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APRESENTAÇÃO Neste Capítulo são apresentados assuntos relativos ao “Contexto da Gestão por Competências” Dessa forma, são discutidos temas como “Alguns Aspectos da Gestão por Competências”; “Como Obter Benefícios Reais Através da Gestão por Competências”; “A Gestão de Pessoas Segundo as Diretrizes de Competências”; “Competências e seus Conceitos”; “Gerenciamento por Competências”; “A Inovação inserida na Gestão de Competências em prol das Empresas”; “Competências e Inovação: Elementos Essenciais nas Indústrias 4.0”. A primeira seção de subtítulos deste Capítulo apresenta “Alguns Aspectos da Gestão por Competências”, onde são discutidos assuntos como a importância do envolvimento e participação dos colaboradores nas estratégias competitivas das empresas, bem como a seleção de profissionais mais adequados para cada função dentro das empresas, onde os gestores começaram a identificar características essenciais nos indivíduos tais como experiência, conhecimentos, atitudes e habilidades para conseguir aumentar sua vantagem competitiva e manter a eficácia organizacional por meio de incentivo ao desenvolvimento contínuo, dentre outros assuntos que envolvem o contexto da gestão por competências. A segunda seção de subtítulos deste Capítulo disserta sobre “Como Obter Benefícios Reais Através da Gestão por Competências”, salientando a existência de instrumentos para a organização identificar claramente suas carências e deficiências de recursos humanos capacitados e conseguir vantagem competitiva, administrando com base nas competências de seus colaboradores para melhoria de seu desempenho produtivo. Ainda inserida na segunda seção de subtítulos deste Capítulo se destaca “A Gestão de Pessoas Segundo as Diretrizes de Competências”, observando a existência de alguns indicadores organizacionais que ofertam toda a base para o desenvolvimento e a implantação eficaz do instrumento de gestão empresarial, salientando alguns obstáculos das organizações quando desenvolvem o modelo de gestão por competências Também, inserida na segunda seção de subtítulos deste Capítulo, se apresenta “Competências e seus Conceitos”, ressaltando que o fundamento das competências está diretamente relacionado com o conceito de entrega do colaborador, ou seja, seu conhecimento, suas habilidades e suas atitudes que contribuem para o sucesso da empresa de forma direta e indireta, dentre outros assuntos respectivos ao tema. A terceira seção de subtítulos deste Capítulo apresenta o “Gerenciamento por Competências”. Assim, são destacados assuntos como a tendência das empresas em cada vez mais investir na área de gestão de pessoas voltada ao desenvolvimento de habilidades dos seus colaboradores para adquirirem autoconfiança e executarem suas atividades com mais competência; as peculiaridades e características de cada empresa para conseguir gerar bons resultados; as competências como um elemento fundamental para a elaboração de estratégias organizacionais, uma vez que as competências possuem um forte vínculo com o desempenho e o desenvolvimento dos colaboradores, e outros assuntos relativos ao gerenciamento por competências. A quarta seção de subtítulos deste Capítulo trata sobre “A Inovação inserida na Gestão de Competências em prol das Empresas”, dissertando sobre a importância da inovação e do capital intelectual humano que ofertam criatividade e imaginação nos processos da organização e outros assuntos respectivos à inovação alinhada à gestão de competências. A quinta seção de subtítulos deste Capítulo aborda sobre “Competências e Inovação: Elementos Essenciais nas Indústrias 4.0”, finalizando o capítulo salientando a relevância do conhecimento, habilidades, atitude e as inovações tecnológicas voltadas aos processos operacionais e produtivos da organização, bem como à interação entre os indivíduos e máquinas e ao relacionamento humano baseado em compartilhamento de informações de forma competente. LIVRO: EDUCAÇÃO CORPORATIVA Capítulo 4: Contexto da Gestão por Competências 4.1 Alguns Aspectos da Gestão por Competências Cada indivíduo possui suas próprias características específicas, onde a competência é composta pelos seus conhecimentos, suas habilidades e suas atitudes nos quais em sintonia, auxiliam a pessoa conseguir desenvolver com sucesso atividades técnicas, bem como relações interpessoais. Destaca-se que o conhecimento é o todo o saber acumulado do indivíduo, tanto no aprendizado em escolas, universidades, cursos técnicos e outros, quanto em experiências profissionais, O conhecimento é composto por informações essenciais para a pessoa conseguir realizar suas atividades dentro da empresa. A habilidade pode-se dizer que é o saber fazer, ou seja, colocar em prática todo o conhecimento que têm adquirido. Já a atitude é querer fazer, o desejo de realizar algo, ou seja, a maneira de comportamento das pessoas diante várias situações em relação ao seu trabalho e a demonstração de seu interesse em fazer algo diante as demais pessoas da empresa (GIOVELLI, 2012). Leme (2008) observa a gestão por competências como uma maneira de administrar que propicia um ambiente motivador e inspirador para os colaboradores. A gestão por competências compartilha com todas as pessoas conhecimentos, atitudes e habilidades individuais para que estes itens se complementem de forma clara e objetiva para gerar o alcance e a conquista dos objetivos organizacionais e individuais, de forma que a pessoa seja valorizada e incentivada para ser ativa e buscar um desenvolvimento continuo