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NP2 - HABEAS CORPUS COLETIVO

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CAMPUS VARGAS
ICJ – INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE DIREITO 
Larissa Costa São José – RA T349CD-8
 TURMA DR0P18.
HABEAS CORPUS COLETIVO
RIBEIRÃO PRETO 
2023
HABEAS CORPUS COLETIVO
O Habeas Corpus é um remédio constitucional garantido na Constituição Federal em seu artigo 5°, inciso LXVII, para a proteção ao direito fundamental à liberdade de locomoção. Nesse sentido, a amplitude da ação constitucional deve ser correspondente às violações ao direito que visa proteger. 
Como uma garantia constitucional, o Habeas Corpus deve possuir eficácia plena para garantir a aplicabilidade imediata dos direitos e garantias relacionados ao direito à liberdade de locomoção, tanto no âmbito individual quanto no coletivo.
Em uma sociedade massificada, as violações aos direitos fundamentais assumem cada vez mais um caráter coletivo. Com efeito, as violações ao direito fundamental à liberdade de locomoção também seguem esse caminho quando este assume o caráter de direito individual homogêneo. 
Assim, sendo o Habeas Corpus o instrumento adequado para a proteção desse direito, mostra-se necessária a discussão acerca do cabimento e da adequação do Habeas Corpus Coletivo no sistema normativo brasileiro. 
O Habeas Corpus Coletivo não possui expressa previsão legislativa, portanto, a análise realizada no presente trabalho é no sentido de verificar seu cabimento no sistema jurídico brasileiro, bem como sua adequação na proteção do direito fundamental à liberdade de locomoção. 
Inicialmente a análise consistiu na verificação da existência de alguma vedação ao writ coletivo no sistema normativo. Além disso, buscou-se analisar o entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca do cabimento Habeas Corpus Coletivo no Habeas Corpus n. 143.641/SP2. Por fim, foi realizado um exame sobre a necessidade e eficiência do Habeas Corpus Coletivo na proteção do direito à liberdade de locomoção de grupos vulneráveis, especialmente da população carcerária. 
O Supremo Tribunal Federal, até 2018, não possuía um entendimento consolidado a respeito do cabimento do Habeas Corpus Coletivo. Entretanto, em 2018 ocorreu uma virada jurisprudencial através do Habeas Corpus n. 143.641/SP20, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, no qual a Segunda Turma decidiu, de forma unânime, pelo cabimento. 
Anteriormente, verificava-se na jurisprudência da Suprema Corte decisões pela rejeição do writ coletivo, a exemplo do HC no 133.267/SP-AgR, do HC no 135.169/BA e do HC no 119.753/SP. 
Em 20 de fevereiro de 2018, o Supremo Tribunal Federal deu nova interpretação à Constituição Federal, entendendo pelo cabimento do Habeas Corpus Coletivo, tornando o Habeas Corpus n. 143.641/SP um caso paradigmático. 
Na decisão, a Segunda Turma da Suprema Corte concedeu a ordem para determinar a substituição da prisão preventiva pela domiciliar – sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal – de todas as mulheres presas, gestantes, puérperas, ou mães de crianças e deficientes sob sua guarda, relacionadas no processo pelo DEPEN e autoridades estaduais, excetuando os casos de crimes com violência ou grave ameaça contra seus descentes ou situações excepcionalíssimas que devem ser fundamentas pelos juízes. Estendeu também a ordem, de ofício, às demais mulheres em idêntica situação no território nacional. 
A ação foi proposta, inicialmente, por membros do Coletivo de Advogados em Direitos Humanos, em favor de todas as mulheres presas preventivamente que ostentavam a condição de gestantes, puérperas ou de mães de crianças sob sua responsabilidade. Em decisão monocrática, o Ministro Lewandowski decidiu pelo cabimento do Habeas Corpus Coletivo sob algumas premissas, inclusive no que toca à legitimidade ativa, entendendo, por analogia à Lei do Mandado de Injunção Coletivo, que a Defensoria Pública da União era a legitimada, considerando os efeitos de abrangência nacional. 
