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Concreto Protendido e Pontes Perdas da Força de Protensão Michael Leone Madureira de Souza michael.madureira@animaeducacao.com.br 1 / 79 Sumário 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 2 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 3 / 79 Introdução Conceitos A força de protensão é o elemento fundamental das peças de concreto protendido e sua magnitude, ao longo de uma armadura, em geral, varia com que pode-se chamar de perdas de protensão. O projeto deve prever as perdas da força de protensão em relação ao valor inicial (Pi = Ap ·σpi), aplicada pelo macaco hidráulico, ocorridas antes da transferência da protensão ao concreto (perdas iniciais na pré-tração), durante a transferência (perdas imediatas) e depois, ao longo do tempo, durante a vida útil da estrutura (perdas progressivas). * Perdas iniciais na pré-tração: antes; * Perdas imediatas na pré e pós-tração: durante, em t = t0; * Perdas progressivas na pré e pós-tração: depois, em t > t0, t→ ∞. 4 / 79 Introdução Conceitos Segundo a NBR 6118:2014 a força de protensão é dada por: Pt(x) = P0(x)−∆Pt(x) = ( Pi−∆P0(x) ) −∆Pt(x) Pt(x): força de protensão, no tempo t, na seção x; P0(x): força de protensão, no tempo t = 0, na seção x; ∆P0(x): perda imediata de protensão, medida a partir de P, na seção x; ∆Pt(x): perda diferida de protensão, medida a partir de P, na seção x; Pi: força máxima aplicada na armadura de protensão pelo equipamento de tração. 5 / 79 Introdução Conceitos A NBR 6118 recomenda para a tensão σpi da armadura de protensão na sáıda do aparelho tensor (macaco) que não sejam ultrapassados os seguintes valores: * Pré-Tração a) σpi = 0,77 fptk e 0,90 fpyk para aços RN; b) σpi = 0,77 fptk e 0,85 fpyk para aços RB; * Pós-Tração a) σpi = 0,74 fptk e 0,87 fpyk para aços RN; b) σpi = 0,74 fptk e 0,82 fpyk para aços RB; * Cordoalha engraxada a) σpi = 0,72 fptk e 0,88 fpyk para aços CP85/105; b) σpi = 0,80 fptk e 0,88 fpyk para aços RB; Em cenários onde não há definição estrita da tensão de escoamento do aço deve ser adotado o valor fpyk = 0,9 · fptk. 6 / 79 Introdução Conceitos Cordoalhas com aderência inicial (pré-tração): * Perdas imediatas: a) perdas por deformação da ancoragem; b) perda por relaxação da armadura até a efetivação da protensão; c) perda por deformação imediata do concreto; * Perdas diferidas: a) perda por retração do concreto; b) perda por efeito da fluência do concreto; c) perda por relaxação da armadura de protensão. 7 / 79 Introdução Conceitos Cordoalhas com aderência posterior e sem aderência (pós-tração): * Perdas imediatas: a) perda por atrito; b) perda por deformação da ancoragem; c) perda por deformação imediata do concreto; * Perdas diferidas: a) perda por retração do concreto; b) perda por efeito da fluência do concreto; c) perda por relaxação da armadura de protensão. 8 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 9 / 79 Perdas Iniciais Conceitos Consideram-se iniciais as perdas ocorridas na pré-tração, antes da liberação do dispositivo de tração (cabeceiras das pistas de pré-moldados) e decorrentes de: a) Atrito nos pontos de desvios da armadura poligonal, cuja avaliação deve ser feita experimentalmente, em função do tipo de aparelho de desvio empregado. OBS: para armaduras sem desvios, protensão constante, caso comum dos pré-moldados com armaduras aderentes, esta perda não existe. b) Escorregamento da armadura na ancoragem, cuja determinação deve ser experimental ou devem ser adotados os valores indicados pelo fabricante dos dispositivos de ancoragem. c) Relaxação inicial da armadura, função do tempo decorrido entre o alongamento da armadura (protensão) e a liberação do dispositivo de tração. 