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Tecnologia da informação e comunicação

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Aula 01- Tecnologia e sociedade
Definição de estudos CTS
O campo interdisciplinar denominado estudos CTS investiga as instituições, práticas, significados e resultados da ciência e tecnologia e seu envolvimento com as realidades, vidas e valores das pessoas (FELT, 2017).
Hoje, a ciência e a tecnologia estão entre as atividades humanas mais significativas e, dessa forma, diretamente ligadas às organizações sociais, políticas e econômicas, sendo utilizadas como instrumentos de poder militar, inovação econômica, governança democrática, julgamento moral, imaginação política e diferença cultural.
Os aspectos sociais e materiais da vida cotidiana são permeados pelos modelos científicos, pelas métricas de desempenho individual e organizacional, e pela globalização da informação, da comunicação, da energia, do transporte, bem como por outras infraestruturas tecnológicas.
O campo CTS explora o poder transformador da ciência e da tecnologia para organizar e reorganizar as sociedades contemporâneas, moldando como nós experimentamos, imaginamos, montamos e ordenamos os mundos em que vivemos.
Os estudos CTS constituem um campo interdisciplinar dinâmico, resultado da interseção do trabalho de sociólogos, historiadores, filósofos, antropólogos e outros pesquisadores que estudam os processos e resultados da ciência, incluindo a ciência médica e a tecnologia (SISMONDO, 2010).
Em meados da década de 1960, várias configurações dessas atividades acadêmicas – influenciadas também por iniciativas ativistas, como os movimentos de consumidores e ambientais – tornaram-se formalmente conhecidas como estudos CTS.
Os primeiros programas de CTS apresentaram a ciência e tecnologia como forças independentes ou semiautônomas dominando a sociedade. Mais tarde, os estudiosos passaram a se concentrar na análise e explicação de ciências e tecnologias específicas, como influências sociais complexas e construções sociais que envolvem uma série de questões teóricas políticas, éticas e gerais (CUTCLIFFE, 2001).
Um dado importante a ser lembrado é que esse campo de estudos nasceu com a era da computação.
Alguns dos primeiros conceitos centrais dos estudos CTS se originam de movimentos intelectuais envolvidos com a computação.
O trabalho nos tempos atuais envolve colaborações distantes realizadas por meio de ferramentas de comunicação, e uma variedade estonteante de ferramentas analíticas de software. As texturas da vida científica e cotidiana no início do século XXI estão impregnadas de plataformas on-line e ambientes informacionais heterogêneos.
Os primórdios dos estudos CTS
Uma imagem comum construída sobre a ciência é a de ser uma atividade formal, responsável por criar e acumular conhecimento ao confrontar diretamente o mundo natural. Isto é, ela progride devido ao seu método sistemático que, por sua vez, permite que o mundo natural desempenhe um papel na avaliação de teorias.
O método científico parece ter certa consistência. Nele, diferentes cientistas devem:
Realizar um experimento de maneira semelhante.
Ser capazes de chegar a um acordo sobre questões e considerações importantes.
Aceitar e rejeitar as mesmas hipóteses, considerando a mesma evidência.
Como resultado do método científico, os cientistas podem concordar com as verdades sobre o mundo natural. Acerca disso, vale a pena citar algumas visões proeminentes dos estudos da ciência.
Começando com a filosofia da ciência, duas abordagens filosóficas são importantes no estudo da ciência: o positivismo lógico e o falsificacionismo. Veja a seguir cada um deles.
Positivismo lógico
Também chamado de empirismo lógico ou neopositivismo, é associado ao Círculo de Viena, um grupo de filósofos e cientistas que se reuniram no início dos anos 1930 com o projeto de desenvolver uma compreensão filosófica da ciência que permitisse uma expansão nas ciências sociais e na própria filosofia.
A teoria do conhecimento diz que:
O significado de uma teoria científica deve ser esgotado por meio da observação direta ou da prova lógica, em termos de transmissão do valor de verdade, informação ou conteúdo verdadeiro.
A visão de uma teoria científica ser esgotada por meio da observação direta ou da prova lógica foi amplamente absorvida por cientistas e não cientistas interessados em aumentar o rigor de seu trabalho. Porém, problemas conceituais fizeram com que o positivismo se tornasse cada vez mais focado nas questões dentro da filosofia da ciência.
