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Resumo P1

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Resumo para a P1 de Economia Internacional
Taxa de Câmbio e Balanço de Pagamentos
A taxa de câmbio (E) é a relação entre os valores da moeda doméstica e da externa. Existem duas formas de se definir taxa de câmbio:
i) Forma Direta (Americana): E = preço da moeda estrangeira em termos da nacional (1U$=3,25R$);
ii) Forma Indireta (Europeia): E = preço da moeda nacional em termos da estrangeira (1R$=0,35U$)
A forma de se definir a taxa de câmbio implica no significado de valorização, desvalorização, depreciação e apreciação cambial, a saber:
· Depreciar/Apreciar => alterações na taxa de câmbio produzidas pelo mercado em regime de câmbio flutuante.
· Desvalorizar/Valorizar => alterações na taxa de câmbio pelo governo em regime de câmbio fixo.
Na forma direta, que será utilizada durante o curso, para transformar preço em dólares (pUS$) em preços em reais (pR$), multiplica-se pUS$ pela taxa de câmbio E. Se E=3, uma calça que custa 40 dólares custará em reais: pR$ = pUS$ x E = US$40 x 3 = R$120. ). E para transformar-se um preço em reais em preço em dólares, divide-se o preço em reais pela taxa de câmbio: PUS$= PR$/E.
É necessário estar atento à porcentagem de depreciação/apreciação. Se há um aumento da taxa de cambio (direta) de R$2/US$ para R$3/US$, há um aumento (depreciação) de 50% na cotação direta. Enquanto isso, é também uma queda de US$0,5/R$ para US$0,33/R$, isto é, uma redução (depreciação) de 33% na cotação indireta.
É importante também conhecer a diferença entre bens e serviços comercializáveis e bens e serviços não comercializáveis. O primeiro termo refere-se a bens que são passíveis de serem exportados e/ou importados (carros, jóias, commodities, etc.), enquanto o segundo refere-se aos bens que não podem ser exportados/importados (prédios, produtos não duráveis, etc.). 
Os bens não comercializáveis sofrem impacto instantâneo sobre o preço em dólares, pois, dado pR$, se E sobe, pUS$ desce (visto que pUS$ = pR$ / E). Já os comercializáveis são afetados da seguinte forma:
· Preço das Importações (Pm): PmR$ = PmUS$ x E. Portanto, o preço em real varia de forma diretamente proporcional à taxa de câmbio (E↑ = PmR$↑).
· Preço das Exportações (Px): possui dois casos extremos, a saber:
i) O preço é fixado em reais, determinado exclusivamente pelas condições do mercado doméstico: PUS$x = PR$x / E↑ = PUS$m ↓ => D demanda externa
ii) O preço é determinado exclusivamente no mercado internacional e o exportador brasileiro é um “tomador” de preços externos: PR$x = PUS$x x E↑ = PR$x ↑; custos domésticos em reais não se alteram; margem de lucro ↑ => oferta para X sobe.
Registro contábil das relações Internacionais da economia através de contas de fluxo e de estoque
A taxaz de câmbio (E) é formada no mercado de câmbio, que, por sua vez, concentra múltiplas transações diferenciadas com motivos também múltiplos. As transações que dão origem à demanda e à oferta de moeda estrangeira estão relacionadas aos fluxos macroeconômicos (produção, consumo, etc) e às decisões sobre os estoques de ativos (compra e venda de ativos financeiros e reais). A mensuração das diversas transações relevantes para a análise econômica é feita através das contas do Balanço de Pagamentos (BP) e da Posição de Investimento Internacional (PII).
O Balanço de Pagamentos (conta de fluxos) é o registro das transações econômicas entre residentes e não residentes durante um determinado período de tempo. Já a Posição de Investimento Internacional (conta de estoques) é um registro, num determinado ponto no tempo, dos ativos financeiros de residentes que representam direitos sobre não residentes e do estoque das obrigações de residentes em relação a não residentes. O fluxo do BP alimenta o estoque em PII.