10 / 79 Perdas Iniciais Conceitos Consideram-se iniciais as perdas ocorridas na pré-tração, antes da liberação do dispositivo de tração (cabeceiras das pistas de pré-moldados) e decorrentes de: d) Retração inicial do concreto, considerado o tempo decorrido entre a concretagem do elemento estrutural e a liberação do dispositivo de tração. As empresas de lidam com a fabricação de pré-moldados podem, em função da experiência adquirida nas repetições dos ciclos diários das operações, compensar as perdas iniciais com acréscimos controlados da força inicial de protensão. 11 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 12 / 79 Perdas Imediatas Pré-tração São as perdas que acontecem durante a transferência da força de protensão para as seções do concreto no instante t = t0. No caso da pré-tração a força aplicada sofre perda imediata devido ao encurtamento imediato do concreto durante a transferência da protensão, por aderência, ao concreto. A variação da força de protensão deve ser calculada em regime elástico, considerando-se a deformação da seção homogeneizada. 13 / 79 Perdas Imediatas Pré-tração Figure: Viga pré-moldada com pré-tração. 14 / 79 Perdas Imediatas Pré-tração Encurtamento do concreto, na posição de Ap, na seção central x = L/2, no instante t = t0: ∆εc = 1 Ec · ( Npi A′c + Npi·e2p I′c +g1 · L 2 8 · ep I′c ) Perda de protensão na seção central: ∆εc = ∆εp → ∆εp = ∆σpEp compatibilidade) Resulta em: ∆σp = Ep Ec · ( Npi A′c + Npi·e2p I′c +g1 · L 2 8 · ep I′c ) onde ∆P0 = ∆σp ·Ap (perda da força de protensão imediata. 15 / 79 Perdas Imediatas Pré-tração As variáveis são dadas por: g1 representa o peso próprio do elemento; I′c é a inércia da seção homogeneizada; Ec é o módulo de elasticidade do concreto; A′c a área da seção, homogeneizada; Ep módulo de elasticidade do aço; ep excentricidade na seção homogeneizada. Homogeneizar a seção é trabalhar como as propriedades da seção considerando somente um material, ou toda de aço ou toda de concreto. Nesse sentido é necessário adequar a o parâmetro geométrico (área, inércia, etc.) com a razão entre os módulos de elasticidade entre os materiais. Ex.: Ac = Ec Es ·As 16 / 79 Perdas Imediatas Pós-tração Para os sistemas usuais de protensão com pós-tração, as perdas imediatas durante a transferência da força, no instante t = t0 são dadas por: 1) Perdas devidas ao atrito entre as armaduras e a bainha ou o concreto durante o alongamento do aço. 2) Perdas devido à acomodação da ancoragem (dispositivos de ancoragem com deslizamento da armadura), recuo do cabo. 3) Encurtamento imediato do concreto em elementos estruturais com protensão sucessivas de cabos. 17 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 18 / 79 Perdas por Atrito Conceitos Nos elementos estruturais com pós-tração os cabos utilizados possuem, na sua maioria, traçados curvos ou poligonais. Durante a operação de protensão, ao se deslocarem no interior das bainhas (ou do concreto), sofrem perdas por atrito, nos pontos de contato, reduzindo a força de protensão. De acordo com a NBR 6118:2014 a perda por atrito pode ser estimada por: ∆P(x) =Pi · [ 1− e−(µ·Σα+k·x) ] onde: Pi é a força aplicada pelo aparelho tensor na posição x = 0 (ancoragem ativa); x é a abscissa do ponto onde se calcula ∆P, medida a partir da ancoragem, em metros; Σα é a soma dos ângulos de desvio entre a ancoragem e o ponto da abcissa x, em radianos; 19 / 79 Perdas por Atrito Conceitos Σα é a soma dos ângulos de desvio entre a ancoragem e o ponto da abcissa x, em radianos; µ é o coeficiente de atrito entre o cabo e bainha. Na falta de dados experimentais, pode ser estimado como se segue: (valores em 1/radianos) * µ = 0,5 entre cabo e concreto (sem bainha); * µ = 0,3 entre barras ou fios com mossas ou saliências e bainha metálica; * µ = 0,2 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica; * µ = 0,1 entre fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica lubrificada; * µ = 0,05 entre cordoalha e bainha de polipropileno lubrificada (engraxada). k é o coeficiente de perda por metro provocada por curvaturas não intencionais do cabo. Na falta de dados experimentais, k = 0,01 ·µ /m. 20 / 79 Perdas por Atrito Conceitos O diagrama P0(x) pode ser considerado como trechos de reta, conforme a geometria do traçado do cabo. Na maioria dos casos, lajes e vigas, x pode ser tomado como a abscissa do ponto do cabo em projeção horizontal. 