de suas competências características. As empresas investem na gestão por competências porque entendem que seus colaboradores são a chave do sucesso ou fracasso das estratégias competitivas das mesmas e são os colaboradores que fazem os processos da empresa funcionar. Leme (2008) ainda destaca que, em empresas que obtém sucesso e estão sempre à frente de sua concorrência, o indivíduo colaborador é percebido como a única verdadeira vantagem competitiva sustentável, uma vez que os outros ativos da empresa são copiáveis e imitados. Nesse sentido, os colaboradores são fundamentais no processo de competitividade da empresa, por isso, os mesmos devem ser desenvolvidos de forma a alcançar os objetivos e metas estabelecidos pela empresa. Dessa forma, a gestão por competências se torna uma ferramenta eficaz, uma vez que trabalha diretamente no aprimoramento das habilidades, conhecimentos e atitudes dos indivíduos, ofertando para a organização o gerenciamento com uma visão ampla sobre as reais competências exigidas para o colaborador exercer determinada função, auxiliando a empresa identificar o colaborador mais habilitado e capacitado para executar determinadas atividades respectivas à função a ser exercida. O atual envolvimento e participação dos colaboradores nas estratégias competitivas das empresas ocorre por conta de que, com o surgimento da era da tecnologia e da informação foi exigido das organizações maior competitividade no mercado, que passaram a definir suas estratégias de diferenciada e sustentadas por seu capital humano. Nesse sentido, com a era do conhecimento, a gestão por competências viabilizou ferramentas para a organização atrair, desenvolver e avaliar as competências pessoais necessárias para o alcance de seus objetivos. Assim, começou a acontecer a seleção de profissionais mais adequados para cada função ou cargo dentro das empresas, onde os gestores começaram a identificar características essenciais nos indivíduos tais como experiência, conhecimentos, atitudes e habilidades para conseguir aumentar sua vantagem competitiva e manter a eficácia organizacional por meio de incentivo ao desenvolvimento contínuo dos colaboradores para que eles conseguissem desenvolvessem continuamente a sua capacidade de gerar resultados positivos através do comprometimento individual na busca pela conquistade objetivos pessoais e organizacionais (VILAS BOAS, 2009). O atual mercado exige que os gestores avaliem seus colaboradores por meio da gestão por competência, afinal, a concorrência está acirrada e extremamente competitiva, sendo necessário fazer diferente e inovar, e isto é obtido por profissionais com mais competências conceituais, práticas e humanas, e isto só é obtido pelos gestores no momento certo de escolher os seus talentos para formar suas equipes. Nesse raciocínio, as empresas começaram a reter os melhores colaboradores, incentivando um aprimoramento continuo para o aperfeiçoamento dos seus conhecimentos, suas habilidades e suas atitudes para assim obter resultados maiores que outras organizações (GIOVELLI, 2012). 4.2 Como Obter Benefícios Reais Através da Gestão por Competências Quando a organização implanta a gestão por competências fica saliente uma melhoria na motivação dos colaboradores e nos resultados da empresa, entretanto, existem algumas dificuldades visíveis relacionadas à falta de incentivo dos gestores e pouca valorização da equipe. Para evitar essas desvantagens, as empresas devem construir instrumentos para implementar a gestão por competências de forma objetiva, clara, participativa para conseguir conquistar a confiança e motivar todos os agentes envolvidos nos interesses da empresa para que exista o real compartilhamento do conhecimento, aumentando-se assim, as chances de se atingir os objetivos organizacionais pretendidos (FERNANDES, 2013). A gestão por competências oferta instrumentos para a organização identificar claramente suas carências e deficiências de recursos humanos capacitados, isto é uma grande vantagem, pois a organização percebe por meio da gestão por competências uma facilidade de gerenciar a seleção e retenção de seus talentos para aprimoramento do desempenho organizacional. Mas é necessário incentivar o engajamento das equipes, motivar o colaborador ao aprendizado contínuo para melhorarem suas habilidades profissionais, além dos gestores efetuarem no cotidiano uma comunicação clara com seus colaboradores e saber escutar a opinião deles, e principalmente, alinhar os interesses da empresa com seus funcionários de maneira que todos saiam ganhando. Caso contrário, de nada servirá a implantação da gestão por competências (GIOVELLI, 2012). Segundo Rocha-Pinto (2007) a gestão por competência possui como vantagem competitiva uma característica exclusiva, determinar competências essenciais e únicas que diferenciam a empresa frente à concorrência. Quando a empresa administra com base nas competências de seus colaboradores existe um significativo aumento na produtividade e na qualidade dos bens produzidos, visto que quando capacitados e realmente habilitados, os colaboradores operam de maneira competente em suas respectivas funções. Dessa forma, os colaboradores tornam-se talentos preciosos para a organização que viabilizam estratégias imbatíveis e que aumentam e sustentam a qualidade de todo o desempenho organizacional através das competências ideais para cada função, gerando vantagens competitivas junto as suas concorrentes. No entanto, deve haver um alinhamento dos indivíduos às estratégias empresarias por meio de planejamento eficiente, tanto para garantir que existam colaboradores disponíveis e aptos para realizar os objetivos da organização, quanto que os mesmo sejam realmente competentes para esta ação. A motivação mantém os colaboradores com condições de demonstrarem competência no desempenho de suas atividades, até porque uma pessoa desmotivada acaba por desmotivar outras também (FERNANDES, 2013). 