O BP é classificado em 3 grandes contas:
i) Transações Correntes (TC): fluxo de pagamentos e recebimentos relativos às exportações e importações de mercadorias e serviços. Registra também pagamentos e recebimentos de rendas, como os juros;
ii) Conta Capital (K): transferências de capital; aquisição de ativos não financeiros não produzidos.
iii) Conta Financeira (F): aquisições e vendas internacionais de ativos financeiros (inclusive títulos de propriedade sobre ativos reais produzidos, como fábricas, imóveis, etc.), entre eles: ações, títulos de empréstimo, etc.
A identidade (teórica) básica do BP é dada por: TC+K = F; enquanto a Identidade (prática) básica do BP é dada por: TC+K+E&O = F, em que E&O significa erros e omissões.
O conjunto das transações correntes engloba os seguintes subconjuntos:
i) Balança Comercial (X-M)m: registra a diferença entre as exportações e importações de mercadorias. Principais determinantes: a taxa de câmbio, o nível de produção/renda interna e a demanda internacional.
ii) Balanço de Serviços (X-M)s: receitas com serviços menos as despesas com serviços. Ex: receitas e despesas com transportes, seguros, turismo, consultorias, etc. Principais determinantes: os mesmos da balança comercial. Entre fatores específicos, destaca-se o aluguel de plataformas.
iii) Rendas Primárias (RP): registra a diferença entre as rendas recebidas e as enviadas ao exterior, como salários e ordenados e rendas de investimentos (juros, lucros e dividendos). Determinantes: estoques de ativos e passivos externos e taxas de remuneração. (CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR COM OS FLUXOS DA CONTA FINANCEIRA).
iv) Rendas Secundárias (RS): Registra fluxos de recursos realizados sem a contrapartida da entrega de bens, serviços, etc. (são transferências de rendas). Ex: envio de divisas por trabalhadores imigrantes para seus familiares nos países de origem (se este for o componente principal, depende do fluxo migratório).
O saldo de todas as contas acima é denominado “Saldo das Transações Correntes”, sendo TC = (X-M)m + (X-M)s +RP + RS.
A conta capital registra os créditos e débitos relativos a ativos não financeiros não produzidos e transferência de capital, que por sua vez incluem: direitos sobre recursos naturais (licença para explorá-los), marcas, logotipos e domínios; e transferências unilaterais de capital (tomar cuidado com as rendas secundárias, subconjunto das transações correntes que representam transferências unilaterais de renda), que incluem doação de capital (para construção de laboratórios, universidades) e herança, perdão de dívida (o item mais importante para muitos países), etc. No caso do brasil o que mais pesa são os passes de atletas (vendas milionárias de jogadores de futebol). Resumindo: K = Ativos não financeiros não produzidos + transferências de capital.
A conta financeira mostra de onde vem o financiamento das TC e K, e é dado pelos principais subconjuntos:
i) Investimento Direto (ID): registra os investimentos diretos de residentes no exterior e investimentos diretos de não residentes no país, como aquisições e vendas de participações acionárias (para controle ou ampliação de capital de empresa estrangeira) e empréstimos intercompanhias (matriz emprestando para filial). Critério: 10% do poder de voto. Obs: ID (pode ser FBCF, mas por vezes pode ser aquisições, dessa forma não havendo acréscimo de capital produtivo) x Formação Bruta de Capital FIXO (FBCF) (especificamente construção de capital fixo, como prédios, indústrias, etc., que gera acréscimo de capital produtivo);
ii) Investimento em Portfólio (carteira) (IP): investimentos em títulos de renda fixa e em ações;
iii) Derivativos (D): São instrumentos financeiros cujo rendimento é ligado a outros instrumentos ou indicadores ou commodities através dos quais riscos específicos (de juros, câmbios, etc) são negociados. Ex: opções, swaps cambiais, swaps de juros, etc.;
iv) Outros Investimentos (OI): Empréstimos bancários (ingressos e amortizações), créditos comerciais, capitais de curto prazo, etc. Obs: juros (assim como dividendos, etc.) são rendas e entram nas TC x amortizações (conta F)
v) Ativos de Reserva (R): moedas, depósitos e títulos adquiridos ou vendidos pelo Banco Central (principalmente através de intervenções).
