. Tempo t Tempo t + 1 Quando não há uma metapopulação verdadeira? Quando a dispersão entre manchas é insignificante várias populações. Quando a dispersão entre manchas é alta e impossibilita a dinâmica independente entre as manchas uma única população. Quando a chance de extinção nas manchas é desprezível, não havendo portanto recolonização uma ou várias populações dependendo do grau de dispersão entre manchas. Comparação: metapopulação versus população Características Estudos com população Estudos com metapopulações Unidade avaliada indivíduos manchas Delimitação espacial um ou vários fragmento de hábitat vários fragmentos de hábitat Dinâmica influenciada por natalidade vs. mortalidade imigração vs. emigração extinções locais vs. recolonizações de manchas Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) Mesma chance de extinções e recolonizações entre manchas Mesma distância entre as manchas Mesmo tamanho das manchas Pd = Probabilidade de dispersão entre manchas Pd Pd Pd Pd Pd Pd Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) O modelo de Lewis (espacialmente implícito) Tamanho e distâncias constantes entre manchas Probabilidade de extinção constante entre manchas O modelo • f = Fração de lugares ocupados • C = Taxa de recolonização de manchas • E = Taxa de extinções locais dn = B – D dt df = C – E dt Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) Do que é composta a Taxa de colonização C Probabilidade de um local ser colonizado pc Fração de lugares desocupados (1-f) Então, C = pc(1-f) Do que é composta a Taxa de extinção E Probabilidade de extinção em uma mancha pe Fração de manchas ocupadas f Então, E = pef O modelo clássico de metapopulações (Lewis 1970) df = C – E dt df = pc(1-f) – pef dt Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) Taxa de extinção 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Ta xa d e re co lo ni za çã o 0,4 0,6 0,8 1,0 0,2 Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) Suposições extraídas por Lewis de seu modelo: Existe um número alto de manchas iguais na natureza (de igual tamanho ou qualidade). Todas as manchas tem igual chance de extinção (de igual tamanho ou qualidade). Todas as manchas tem a mesma chance de receber colonizadores (mesma distância ou transponibilidade). A dinâmica de extinções e recolonizações Fatores que afetam a dinâmica e não compõe o modelo clássico: Número de manchas persistência da metapopulação. Tamanho e qualidade da mancha taxa de extinção. Distância entre as manchas taxa de recolonização e extinção. Distribuição espacial das manchas taxa de recolonização e extinção. Modelo espacialmente explícito (Trampolim ou caminho) Incorporando o fator distância entre manchas: A chance de dispersão entre manchas depende da distância. A chance de colonização depende do grau de isolamento da mancha. Pd = Probabilidade de dispersar 2 Pd Pd A C B D Modelo espacialmente explícito (Trampolim ou caminho) As paisagens antrópicas e os mosaicos de hábitats: A maioria do mundo é formado por mistos de manchas de hábitats naturais e manchas de hábitats antrópicos. Hábitats utilizáveis, Hábitats de dispersão, Hábitats não utilizáveis. Nestas condições antrópicas surgem metapopulações. Hábitats apropriados porém desocupados Risco de extinção de metapopulaões: Noção espacial realista: a chance de extinção depende do grau de fragmentação do habitat. Noção temporal implícita: o aumento da fragmentação e do risco de extinção ocorre ao longo do tempo durante o processo de ocupação humana. Hábitat ocupável - mancha Hábitat não ocupável Fr aç ão d e m an ch as o cu pa da s Taxa de Fragmentação Não é possível exibir esta imagem no momento. Hábitats apropriados porém desocupados Processo: aumento da fragmentação = redução na dispersão = redução nas colonizações. Conclusão: a extinção completa da metapopulação pode ocorrer mesmo ainda havendo hábitats apropriados para a espécie. Hábitat ocupável - mancha Hábitat não ocupável Fr aç ão d e m an ch as o cu pa da s Taxa de Fragmentação Não é possível exibir esta imagem no momento. Hábitats apropriados porém desocupados Exemplo: estudo com a coruja Strix occidentalis (Lande 1988). Vivem aos pares em florestas no Nordeste dos EUA e estabelecem territórios de 12 a 30 km2. Hábitats apropriados porém desocupados Exemplo: estudo com a coruja Strix occidentalis (Lande 1988). Os resultados mostraram que se as florestas fossem reduzidas a menos de 20% da sua porção original, a espécie seria extinta mesmo ainda restando hábitats apropriados para suas populações. Este estudo destacou o tema “metapopulações” no cenário científico. Modelo de fonte e dreno (sources and sinks) Incorpora o tamanho (qualidade) da mancha como um fator. A distância entre manchas continua sendo um fator presente. Manchas ocupadas Manchas desocupadas Dispersão Modelo de fontes e drenos (sources and sinks) Composição Subpopulações Fonte Natalidade maior que mortalidade dispersão de excedente. Manchas maiores ou com maior qualidade. Subpopulações dreno Natalidade menor que mortalidade entrada dos excedente. Manchas menores ou de menor qualidade. Manchas ocupadasManchas desocupadas Dispersão Efeitos de