Os positivistas lógicos sustentam que as teorias se desenvolvem por um método que transforma pontos de dados individuais em declarações gerais. Sendo assim, o processo de criação de teorias científicas é indutivo (parte de casos particulares iguais ou semelhantes para procurar qual é a lei, definição ou teoria geral). Cabe ao progresso científico aumentar a correção, número e gama de observações potenciais que suas teorias indicam.
Falsificacionismo
Associado ao filósofo Karl Popper, baseia-se no princípio de que uma pessoa pode, por meios puramente lógicos, fazer previsões de observações de teorias científicas, e que as melhores teorias são aquelas que fazem todas as previsões corretas. Ou seja, para uma teoria ser considerada científica, deve ser capaz de ser testada e possivelmente comprovada como falsa.
Nessa visão, a principal tarefa da filosofia da ciência é fornecer um critério de demarcação, uma regra que permita traçar uma linha entre ciência e não ciência. De acordo com Popper, as teorias científicas são criações imaginativas e não há método para criá-las. No entanto, existe um método rigoroso para avaliá-las.
Qualquer teoria que falhe em fazer previsões arriscadas é considerada não científica, e qualquer teoria que faça previsões fracassadas é considerada falsa.
Uma teoria que faz boas previsões é aceita provisoriamente – até que surjam novas evidências. O progresso então é melhor visto como o refinamento sucessivo e ampliação de teorias para cobrir dados crescentes.
O falsificacionismo também enfrenta problemas. Quando as teorias são usadas para fazer previsões incorretas, os cientistas procuram razões para explicar as observações ou previsões, em vez de simplesmente rejeitar as teorias.
Tanto para o positivismo quanto para o falsificacionismo, as características da ciência que a tornam científica são as relações formais entre teorias e dados. Existem também outras características do instantâneo popular da ciência. Essas relações formais entre teorias e dados podem ser difíceis de conciliar com uma intuição ainda mais fundamental sobre a ciência: faça o que fizer, a ciência progride em direção à verdade e acumula verdades à medida que avança. Podemos chamar essa intuição de realismo, nome que os filósofos deram à afirmação de que a maioria das teorias científicas são aproximadamente verdadeiras.
O progresso possibilitou o aumento da precisão das previsões científicas, do escopo do conhecimento científico e da capacidade técnica que decorrem do progresso científico.
Segundo as intuições realistas, não há como entender o aumento do poder preditivo da ciência e a capacidade técnica que decorre desse poder preditivo, exceto em termos de um aumento da verdade. Se a ciência acumula verdades, o faz de forma racional, não por sorte. Desse modo, os realistas geralmente estão comprometidos com algo como relações formais entre dados e teorias.
Uma visão da tecnologia
É comum o pensamento de que a tecnologia é uma aplicação direta da ciência, fazendo ela ocupar um papel secundário no âmbito da ciência. A tecnologia combina o método científico com uma criatividade voltada para a prática, fazendo as questões interessantes serem relacionadas aos seus efeitos. Por exemplo, a tecnologia:
Determina as relações sociais?
Humaniza ou desumaniza?
Promove ou inibe a liberdade?
Atende a objetivos públicos amplos quando recebe as aplicações atuais da ciência?
Apesar de serem importantes, essas questões consideram a tecnologia um produto concluído, e acabam se distanciando dos estudos da criação de tecnologias particulares.
A visão mais comum de realizar a abordagem daciência é a de considerá-la a determinante das formas da tecnologia existentes. Outra visão (reconhecida como controversa) estabelece que o estado da tecnologia é a causa mais importante das estruturas sociais, pois a tecnologia permite a maior parte das ações humanas, ou seja, as pessoas agem no contexto da tecnologia disponível e, portanto, as relações entre as pessoas só podem ser compreendidas no contexto da tecnologia.
Essa última visão ajudou a concentrar o debate quase exclusivamente nos efeitos da tecnologia. De acordo com Mumford (1934, 1967), a tecnologia vem em duas variedades:
Politécnica
Produz ferramentas versáteis e de pequena escala, úteis para perseguir muitos objetivos humanos.
Monotécnica
Produz “megamáquinas” que podem aumentar dramaticamente o poder, mas arregimentando e desumanizando.
Muitos autores concordam que a tecnologia moderna é moldada por sua racionalidade científica – se todo pensamento racional é instrumental, a ciência seria a tecnologia teórica, e a tecnologia seria a ciência aplicada. Uma sociedade que aceitou a tecnologia moderna encontra-se em um caminho de eficiência crescente, permitindo que a técnica entre em mais e mais domínios.