O método das partidas dobradas e o equilíbrio do Balançode Pagamentos
	As transações do BP são registradas pelo sistema de partidas dobradas. Ou seja, toda transação entra duas vezes no balanço de pagamentos: uma vez como crédito e uma vez como débito. Os créditos correspondem ao lado da transação que constitui a fonte de divisas (moeda estrangeira) e os débitos ao uso das divisas. Ex:
· Suponha que um exportador do país vende US$ 100.000 de aço, que são pagos a vista pelo importador (residente em outro país). Suponha ainda que o comprador deposita o valor devido em uma conta que o exportador mantém no exterior. Teríamos então os seguintes lançamentos no balanço de pagamentos: Exportações: US$100.000 (lançamento a crédito em transações correntes) Depósitos no exterior: US$100.000 (lançamento a débito na conta financeira)
· Suponha que, num momento posterior, o exportador necessita de recursos em reais e decide vender seus dólares a um banco brasileiro. Seriam feitos então os seguintes lançamentos no balanço de pagamentos:
Depósitos de empresas no exterior: US$ 100.000 (lançamento a crédito na conta financeira) 
Depósitos de bancos no exterior: US$ 100.000 (lançamento a débito na conta financeira)
· Suponha por fim que o banco vende os US$ 100 mil que estão na sua conta no exterior a um importador para que este pague por uma máquina adquirida no exterior. Seriam feitos então os seguintes lançamentos no balanço de pagamentos:
Importações: US$ 100.000 (lançamento a débito nas transações correntes)
Depósitos de bancos no exterior: US$ 100.000 (lançamento a crédito na conta financeira).
	Por convenção, os débitos e créditos das Transações Correntes e da Conta Capital são computados pelo sinal “+” para créditos e pelo sinal “-“ para débitos. Na conta financeira, os sinais são trocados. A convenção de computar, na conta financeira, os débitos com sinal positivo e os créditos com sinal negativo, tem por objetivo compatibilizar os fluxos do balanço de pagamentos com a contabilidade de estoques da Posição de Investimento Internacional. Dado o método das partidas dobradas, se somássemos os lançamentos a crédito do balanço de pagamentos com sinal positivo e todos os lançamentos a débito com sinal negativo, chegaríamos a um resultado zero (o BP está sempre em equilíbrio). A equação básica do BP deveria ser TC+K+F=0. Porém, a partir do BPM¨, os débitos da conta financeira serão somados com sinal positivo e os créditos com sinal negativo. Por esta razão, a equação básica do BP passa a ser TC+K-F=0, ou TC + K = F. De acordo com esta equação, qualquer déficit ou superávit nas contas TC e K é financiado por F. Mas há diferença entre ambas as situações:
· TC+K > 0 compensado por um F de igual valor => país está acumulando uma posição credora em relação ao resto do mundo.
· TC+K < 0 compensado por um F de igual valor => país está acumulando dívida em relação ao resto do mundo.
Em ambos os casos o BP está em desequilíbrio num sentido econômico, mas equilibrado num sentido puramente contábil.
Compra e venda de ativos externos pelo Banco Central x Fluxos financeiros autônomos
O Banco Central compra e vende ativos externos não por interesse econômico (obter rendimento na forma de juros), nas como forma de intervenção, por exemplo, para estabilizar o valor da moeda doméstica. Quando vende ativos/haveres aos bancos está sendo uma fonte de dólares para os bancos, aumentando os ativos de moeda estrangeira (Reservas Internacionais) dos bancos comerciais e diminuindo as suas próprias reservas internacionais.
· F = Fa+Ar, onde Fa = ID+IC+D+OI; sendo Fa os fluxos financeiros autônomos, aqueles que são induzidos por interesses econômicos dos agentes residentes e não residentes, e Ar = acumulação de reservas pelo BC. 
Visto que a equação global do BP é TC+K=F, temos então que TC+K = Fa+AR, ou AR=TC+K-Fa (a acumulação de reservas pelo BaCen é igual ao saldo das contas TC e K menos a acumulação de ativos pelo setor privado. Lembrando que supõe-se que inexistem erros e omissões, caso contrário eles teriam que ser somados à TC+K).