21 / 79 Perdas por Atrito Exemplo - Cabo parabólico simétrico com duas ancoragens ativas Exemplo: Perdas por atrito em cabos usuais utilizados em vigas e lajes isostáticas biapoiadas. ∆P0(x = L/2) = Pi · [ 1− e−(µ·α+k·L/2) ] Figure: Exemplo 1. 22 / 79 Perdas por Atrito Exemplo - Cabo parabólico com ancoragens ativa e passiva Exemplo: Perdas por atrito em cabos usuais utilizados em vigas e lajes isostáticas biapoiadas. Figure: Exemplo 2. 23 / 79 Perdas por Atrito Exemplo - Cabo parabólico-reto-parabólico com duas ancoragens ativas Exemplo: Perdas por atrito em cabos usuais utilizados em vigas e lajes isostáticas biapoiadas. Figure: Exemplo 3. 24 / 79 Perdas por Atrito Exerćıcio 1 Exerćıcio: Calcular as tensões nos pontos A, B, C, D e E do cabo dado na figura abaixo logo após a efetivação da protensão. Considerar que a tensão inicial de protensão no cabo nas extremidades da peça gera uma força de protensão de 201 kN e que ambas ancoragens são ativas. Adote µ = 0,23, k = 0,01 ·µ e α = 6,84o. Figure: Exerćıcio 1. 25 / 79 Perdas por Atrito Exerćıcio 1 Seção A: x = 0, α = 0, µ = 0,23 e k = 0,23 ·0,01 = 0,0023. ∆P0(x = 0) = 201 · [ 1− e−(0,23·0+0,0023·0) ] = 0 kN P0(x = 0) = 201−0 = 201 kN Seção B: x = 15 m, α = 0+6,84o = 6,84o, µ = 0,23 e k = 0,0023. ∆P0(x = 15) = 201 · [ 1− e−(0,23· 6,84·π 180 +0,0023·15) ] = 12,1 kN P0(x = 15) = 201−12,1 = 188,9 kN Seção C: x = 24 m, α = 6,84o +0 = 6,84o, µ = 0,23 e k = 0,0023. ∆P0(x = 24) = 201 · [ 1− e−(0,23· 6,84·π 180 +0,0023·24) ] = 15,9 kN P0(x = 24) = 201−15,9 = 185,1 kN As seções D e E são simétricas a B e A respectivamente. 26 / 79 Perdas por Atrito Exerćıcio 2 Exerćıcio: Calcular as tensões nos pontos A, B, C, D e E do cabo dado na figura abaixo logo após a efetivação da protensão. Considerar que a tensão inicial de protensão no cabo nas extremidades da peça gera uma força de protensão de 201 kN e que a ancoragem em A é ativa e E passiva. Adote µ = 0,23, k = 0,01 ·µ e α = 6,84o. Figure: Exerćıcio 2. 27 / 79 Perdas por Atrito Exerćıcio 2 Seção A: x = 0, α = 0, µ = 0,23 e k = 0,23 ·0,01 = 0,0023. ∆P0(x = 0) = 201 · [ 1− e−(0,23·0+0,0023·0) ] = 0 kN P0(x = 0) = 201−0 = 201 kN Seção B: x = 15 m, α = 0+6,84o = 6,84o, µ = 0,23 e k = 0,0023. ∆P0(x = 15) = 201 · [ 1− e−(0,23· 6,84·π 180 +0,0023·15) ] = 12,1 kN P0(x = 15) = 201−12,1 = 188,9 kN Seção C: x = 24 m, α = 6,84o +0 = 6,84o, µ = 0,23 e k = 0,0023. ∆P0(x = 24) = 201 · [ 1− e−(0,23· 6,84·π 180 +0,0023·24) ] = 15,9 kN P0(x = 24) = 201−15,9 = 185,1 kN 28 / 79 Perdas por Atrito Exerćıcio 2 Seção D: x = 33 m, α = 6,84o +0 = 6,84o, µ = 0,23 e k = 0,0023. ∆P0(x = 33) = 201 · [ 1− e−(0,23· 6,84·π 180 +0,0023·33) ] = 19,7 kN P0(x = 33) = 201−19,7 = 181,3 kN Seção E: x = 48 m, α = 6,84o +6,84o = 13,68o, µ = 0,23 e k = 0,0023. ∆P0(x = 48) = 201 · [ 1− e−(0,23· 13,68·π 180 +0,0023·48) ] = 30,6 kN P0(x = 48) = 201−30,6 = 170,4 kN 29 / 79 Perdas por Atrito Exerćıcio 3 Exerćıcio: Calcular as perdas na força de protensão nas seções A e B logo após a efetivação da protensão. Considerar que a tensão inicial de protensão no cabo nas extremidades da peça gera uma força de protensão de 3976 kN e que ambas ancoragens são ativas. Adote µ = 0,2 e k = 0,01 ·µ. Figure: Exerćıcio 3. 