As preocupações com a tecnologia são fonte de muitos dos movimentos críticos da ciência.
A partir de 1955, a organização das Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais foi uma resposta à ameaça de guerra nuclear (protagonizada na Guerra Fria entre EUA e a União Soviética). A temática é que a ciência e as tecnologias para as quais a guerra nuclear contribui geralmente resultam em benefícios, custos e riscos muito desigualmente distribuídos.
Dentro da academia, “Ciência, Tecnologia e Sociedade” tornou-se, a partir dos anos 1970, uma designação formada por um grupo diverso e unido por objetivos progressistas e pelo interesse pela ciência e tecnologia como instituições sociais problemáticas.
Os pesquisadores em CTS têm um projeto contínuo de compreender a natureza social da ciência e promover uma ciência socialmente responsável.
As questões-chave para CTS são sobre:
· Reforma;
· Promoção da ciência "desinteressada";
· Tecnologias que beneficiam as populações mais amplas.
Abrangência dos estudos CTS
Os estudos de ciência e tecnologia e sociedade (CTS) assumem que a ciência e a tecnologia são atividades totalmente sociais. Os motivos que embasam essa afirmação são:
Os cientistas e engenheiros são sempre membros de comunidades, treinados nas práticas dessas comunidades e trabalham dentro delas.
As comunidades científica e de engenharia estabelecem padrões de investigação e avaliam reivindicações de conhecimento.
Não existe método científico abstrato e lógico além das normas da comunidade em evolução.
A ciência e tecnologia são arenas nas quais o trabalho retórico é crucial, os cientistas e engenheiros se posicionam de modo a ter que convencer seus pares e outros do valor de suas ideias e planos.
Os cientistas e engenheiros estão constantemente engajados em lutas para ganhar recursos e promover seus pontos de vista.
Os atores da ciência e da tecnologia também não são meros operadores lógicos, mas investem em habilidades, prestígio, conhecimento, teorias e práticas específicas.
Os conflitos de uma sociedade mais ampla podem ser espelhados e conectados a conflitos dentro da ciência e da tecnologia.
No espelhamento de conflitos entre sociedade e ciência, temos, por exemplo, as divisões ao longo de linhas de gênero, raça, classe e nacionalidade, que podem ocorrer tanto dentro da ciência quanto nas relações entre cientistas e não cientistas.
A ciência e a tecnologia não possuem propriedades simples que as definem de uma vez por todas. Nos estudos CTS, vemos que as fontes de conhecimento e artefatos são complexas e variadas.
Não existe um método científico privilegiado que possa traduzir a natureza em conhecimento, bem como não existe um método tecnológico que possa traduzir o conhecimento em artefatos.
As interpretações do conhecimento e dos artefatos são complexas e variadas: reivindicações, teorias, fatos e objetos podem ter significados muito diferentes para diferentes públicos.
Para os estudos CTS, ciência e tecnologia são processos ativos. Deve-se investigar como o conhecimento científico e os artefatos tecnológicos são construídos, considerando que são produtos humanos, marcados pelas circunstâncias de sua produção. Os trabalhos nessa área exploram as diversas formas de como o mundo material pode ser usado pelos pesquisadores na produção de conhecimento.
A revolução kuhniana
Kuhn (1970) defende que a ciência normal é aquela feita quando os membros de um campo compartilham:
Reconhecimento das principais conquistas passadas em seu campo.
Crenças sobre quais teorias estão corretas
Compreensão dos problemas importantes do campo.
Métodos para resolver esses problemas.
A obra de Kuhn busca resistir à tentação de ver o passado pelas lentes do presente, ou seja, de enxergar os movimentos na direção do que no agora acreditamos ser a verdade como algo mais racional, mais natural e menos necessitado de explicação sobre as causas do que agora acreditamos. Os eventos devem seguir suas causas. Uma sequência de eventos na história da ciência não pode ser explicada somente nas causas finais, simplesmente pelo fato de representarem progresso.
Na terminologia de Kuhn, os cientistas que fazem ciência normal compartilham um paradigma, ou seja, uma conquista científica que serve de exemplo para outros seguirem.
