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tdc aula 3 PDE e Consumo (1)

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Teorias da Dinâmica Capitalista
Keynes: Principio da demanda efetiva
Ricardo Summa
2023.1
11-13.abr.2023
•Existem duas versões do PDE na TG: uma versão de oferta (ex-ante) e uma versão de gasto (ex-post).
• Versão ex-ante (ou de oferta): o volume de emprego é determinado pelas decisões de produção das
empresas tendo como referência suas expectativas de curto prazo acerca da demanda pelo produto (i.e.
dos gastos)
• No capítulo 5 da TG Keynes distingue dois tipos de expectativas: as de curto prazo e as de longo prazo:
• (i) expectativas de curto prazo estão relacionadas com as decisões de produção das empresas e
são revisadas frequentemente (à cada novo período de produção) à luz dos gastos efetivamente
realizados na aquisição do produto (i.e. das vendas);
• (ii) expectativas de longo prazo estão relacionadas aos rendimentos esperados associados às
decisões de investimento em capital fixo (mais durável) e são revisadas de maneira menos
frequente à luz dos rendimentos efetivamente realizados e também de maneira abrupta (ver o cap.
12 da TG e o artigo TGE de 1937)
• Produto = Demanda Agregada esperada
•Demanda agregada esperada pode ser diferente da demanda agregada que ocorreu
PDE (ex-ante)
• Versão ex-post (ou de gasto): o volume de emprego é determinado pelos gastos efetivamente
realizados na aquisição do produto sob a hipótese de que as expectativas de curto prazo são realizadas.
• Produto = Demanda Agregada esperada
• Demanda agregada esperada = demanda agregada
• No capítulo 3 da TG predomina o uso da versão ex-ante, mas também têm passagens baseadas na
versão ex-post. Na TG como um todo e em trabalhos e discussões posteriores predomina o uso da
versão expost.
PDE (ex-post)
• As dificuldades de Keynes neste tópico são uma instância da “luta para se livrar das formas tradicionais 
de pensar”. 
• No Treatise (e, na verdade, em boa parte da literatura pré-keynesiana) os desequilíbrios de curto prazo 
entre oferta e demanda agregadas eram importantes elementos na análise dos ciclos econômicos (vide 
elementos disto no cap. 5 da TG). 
PDE
• No cap.3 a função de demanda agregada e o ponto de demanda efetiva são definidos em termos ex-
ante.
• No cap. 5 ele discute as consequências do desequilíbrio associado aos erros de expectativas de curto
prazo => Os erros não são relevantes (i.e., não afetam de maneira significativa os determinantes do
equilíbrio) e tendem a ser eliminados pelo processo de revisão de expectativas de curto prazo
• A versão ex-post que acaba prevalecendo no restante da TG (em particular no cap. 18) e nas discussões
e trabalhos posteriores à TG (e.g., no artigo Teoria Geral do Emprego de 1937).
• De fato, em 1937, numa “Lecture” ministrada em Cambridge ele revê sua posição sobre o assunto e
defende explicitamente o uso da versão ex-post.
PDE
“Eu comecei, como disse, considerando essa diferença importante. Mas senti, por fim, que ela tem
importância secundária e que a ênfase nela obscurece o argumento central. Para a teoria da demanda
efetiva nada muda substancialmente se supusermos que as expectativas de curto prazo são sempre
satisfeitas.” (Keynes, 1937a, p. 3)
“Acho agora que, se estivesse escrevendo o livro novamente, deveria começar a exposição de minha
teoria pela hipótese de que as expectativas de curto prazo são sempre satisfeitas e então acrescentar um
capítulo mostrando que diferença faz se as expectativas de curto prazo são frustradas.” (Idem)
“O fundamental é distinguir as forças que determinam a posição de equilíbrio da técnica de tentativa e
erro por meio da qual os empresários descobrem qual é esta posição.” (Idem, p. 4)
“Mesmo supondo identidade entre o ex ante e o ex post, minha teoria se mantém.” (Idem)
Neste curso vamos discutir o PDE de Keynes em sua versão gasto (ex-post).
PDE
•No capítulo 3 da TG Keynes discute a determinação do emprego (e do produto) por meio de uma
análise baseada nas funções de oferta e demanda agregadas.
• Vamos começar nossa discussão pela função de oferta agregada:
• Keynes assume que o salário nominal é dado exogenamente (cap. 3 e até o cap. 18 da TG)
• Keynes assume em geral mercados de bens e de trabalho concorrenciais, logo: P = Cmg
• Cmg = Salário nominal / Produto Marginal do trabalho
• Produto marginal do trabalho decrescente→ Cmg crescente com aumento do produto (e emprego)
• Função de oferta agregada: Z = g(N) = PY
• Positivamente inclinada no eixo P x Y
PDE
•Agora vamos falar da função de demanda agregada.
• Na TG: economia fechada com dois componentes, consumo e investimento.