30 / 79 Perdas por Atrito Exerćıcio 3 Seção A: x = 12 m, α = 0+10o = 10o, µ = 0,2 e k = 0,002. ∆P0(x = 12) = 3976 · [ 1− e−(0,2· 10·π180 +0,002·12) ] = 227,4 kN P0(x = 12) = 3976−227,4 = 3748,6 kN Seção B: x = 60 m, α = 10o +7,5o +15o +7,5o = 40o, µ = 0,2 e k = 0,002. ∆P0(x = 60) = 3976 · [ 1− e−(0,2· 40·π180 +0,002·60) ] = 909,1 kN P0(x = 60) = 3976−909,1 = 3066,9 kN 31 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 32 / 79 Perdas por Acomodação da Ancoragem Conceitos Na pós-tração a força de protensão é transferida à seção de concreto através das ancoragens, que podem ser ativas e passivas. Nos casos de fios e cordoalhas a ancoragem é feita por meio de cunhas de aço cuja eficiência deve ser comprovada através de ensaios. Esse conjunto é constitúıdo por: a) Cunhas: peças de metal tronco-cônicas com dentes que ”mordem” o aço de protensão. b) Porta-cunhas: peças de metal externamente ciĺındricas, com um furo tronco-cônimo que aloja as cunhas. O porta-cunhas transfere a força da cordoalha para a placa de apoio. c) Placas de apoio: placas de metal que recebem as forças do conjunto cunhas/porta-cunhas e as transferem de forma distribúıda para a seção de concreto. 33 / 79 Perdas por Acomodação da Ancoragem Conceitos Figure: Ilustração de ancoragem por cunhas, porta-cunhas e placas de apoio. 34 / 79 Perdas por Acomodação da Ancoragem Conceitos O funcionamento das ancoragens por meio de cunhas exige uma mobilização mecânica simultânea do conjunto, provocando sempre pequenos deslocamentos da cordoalha. Esses deslocamentos são denominados acomodação da ancoragem, representados por ∆w, e provocam perdas de protensão. Ao se transferir a força de protensão para a ancoragem, a extremidade do cabo sobre um deslocamento ∆w, voltando para dentro da bainha. Essa movimentação gera forças de atrito ao longo de um determinado trecho do cabo w definido pela extremidade (ancoragem) e por um ponto de equiĺıbrio (ou bloqueio) a partir do qual deixa de existir a perda de protensão. 35 / 79 Perdas por Acomodação da Ancoragem Conceitos Na determinação do ponto de equiĺıbrio w e das perdas correspondentes, considera-se uma condição de compatibilidade geométrica: o encurtamento do cabo (perda de alongamento) é equivalente ao deslocamento (acomodação) ocorrido ∆w. 36 / 79 Perdas por Acomodação da Ancoragem Conceitos Na determinação do ponto de equiĺıbrio w e das perdas correspondentes, considera-se uma condição de compatibilidade geométrica: o encurtamento do cabo (perda de alongamento) é equivalente ao deslocamento (acomodação) ocorrido ∆w. A partir do conhecimento de w podem ser determinados os valores de P0(x = w), ∆P0(x = 0) e P0(x = 0). As perdas por acomodação da ancoragem são particularmente importantes em cabos curtos e também em cabos retos com baixos coeficientes de atrito. Essa verificação não fará parte do nosso curso. 37 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no TempoRetração Fluência Relaxação 38 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Conceitos Quando se executa a protensão de uma peça com aderência posterior é comum fazê-lo por etapas. Quando um cabo é protendido provoca-se uma deformação elástica no concreto (via de regra de encurtamento) que, por sua vez, causa uma perda de protensão nos demais cabos já protendidos. No cenário em que todos os cabos são protendidos ao mesmo tempo, não há perda alguma de protensão por deformação imediata do concreto (no caso da pós-tração). 39 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Conceitos De acordo com a NBR 6118:2014 pode ser considerada uma perda média de protensão para todos os cabos pós-tracionados, calculada pela expressão: ∆σp = (n−1) 2 ·n ·α · (σcp +σcg) n é o número de cabos protendidos sucessivamente um a um; α = Ep Eci relação entre os módulos de elasticidade do aço e concreto, Ep = 200 GPa e Eci = 5600 · √ fck j, em MPa σcp a tensão no concreto no ńıvel do c.g. de Ap, devida à protensão simultânea dos n cabos σcg tensão no concreto no ńıvel do c.g. de ∆p, devida à ação das cargas permanentes mobilizadas pela protensão. 40 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Conceitos Ao detalhar a formulação proposta anteriormente é posśıvel reescrevê-la da seguinte forma: ∆σp,medio = (n−1) 2 ·n ·α · ( Np Ac + Np · e2 Ic − Mg · e Ic ) Np é a força total de protensão (soma de todos os cabos) Ac a área da seção transversal analisada e excentricidade do cabo representante (distância ao c.g. da peça da força resultante de protensão) Ic momento de inércia da seção considerada Mg é a parcela de peso próprio mobilizada durante a protensão. 