As conquistas científicas fornecem ferramentas teóricas e metodológicas para pesquisas futuras. A ciência normal é melhor vista como um período em que a pesquisa está bem estruturada, em que o paradigma não está sujeito a questionamentos sérios.
Veja a seguir a diferença entre os lados teórico e prático de um paradigma:
Teórico
Serve como uma visão de mundo, fornecendo categorias e estruturas nas quais encaixar os fenômenos.
Prático
Serve como uma forma de vida, fornecendo padrões de comportamento ou estruturas de ação.
As ideias de Lavoisier sobre os elementos e a conservação da massa formaram estruturas nas quais os químicos posteriores geraram novas ideias. Isso é um exemplo claro do lado teórico do paradigma. Em contrapartida, a importância que Lavoisier atribuiu aos instrumentos de medição, e à balança em particular, moldando as práticas de trabalho da química, exemplificam o lado prático do paradigma.
Ainda segundo Kuhn, nos períodos de ciência normal, podemos falar mais facilmente sobre progresso, pois os cientistas têm pouca dificuldade em reconhecer as realizações uns dos outros. As revoluções, porém, não são progressivas, porque constroem e destroem. Algumas ou todas as pesquisas estruturadas pelo paradigma pré-revolucionário não farão sentido sob o novo regime.
Kuhn afirma que as teorias pertencentes a diferentes paradigmas são incomensuráveis, ou seja, sem uma medida comum, pois as pessoas que trabalham em diferentes paradigmas veem o mundo de maneira diferente, e os significados dos termos teóricos mudam com as revoluções.
Uma das raízes para a afirmação de incomensurabilidade está na imagem positivista do significado, na qual os significados dos termos teóricos estão relacionados às observações que eles implicam.
Comentário
Uma mudança de paradigma deve resultar em mudanças generalizadas nos significados dos termos-chave, isto é, nenhum dos termos-chave de um paradigma seria mapeado perfeitamente para os de outro, impedindo uma medida comum ou uma comunicação completa.
Kuhn destaca a "dependência teórica da observação", na qual os paradigmas moldam as observações. Pessoas que trabalham com paradigmas diferentes veem as coisas de maneira diferente. Durante as revoluções, as pessoas deixam de ver de uma maneira e passam a ver de outra maneira, guiadas pelo novo paradigma.
Outra raiz sobre a incomensurabilidade é a dificuldade de entender os problemas, conceitos e métodos dos cientistas do passado. A física de Isaac Newton parece surpreendentemente moderna quando reescrita para os livros didáticos de hoje, mas parece muito menosem sua versão originalmente publicada.
O caso de incomensurabilidade semântica atraiu atenção, principalmente negativa. Os significados dos termos mudam, mas provavelmente não tanto e tão sistematicamente que as afirmações nas quais são usados não podem ser comparadas. Alegações de incomensurabilidade radical também parecem falhar (o próprio Kuhn se distanciou das leituras mais fortes de suas afirmações). Ainda assim, a incomensurabilidade é importante: ao lidar com o mesmo assunto, os cientistas (entre outros) podem falhar na comunicação.
Resumindo
Se não há incomensurabilidade radical, também não há divisão radical entre paradigmas. Os paradigmas devem estar ligados por uma continuidade suficiente de conceitos e práticas para permitir a comunicação. Rupturas completas em ideias ou práticas são inexplicáveis. Quando os historiadores querem explicar uma inovação, eles o fazem em termos de uma reformulação dos recursos disponíveis.
Módulo 2 Abordagens usadas na evolução científica e tecnológica
Robert Merton (1910 - 2003) é considerado o mais proeminente dos sociólogos funcionalistas da ciência. A seguinte afirmação, em The Sociology Of Science: Theoretical And Empirical Investigations, demonstra sua ideia de apoio por trás de seu pensamento sobre a ciência:
O objetivo institucional da ciência é a extensão do conhecimento certificado.
(MERTON, 1973, p. 270)
Segundo sua visão estrutural-funcionalista, a sociedade pode ser analisada em termos de instituições abrangentes, como religião, governo e ciência. Tendo a estrutura adequada, cada instituição cumpre uma função necessária, contribuindo para a estabilidade e o florescimento da sociedade. Aqui, a função da ciência é fornecer conhecimento certificado.