4.2.1 A Gestão de Pessoas Segundo as Diretrizes de Competências É praticamente impossível conseguir desenvolver um modelo de gestão por competências sem a empresa ter definido sua missão, sua visão, seus valores e principalmente, suas estratégias. Isto porque estes itens são essenciais para validar o modelo de gestão por competências. Dessa forma, deve estar bem claro e definido o porquê da existência de uma organização, bem como qual seu papel e suas intenções no mercado e principalmente, qual sua cultura e sua missão (LEME, 2008). A gestão por competências é fundamentada por alguns indicadores organizacionais que ofertam toda a base para o desenvolvimento e a implantação eficaz do instrumento de gestão empresarial. Existem quatro indicadores em especial que fundamentam o desenvolvimento e a implantação da gestão, sendo o primeiro, o negócio, que é composto pelo ambiente empresarial, tanto interno, quanto externo, uma vez que é ele quem determina as demandas e faz com que a empresa se posicione de acordo o seu desejo de espaço, ou seja, o negócio define e deixa claro para empresa quais são as expectativas e os desejos de seus clientes, orientando o comportamento de todos os funcionários da organização. O segundo indicador é a missão institucional da empresa que define o motivo da existência do negócio da organização, pois indica qual o caminho que deve ser seguido para os gestores alcançarem e atingirem os objetivos pretendidos. A missão orienta tanto nas tomadas de decisões, quanto na elaboração de objetivos e estratégias da empresa (GRAMIGNA, 2007). Ainda, segundo Gramigna (2007) O terceiro indicador é composto pela visão, previsão e expectativa de futuro e seu fundamento está na ideia de como a empresa deseja ser vista pelos seus stakeholders, pois esta ação norteia as ações da organização para obter resultados positivos através de planejamentos e compartilhamentos de conhecimentos para se preparar par o futuro da empresa. Esta visão futurística age além dos objetivos específicos empresariais, uma vez que ela serve como uma espécie de guia intuitivo. O quarto indicador trata sobre os valores e as crenças da empresa e é composto por normas e princípios que são acolhidos pela organização e conduzem o comportamento dos colaboradores. Este indicador contribui de forma significativa para formar uma cultura interna própria da empresa, uma vez que vivencia e incentiva todos os valores adquiridos no meio familiar, onde são formadas as crenças, os princípios e as distintas e diversas culturas. Ressalta-se, que nos dias atuais as organizações estão empenhadas na identificação de profissionais que possuam potencial para crescimento, que sejam flexíveis para saibam lidarem com algumas situações críticas e muitas vezes inesperadas e principalmente, que pensem de maneira estratégica e alinhada com os interesses da empresa. Dai surge à necessidade de um treinamento e desenvolvimento das pessoas constantemente, visto que existe uma grande preocupação em relação ao alinhamento do desenvolvimento individual com as estratégias e com as competências fundamentais respectivas para a empresa (FLEURY e FLEURY, 2008) De acordo com Fleury e Fleury (2008) atualmente o grande desafio das organizações atualmente é garantir o alinhamento dos colaboradores e suas competências, bem como o seu desempenho individual com as estratégias e objetivos da empresa sem que existam conflitos. Nesse sentido, para gerir as pessoas a melhor maneira que existe para obter este alinhamento é a gestão por competências, que oferta aos indivíduos habilidades e crescimento profissional por meio de captação e retenção de conhecimentos, além de ofertar um desenvolvimento contínuo e produtivo para a empresa. A gestão por competências ocasiona algumas mudanças nas estruturas das organizações, dentre elas se destacam o desenho organizacional, que oferta maior integração e comunicação entre as distintas áreas da empresa; a valorização do cargo por meio do desenvolvimento de competências características que auxiliam o colaborador estar bem mais preparado para o atual mercado; os recursos humanos da empresa empenhados na definição das estratégias da organização e; o aumento de nível de escolaridade dos profissionaispara se obter maior capacitação e um maior comprometimento dos colaboradores. Segundo Fleury e Fleury (2008) dentre os principais obstáculos das organizações quando desenvolvem o modelo de gestão por competências se destacam obter um alinhamento com base na definição das estratégias de negócios, das competências individuais e das competências empresarias e conseguir manter o desenvolvimento de competências nos colaboradores que possam, além de agregar valor à empresa, agregar valor para o próprio ser humano por meio do desenvolvimento e da gestão de mudança de comportamentos e atitudes. 