41 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Exemplo A estrutura esquematizada representa uma viga protendida com 10 cabos de 7 φ 12,7 mm em pós-tração. Determinar a perda média de protensão devido ao encurtamento imediato do concreto (∆σp). Considere: a) Os cabos são protendidos sequencialmente 2 a 2 em 2 etapas: 6 cabos aos 14 dias e 4 cabos aos 28 dias; b) Ac = 2,678 m2, yin f = 1,454 m, Ic = 2 m4, Ep = 200 GPa, AP = 1,014 cm2 /cordoalha; c) CPII 30; d) Na protensão foi mobilizado um momento fletor Mg = 5000 kN.m e) Na seção em análise atuam as seguintes forças de protensão, já descontadas as perdas por atrito e acomodação das ancoragens: Cabo 1: P0(x) =−924 kN Cabo 2: P0(x) =−945 kN Cabo 3: P0(x) =−934 kN Cabo 4: P0(x) =−892 kN Cabo 5: P0(x) =−913 kN 42 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Exemplo 1 Figure: Exemplo 1 43 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Exemplo 1 Módulo de elasticidade do concreto: Após 28 dias (Etapa 2): Eci = 5600 · √ 30 = 30672 MPa Após 14 dias (Etapa 1): Eci = 5600 · √ fck 14 fck 14 = β1 · fck → β1 = e0,25·[1−(28/14) 1 2 ] = 0,9016 fck 14 = 0,9016 ·30 = 27,048 MPa Portanto, após 14 dias: Eci = 5600 · √ 27,048 = 29124 MPa Como são 2 etapas de protensão, para simplificar será tomado um Eci proporcional ao número de cabos protendidos: Eci = (6·29124+4·30672 6+4 ) = 29743,2 MPa Cálculo do parâmetro α: α = Ep Eci = 20000029743,2 = 6,724 44 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Exemplo 1 Excentricidade dos cabos no C.G. da seção: Excentricidade dos cabos (Etapa 1): ep1 = ep2 = ep3 = yin f − y0 ep1 = ep2 = ep3 = 1,454−0,08 = 1,374 m Excentricidade dos cabos (Etapa 2): ep4 = ep5 = 1,454−0,2 = 1,254 m C.G. de Ap: yp = Σ(yi·Ai) ΣAi = 8·(6·1,014)+20·(4·1,014)10·1,014 = 12,8 cm = 0,128 m Excentricidade do conjunto de cabos: ep = yin f − yp = 1,454−0,128 = 1,326 m 45 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Exemplo 1 Variação da tensão média na protensão ∆σp: Carga total de protensão Np: Np = 2 · (924+945+934+892+913) = 9216 kN. Contribuição dos cabos: Np · e2p = 9216 ·1,3262 = 16216,4 kN.m2 Portanto: ∆σp,medio = (5−1) 2·5 ·6,724 · ( 9216 2,678 + 9216·1,3262 2 − 5000·1,326 2 ) ∆σp,medio = 22147,7 kN/m2 Perda de força no Cabo 2 devido ao relaxamento do aço: Pperda = 7 ·1,014 ·10−4 ·22147,7 = 15,7 kN Então: P0,2 = 945−15,7 = 929,3 kN 46 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Conceitos No caso das peças protendidas com (pré-tração, como, em geral, a execução é realizada simultaneamente para todos os cabos, as perdas por encurtamento imediato do concreto é estimado por: ∆σp,medio = α · ( Np Ac + Np · e2 Ic − Mg · e Ic ) Np é a força total de protensão (soma de todos os cabos) Ac a área da seção transversal analisada e excentricidade do cabo representante (distância ao c.g. da peça da força resultante de protensão) Ic momento de inércia da seção considerada Mg é a parcela de peso próprio mobilizada durante a protensão. 47 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Exemplo Calcular a perda de protensão por deformação imediata dos cabos de uma viga submetida a pré-tração com a seção trasnversal dada na figura abaixo. A peça conta com 3 cordoalhas de φ 12,7 mm de CP190 RB. Adote que a relação entre os módulos de elasticidade do aço e concreto seja α = 7 e Mg = 37,5 kN.m com σp(t) = 1402 MPa. Figure: Exemplo 2 48 / 79 Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Exemplo 2 Caracteŕısticas geométricas da seção: Área: Ac = b ·h = 0,2 ·0,6 = 0,12 m2 Momento de inércia: Ic = b·h 3 12 = 0,2·0,63 12 = 0,0036 m 4 Excentricidade dos cabos no C.G. da seção: ep = yin f − yp = 0,3−0,05 = 0,25 m Variação da tensão média na protensão ∆σp: Carga total de protensão: Np = Ap ·σp(t) = 3 · (1,014 ·10−4) ·1402 ·103 Np = 426,5 kN. Portanto: ∆σp = 7 · ( 426,5 0,12 + 426,5·0,252 0,0036 − 37,5·0,25 0,0036 ) = 58481,6 kN/m2 Perda