A estrutura social da ciência, segundo a teoria de Merton, reside no "ethos da ciência", ou seja, as normas de comportamento que orientam a prática científica apropriada. As normas de Merton são imperativos institucionais – as recompensas são dadas aos membros da comunidade que as seguem e sanções são aplicadas àqueles que as violam. O mais importante nesse ethos são as quatro normas descritas pela primeira vez em 1942: universalismo, comunismo, desinteresse e ceticismo organizado. Veja a seguir:
Universalismo
Exige que os critérios usados para avaliar uma reivindicação deve decorrer da suposta impessoalidade das leis científicas, e não da identidade da pessoa que faz a reivindicação. Raça, nacionalidade, religião, classe e qualidades pessoais são irrelevantes. Leis científicas são verdadeiras ou falsas, independentemente de seus proponentes e sua proveniência.
Um exemplo de aplicação do universalismo na prática são os sistemas de revisão por pares da ciência. A maioria das revistas científicas aceita artigos para publicação com base em avaliações de especialistas, e, na maioria dos campos, esses especialistas não são informados sobre a identidade dos autores cujos artigos estão revisando.
Comunismo: Define o conhecimento científico (que é o produto central da ciência) como propriedade comum. Os criadores de ideias podem reivindicar reconhecimento por sua criatividade, mas não ditar como ou por quem essas ideias devem ser usadas. Os resultados devem ser divulgados para serem utilizados o mais amplamente possível. Isso reflete o fato de que a ciência é uma atividade social ou que as conquistas científicas são produzidas coletivamente.
Desinteresse: Exige que os cientistas desvinculem seus interesses de suas ações e julgamentos. É esperado que os resultados sejam relatados na íntegra, independentemente da teoria que esses resultados apoiem. O comportamento fraudulento deve ser descartado, pois normalmente representa invasão de interesses.
Ceticismo organizado: É baseado no fato de que novas reivindicações são muitas vezes recebidas por uma série de desafios públicos; por exemplo, mesmo um público favorável às suas reivindicações pode questionar ferozmente uma apresentação em uma conferência. Além disso, os cientistas também podem reservadamente julgar novas reivindicações.
As normas institucionais funcionam em combinação com recompensas e sanções, em contextos nos quais os membros da comunidade são socializados para responder a essas recompensas e sanções
Na década de 1970, a imagem de Merton do ethos da ciência foi atacada, por vários motivos instrutivos. As três perguntas mais importantes feitas foram:
A conduta atual da ciência é governada pelas normas mertonianas?
As normas mertonianas são muito flexíveis ou vagas para realizar qualquer trabalho analítico ou científico?
Faz sentido falar de um objetivo institucional ou abrangente de algo tão complexo, dividido e em evolução quanto à ciência?
Essas e outras questões criaram um sério desafio a essa visão, que ajudou a empurrar os estudos CTS para visões mais locais e orientadas para a ação.
Estratificação
Os cientistas tendem a formar grupos de elite, e, com esse fato, surgem alguns questionamentos. Esses agrupamentos caracterizam mérito ou são consequências de sistemas de prestígio que não funcionam do modo esperado? O conhecimento pelo qual as elites são reconhecidas tem valor intrínseco e objetivo, ou se torna assim por causa de sua associação com as elites?
Reflexão
Um pequeno número de autores publica muitos artigos e um grande número publica muito poucos. Da mesma forma, um pequeno número de artigos é citado muitas vezes e um grande número é citado muito poucas vezes. Apesar de ser contestável o fato de que o uso citações pode representar influência, esses números sugerem que um pequeno número de publicações é bastante influente e a maioria faz apenas uma pequena contribuição para avanços futuros.
O princípio da vantagem cumulativa (ou hipótese cumulativa de vantagem e desvantagem) fornece uma maneira de entender como uma cultura nebulosa pode ter efeitos muito concretos. Robert Merton cunhou, em 1968, o termo "Efeito Mateus", aludindo ao Evangelho Segundo São Mateus, que diz: “a quem tem será dado ainda mais, e de quem não tem será tirado até o que tem”.
Por exemplo, a ciência e a engenharia são e têm sido dominadas por homens, e os homens ainda são cientistas e engenheiros estereotipados na maioria dos campos. Em vez de uma meritocracia eficiente, a ciência se parece mais com uma rede de velhos ineficientes, na qual pessoas e ideias são consideradas importantes e se tornam importantes pelo menos em parte por causa de seu lugar em várias redes sociais.