4.2.2 Competências e seus Conceitos De acordo com Fleury e Fleury (2008) a competência é uma característica própria de um indivíduo aliada a um desempenho acima do esperado, tanto na realização de suas atividades, quanto em alguma ação inesperada. A competência é distinta da aptidão, uma vez que aptidão é um componente da competência. O dom por sua vez, é o ato das pessoas já terem nascido com habilidades geniais e que a maioria, mesmo com treinamentos, não obtém, ou seja, um talento natural já inserido na pessoa que pode aperfeiçoá-lo por meio de treinamentos. A aptidão pode ser desenvolvida através de habilidades, ou seja, a apresentação prática de uma capacidade natural deste indivíduo complementado pelo conhecimento que a pessoa precisa possuir para realizar uma determinada atividade. O dom já vem quando se nasce com uma habilidade incrível e única. Distinto do dom, o talento pode ser construído ao longo do tempo. Tanto o dom, a aptidão e o talento são elementos da competência. A competência pode ser definida como saber agir de maneira responsável e hábil, pois com competência, se transfere conhecimentos, recursos e habilidades para outros para agregar valor econômico e social à organização, sendo uma ferramenta estratégica que traz credibilidade e lucratividade a empresa. Dutra (2011) afirma que competências podem ser consideradas como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que diferenciam uma pessoa de outra em uma determinada atividade com relação ao seu desempenho na execução da mesma. Existe uma espécie de troca constante de competências quando a empresa e os colaboradores trilham juntos, pois a organização oferta todo o suporte necessário preparando seus colaboradores para enfrentarem novos obstáculos, tanto profissionais quanto pessoais, internos ou externos à empresa, e em trocam os colaboradores ofertam à empresa todos os seus conhecimentos adquiridos e suas experiência vividas, surgindo assim uma simbiose positiva para ambas as partes enfrentarem futuros desafios. Fleury e Fleury (2008) destacam que quando os colaboradores colocam em prática seus conhecimentos em prol da empresa, demonstram competência organizacional, pois compartilham a riqueza dos seus conhecimentos, adequando-os à conforme situação ou momento de maneira consciente e eficiente, auxiliando de modo prático o aprimoramento das atividades ou funções no cotidiano da organização, permitindo vantagens competitivas excelentes e estratégias eficazes. Carbone (2009) observa que competência pode ser conceituada como sendo uma espécie de sinergia através de esforço coletivo ou individual entre conhecimentos, habilidades e atitudes que se refletem de imediato no desempenho profissional do colaborador e agrega valor tanto para a empresa quanto para o próprio colaborador. Segundo Leme (2008) o conhecimento é o que se sabe, ou seja, o que se conhece e está ligado ao aprendizado do indivíduo ao longo dos anos, que pode ser expresso também por experiência de vida. Já a habilidade é o que se sabe fazer, ou seja, é a aplicação dos conhecimentos já adquiridos. A atitude é a efetivação e exercício do conhecimento e da habilidade, ou seja é colocar em prática ou realizar algo com base no conhecimento e na habilidade. Para Leme (2008) as competências são divididas em dois grandes grupos, ou seja, as competências técnicas relacionadas com tudo que o indivíduo necessita saber para desempenhar a sua atividade na organização e as competências comportamentais, estas, compostas pelo que o indivíduo necessita demonstrar como diferencial competitivo das outras pessoas, demonstrando assim, um forte impacto positivo em seu desempenho profissional. Quando se trata de gestão por competências devem ser observadas tanto as competências técnicas quanto as comportamentais. De acordo com Dutra (2011) para conseguir avaliar um colaborador de maneira correta, a empresa deve considerar o quanto ele é capaz de ofertar à organização os resultados de que a empresa realmente necessita, para isso, o colaborador deve ser analisado com base em suas competências. Chiavenato (2016) reforça que o fundamento das competências está diretamente relacionado com o conceito de entrega do colaborador, ou seja, seu conhecimento, suas habilidades e suas atitudes que contribuem para o sucesso da empresa de forma direta e indireta. Quando a empresa avalia os colaboradores pelo que eles são capazes de entregar, fica mais fácil identificar o caminho para avaliação, para o desenvolvimento e para recompensas mais adequadas. Quando se define as competências da empresa, opta-se por trabalhar diretamente com competências que sustentem as competências técnicas fundamentais para o desempenho de uma determinada atividade (GRAMIGNA, 2007). Segundo Gramigna (2007) existem competências diferenciais, que são compostas por estratégias, as quais são identificadas na missão da empresa e estabelecem a competitividade. As competências diferenciais possuem um conjunto de capacitações que ofertam a organização o alcance dos seus resultados desejados. Já as competências essenciais são as observáveis aos olhos dos clientes, fundamentais para o sucesso dos negócios da empresa. Por fim, competências básicas são verificadas na parte interna da organização e são essenciais para sustentar o funcionamento da empresa, uma vez fundamentam o alicerce e incentivam a produtividade. Fleury e Fleury (2008) destacam que recursos e competências são itens totalmente diferentes, pois os recursos são compostos por alguma coisa que a organização possui ou tem acesso, mesmo que seja temporariamente, já a competência possui sua estrutura partindo de uma série ou um conjunto de recursos obtidos por meio da habilidade dos colaboradores em fazer algo na empresa. Esta noção de distinção auxilia a empresa na parte da elaboração estratégica e formulação das competências, auxiliando no processo de entradas e saídas