Ex.: Ao analisar o que aconteceu com o seguinte BP, onde AR=TC+K-Fa = 10=15+1-6, percebe-se que há um superávit de 16bi nas contas corrente e de capital, a ele corresponderam uma acumulação líquida de ativos externos de 6bi pelo setor privado e o BC adquiriu ativos no valor de 10bi (provavelmente para impedir uma queda na taxa de câmbio). Quando há uma variação positiva de AR, temos uma acumulação de reservas pelo Banco Central. Num caso oposto, teríamos um déficit de reservas, e no caso de sucessivos déficits poderia ocorrer um esgotamento de reservas do BC. Num regime de câmbio fixo esta situação é ainda mais dramática do que num regime de câmbio flutuante.
Balanço de Pagamentos e Posição de Investimento Internacional
Obs: No contexto das contas internacionais, os estoques são chamados de posições. Daí o nome Posição de Investimento Internacional (PII). 
	Cada fluxo da conta financeira reflete-se com igual sinal na PII. Logo, coeteris paribus (tudo mais constante), o valor da conta financeira em determinado ano é igual à variação da PII entre o final do ano anterior e o final do ano corrente. Em suma, o saldo total dos fluxos do BP de um ano é acrescido ao estoque dos saldos do BP de outros anos acumulado no PII. Porém, tudo mais não fica constante. Por exemplo, mudam os preços de mercado dos ativos e passivos, mudam as taxas de câmbio entre as moedas, e tudo isso altera a PII independentemente do BP. O que significa que, além dos fluxos do BP, temos que acrescentar as mudanças oriundas de variações de preços, etc. (registrada na conta de outras mudanças/variações nos ativos e passivos financeiros, que será designada por “OV). Portanto, a conta financeira (F) + a conta de outras variações (OV) explica a mudança na conta de PII. Porém, do ponto de vista da análise econômica, o mais relevante é a relação entre F e PII, de forma que, dependendo do nosso objetivo de análise, podemos abstrair a conta “OV”.
	Há ainda uma relação de feed-back entre o BP e a PII. Lembrando que ∆PII=TC+K=F(coeteris paribus), e TC=BC+BS+RP+RS. A conta de Rendas Primárias (RP) pode ser afetada pelo estoque de ativos externos. Quanto maior o estoque de ativos externos, maior a renda líquida recebida do exterior, visto que estas virão acrescidas da taxa de juros externa, e quanto maior o estoque de passivos externos, menor a renda líquida recebida do exterior. Embora no longo prazo o fator decisivo para explicar a variação da PII sejam os fluxos do BP, no curto e médio prazo, a conta de OV pode ser muito importante para explicar a variação da PII.
Balanço de Pagamento e contas nacionais
	A identidade básica das contas nacionais é dada por: PIB=C+I+G+(X-M). Somando-se RP e RS recebidas do exterior aos dois lados da equação, temos:
(1) PIB + RP + RS = C + I + G + (X-M) + RP + RS
Até agora, por simplificação vínhamos considerando o PIB como sendo idêntico à renda nacional. Agora podemos definir com mais precisão os conceitos de PIB e renda nacional:
(2) Renda Nacional Bruta (RNB) = PIB + RP
(3) Renda Nacional Disponível Bruta (RDB) = RNB + RS
Substituindo (2) em (3):
(4) RDB = PIB + RP + RS
(5) Sabemos que TC = (X-M) + RP + RS
Substituindo (4) em (5): 
(6) RDB = C + I + G + TC, generalizando: Y=C+I+G+TC,
Poupança e Investimento numa economia aberta
	Se RDB=C+I+G+TC, RDB – C – G = I + TC. 
	S = I + TC, logo: S – TC = I.
	E, chamando -TC de DTC (Déficit em transações correntes), temos:
	S + DTC = I.
	Sn + Se = I => o investimento macroeconômico é financiado pela soma das poupanças nacional (Sn) e externa (Se).