Em seu voto, o Ministro Lewandowski entendeu pelo cabimento do Habeas Corpus Coletivo sob os argumentos que serão analisados a seguir. 
A partir da leitura do voto do Ministro, observa-se que o principal argumento foi no sentido de utilizar o remédio coletivo para garantir o acesso à justiça, especialmente pelos grupos mais vulneráveis. Nesse sentido, ressaltou que a Corte vem admitindo diversos institutos para lidar mais adequadamente com direitos e interesses de determinadas coletividades em risco, citando como exemplo a ampla utilização da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental e o Mandado de Injunção Coletivo, este que, inclusive, foi aceito pela Suprema Corte antes de sua previsão legal. O Ministro sustentou, ainda, que, nos termos dos princípios ligados ao acesso à justiça, previstos na Constituição Federal e no artigo 25 do Pacto de São José da Costa Rica, deve-se extrair do Habeas Corpus o máximo de suas potencialidades. 
Assim, a utilização do Habeas Corpus em sua forma coletiva auxiliaria na proteção do direito à liberdade de locomoção, especialmente de grupos vulneráveis, como a população carcerária, que não teriam o acesso ao Habeas Corpus individual. Inclusive, a decisão do Habeas Corpus foi pela desnecessidade de provocação da (o) advogada (o) para o cumprimento da decisão, determinando que cabe ao Poder Judiciário adotar postura ativa para cumpri-la, facilitando o acesso por esses grupos que, por vezes, não possuem o acompanhamento adequado de seus processos. 
Isto é, o Habeas Corpus Coletivo possibilita que a Defensoria Pública promova a defesa de direitos e interesses de grupos vulneráveis de forma mais efetiva e célere, conforme garante o artigo 25 do Pacto de São José da Costa Rica. 
Sendo assim, diante da atuação do Supremo Tribunal Federal, o Habeas Corpus Coletivo passou a ser aceito, ainda que inexista previsão legal a seu respeito, sob a justifica principal de ampliação do acesso à justiça e de maior efetividade na proteção do direito à liberdade de locomoção. 
A constatação de violações coletivas ao direito de locomoção exige a existência de um procedimento efetivo para combatê-las. Isto é, o Habeas Corpus deve possuir a amplitude correspondente às violações ou ameaças que afligem o direito fundamental que visa proteger. 
Inclusive, o remédio constitucional pode ser instrumento para a proteção não somente da liberdade de locomoção, como também de outros direitos que dependem da liberdade de locomoção para seu exercício, se mostrando ainda mais amplo. Desse modo, “o habeas corpus se tornou um remédio constitucional, com fim de proteger o direito de locomoção, e, por conseguinte, todos os demais que dele dependem”. 
Esse entendimento pode ser interpretado como herança da doutrina brasileira do Habeas Corpus, que defendia que o remédio constitucional poderia ser utilizado contra qualquer violência ou coação derivada de ilegalidade ou abuso de poder, independentemente de constrangimento corporal ou de afetação à liberdade de locomoção 
O Supremo Tribunal Federal, inclusive, contribuiu para esse entendimento, afirmando que é necessário que a liberdade de locomoção funcionasse como um pressuposto para o exercício do direito ilegalmente cerceado. 
Além disso, verifica-se que o Habeas Corpus pode servir para a proteção contra atos que possam, futuramente, afetar o direito de locomoção. Isto é, o remédio constitucional pode ser utilizado para o trancamento de uma Ação Penal ou até mesmo para evitar que um investigado seja ouvido na condição de testemunha em inquéritos policiais. 
A partir da análise dos dispositivos normativos que dispõem sobre o Habeas Corpus, verificou-se a inexistência de qualquer vedação à impetração coletiva do remédio constitucional. Pelo contrário, da leitura da Constituição Federal é possível identificar o caráter amplo do HabeasCorpus, que pode ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem. 
