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fichto Meta história Hayden White

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS.
FACULDADE DE HISTÓRIA
CURSO: TEORIA DA HISTÓRIA III
ALUNO: BRUNO RODRIGUES DO PRADO
FICHAMENTO DO TEXTO:
WHITE, Hayden. “A Teoria dos Tropos”. In: Meta-História. A Imaginação Histórica do Século XIX. São Paulo: Editora Edusp, 1973; p. 46-56.
	O autor afirma que a poética tradicional e a moderna teoria da linguagem identificam quatro tropos básicos para a análise da linguagem poética, ou figurada: metáfora, metonímia, sinédoque e ironia. Esses tropos permitem a caracterização de objetos em diferentes tipos de discurso indireto, ou figurado. São especialmente úteis para entender as operações pelas quais os conteúdos de experiência que resistem à descrição em representações não ambíguas em prosa podem ser prefiguramente compreendidos e preparados para a apreensão consciente.
	Hayden White em seguida passa a uma explicação detalhada sobre os quatro fenômenos linguísticos dando exemplos para cada um. Nesse sentido, metáfora são fenômenos que podem ser caracterizados em função de sua semelhança ou diferença com um outro, à maneira da analogia ou símile, como na frase “meu amor, uma rosa”. Metonímia é quando o nome da parte de uma coisa pode substituir o nome do todo, como na expressão “cinquenta velas” quando o que está indicado é “cinquenta navios”. Sinédoque é considerada por alguns teóricos como uma forma de metonímia, um fenômeno pode ser caracterizado usando-se a parte para simbolizar alguma qualidade que se presume seja inerente à totalidade, como na expressão “ele é todo coração”. E finalmente através da ironia é possível caracterizar entidades por meio da negação no nível figurado do que é afirmado positivamente no nível figurado do que é afirmado positivamente no nível literal. As figuras de expressão manifestamente absurda como “bocas cegas” configurando uma catacrese e “fria paixão” como paradoxo explícito. 
	Ainda de acordo com o autor, ironia, metonímia e sinédoque são tipos de metáfora, mas diferem umas das outras de reduções ou integrações que efetuam no nível literal de suas significações e pelos tipos de iluminações que têm em mira no nível figurado. A metáfora é essencialmente representacional, a metonímia é reducionista, a sinédoque e a ironia é negacional. 
	White considera então, os três tropos analisados, como paradigmas, supridos pela própria linguagem, das operações pelas quais a consciência pode prefigurar áreas da experiência que são cognitivamente problemáticas a fim de posteriormente submetê-las a analise e explicação. Isto é, no próprio uso linguístico, o pensamneto se abastece de possíveis paradigmas alternativos de explicação. E em contraste com esses três tropos, que o autor qualifica de “ingênuos”, ele avulta o tropo da ironia como um equivalente “sentimental” e essencialmente dialética. Nesse sentido, o alvo do enunciado irônico é afirmar tacitamente a negação do que no nível literal é afirmado positivamente, ou o inverso. Pressupõe que o leitor seja capaz de reconhecer, a absurdez da caracterização da coisa designada na metáfora, na metonímia ou na sinédoque usada para lhe dar forma. Ou seja, a ironia pressupõe a ocupação de uma perspectiva “realística” da realidade, de onde se poderia oferecer uma representação não figurada do mundo da experiência. A ironia representa assim um estágio da consciência em que se reconhece a natureza problemática da própria linguagem.
	E por fim, ainda quanto a ironia, o autor afirma que ela pode ser utilizada taticamente para defesa de posições ideológicas liberais ou conservadoras, dependendo de estar o ironista falando contra formas sociais estabelecidas ou contra reformadores “utópicos” que procuram alterar o status quo. E até podendo ser usada defensivamente pelo anarquista e pelo radical para ridicularizar os ideais de opositores liberais ou conservadores.

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