de colaboradores, realimentando assim, o ciclo e formando competências por meio de recursos humanos e as estratégias por meio de um conjunto de recursos, que são as competências essenciais. Destaca-se que novas estratégias criam novos arranjos de recursos e novas competências, que novamente irão impactar na elaboração estratégica empresarial. Assim, pode-se afirmar que uma organização possui várias competências organizacionais em todas as respectivas áreas, sendo que dessas, algumas são fundamentais e tornam a empresa distinta de outras empresas, garantindo uma grande vantagem competitiva no mercado. Fleury e Fleury (2008) ainda reforçam que esta diferenciação entre competências organizacionais e essenciais é importante para os gestores, uma vez que as competências essenciais ofertam benefícios observáveis pelos clientes e raramente são imitadas ou copiadas e ainda, facilitam a empresa entrar em mercados distintos. Quando a organização identifica as competências essenciais para seus negócios, de imediato, são identificadas as competências organizacionais que serão fundamentais para o exercício de cada função ou cargo de determinado colaborador na empresa. Os autores destacam que as empresas possuem todo o seu conjunto de competências oriundas de seu processo de desenvolvimento e do seu patrimônio de conhecimentos e se aproveitamdisso para obter vantagens competitivas em meio à concorrência, entretanto, somente seus colaboradores ofertam tais conhecimentos e competências para conseguirem tais vantagens. 4.3 Gerenciamento por Competências No decorrer dos anos se observa uma tendência das empresas em cada vez mais investir na área de gestão de pessoas voltada ao desenvolvimento de habilidades dos seus colaboradores para adquirirem autoconfiança e executarem suas atividades com mais competência. Essas características são essenciais para o mercado atual, acirrado e de constante mutação. (KWASNICKA, 2007). Segundo Tosta (2011) o mundo dos negócios vem passando por mudanças nos últimos anos, influenciado fortemente pelo conhecimento. A vida empresarial que antes era voltada exclusivamente ao capital financeiro e uso intenso da mão de obra perdeu sua vez para o capital intelectual humano e suas competências. Dalmau (2014) verifica nas empresas atuais existe uma crescente valorização dos indivíduos, isto porque as organizações constataram que os colaboradores são seu bem maior, onde as mudanças constantes no mercado com as quais se defrontam confirmaram tal fato. Em razão dessas mudanças, o mundo profissional vem passando por transformações que exigem qualificações laborais para se obter competência. O mercado de trabalho nos dias atuais exige profissionais ativos e que possuam um perfil multifuncional, detentores de conhecimentos técnicos, habilidades e atitudes respectivas para o desempenho de suas atividades (AMARAL, 2008). Ainda, segundo Amaral (2008), quando o colaborador coloca em prática seu conhecimento, concretiza as competências organizacionais e as adaptam ao ambiente onde estão inseridas, pois utiliza o conhecimento de uma maneira consciente para verificar a validade e implementar possíveis modificações para aperfeiçoar algum processo da empresa, agregando valor do colaborador através de sua contribuição efetiva ao patrimônio de conhecimentos da empresa, ofertando assim, vantagens competitivas e credibilidade para empresa. De acordo com Sartoretto (2016) o modelo de gestão por competências se apresenta com o objetivo de alinhar a estratégia organizacional com as competências individuais de seus colaboradores, pois criar e incorporar inovações são uma necessidade das empresas para conseguir ao menos, sobreviver neste mercado extremamente competitivo. Nesse sentido, segundo Amaral (2008), o modelo de gestão por competências é obrigado a considerar as peculiaridades e características de cada empresa para conseguir gerar bons resultados, uma vez que o modelo de gestão por competências possui por objetivo atender também os objetivos mútuos, ou seja, da empresa e de seus stakeholders, ou seja, garantir o alinhamento do modelo de gestão por competências com a cultura da organização e suas estratégias para firmar uma flexibilidade diante as mudanças, incentivando e estimulando um ambiente de autodesenvolvimento baseado no trabalho participativo e multifuncional. Belfort et al. (2012) destacam que o modelo de gerenciamento por competência é a maneira de conduzir os funcionários para atingirem os objetivos da organização através de suas capacidades técnicas e comportamentais aliados aos padrões modernos de gestão de pessoas. Para os autores o modelo de gerenciamento por competência possui por objetivo o fortalecimento da gestão, ou seja, fortificar o gerenciamento ofertando mais capacidade no planejamento, tanto na captação, quanto no desenvolvimento dos recursos humanos da empresa que são necessários para a conquista de melhores resultados operacionais e produtivos. Na visão de Moura (2009) as competências tem sido utilizadas como instrumentos de negócios nas empresas desde o início dos anos 80, pois as competências se tornaram um elemento fundamental para a elaboração de estratégias organizacionais, uma vez que as competências possuem um forte vínculo com o desempenho e o desenvolvimento dos colaboradores. O modelo de gestão por competências permite um alinhamento com as expectativas e as necessidades das empresas e dos colaboradores. Gomes (2008) afirma que existem vários tipos de competências, uma vez que o termo remete ao saber, ao agilizar, à mobilizar recursos, à