• No cap. 3 o consumo é considerado um gasto induzido pela renda real e, portanto, pelo emprego dada
a relação positiva entre o nível de produto e o nível de emprego (i.e. a função de produção).
• Já o investimento é tratado como um gasto autônomo cujo valor independe das decisões de produção
das empresas no fluxo circular da renda.
• Podemos representar estes resultados da seguinte maneira:
• D = f(N) = PI + PC(Y)
PDE
• O equilíbrio entre oferta e demanda agregada determina o nível de emprego.
• O ponto de encontro das duas curvas é o ponto de demanda efetiva.
PDE
“Esta teoria pode ser resumida nas seguintes proposições:
(1) Sob certas condições de técnica, de recursos e de custos, a renda (tanto monetária quanto real) depende do 
volume de emprego N.
(2) A relação entre a renda de uma comunidade e o que se pode esperar que ela gaste em consumo, designado por 
D1, dependerá das características psicológicas da comunidade, a que chamaremos de sua propensão a consumir. 
Isso quer dizer que o consumo depende do montante da renda agregada e, portanto, do volume de emprego N, 
exceto quando houver alguma mudança na propensão a consumir.
(3) A quantidade de mão-de-obra N que os empresários resolvem empregar depende da soma (D) de duas 
quantidades, a saber: D1, o montante que se espera seja gasto pela comunidade em consumo, e D2, o montante que 
se espera seja aplicado em novos investimentos. D é o que já chamamos antes de demanda efetiva.
(4) Desde que D1 + D2 = D = f (N), onde f é a função da oferta agregada, e como, segundo vimos em (2), D1 é uma 
função de N, a qual podemos escrever l(N), que depende da propensão a consumir, deduz-se que f(N) – l(N) = D2.
(5) Conseqüentemente, o nível de emprego de equilíbrio depende (i) da função da oferta agregada, f, 
(ii) da propensão a consumir, l(N), e (iii) do montante do investimento, D2. Esta é a essência da Teoria 
Geral do Emprego.
PDE
“ (6) A cada volume de N corresponde certa produtividade marginal da mão-de-obra nas indústrias de bens de consumo dos 
assalariados, e é isto que determina o salário real [cap. 2]. A proposição (5) está, portanto, sujeita à condição de que N não 
pode exceder o valor que reduz o salário real até chegar à igualdade com a desutilidade marginal da mão-de-obra. Isto significa 
que nem todas as variações de D são compatíveis com a nossa hipótese provisória de que os salários nominais sejam constantes.
Desse modo, é essencial para a exposição completa de nossa teoria que coloquemos de parte esta hipótese.
(7) Na teoria clássica, segundo a qual D = f (N) para todos os valores de N, o nível de emprego está em equilíbrio neutro 
sempre que N seja inferior ao seu valor máximo, de modo que se possa esperar que as forças da concorrência entre os 
empresários o elevem até esse valor máximo. Apenas neste ponto, segundo a teoria clássica, pode haver um equilíbrio estável.
(8) Quando o emprego aumenta, D1 também aumenta, porém não tanto quanto D, visto que, quando nossa renda sobe, nosso 
consumo também sobe, embora menos. A chave do nosso problema prático encontra-se nesta lei psicológica. Disso decorre 
que, quanto maior for o nível de emprego, maior será a diferença entre o preço da oferta agregada (Z) da produção 
correspondente e a soma (D1) que os empresários esperam recuperar com os gastos dos consumidores. 
Conseqüentemente, quando a propensão a consumir não varia, o emprego nãopode aumentar, a não ser que isso 
aconteça ao mesmo tempo que D2 cresça, de modo que preencha a crescente lacuna entre Z e D1. Diante disso, o
sistema econômico pode encontrar um equilíbrio estável com N em um nível inferior ao pleno emprego, isto é, 
no nível dado pela interseção da função da procura agregada e da função da oferta agregada —excluídas 
as hipóteses especiais da teoria clássica, segundo as quais, quando o emprego aumenta, certa força 
intervém sempre, obrigando D2 a subir o necessário para preencher a lacuna crescente entre Z e D1.
(Keynes, 1936, p. 63-64)
PDE
“Não é, portanto, a desutilidade marginal do trabalho, expressa em termos de salários reais, que
determina o volume de emprego, exceto no caso em que a oferta de mão-de-obra disponível a certo
salário real fixe um nível máximo de emprego. A propensão a consumir e o nível do novo investimento é
que determinam, conjuntamente, o nível de emprego, e é este que, certamente, determina o nível de
salários reais— não o inverso. Se a propensão a consumir e o montante de novos investimentos resultam
em uma insuficiência da demanda efetiva, o nível real do emprego se reduzirá até ficar abaixo da oferta
de mão-de-obra potencialmente disponível ao salário real em vigor, e o salário real de equilíbrio será
superior à desutilidade marginal do nível de emprego de equilíbrio.” (Keynes, 1936, p. 64)
PDE
•Em termos reais e usando uma função consumo simples (𝐶 = 𝑐𝑌) temos:
• Y= I + cY
• Y=kI (k = multiplicador)
•Note que o investimento determina a poupança (poupança definida como renda não consumida).