	Suponha um indivíduo ou uma empresa que tem uma receita prevista de 1000 e um pagamento previsto de 1000, para uma data anterior à do ingresso da receita. O indivíduo (ou empresa) contrata um empréstimo de 1000 para poder pagar a despesa enquanto a receita prevista não entra na sua conta. Quando a receita entra, em vez de quitar a dívida, resolve ficar com o dinheiro em caixa (como reserva) e continuar com a dívida. Qual a racionalidade (mesmo que os juros pagos sejam maiores queos recebidos)? Seguro contra imprevistos (demanda precaucional, na linguagem de Keynes). Mas podemos dizer que a pessoa (ou empresa) adquiriu uma riqueza ou se tornou mais rica, porque agora tem reservas de 1000? Faz sentido propor o uso de reservas para financiar a educação, a saúde, ou mesmo investimento em infra-estrutura? (Lembremos que as reservas foram constituídas para: a) seguro contra crises cambiais; b) evitar apreciação cambial).
Distinguindo a poupança pública e a privada
Subtraindo T dos dois lados da equação básica das CN:
RDB – T = C + I + (G – T) + TC
RDB – T – C = I + (G – T) + TC
E dado que o lado esquerdo da equação acima corresponde à diferença entre a renda dísponível do setor privado e seu consumo, isto é, a poupança do setor privado, e que (G – T) é o déficit corrente do setor público, ou despoupança pública (observe que há vários conceitos de déficit público):
RDB – T – C = Sp
Sp = I + (G – T) + TC
Ou seja, a poupança privada nacional financia o investimento, o déficit público e o superávit nas transações correntes do balanço de pagamentos. Podemos reescrever a equação anterior (Sp=I+(G – T)+TC) como:
Sp + (T – G) + DTC = I (nesta equação G é gasto corrente => exclui investimento do governo que está incluído em I).
Podemos reescrever a equação anterior como:
Sp + Sg + Se = I
Esta última equação exprime o fato de que numa economia aberta o investimento doméstico é financiado pela soma das poupanças pública, privada e externa.
Déficits Gêmeos
	Se quisermos investigar as causas de um desequilíbrio do balanço de pagamentos em conta corrente a partir das principais variáveis macroeconômicas, podemos reescrever a equação anterior (Sp+(T–G)+DTC=I ) da seguinte maneira: DTC = (I – Sp) + (G – T). Ou seja, o déficit em conta corrente pode ser determinado ou por um excesso de investimento sobre a poupança privada, ou por um déficit público. Esta é uma forma (macro) de interpretar as causas de DTC ou STC. Identidade necessariamente vai se verificar. Tem-se que respeitar. Causalidade é outra coisa.
	É preciso cuidado, contudo, com as conclusões a serem tiradas. A observação dos dados de crescimento simultâneo do déficit público e do déficit em conta corrente dos EUA na primeira metade dos anos 80 ao mesmo tempo em que o contrário se passava no Japão, levou ao surgimento da expressão déficits gêmeos. Mas a hipótese dos déficits gêmeos começou a ser contrariada na prática pelo comportamento dos déficits nos EUA (superávit fiscal e déficit em transações correntes) e Japão na década de 1990, sobretudo na segunda metade. Como explicar? Lembremos que DTC = (I – Sp) + (G – T). Na segunda metade dos anos 90, o superávit fiscal americano contribui para um resultado positivo na conta corrente, mas é mais do que compensado pela expansão dos gastos privados, tanto de consumo (que contraíram a poupança privada) como de investimento. E mais, note que o próprio superávit fiscal é um subproduto do aumento dos gastos privados, que provocaram uma expansão do produto e, por consequência, da arrecadação fiscal.
Relação entre o BP (via DR) e a Oferta de Moeda (via B)
	RR$ + CD = B + RNM, sendo RR$ = RUS$ x E.