No sentido mais amplo, os grupos de elite são socialmente construídos, em vez de serem meros reflexos de hierarquias naturais e objetivas. Nesse sentido, levanta-se a questão se a ciência poderia ser significativamente diferente se fosse mais igualitária.
Nenhuma variável óbvia tem efeito avassalador na produtividade dos cientistas (geralmente medida pelo número de publicações). Algumas categorias comportamentais talvez possam definir um pesquisador de sucesso, tais como persistência, inteligência, cordialidade, criatividade, empreendedorismo, bom gosto, confiança, adaptabilidade. Muitas dessas categorias são incontroversas, mas, para alguém que busca entender os processos científicos, elas não são particularmente úteis.
Um exemplo não citado nessa relação de categorias é que os anos de pico produtivo para os cientistas tendem a se concentrar em meados dos 40 anos, porém não está claro por que ou o que poderia ser feito para aumentar a produtividade dos cientistas mais velhos. Da mesma forma, a persistência pode ser realmente muito importante, mas as fontes de persistência não são claras.
Cientistas que trabalham em locais de prestígio têm produtividade notavelmente mais alta, e o prestígio institucional é um forte preditor de produtividade. Porém, ecoa a seguinte pergunta:
Então, como o prestígio contribui para a produtividade? Algumas possibilidades são que ambientes de prestígio podem:
· Oferecer instalações e oportunidades de networking geralmente melhores.
· Fornecer mais estímulo intelectual do que ambientes com menos prestígio.
· Ser aqueles em que a pressão interna e as recompensas pelaprodutividade são maiores.
· Proporcionar mais motivação ao fornecer mais visibilidade e, consequentemente, mais recompensas para os pesquisadores.
A hipótese da vantagem cumulativa une muitas das variáveis citadas. As pessoas mais prováveis de serem citadas, em geral, são mais visíveis.
Na estrutura social da ciência, a citação é uma recompensa: as pessoas cujo trabalho é citado tendem a continuar publicando, e as citações são fontes de energia emocional.
A hipótese da vantagem cumulativa é atraente não apenas porque une tantos pensamentos, mas também porque possui uma linha tênue entre a estrutura de recompensa da ciência como baseada no mérito, e como elitista ou particular. Recompensas por pequenas diferenças, que podem ou não ser diferenças de mérito, podem acabar tendo grandes efeitos, inclusive na produtividade, e aí mora a ameaça de que as pequenas diferenças podem se tornar grandes.
O programa forte e a sociologia do conhecimento
O programa forte na sociologia do conhecimento foi estabelecido na década de 1970 por um grupo de filósofos, sociólogos e historiadores para buscar entender não apenas a organização, mas o conteúdo do conhecimento científico em termos sociológicos.
Os “quatro princípios” de David Bloor (1991), apresentados a seguir, são a declaração mais concisa e mais conhecida do programa para a sociologia do conhecimento científico:
Causal
Em relação à preocupação com as condições que produzem crenças ou estados de conhecimento.
Imparcial
Em relação à verdade e falsidade, racionalidade ou irracionalidade, sucesso ou fracasso. Ambos os lados dessas dicotomias exigirão explicação.
Simétrico
Em seu estilo de explicação. Os mesmos tipos de causa explicariam, digamos, crenças verdadeiras e falsas.
Reflexivo
Em princípio, seus padrões de explicação teriam de ser aplicáveis à própria sociologia.
As crenças são tratadas como objetos e surgem por razões ou causas. A tarefa do sociólogo do conhecimento é entender essas razões ou causas. Vistos como objetos, não há distinção a priori entre crenças que julgamos verdadeiras e falsas, racionais e irracionais; a racionalidade e a irracionalidade são elas mesmas objetos de estudo. Não existe razão para isentar a própria sociologia do conhecimento do estudo sociológico.
Os quatro princípios do programa forte não distinguem entre explicações externalistas (focadas em forças sociais e ideologias que se estendem além das comunidades científicas e técnicas), e explicações internalistas (focadas em forças endêmicas a essas comunidades). Quando foi articulado na década de 1970, os historiadores da ciência travavam debates historiográficos sobre histórias internas e externas, de modo específico no contexto da teoria social marxista. O programa forte nitidamente deslizou para essa discussão existente. Historiadores externalistas ou sociólogos da ciência tentam correlacionar e conectar estruturas e eventos sociais amplos e intelectuais mais restritos.