•A poupança se ajusta ao investimento por meio de variações do nível de produto.
•Para existir o equilíbrio requer-se:
• Lei psicológica fundamental (LPF): c <1
• A existência de um componente autônomo da demanda
• Em equilíbrio: Lucro > 0. Este último resultado só é possível se existir uma fonte de poder de compra
sendo introduzida na economia que seja independente do poder de compra introduzido pelas decisões
de produção
• O equilíbrio com desemprego involuntário é sustentável.
PDE
“A lei psicológica fundamental em que podemos basear-nos com inteira confiança, tanto a priori, partindo do nosso
conhecimento da natureza humana, como a partir dos detalhes dos ensinamentos da experiência, consiste em que
os homens estão dispostos, de modo geral e em média, a aumentar o seu consumo à medida que a sua renda
cresce, embora não em quantia igual ao aumento de sua renda. Isto quer dizer que, se Cω é o montante do consumo
e Yω o da renda (ambos medidos em unidades de salário), ∆Cω tem o mesmo sinal que ∆Yω, porém é de grandeza
menor, isto é, dCω/dYω é positivo e inferior à unidade” (Keynes, 1936, p. 118)
“O montante que a comunidade gasta em consumo depende, evidentemente: (i) em parte, do montante da sua
renda; (ii) em parte, de outras circunstâncias objetivas que o acompanham; e (iii), em parte, das necessidades
subjetivas, propensões psicológicas e hábitos dos indivíduos que o compõem, bem como dos princípios que
governam a distribuição da renda entre eles (que são passíveis de modificações à medida que aumenta a
produção)”. (Keynes, 1936, p. 114)
Consumo e multiplicador
•Fatores objetivos considerados mais relevantes:
•Mudanças na unidade salarial pode afetar a distribuição de renda:
•reduções na parcela salarial (aumentos da parcela das rendas de propriedade) causam uma diminuição
da propensão marginal da economia e vice-versa.
• Ganhos e perdas de capital (mudanças no valor da riqueza) também podem ter efeitos significativos:
• Keynes não acreditava que a taxa de juros tinha um efeito significativo no consumo pela substituição
entre consumo presente e futuro. Porém, mudanças nas taxas de juros poderiam afetar o consumo por
meio da geração de perdas e ganhos de capital.
•Mudanças na política fiscal: política tributária e transferências governamentais.
Consumo e multiplicador
•Fatores subjetivos (psicológicos, institucionais e sociais):
• a poupança precaucional;
• poupança relacionadas ao ciclo da vida (e.g., prover a velhice, a educação dos filhos e manutenção de
dependentes);
•poupança relacionada com a escolha intertemporal;
• poupança para prover um crescimento do contínuo do padrão de vida;
• poupança para garantir a independência;
• poupança para garantir recursos para especulação ou atividades empresariais;
• poupança para gerar uma herança;
• poupança por avareza;
• poupança governamental e empresarial;
• distribuição da renda
Consumo e multiplicador
“Considerando, portanto, que a base principal das forças subjetivas e sociais muda lentamente, enquanto por outro
lado a influência a curto prazo nas alterações da taxa de juros e outros fatores subjetivos é, no mais das vezes, de
importância secundária, somos levados a concluir que as variações de curto prazo no consumo dependem, em
grande parte, das alterações do ritmo com que se ganham as rendas (medidas em unidades de salário) e não das
variações na propensão a consumir uma parte de determinada renda.” (Keynes, 1936, p. 129)
•A influência dos fatores objetivos e subjetivos é captada por meio dos seus efeitos sobre o consumo autônomo
(posição da função consumo) e a propensão marginal à consumir (inclinação da função consumo).
“Até agora temo-nos ocupado dos acréscimos líquidos do investimento. Portanto, se quisermos aplicar sem
restrições o que ficou dito aos efeitos (por exemplo) de um incremento de obras públicas, teremos de supor que esse
incremento não é compensado por um decréscimo do investimento em outros setores — e não há, naturalmente,
nenhuma mudança concomitante na propensão da comunidade a consumir” (Keynes, 1936, p. 137)
Consumo e multiplicador
•De maneira mais geral:
• Y= I + Ca+ cY + G
• Y=k[I + Ca + G] (k = multiplicador)
Consumo e multiplicador
•Uma implicação da função consumo Keynesiana é que a propensão média a consumir é decrescente
com o nível de renda e emprego (i.e., ∂ CΤY Τ∂Y < 0). Isso ocorre tanto pela queda da propensão
marginal à consumir como pela queda da proporção do consumo autônomo sobre a renda quando a
renda aumenta.
“nossa hipótese de que a propensão marginal a consumir diminui constantemente à medida que nos
aproximamos do pleno emprego” (Keynes, 1936, p. 143)
Consumo e multiplicador
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