RR$ + CDL = B (onde CDL = CD – RNM)
∆B = ∆RR$ + ∆CDL
Ou seja, a quantidade de moeda da economia se expande quando o Banco Central adquire reservas ou empresta para os bancos ou para o governo (compra títulos públicos)
Esterilização ou neutralização dos efeitos monetários do balanço de pagamentos
	Uma variação nas reservas internacionais (em moeda doméstica R$) gera uma variação na base monetária (∆RR$=∆B). Para esterilizar um aumento de B causando por um aumento das reservas em moeda doméstica, é preciso reduzir a base monetária pelo mesmo valor, o que o BACEN faz vendendo títulos públicos aos bancos. Para esterilizar uma redução de B, causada por RR$ <0 , é preciso aumentar B pelo mesmo valor, o que o BACEN faz comprando títulos públicos dos bancos. Note que quando vende títulos públicos que estão em sua carteira, o Banco Central está reduzindo o CDL pelo mesmo valor (B = RR$ ↑+ CDL↓) => Esterilizar requer ∆CDL= -∆RR$.
EX.:	Suponha que em determinado ano o DTC foi de US$ 10 bilhões, a conta capital teve um déficit de US$ 1 bilhão, o ingresso líquido de capitais autônomos (Fa) foi de US$ 16 bilhões. Qual a variação das reservas e o que o Banco Central teria que fazer para esterilizar os efeitos monetários do BP, supondo uma taxa de câmbio de R$ 2,00 por dólar?
TC + K + E&O = Fa + AR; Supondo E&O = 0, AR = TC + K - Fa
Logo: DRUS$ = TC + K - Fa = -10 – 1 – (-16) = 5
Dado o (𝐶𝐷𝐿) ̅ => B =  RR$ = US$ 5 bilhões x 2 = R$ 10 bilhões
Para neutralizar (esterilizar) os efeitos monetários do BP (uma expansão da base monetária de R$ 10 bilhões) é necessário fazer uma contração da base de R$ 10 bilhões. A maneira mais prática e eficaz que o Banco Central tem para fazer isso é a venda de títulos públicos no open market. Ao fazê-lo o Banco Central retira dinheiro de circulação (reduz a base), ao mesmo tempo em que reduz sua carteira de títulos públicos (reduz o CDL).
Taxas de câmbio e mercado de câmbio : uma abordagem de ativos
	Os regimes cambiais são definidos pela regra de formação da taxa de câmbio, grau de conversibilidade interna da moeda (acesso ao mercado de câmbio). Os regimes mais extremos são os de Câmbio Fixo e Flutuação Pura. Regimes intermediários incluem Fixo Ajustável, Minidesvalorizações, Bandas Cambiais; flutuação administrada e flutuação suja. O mercado no qual as transações com moeda estrangeira acontecem é chamado de mercado de câmbio. Os principais participantes do mercado cambial são os bancos comerciais, que estão no centro do mercado de câmbio (Market Makers) – operações com clientes (empresas, pessoas físicas e governo) x operações interbancárias-; instituições financeiras não bancárias (empresas de gestão de ativos, companhias de seguro); e bancos centrais. No chamado mercado primário, os bancos definem o preço (a taxa de câmbio) mas tem um papel passivo no que se refere ao volume de divisas compradas e vendidas (atendem às demandas dos clientes).
· Obs1: Posição cambial => corresponde à diferença acumulada entre os valores de moeda estrangeira comprados pelos bancos e os valores vendidos.
· Obs2: para vender mais do que compra no mercado de câmbio, o banco precisa sacar de seus depósitos no exterior ou tomar uma linha de crédito externo.
As mudanças nas posições cambiais, ao refletirem as decisões dos clientes, não tem porque coincidirem com a posição desejada pelos bancos, podendo ocorrer desequilíbrio. O ajuste entre a posição derivada das operações com os clientes e a desejada pelos bancos é feita via mercados interbancários e futuro. No mercado interbancário, bancos vendem e compram divisas entre si, mas um excesso ou insuficiência total não pode ser resolvido neste mercado. Desequilíbrio agregado gera pressões para mudar a taxa de câmbio. Se esses ajustes levam a variações indesejadas das taxas de câmbio, pelo Banco Central, podem levar a compras ou vendas de divisas (intervenções à vista) pelo Banco Central.