Para serem persuasivos, os analistas precisam isolar um conjunto particular de interesses como dominante e independente da história que está sendo contada. Existem muitos interesses potenciais capazes de explicar uma ação; desse modo, qualquer escolha é subdeterminada.
Os estudos CTS devem tornar a realidade social e a realidade natural simétricas, ou deve justificar sua falta de simetria. Portanto, padrões de análise baseados em interesses enfrentam vários problemas, como:
Os analistas tendem a ver os participantes da controvérsia como personagens bidimensionais, tendo apenas um tipo de interesse social e uma linha bastante simples de pensamento científico.
Os analistas tendem a fazer uso de uma teoria social simplificada, isolando poucos conflitos e, muitas vezes, simplificando-os.
Dificuldade em mostrar ligações causais entre pertencer a um grupo social e crença.
Os interesses são geralmente considerados fixos e a sociedade estável, embora sejam tão construídos e flexíveis quanto os resultados científicos a serem explicados.
Apesar dos problemas, os estudos CTS não abandonaram as explicações baseadas em interesses, que são muito valiosos para serem descartados.
Em primeiro lugar, as explicações de interesse estão intimamente relacionadas às explicações de escolha racional, em que os atores estão situados em um contexto no qual tentam atingir certos objetivos. Os difíceis problemas teóricos são respondidos em termos práticos, por um trabalho empírico mais detalhado e cauteloso.
Em segundo lugar, os estudos CTS prestam cada vez mais atenção às culturas científicas e técnicas, especialmente às culturas materiais, e como essas culturas moldam opções e escolhas. Eles enfatizaram interesses internos claros, como interesses em abordagens ou teorias específicas.
Os pesquisadores em CTS mostraram como as questões sociais, culturais e intelectuais não são distintas. As questões intelectuais têm questões sociais e culturais entrelaçadas.
Em terceiro lugar, é trabalho do analista envolver trabalho retórico nas escolhas situadas.
Teoria ator-rede: materialismo relacional
A teoria ator-rede (TAR) é o nome dado a uma estrutura originalmente desenvolvida por Michel Callon, Bruno Latour e John Law, sendo uma teoria social geral centrada na tecnociência, já que a ciência e a tecnologia envolvem processos similares importantes (LATOUR, 1987).
A TAR representa a tecnociência como a criação de redes maiores e mais fortes. Assim como um ator político monta alianças que lhe permitem manter o poder, o mesmo acontece com cientistas e engenheiros.
Tanto humanos quanto não humanos formam associações, ligando-se a outros atores para formar redes (montagens). O conhecimento e os artefatos científicos, por exemplo, são traduzidos à medida que as redes se tornam mais extensas e concentradas; como resultado, surgem versões modificadas do conhecimento científico.
O termo "tradução" aqui se aplica às aprendizagens: para aprender, precisamos realizar passagens linguísticas e geográficas, operando, sobre a cadeia de mediadores, movimentos que, ao mesmo tempo, conservam e deformam os registros em questão (MELO, 2011, p. 181).
Podemos citar como exemplo para entendimento dessa teoria os esforços feitos pelo engenheiro Rudolf Diesel:
No início de sua pesquisa para construir um novo tipo de motor, Rudolf Diesel pensou que qualquer combustível pegaria fogo a uma pressão muito alta, mas nem todo combustível acendeu. Para buscar descobrir o que estava acontecendo, Diesel muda seu sistema de alianças, incluindo entidades tão diversas quanto querosene, bombas, outros cientistas e engenheiros, financiadores e empresários e consumidores.
O tecnocientista precisa estar sempre ciente de uma variedade mutável de atores diferentes para ter sucesso. O resultado de uma rede estável e uma peça de tecnociência bem-sucedida é a gestão de todos esses atores e suas associações colaborando para um objetivo.
Os atores constroem redes que podem fazer as máquinas funcionarem, quando seus componentes são feitos para agir em conjunto para alcançar um efeito consistente. Ou, então, eles podem transformar crenças em fatos dados como certos, quando seus componentes são levados a agir como se estivessem de acordo. Sendo assim, máquinas de trabalho e fatos aceitos são produtos de redes.
A atividade da tecnociência é o trabalho de entender os interesses de uma variedade de atores e traduzir esses interesses de modo que os atores trabalhem de acordo.