de força no devido ao relaxamento do aço: Pperda = 3 ·1,014 ·10−4 ·58481,6 = 17,8 kN Então: P0 = 426,5−17,8 = 408,7 kN 49 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 50 / 79 Perdas Diferidas no Tempo Conceitos A força de protensão precisa ser controlada em dois cenários: 1) Execução da estrutura; 2) Durante o peŕıodo da vida útil da estrutura. É necessário o cálculo da diminuição da força para que seja posśıvel verificar o comportamento estrutural da peça protendida no atendimento às demandas dos Estado Limites aplicáveis com a força de protensão restante. A redução da força com o tempo está vinculada ao comportamento do concreto, que sofre retração na secagem e fluência quando tensionado permanentemente. O material aço também sofre reduções de força quando submetido a deformações elevadas durante um tempo longo, denominada relaxação. Esse efeito é influenciado, entre outros aspectos, pela qualidade do material. 51 / 79 Perdas Diferidas no Tempo Conceitos Adota-se que a deformação do aço de protensão seja a mesma que a do concreto em sua superf́ıcie de contato, εc = εp para qualquer ponto em análise. Após a liberação da protensão a tensão de tração no cabo se altera ao longo do tempo devido aos fenômenos reológicos do aço e concreto. De forma simplificada: ∆σp(t,t0) = ∆σps(t,t0)+∆σpc(t,t0)+∆σpr(t,t0) onde os efeitos de retração (”shrinkage” - s), fluência (”creep” - c) e relaxação (r) 52 / 79 Perdas Diferidas no Tempo Conceitos Retração: ∆σps(t,t0) = εcs(t,t0) ·Ep Fluência: ∆σpc(t,t0) = σcgp Ec ·ϕ(t,t0) ·Ep Relaxação: ∆σpr(t,t0) = Ψ(t,t0) ·σpi → Ψ(t,t0) = Ψ1000 · ( t− t0 41,67 )0,15 53 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 54 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Retração Conceitos O concreto sofre variações dimensionais ao ser colocadoem ambiente com diferentes umidades relativas: contrai-se ao ser submetido à secagem ou expande-se ao ser novamente molhado. Essa instabilidade dimensional é resultante das mudanças sofridas pela pasta de cimento hidratada e, no caso da retração, principalmente, pela perda de água que ocorre à medida que a umidade relativa do ambiente é reduzida. Entre os principais fatores que influenciam esse fenômeno estão: a) tipo de cimento; b) tipo de agregado; c) dosagem adotada; d) uso de aditivos; e) geometria da peça; f) tipo de cura; g) umidade relativa do ambiente; h) tempo de exposição ao meio ambiente. 55 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Retração Conceitos Nas práticas de projeto e construção a retração pode ser controlada de diversas maneiras: * Utilização de concretos mais planejados com menor relação água/cimento, granulometrias adequadas, consistências mais secas e temperatudas adequadas no lançamento; * Curas eficientes para evitar evaporações rápidas; * Colocação de armaduras adequadas para reduzir e distribuir as aberturas das fissuras nos casos de retração restringida; * Planejamento das concretagens com juntas de contração que minimizam os efeitos da retração. No caso de estruturas já protendidas a retração, entendida como uma deformação normal de encurtamento, provoca um afrouxamento da armadura e portanto, uma perda da força de protensão. 56 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Retração Conceitos A retração do concreto depende principalmente, segundo a NBR6118:2014 da a) umidade relativa do ambiente, b) da consistência do concreto no lançamento e c) da espessura fict́ıcia da peça. A espessura fict́ıcia h f ic pode ser calculada por: h f ic = γ · 2 ·Ac µar γ coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente (U %), γ = 1+ e−7,8+0,1·U , para U ≤ 90% Ac a área da seção transversal do concreto; µar parte do peŕımetro externo da seção transversal da peça em contato com a atmosfera. 57 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Retração Conceitos 58 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Retração Conceitos Após o cálculo da espessura fict́ıcia é posśıvel utilizar a tabela da NBR 6118:2014 para obter o valor da deformação espećıfica por retração, associada a uma idade de concreto. 