As intervenções do Banco Central no mercado de câmbio à vista, através de leilões de compra e venda de moeda estrangeira, têm impacto direto na posição comprada dos bancos (que aumenta, no caso de vendas do Banco Central, e diminui no caso de compras pelo Banco Central). AP – ARBC = D PCB; Onde: AP = aquisições líquidas de dólares de clientes pelos bancos, no mercado primário; ARBC = aquisições de reservas no mercado interno pelo Banco Central; D PCB = variação da posição comprada dos bancos.
O mercado futuro de câmbio
	O mercado futuro envolve a compra e venda de derivativos cambiais (equivalendo a compra e venda de dólares no futuro) com outros atores, pode satisfazer a demanda (ou oferta) dos bancos. Mas havendo desequilíbrio também neste mercado, as taxas futuras variam, afetando as taxas à vista. Se esses ajustes levam a variações indesejadas (pelo Banco Central) das taxas de câmbio, eles podem levar a compras ou vendas de divisas pelo BancoCentral também no mercado futuro. Existem contratos de compra e venda de dólar a termo, nos quais ajusta-se um preço hoje para uma transação a ser liquidada no futuro (são negociados em balcão, mas tem efeitos semelhantes aos contratos de dólar futuro, padronizados e negociados pela BM&F Bovespa, que tem ajustes diários). Um exemplo de como os bancos podem usar o mercado futuro para ajustar suas posições é: O banco A vendeu mais dólares no mercado primário do que possuía. Ele, portanto, tem um compromisso de pagamento em dólares no futuro (da linha de crédito que tomou) que não gostaria de ter, porque julga que corre um risco do dólar se depreciar causando-lhe um prejuízo (vendeu dólares ao cliente em t0 por x e terá que comprar dólares em t1 por x + um ∆x desconhecido, para pagar a linha de crédito). Para se proteger, o banco pode comprar dólares no mercado futuro, para entrega no momento em que tiver que pagar o crédito externo). 
 Um swap é um contrato em que são trocados indexadores (ou fluxo de rendimentos/pagamentos) de dois ativos. Um swap cambial envolve a troca do rendimento de uma moeda (juros + depreciação/apreciação) pelo de outra. O objetivo básico de uma operação de swap cambial é oferecer proteção contra variações cambiais a quem tem uma obrigação ou um recebimento futuro em moeda estrangeira. Um exemplo de Swap é: uma empresa que tem uma dívida em moeda estrangeira e receita em moeda nacional, pode fazer uma operação de swap para evitar que depreciações inesperadas da moeda nacional elevem suas despesas com o pagamento da dívida, comprometendo sua saúde financeira. 
O mercado de câmbio internacional
As transações cambiais são realizadas em muitos centros financeiros, com os maiores volumes comercializados acontecendo em grandes cidades como Londres (o maior mercado), Nova York, Tóquio, Frankfurt e Cingapura. Por causa de seu papel essencial em tantas negociações estrangeiras de troca, o dólar americano às vezes é chamado de moeda veículo. Uma moeda veículo é aquela que é amplamente utilizada para designar contratos internacionais feito por partes que não residem no país que a emite.
Quando as transações internacionais não são apenas de exportação e importação de mercadorias e serviços, mas incluem também fluxos de capitais, a demanda por moeda estrangeira não pode ser pensada como a demanda por um “meio de troca” (demanda transacional, no sentido keynesiano). De acordo com a “abordagem do mercado de ativos” tanto a moeda estrangeira quanto a nacional são entendidas como ativos, que são desejados em função dos retornos que geram para seus possuidores. De acordo com a “abordagem do mercado de ativos” a demanda por divisas reflete sua taxa esperada de retorno. O retorno esperado da posse de uma determinada moeda tem dois componentes: a) a expectativa quanto à variação de seu valor; b) a taxa de juros que remunera uma aplicação financeira feita nesta moeda – admitindo que a moeda será mantida na forma de depósitos (ou títulos) que rendem juros. Assim sendo, a determinação da taxa de câmbio, de acordo com a abordagem do mercado de ativos, dependerá dos retornos relativos das aplicações feitas na moeda do país e na moeda estrangeira. Quanto maior o primeiro, mais atraente será vender moeda estrangeira e comprar moeda nacional, o que gera uma apreciação da moeda nacional no mercado de câmbio. Simetricamente, quanto maior o retorno das aplicações em moeda estrangeira, maior a demanda por divisas (e menor a oferta), e portanto, maior a depreciação cambial.