agregar saberes, ao saber aprender, à assumir responsabilidades, à possuir visão estratégica, e principalmente, o termo estar diretamente ligado ao conceito de conhecimentos, habilidades e atitudes com o objetivo de agregar valor econômico e social à empresa. Nesse sentido, sobre as distintas espécies de competências, destacam-se em um nível geral, as competências organizacionais e as próprias competências individuais. Dessa forma, se verifica a relevância da inter-relação entre os níveis de competência para que o mapeamento de recursos da organização seja possível e viável à realidade empresarial, ou seja, utilizar os níveis de competência pata realizar uma análise do ambiente da empresa, tanto interno, quanto externo, para se obter estratégias compatíveis com os objetivos mútuos e dentro das limitações da organização. O mapeamento de recursos da empresa possui por meta identificar, sistematizar e salientar as competências da empresa e de seus colaboradores. Partindo desse mapeamento se identificam os pontos fortes e os pontos fracos das competências organizacionais e individuais existentes na empresa, pois oferta aos gestores saber destinar de maneira adequada cada colaborador em sua devida função, uma vez que tal mapeamento identifica as potencialidades e carências dentro da organização e auxilia a seleção e o desenvolvimento das competências necessárias para se obter estrategicamente sucesso no atual mundo dos negócios (TORRES, ZIVIANI; SILVA, 2012). 4.4 A Inovação inserida na Gestão de Competências em prol das Empresas Neste novo cenário de mercado mundial o capital intelectual humano tem sido o principal diferencial competitivo entre as empresas. Isto porque a inovação é obtida por este recurso, diferenciando as organizações que o possuem, pois a inovação aprimora seus processos produtivos e oferta maior competitividade. O capital intelectual humano é um bem intangível da empresa que agrega os conhecimentos, as experiências, as ideias, as opiniões, as aptidões, os talentos, as competências, a criatividade, dentre outros elementos que geram a inovação (SOARES; STOECKICHT, 2010). Dessa forma é necessário valorizar os colaboradores e investir em sua capacitação, pois são eles quem fornece a matéria prima da inovação acrescentando valor e transformando as atividades repetitivas da empresa em atividades bem mais ativas em inteligência (FLEURY; FLEURY, 2011). São os colaboradores que ofertam criatividade e imaginação nos processos da organização. Os colaboradores, portanto, são recursos essenciais para se obter vantagem competitiva diante à concorrência. O capital intelectual humano deve ser considerado pelos gestores como principal item para a mobilização, geração e compartilhamento de conhecimento, que consequentemente, gera inovação (BENEVIDES, et al., 2015). A gestão por competências ganhou evidência nas empresas quando os gestores perceberam que poderiam formular estratégias organizacionais eficazes para que os colaboradores fossem alocados nos projetos organizacionais conforme suas competências, ou seja, o gerenciamento de pessoas começou a ser baseado em elementos que possibilitavam levantar as competências necessárias para as distintas funções da organização, inclusive para a criação de inovação (STOECKICHT; SOARES, 2010). A gestão de competências voltada para a inovação é centralizada nas pessoas, ou seja, em seus conhecimentos e experiências práticas vividas, e este fato começou a se tornar um instrumento de vantagem competitiva extremamente eficiente (ANDRADE; AMORIM; GOMES, 2014). As competências, quando direcionadas para a inovação ofertam valores competitivospara as organizações, permitindo a existência da criação e a da inovação. Assim, se observa que um dos indicadores mais importantes para o processo de inovação organizacional são as competências individuais e as competências organizacionais (BARBOSA; CINTRA, 2012). A organização por meio de sua gestão de competências pode colher novas competências com os perfis e habilidades necessários para cada atividade específica e também que possibilite aprimorar seus processos e alinhá-los com as suas estratégias. Assim, as novas competências serão voltadas para a inovação e introduzidas no cotidiano da empresa. Nesse contexto, torna-se essencial a valorização de ideias que possam contribuir para melhorias nos processos e que resultem em aprimoramento dos processos existentes de modo contínuo. Entretanto, para que exista essa integração entre a gestão de competências e inovação e realmente funcione perfeitamente, é necessário antes de unir estes dois elementos, que a empresa oferte mais competências em prol de uma cultura que incentive e motive a criatividade e aceite o novo como itens fundamentais de crescimento organizacional e profissional (GAZOLLA; SILVA, 2016). Uma gestão de competências alinhada à inovação deve transcorrer e trilhar todas as dimensões da empresa, em especial nos seus níveis estratégicos, de processos e da gestão de pessoas. Deve-se considerar de que de nada adiantará alinhar a inovação com a gestão de competências se internamente não se levar em conta na elaboração de suas estratégias, que exista uma adequada execução dos processos e que a realização desses processos seja diretamente relacionada a uma gestão de pessoas eficaz, ou seja, não basta somente o empenho da empresa em seus negócios direcionados exclusivamente para o mercado e o seu ambiente externo para conseguir ganhar espaço e obter bons resultados, é fundamental também rever as competências internas e adequá-las