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A conjunção como também pode indicar que uma ação ou fato se desenvolveu de acordo com outro. Exemplo: A festa ocorreu como tínhamos planejado. Contudo, no período analisado, a conjunção como tem sentido de porque. O conector inicia uma oração subordinada (como os exilados também se comunicam) que traz a causa da ocorrência da principal (solicitei a uma respeitável figura do último reduto urbano que visitamos). Trata-se de conjunção subordinativa adverbial causal. Outros exemplos comuns são: que, porque, pois que, já que, uma vez que, visto que, porquanto. Perceba que o termo como poderia ser substituído pelo conector uma vez que. Observe: "Mas, uma vez que os exilados também se comunicam, solicitei a uma respeitável figura do último reduto urbano que visitamos uma cidadezinha na margem esquerda do rio Tocantins, que cuidasse da correspondência que Júlio César Melatti, meu companheiro de aventura, e eu iríamos receber." B. “... demoravam semanas para ir e vir” / direção. ERRADO O conector para não indica uma direção. A conjunção introduz uma oração com sentido de finalidade. Vejamos: "Naquele mundo sem internet, telefonemas eram impossíveis e cartas ou pacotes demoravam semanas para ir e vir." É possível considerar que o conector para seja somente uma preposição exigida pelo verbo "demorar". C. “entre os índios gaviões no sul do Pará” / companhia. ERRADO O conector entre não tem sentido de companhia, uma vez que os índios gaviões no sul do Pará não acompanharam a execução dos trabalhos de campo realizados pelo autor. Observe: "Iniciei-me no exílio antropológico quando – de agosto a novembro de 1961 – fiz trabalho de campo entre os índios gaviões no sul do Pará." A conjunção entre está associada à ideia de que os índios eram o objeto de estudo ou de que os trabalhos de campo foram realizados nessa situação/contexto/local. Ainda que os índios estivessem presentes durante trabalho de campo, não é possível afirmar que eles acompanhavam o autor nessa atividade.