fatores espaciais Portanto: O tamanho da mancha está relacionado à chance de extinção. O isolamento de uma mancha pode afetar a chance de recolonização. O isolamento também está relacionado com a chance de extinção. Efeitos de fatores espaciais Tamanho da mancha e chance de extinção Estudo com o musaranho - Sorex araneus (Hanski 1991). Ilhas em lagos da Finlândia com tamanho entre 0,1 e 1000h e distâncias entre 0,1 e 2 km: efeito do tamanho. Efeitos de fatores espaciais Isolamento e chance de recolonização Exemplo: Estudo com borboletas - Hesper comma (Thomas e Jones 1993) • A espécie ocorre em campos de pastagem de solos calcários no Reino Unido UK. • Estes se tornaram menos abundantes entre 1950 e 1980 o que levou a redução da espécie neste período. • Apartir de 1980 os campos voltaram a ser abundantes e os autores documentaram o processo de ocupação (entre 1980 e 1990). Efeitos de fatores espaciais Isolamento e chance de recolonização: poucos fragmentos separados por mais de 2 km de outro ocupado foram colonizados. Efeitos de fatores espaciais Isolamento e chance de extinção: o chamado “Efeito resgate”: Uma mancha próxima a outra ocupada pode receber imigrantes por mais de uma vez. Imigração para manchas ocupadas = aumento do tamanho da subpop. populacional. A imigração pode evitar que subpopulações declinantes mínguem para números cada vez menores até a extinção local. Contínuo entre modelo clássico e de Fonte-dreno Não é possível exibir esta imagem no momento. Não é possível exibir esta imagem no momento. Plejebus argus Ocorrência: Reino Unido Os diferentes tipos de metapopulações existem dentro de um contínuo, variando desde locais onde as manchas são desiguais e com diferentes chances de extinção, até locais onde as manchas são de tamanho semelhante e apresentam igual chance de extinção. Manejo de metapopulações A conservação das metapopulações depende: Da proporção de cada tipo de habitat (utilizável vs. de dispersão). De como estão ocupados pelas subpopulações. Ex. Passeriforme australiano (Stipiturus malachurus) Estratégias Aumentar mancha 2 Aumentar mancha 5 Corredor 1 (C1) Corredor 2 (C2) C1 C2 C2 C2 C1 Manejo de metapopulações Com a técnica de “Modelagem Dinâmica Estocástica” demonstrou-se que a melhor estratégia dependia de como as manchas estavam ocupadas pelas subpopulações: Condição 1: Apenas a maior mancha ocupada: C2 E5 E2 Condição 2: Apenas as duas menores manchas ocupadas: E2 C1 C2 Estratégias Aumentar mancha 2 Aumentar mancha 5 Corredor 1 (C1) Corredor 2 (C2) C1 C2 C2 C2 C1 Conservação em áreas naturais e a teoria de metapopulação Corredores ecológicos na conservação de populações (hábitat de dispersão: contínuos ou stepping-stones): Mesmo quando não há uma dinâmica de metapopulações a dinâmica de dispersão é importante na conservação de populações. Stepping Stones Área de borda Área núcleo Contínuo Conservação em áreas naturais e a teoria de metapopulação As Unidades de Conservação (UCs) e o Modelo de Fonte e Dreno: Fonte = UC. Drenos = Reservas legais, áreas de conservação permanente. Conclusões: Eliminar hábitats de dispersão pode isolar subpopulações. Eliminar populações fonte pode causar a extinção da metapopulação. Quanto menor o número de Fontes maior o risco de extinção. Resumo Em uma metapopulação a dinâmica populacional é mais influenciada pelo padrão de ocupação das manchas do que por fatores ligados a natalidade e mortalidade. Tipos de metapopulações: Modelo Clássico (Lewis 1970). Modelo espacialmente explícito (iniciado com Lande 1988) Modelo de fonte e dreno. Efeito de fatores espaciais. Implicações para o manejo e conservação de espécies: Fragmentação e extinção. Manejo de metapopulações. Conservação em áreas naturais e a teoria de metapopulação. Referencial bibliográfico Begon, 4ª ed. – capítulo 6: pag. 175 – 184. Begon, 4ª ed. – capítulo 7: pag. 217 – 218. Begon, 4ª ed. – capítulo 15: pag. 464 – 465. Slide Number 1 Introdução Introdução Introdução Quando uma população é uma metapopulação? Quando uma população é uma metapopulação? Quando uma população é uma metapopulação? Quando uma população é uma metapopulação? Quando não há uma metapopulação verdadeira? Comparação: metapopulação versus população Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) Modelo clássico de Levins 1970 (Espacialmente implícito) A dinâmica de extinções e recolonizações Modelo espacialmente explícito (Trampolim ou caminho) Modelo espacialmente explícito (Trampolim ou caminho) Hábitats apropriados porém desocupados Hábitats apropriados porém desocupados Hábitats apropriados porém desocupados Hábitats apropriados porém desocupados Modelo de fonte e dreno (sources and sinks) Modelo de fontes e drenos (sources and sinks) Efeitos de fatores espaciais Efeitos de fatores espaciais Efeitos de fatores espaciais Efeitos de fatores espaciais Efeitos de fatores espaciais Contínuo entre modelo clássico e de Fonte-dreno Manejo de metapopulações Manejo de metapopulações Conservação em áreas naturais e a teoria de metapopulação Conservação em áreas naturais e a teoria de metapopulação Resumo Referencial bibliográfico
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