Caso Cajuru
HABEAS CORPUS No 207.720 - SP (2011/0119686-3) 
RELATOR 
IMPETRANTE ADVOGADO 
IMPETRADO PACIENTE 
: MINISTRO HERMAN BENJAMIN 
: DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
: LUÍS GUSTAVO FONTANETTI ALVES DA SILVA - 
DEFENSOR PÚBLICO
: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
: CRIANÇAS E ADOLESCENTES DOMICILIADOS OU QUE 
SE ENCONTREM EM CARÁTER TRANSITÓRIO NA COMARCA DE CAJURU/SP 
EMENTA 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS. TOQUE DE RECOLHER. SUPERVENIÊNCIA DO JULGAMENTO DO MÉRITO. SUPERAÇÃO DA SÚMULA 691/STF. NORMA DE CARÁTER GENÉRICO E ABSTRATO. ILEGALIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 
1. Trata-se de Habeas Corpus Coletivo "em favor das crianças e adolescentes domiciliados ou que se encontrem em caráter transitório dentro dos limites da Comarca de Cajuru-SP" contra decisão liminar em idêntico remédio proferida pela Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
2. Narra-se que a Juíza da Vara de Infância e Juventude de Cajuru editou a Portaria 01/2011, que criaria um "toque de recolher", correspondente à determinação de recolhimento, nas ruas, de crianças e adolescentes desacompanhados dos pais ou responsáveis: a) após as 23 horas, b) em locais próximos a prostíbulos e pontos de vendas de drogas e c) na companhia de adultos que estejam consumindo bebidas alcoólicas. A mencionada portaria também determina o recolhimento dos menores que, mesmo acompanhados de seus pais ou responsáveis, sejam flagrados consumindo álcool ou estejam na presença de adultos que estejam usando entorpecentes. 
3. O primeiro HC, impetrado no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, teve sua liminar indeferida e, posteriormente, foi rejeitado pelo mérito.
4. Preliminarmente, "o óbice da Súmula 691 do STF resta superado se comprovada a superveniência de julgamento do mérito do habeas corpus originário e o acórdão proferido contiver fundamentação que, em contraposição ao exposto na impetração, faz suficientemente as vezes de ato coator (...)" (HC 144.104/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 2.8.2010; cfr. Ainda HC 68.706/MS, Sexta Turma, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, DJe 17.8.2009 e HC 103.742/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 7.12.2009). 
5. No mérito, o exame dos consideranda da Portaria 01/2011 revela preocupação genérica, expressa a partir do "número de denúncias formais e informais sobre situações de risco de crianças e adolescentes pela cidade, especificamente daqueles que permanecem nas ruas durante a noite e madrugada, expostos, entre outros, ao oferecimento de drogas ilícitas, prostituição, vandalismos e à própria influência deletéria de pessoas voltadas à prática de crimes". 
6. A despeito das legítimas preocupações da autoridade coatora com as contribuições necessárias do Poder Judiciário para a garantia de dignidade, de proteção integral e de direitos fundamentais da criança e do adolescente, é preciso delimitar o poder normativo da autoridade judiciária estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em cotejo com a competência do Poder Legislativo sobre a matéria. 
7. A portaria em questão ultrapassou os limites dos poderes normativos previstos no art. 149 do ECA. "Ela contém normas de caráter geral e abstrato, a vigorar por prazo indeterminado, a respeito de condutas a serem observadas por pais, pelos menores, acompanhados ou não, e por terceiros, sob cominação de penalidades nela estabelecidas" (REsp 1046350/RJ, Primeira Turma, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, DJe 24.9.2009). 
8. Habeas Corpus concedido para declarar a ilegalidade da Portaria 01/2011 da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Cajuru. 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem de "habeas corpus", nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator, sem destaque e em bloco." Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Cesar Asfor Rocha, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Brasília, 1o de dezembro de 2011(data do julgamento). 
MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator 
VOTO
Inicialmente, identifico que o writ foi impetrado contra decisão que indeferiu liminar em um primeiro Habeas Corpus em trâmite no Tribunal de Justiça de São Paulo (confira-se, especialmente, fl. 5/STJ). Nem poderia ser diverso, porquanto tal decisão é pressuposto da competência desta Corte para o exame do remédio heróico em hipóteses excepcionalíssimas (vale dizer, em situações de manifesta ilegalidade ou teratologia). 