O que importa para o investidor: a taxa nominal ou a taxa real de retorno? Para decisões do tipo poupar ou não poupar, a taxa real. Para comparações entre dois ativos, a taxa nominal, medida na mesma moeda (para chegar à taxa real, subtrai-se de ambos os retornos nominais a taxa de inflação, e como a subtração é dos dois lados da equação, ela não afeta a comparação). Abstrairemos, por enquanto, de outros fatores que afetam a demanda pelos ativos (como liquidez, risco e tributação) e faremos comparações baseadas apenas nas taxas de retornos (medidas na mesma moeda)
O mercado cambial está em equilíbrio quando depósitos em todas as moedas oferecem a mesma taxa de retorno esperada. Neste caso os investidores estão satisfeitos com a distribuição dos seus ativos entre as diversas moedas. A condição de que os retornos esperados nos depósitos em quaisquer duas moedas são iguais quando medidos na mesma moeda é chamada de condição de paridade de juros. Quando a condição de paridade de juros é satisfeita, não existe oferta nem demanda em excesso de algum tipo de depósito e, portanto, o mercado de câmbio está em equilíbrio. Tudo o mais constante, um aumento nos juros pagos em depósitos em determinada moeda faz com que essa moeda aprecie em relação às demais. A condição de que os retornos esperados nos depósitos em quaisquer duas moedas são iguais quando medidos na mesma moeda é chamada de condição de paridade de juros.
	O retorno em reais de uma aplicação em dólares é dado por: RR$dUS$ = i*+Êe, onde i* é a taxa de retorno esperada no investimento estrangeiro e Êe é a razão entre a variação entre (taxa de câmbio atual e futura) e a taxa de câmbio atual. Ou seja, se i (taxa de juros doméstica) for maior que i*+Êe, o investidor preferirá investir em moeda interna. Uma depreciação da moeda nacional no mercado à vista (E0↑) reduz o retorno esperado de uma aplicação em moeda estrangeira, quando i* e Ee1 se mantém constantes. O oposto ocorre no caso de uma apreciação da moeda doméstica: o retorno esperado de uma aplicação em moeda estrangeira aumenta. 
	Dada a taxa de câmbio atual, um aumento no preço futuro esperado do dólar em termos de reais aumenta a taxa de depreciação esperada do real (Ee↑/Es) ↑. Ou seja, no final das contas o aumento da taxa de câmbio futura esperada causa um aumento na taxa de câmbio atual, à vista (spot). Similarmente, uma queda na taxa de câmbio futura esperada causa uma queda na taxa de câmbio atual.
	A condição de paridade de juros que vimos anteriormente (i = i*+ Êe, na fórmula simplificada) é também denominada de paridade descoberta de juros. No sentido de que não há uma cobertura do risco de que a expectativa para o câmbio no momento futuro se frustre). Condição de Paridade Coberta: i = i* + Êf, onde: Êf = (Ef – Es)/ Es = (Ef/Es) – 1
Sendo Ef a taxa de câmbio a termo ou negociada no mercado futur o para o momento t1, e Es a taxa de câmbio no mercado à vista no momento t0. A relação (Ef – Es)/Es é também chamada de prêmio do dólar (ou da moeda estrangeira negociada) no mercado futuro. Ou então de desconto futuro do real em relação ao dólar.
Carry trade
	O Carry Trade é a prática na qual os investidores captam empréstimos em moedas que pagam juros baixos (moedas de financiamento, “funding currencies”) e aplicam em moedas que rendem juros altos (moedas de investimento). O carry trade não dá lucros por períodos longos, porque a diferença de juros passa a ser compensada por depreciação (futura) da moeda que rende juros altos.

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