59 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Retração Conceitos 60 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Retração Exemplo Calcule a perda na força de protensão por retração do concreto que um cabo sofrerá após sua viga, b = 0,86 m, h = 2 m, ser protendida em um ambiente de umidade relativa de 75 % aos 5 anos de idade. 61 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Retração Exemplo Área de concreto: Ac = b ·h = 0,86 ·2 = 1,72 m2 Coeficiente γ: γ = 1+ e−7,8+0,1·U = γ = 1+ e−7,8+0,1·0,75 ≈ 1 Peŕımetro: µar = 2 · (b+h) = 2 · (0,86+2) = 5,72 m Espessura fict́ıcia: h f ic = γ · 2·Acµar = 1 · 2·1,72 5,72 = 0,60 m Utilizando a tabela para peça de concreto protendida com 5 dias de idade: εcs(t, t0) =−0,32o/oo Portanto: ∆σps(t, t0) = εcs(t,t0) ·Ep = 0,32 1000 ·200000 = 64 MPa 62 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 63 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Fluência Conceitos Quando o concreto é submetido a um estado de tensão σc, ele sofre uma deformação imediata representada pela Lei de Hooke, εc = σc Ec . Mantido o estado de tensão, o concreto continua se deformando, lentamente, ao longo do tempo. O aumento da deformação sob tensão permanente é denominado deformação por fluência do concreto, representada por εcc. Denomina-se coeficiente de fluência ϕ a relação entre a deformação por fluência εcc e a deformação imediata, εc. εcc = ϕ · σc Ec 64 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Fluência Conceitos egundo a NBR6118:2014 a deformação por fluência do concreto envolve duas partes, sendo uma lenta (parte reverśıvel e parte irreverśıvel) e outra rápida (irreverśıvel). Para o cálculo dos efeitos desse fenômeno nas peças de concretos quando as tensões no concreto são as de serviço, admitem-se as seguintes hipóteses: 1) a deformação εcc varia linearmente com a tensão aplicada; 2) para acréscimos de tensão aplicados em instantes distintos, os respectivos efeitos de fluência se suporpõem; 3) a fluência rápida produz deformações constantes ao longo do tempo; 4) a parte reverśıvel da deformação lenta depende apenas da duração do carregamento; 5) o coeficiente de deformação lenta irreverśıvel depende de diversos parâmetros, tais como umidade relativa (U), consistência do concreto no lançamento, espessura fict́ıcia (h f ic) e idade do concreto nos diversos instantes de tempo. 65 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Fluência Conceitos 6) para o mesmo concreto, as curvas de deformação lenta irreverśıvel em função do tempo, correspondentes a diferentes idades do concreto no momento do carregamento, são obtidas, umas em relação às outras, por deslocamento paralelo ao eixo das deformações. 66 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Fluência Conceitos Supondo fluência pura e que a ação causadora da deformação seja constante, assim: ∆σpc(t, t0) = σcgp Ec ·ϕ(t, t0) ·Ep σcgp = Np Ac + Np · e2p Ic + ΣMg, i · ep Ic 67 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Fluência Exemplo Calcule a perda na força de protensão devido à fluência do concreto que um cabo sofrerá após sua viga, b = 0,86 m, h = 2 m, ser protendida em um ambiente de umidade relativa de 75 % aos 5 anos de idade. Adote cimento C30, Ec = 30672 MPa e σcgp = 4 MPa. 68 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Fluência Exemplo Área de concreto: Ac = b ·h = 0,86 ·2 = 1,72 m2 Coeficiente γ: γ = 1+ e−7,8+0,1·U = γ = 1+ e−7,8+0,1·0,75 ≈ 1 Peŕımetro: µar = 2 · (b+h) = 2 · (0,86+2) = 5,72 m Espessura fict́ıcia: h f ic = γ · 2·Acµar = 1 · 2·1,72 5,72 = 0,60 m Utilizando a tabela para peça de concreto protendido com 5 dias de idade e cimento C30: ϕ(t, t0) = 2,4 Portanto: ∆σpc(t, t0) = σcgp Ec ·ϕ(t, t0) ·Ep ∆σpc(t, t0) = 430672 ·2,4 ·200000 = 62,6 MPa 69 / 79 1 Introdução 2 Perdas Iniciais 3 Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto 4 Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação 70 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Conceitos Os aços protendidos quando ancorados com comprimentos constantes (ou deformações constantes), sob tensões elevadas (acima de 0,5 fptk) sofrem perdas de tensões. Esse fenômeno é denominado relaxação. Os fatores mais importantes que influenciam a relaxação são as caracteŕısticas metalúrgicas do aço, tais como composição qúımica, tratamento durante a fabricação (mecânicos, térmicos), a tensão atuante e a temperatura ambiente. Denominam-se perdas por relaxação pura do aço protendido os valores medidos nas condições de deformação constante (comprimento ancorado constante). 71 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Conceitos A intensidade da relaxação pura do aço deve ser determinada, conforme NBR6118:2014 pelo coeficiente Ψ(t, t0) da seguinte forma: Ψ(t, t0) = ∆σpr(t, t0) σpi → ∆σpr(t, t0) = Ψ(t, t0) ·σpi ∆σpr(t, t0) representa a perda de tensão por relaxação pura desde o instante t0 do estiramento da armadura até o instante considerado. σpi é a tensão de tração no aço provocada pela protensão e pelas ações permanentes aplicadas. σpi = σp0 +∆σp0 onde σp0 = P0 Ap e ∆σp0 = ΣMg · ep ·α Ic 72 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Conceitos Os valores da relaxação pura são fornecidos nas especificações correspondentes dos aços de protensão. Nos projetos de estruturas protendidas, os valores médios da relaxação pura, medidos após 1000 horas à temperatura constante de 20 oC, para perdas de tensãoreferidas a valores básicos da tensão inicial de 50% a 80% da resistência caracteŕıstica fptk (Ψ1000) são dados por: 73 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Conceitos Figure: Valores dados em [%] 74 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Conceitos Os valores correspondentes a tempos diferentes de 1000 horas, sempre a 20 oC, podem ser determinados a partir da seguinte expressão, na qual o tempo deve ser expresso em dias: Ψ(t, t0) = Ψ1000 · ( t− t0 41,67 )0,15 A relaxação pura final, admitida como estabilizada após 30 anos, pode ser tomada como aproximadamente igual a duas vezes os valores de 1000 horas: Ψ(∞, t0) = 2,5 ·Ψ1000 75 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Conceitos Figure: Valores dados em [%] 76 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Conceitos Nas peças de concreto protendido o comprimento entre os pontos de ancoragem dos cabos sofre redução devido aos encurtamentos retardados do concreto (retração + fluência). As perdas por relaxação do aço nas peças de concreto protendido denominam-se perdas por relaxação relativa, representada por ∆σpr(t, t0)rel. A redução do comprimento ancorado diminui o valor da perda por relaxação. Nesse sentido as perdas por relaxação relativa são menores que as obtidas por relaxação pura, e portanto, não farão parte do escopo da disciplina. 77 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Exemplo Calcular a perda por relaxação de um cabo que na seção em que está sendo analisado possui uma tensão no instante inicial (após as perdas iniciais) de 1247 MPa. Adote a utilização do aço CP190 RB. 78 / 79 Perdas Diferidas no Tempo - Relaxação Exemplo Dada tensão inicial σp0 = 1247 MPa e fptk = 1900 MPa: Razão = σp0 fptk = 1247 1900 = 0,656 Interpolar valores para obter Ψ1000 Ψ1000 = 1,3+ 2,5−1,3 0,7−0,6 · (0,656−0,6) = 1,972% Valores de relaxação estabilizada: Ψ(∞, t0) = 2,5 ·Ψ(t, t0) = 2,5 ·1,972 = 4,93% Portanto, a perda total por relaxação: ∆σpr(t, t0) = 0,0493 ·1247 = 61,5 MPa Quanto seria a perda total na força de protensão por efeitos reológicos do concreto protendido para essa viga? ∆σp(t,t0) = ∆σps(t,t0)+∆σpc(t,t0)+∆σpr(t,t0) 79 / 79 Introdução Perdas Iniciais Perdas Imediatas Perdas por Atrito Perdas por Acomodação da Ancoragem Perdas por Encurtamento Imediato do Concreto Perdas Diferidas no Tempo Retração Fluência Relaxação