às estratégias para a empresa conseguir uma melhor competitividade no seu segmento de atuação, lembrando que em qualquer segmento de mercado o carro-chefe é a inovação (NEUMANN (2013), 4.5 Competências e Inovação: Elementos Essenciais nas Indústrias 4.0 Na Alemanha o termo Indústria 4.0 foi utilizado pela primeira vez. Este fato ocorreu em 2011 durante uma Feira. Atualmente este termo tem favorecido a criação de inúmeras discussões científicas no mundo em distintas áreas do conhecimento. Conforme o Ministério Federal da Economia e Energia da Alemanha, a Indústria 4.0 é definida como uma rede inteligente de máquinas e processos industriais composto por tecnologias da informação e comunicação para conectividade física e digital de recursos. A Alemanha, país precursor do termo Indústria 4.0, vem conduzindo ultimamente várias mudanças no cenário industrial, tendo como fundamento a produção e a inovação habilitadas pelos Sistemas Cibernéticos (Cyber-Physical Systems - CPSs) Os que Sistemas Cibernéticos trabalham nas incorporações e inclusões digitais com processos físicos, onde existem computadores e redes integrados que monitoram e controlam os processos físicos da empresa (LEE; KAO; YANG, 2014). Lalanda; Morand; Chollet (2017) observam que a Indústria 4.0 é fundamentada na utilização de novas técnicas de produção, além de novos materiais e na adoção diversificada de tecnologias digitais. Os Sistemas Cibernéticos (Cyber-Physical Systems - CPSs) e outras tecnologias avançadas, bem como os processos inteligentes ofertam respostas rápidas às mudanças na produção e identificam falhas que podem ser corrigidas em tempo hábil ao longo da cadeia produtiva industrial. A Indústria 4.0 necessita de uma associação e integração efetiva entre equipamentos, indivíduos, processos e produtos da organização. A Indústria 4.0 propicia vantagens competitivas, tais como eficiência de custo e menor tempo na produção, além de melhoria na qualidade do produto (GEBHARDT; GRIMM; NEUGEBAUER, 2015; HADDARA. ELRAGAL, 2015). De uma maneira ou de outra, todas as indústrias mundiais serão impactadas de maneira positiva oriundas da Indústria 4.0. O setor automotivo é líder na adoção de Internet das Coisas. A Indústria 4.0 também é denominada quarta revolução industrial ou indústria do futuro (RÜßMANN et al., 2015). Bateram (2012) destaca que competências são compostas por modos comportamentais relacionados à maneira de como o conhecimento e as habilidades são utilizadas para o desempenho de determinadas atividades laborais. Assim, o foco da competência do indivíduo não se limita somente a um conjunto de conhecimentos teóricos e empíricos adquiridos pela pessoa, muito menos se encontra no desempenho de uma atividade, pois a competência não é um estado e não se reduz apenas a um conhecimento específico. A competência é uma inteligência prática do indivíduo estabelecida pelos seus conhecimentos adquiridos e transformados em conformidade com a complexidade das ações que surgem no seu cotidiano laboral. Gorecky et al. (2014) afirmam que a Indústria 4.0 apresenta competências essenciais para obter sua performance e superar qualquer obstáculo que possa surgir, tanto nos processos produtivos, quanto nos processos de interação dos recursos humanos. A Indústria 4.0, segundo Rübmann et al. (2015) agrega nove fundamentos com base na tecnologia, sendo eles: o elevado número de dados para análises (Big Data); os robôs autônomos; a simulação; a integração de sistemas horizontal e vertical; a internet das coisas; a ciber segurança; a computação em nuvem; a fabricação aditiva e; a realidade aumentada. Todo estes elementos têm por base a competência para conseguir gerar resultados positivos em seus processos. A competência pode também ser definida como um saber agir responsável e reconhecido pela empresa, fasto que implica saber mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades que agreguem alguma espécie de valor econômico à empresa e um valor social ao colaborador (FLEURY; FLEURY, 2001). A competência alinhada com a inovação é o alicerce das Indústrias 4.0, pois as mesmas se utilizam de inovações tecnológicas de forma competente, ou seja, nas Indústrias 4.0 considera-se que o treinamento e o desenvolvimento profissional devem ser contínuos e eficazes para que exista competência e sejam geradas inovações. Nas Indústrias 4.0 existem transformações radicais e dinâmica em relação aos perfis profissionais, aos perfis de emprego e às competências individuais, que exigem um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que distinguem uma pessoa de outra no desempenho de sua função. Assim, é fundamental implantar e concretizar treinamentos apropriados e adequados conforme os objetivos e limitações da empresa para criar estratégias de organização do trabalho de forma que o mesmo promova e incentive a aprendizagem contínua (KAGERMANN; WAHLSTER; HELBIG, 2013 p. 6). Os treinamentos baseados em novas tecnologias da Indústria 4.0 ocorrem de maneira essencial para conseguir atender aos novos postos de trabalho deste modelo. Os Sistemas Cibernéticos (Cyber-Physical Systems - CPSs) são constituídos através das integrações digitais com os processos físicos, onde computadores e as redes integradas monitoram e controlam os processos físicos. Salienta-se que a Indústria 4.0 está alicerçada na utilização de novas técnicas de produção, novos materiais e adoção diversificada de tecnologias digitais, tudo com base na competência e na inovação (RÜßMANN et al., 2015). Os Sistemas Cibernéticos (Cyber-Physical Systems - CPSs) ofertam respostas rápidas às mudanças na produção e identifica falhas ao longo da cadeia produtiva industrial, em razão disso, a Indústria 4.0 necessita de uma integração efetiva entre equipamentos, pessoas, processos e produtos em um conjunto de conhecimento composto por habilidades e atitudes que oferecem vantagens competitivas às empresas por meio de eficiênciade custo e tempo na produção, além de melhora da qualidade do produto final (PIÑOL et al., 2017). Verifica-se, portanto, que as competências e a inovação fazem parte do processo das Indústrias 4.0, uma vez que as competências são constituídas pelo conhecimento, habilidade e atitude voltadas aos processos e as novas tecnologias existentes que exigem inovação e treinamentos contínuos para se obter a interação entre homem e máquina (RÜßMANN et al., 2015). As competências utilizadas na Indústria 4.0 são compostas pelo conhecimento individual e coletivo, as habilidades do ser humano, além de atitude e inovações tecnológicas voltadas aos processos operacionais e produtivos da organização, bem como à interação entre os indivíduos e máquinas e ao relacionamento humano baseado em compartilhamento de informações. Observa-se que as competências variam de fincão para função (PIÑOL et al., 2017). Dos três pilares que sustentam a competência, o primeiro é o Conhecimento, que inicia já parte integrante da competência, uma vez que consiste em um conjunto estruturado de informações que possibilitam o indivíduo compreender e interpretar o mundo à sua volta. O conhecimento também possuí a intuição como parte integrante de seu conjunto de informações, saberes relacionados à experiência e valores morais. O conhecimento é gerado a partir de conceitos, ideias, informações, experiências e aprendizagem sobre a especialidade do profissional. O conhecimento agrega a acessibilidade aos dados e fazer o indivíduo ter a capacidade de reconhecer esses dados como informações aceitáveis e integrá-los á suas tarefas de maneira coordenada e sistematizada. Salienta-se que nesta era da informação o conhecimento é o recurso mais importante para se estar à frente da concorrência (CHIAVENATO, 2016). O segundo pilar que sustenta a competência é a atitude, que por sua vez integra outra parte da competência e é composta pelo comportamento pessoal diante as situações laborais. A atitude faz parte do estilo individual de se fazer as coisas na prática, englobando a maneira de liderar, de motivar, de comunicar, pois ela oferta ao indivíduo atingir as metas que devem ser atingidas, fazendo-o assumir os riscos e ter responsabilidade em suas ações para assim, a pessoa se tronar uma agente de mudanças e realmente agregar valor à empresa e a si mesmo. A atitude é saber fazer acontecer, ou seja, ter compromisso e assumir responsabilidade pelos seus atos e saber aprender para conseguir ser o principal agente de autorrealização pessoal (FLEURY; FLEURY, 2001). O terceiro pilar que sustenta a competência é a habilidade, que pode ser traduzida pela capacidade de transformar o conhecimento em ação, resultando em um desempenho de trabalho positivo e produtivo. A habilidade é o potencial de aplicar o conhecimento na prática, ou seja, é saber utilizar e aplicar o conhecimento para resolver problemas, criando e inovando. (FRANÇA, 2014). Robbins; Decenzo; Wolter (2014) afirmam que nenhuma ação única pode constituir a habilidade, pois a mesma é composta por um conjunto de comportamentos aplicados em diversas situações. Existem três espécies de habilidades essenciais para o indivíduo conseguir desempenhar uma função de modo produtivo e eficaz. A primeira espécie de habilidade diz respeito às habilidades técnicas, que se firmam no “saber “fazer”, utilizando métodos, técnicas e equipamentos necessários para a execução do trabalho. A segunda espécie é representada pelas habilidades humanas, representadas e diretamente relacionadas ao trabalho direto com as pessoas e a capacidade de discernimento para saber se expressar, bem como saber comunicar-se com os outros para compreender suas atitudes e conseguir motivar e liderar de maneira eficaz. A terceira espécie remete as habilidades conceituais, estas são compostas pela capacidade do indivíduo lidar e trabalhar com as ideias e conceitos mais complexos, ou seja, com teorias e generalizações na empresa onde ele atua. Ressalta-se que as habilidades não excluem o conhecimento, nem necessitam de um entendimento completo de habilidades e capacidades, pois quando colocadas em ação as habilidades simplesmente funcionam. Salienta-se que estes três pilares que sustentam a competência são o fundamento da Indústria 4.0. Também, na Indústria 4.0 se contextualiza que treinamento e desenvolvimento profissional, que devem ser contínuos e eficazes, uma vez que existem transformações radicais e dinâmicas no que diz respeito aos itens necessários que o indivíduo obtenha sucesso profissional e se desenvolva de modo contínuo e eficaz, em prol da empresa e de si mesmo para que, tanto a empresa, quanto o profissional, consigam agregar e adquirir valor no mundo dos negócios (PIÑOL et al., 2017). REFERÊNCIAS AMARAL, R. M. do. Gestão de pessoas por competências em Organizações públicas. Anais do Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, São Paulo, 2008 ANDRADE, R. K.V.; AMORIM, L. P.; GOMES, D.S. A importância da utilização da inovação como estratégia competitiva nos negócios. Revista de Administração do UNISAL, São Paulo v. 4 n. 6, p. 1-18, 2014. BARBOSA, A. C; CINTRA, Leandro P. 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