TDE Direito, Cultura e Ritual

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Direito, cultura e ritual
A obra busca entender como as sociedades resolvem seus litígios, ondem encontramos várias formas e tipos de manifestações para resolver estes conflitos. 
E a forma está muito ligada a cultura de cada povo. Um exemplo do quão está ligada é a maneira de resolução do povo centro-africanos, onde um oráculo seria consultado e um pequena Centro-Africanos Azande, o oráculo benge seria consultado. Uma pequena dose de veneno seria dada a um pintinho enquanto a questão é submetida ao oráculo: “Se o requerente diz a verdade, que o pintinho morra, que o pintinho morra, que o pintinho morra...”. O pintinho morre (ou vive), o oráculo dá a resposta. Já nos Estados Unidos utilizamos a corte grama americana onde um juiz coordena um grupo de jurados para decidir e deliberar sobre muitas vezes a pena de morte ou não para alguém. Muitos povos não envolvem a lei como conhecemos para a resolução de litígios. 
Mas é tão importante e ainda tão difícil a prática de resolução de conflitos que muitas instituições evocam frequentemente as artes visuais. Um exemplo maravilhoso é a máscara usada Benin quando anunciam um veredicto.
A explicação interpretativa não é suficiente. A solução de conflitos dificilmente diz respeito apenas a fazer sentido. Pelo fato de litígios serem encontrados em todas as sociedades, encontrar um meio efetivo de lidar com eles é uma tarefa essencial da vida social. 
A invocação da cultura como uma ferramenta para compreender os processos de resolução de litígios não é apenas defensável; é também necessário. Ela preenche lacunas abertas por outros estudos da relação entre resolução de litígios e sociedade.
A vida econômica, e a forma como as pessoas sobrevivem no mundo, seja em bandos pequenos de caçadores-coletores, seja em modernos estados complexos, certamente afeta as formas de resolução de litígios, porém mais uma vez não pode explicar todas as diferenças observadas. A dispersão é um método comum de lidar com as desavenças em curso entre pequenos bandos, mas é menos provável que seja encontrada onde a severa ecologia local condicione a sobrevivência de cada membro a uma cooperação contínua. Contudo, há também frequentes diferenças entre os meios de resolução de litígios em sociedades com sistemas econômicos e sociais semelhantes.
O conflito, também coloca um desafio conceitual. Sua elasticidade se estende por uma série de desavenças humanas, de brigas conjugais a guerras mundiais. Conflitos podem surgir, de atos supostos ou reais de irregularidades ou de pretensões conflitantes sobre seus bens desejados. E, é claro, o método de resolução de conflitos pode tomar várias formas, do diálogo racional ao combate armado e fatal. Algumas prescrições a respeito do escopo são úteis no interesse da gestão.
Na maioria das sociedades há mais de uma forma aprovada para lidar com conflitos. O método usado em uma situação particular dependerá da relação entre as partes, da natureza do litígio, e dos custos das várias possibilidades.
O vínculo entre a cultura e a solução de litígios é visto de modo mais robusto em culturas que não diferenciam fortemente as práticas de solução de litígios da vida cotidiana, como pequenas sociedades tecnologicamente simples. Nas sociedades modernas, tecnologicamente complexas esta relação é condicionada pela própria estabilidade da democracia existente no espaço estatal. Nesse caso, a elite dominante tende a emergir do público geral, compartilhando seus valores. Sua legitimidade, ademais, dependerá da satisfação coletiva com os mecanismos de resolução de conflitos que constrói.
Examinando as formas de resolução de conflitos transculturalmente, encontramos uma variedade de normas (regras de comportamento adequado) bem como de processos (regras para lidar com violações de normas e outros litígios). O elo entre normas de comportamento e valores culturais frequentemente é notado.