Com o julgamento do mérito, a impetrante busca o aditamento da petição inicial. É bem verdade que isso se dá tardiamente, após o oferecimento de informações e do parecer do Parquet. Contudo, lembro que: 
a) o procedimento do remédio heróico não se assemelha ao procedimento ordinário, balizado pela estabilização da demanda e contraditório, prevalecendo o controle de legalidade do ato coator, após manifestação indispensável, porém opinativa, do Parquet; 
b) não há prejuízo à "defesa" do ato da autoridade, dado que as informações consistiram na narração de fatos processuais relevantes ocorridos ao longo do trâmite do Habeas Corpus originário; 
c) o aditamento, embora realizado às vésperas do julgamento, é amparado em fato efetivamente novo e não promove alterações importantes no pedido ou na causa de pedir remota – em relação ao fundamento do novel acórdão juntado, bem se aplicariam os brocardos iura novit curia e da mihi factum dabo tibi ius. 
Valho-me de tais particularidades para afastar a incidência do precedente EDcl no HC 
98.910/PR, Sexta Turma, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, DJe 1o/6/2011; d) seria possível cogitar de uma perda de objeto por fato novo e superveniente, tal como se fez no HC 212.154/DF, Terceira Turma, Rel. Ministro Massami Uyeda, DJe 22/9/2011. Porém, a extinção do presente writ não impede a impetração de outro "no dia seguinte", para a discussão dos mesmos fatos, à luz dos mesmos fundamentos postos na petição inicial (basta a leitura das iniciais já apresentadas para verificar que os argumentos se repetem). Anoto que as particularidades narradas no item anterior reforçam a pouca economicidade da providência. 
e) nem mesmo o precedente mencionado (HC 212.154/DF) é contundente na defesa da perda de objeto. No voto-condutor, consta: "ainda que assim não se entenda (apenas como reforço argumentativo), vale dizer, mesmo na hipótese de se concluir que 'o óbice da Súmula 691 do STF resta superado se comprovada a superveniência de julgamento do mérito do habeas corpus originário e o acórdão proferido contiver fundamentação que, em contraposição ao exposto na impetração, faz suficientemente as vezes de ato coator (...)' (HC 144104/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 02/08/2010), razão não assiste ao impetrante"
Diante dessas particularidades, conheço do writ e passo ao exame do 
2. Mérito 
A controvérsia se cinge à instituição, por meio de portaria de Juíza da Vara de Infância e Juventude, de determinação de recolhimento de crianças e adolescentes nas ruas, desacompanhados dos pais ou responsáveis: a) após as 23 horas, b) próximos a prostíbulos e pontos de vendas de drogas e c) na companhia de adultos 
que estejam consumindo bebidas alcoólicas ou entorpecentes; ou d) mesmo que em companhia dos pais, ingerindo álcool. O exame dos consideranda da Portaria 01/2011 revela preocupação 
genérica, expressa com base no "número de denúncias formais e informais sobre situações de risco de crianças e adolescentes pela cidade, especificamente daqueles que permanecem nas ruas durante a noite e madrugada, expostos, entre outros, ao oferecimento de drogas ilícitas, prostituição, vandalismos e à própriainfluência deletéria de pessoas voltadas à prática de crimes" (fl. 27/STJ). 
Sensibilizo-me com as preocupações da digna autoridade coatora e com as contribuições necessárias do Poder Judiciário para a garantia de dignidade, de proteção integral e de direitos fundamentais da criança e do adolescente. 
Porém, melhor refletindo sobre a questão, a despeito do indeferimento da liminar, é preciso reexaminar o ato atacado. 
Não posso me furtar ao exame consciente e técnico da questão realizado pelo emin. Ministro Teori Albino Zavascki, ao delimitar o poder normativo da autoridade judiciária estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em cotejo com a competência do Poder Legislativo sobre a matéria, em percucientes razões trazidas em decisão assim ementada: 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PODER NORMATIVO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA. LIMITES. LEI 8.069/90, ART. 149. 
3. Conclusão 
Diante do exposto, concedo a ordem para declarar a nulidade da Portaria 01/2011 da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Cajuru. 
É como voto.

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