A TAR é uma teoria materialista, e reduz até mesmo o "social" ao material. As representações científicas são fruto de manipulações materiais e são sólidas justamente na medida em que são mecanizadas. Não existe distinção completa entre o social, o natural e o tecnológico. Enquanto o programa forte era "simétrico" na análise de verdade e falsidade e aplicação da explicação social, a TAR é "supersimétrica", princípio que trata os mundos social e material como produtos de redes.
Algumas objeções à TAR incluem:
· Práticas e culturas: Fornecem o contexto e a estrutura para o oportunismo tecnocientífico, mas não se encaixam perfeitamentena estrutura de rede oferecida pela TAR. Como ela trata humanos e não humanos da mesma forma, e adota uma visão externalizada dos atores, acaba não prestando atenção a fatores distintamente humanos e aparentemente subjetivo, como práticas e culturas.
· Problemas de agentes: A TAR, por um lado, pode encorajar análises centradas em figuras-chave e, como resultado, muitos dos exemplos mais proeminentes serão de cientistas e engenheiros heroicos, ou heróis fracassados. Os resultados perdem o trabalho de outros atores, as estruturas que impedem outros de participar e as perspectivas não centrais.
· Problemas de realismo: A TAR parece transformar tudo em resultado da construção de redes. Não se pode dizer que os objetos naturais tenham quaisquer propriedades científicas e técnicas reais antes de definirmos essas propriedades e divulgarmos, por meio de um trabalho de laboratório validado. Por isso, a TAR é frequentemente vista como uma versão contundente do construtivismo: o que é construído por redes de atores, indo contra as fortes intuições de que os cientistas descobrem, em vez de ajudar a criar as propriedades das coisas naturais.
· Problemas de estabilidade de objetos e ações: A TAR apresenta a ciência e a tecnologia como poderosas pela rigidez de suas traduções, ou pela objetividade – no sentido de que captam objetos – de seus procedimentos. Entretanto, a rigidez da tradução pode ser uma ficção, escondendo muitas camadas de julgamento especializado.
Perguntas sobre tecnologia
Tecnologia é ciência aplicada?
Alguns argumentos tentam defender que a prática tecnológica é autônoma da ciência; outros sustentam a ideia de que a tecnologia é ciência aplicada.
Alguns estudiosos em CTS argumentam que ciência e tecnologia não são bem definidas o suficiente para haver qualquer relação determinada entre elas.
Uma imagem melhor da tecnologia pode ser aquela que incorpora muitos insumos diferentes, em vez de ser particularmente dependente de um único fluxo.
Assim, o conhecimento científico é um recurso ao qual engenheiros e inventores podem recorrer (possivelmente, cada vez mais), mas no geral não é um motor da tecnologia. Em vez disso, o desenvolvimento tecnológico é um processo complexo que integra diferentes tipos de conhecimento – incluindo suas próprias tradições de conhecimento – e diferentes tipos de recursos materiais.
Simultaneamente, a ciência recorre à tecnologia para seus instrumentos e talvez também para alguns de seus modelos de conhecimento, assim como alguns engenheiros podem recorrer à ciência para seus modelos de conhecimento de engenharia.
A tecnologia impulsiona a história?
O determinismo tecnológico é a visão de que as forças materiais e as propriedades das tecnologias disponíveis determinam os eventos sociais. Esse raciocínio geralmente é economicista: os recursos materiais disponíveis formam o ambiente onde as escolhas econômicas racionais são feitas. Além disso, o determinismo tecnológico enfatiza "restrições do mundo real" e "lógicas técnicas" que moldam as trajetórias tecnológicas.
Mesmo para os não deterministas, os efeitos das tecnologias são importantes. Nenhuma tecnologia, e nenhum objeto, tem apenas um uso potencial.
Não deveria, então, haver debate sobre o determinismo tecnológico. No entanto, na prática, ninguém possui um determinismo que seja rígido o suficiente para ser completamente derrubado por esses argumentos. As forças sociais desempenham uma variedade de papéis importantes na produção e modelagem dos efeitos da tecnologia. Esse determinismo brando nos direciona a olhar primeiro para a mudança tecnológica para entender a mudança econômica. As escolhas são feitas em relação a recursos materiais e oportunidades.
Na medida em que pudermos ver as escolhas sociais como escolhas econômicas, a tecnologia desempenhará um papel fundamental. Mesmo o determinismo brando deve ser entendido dentro de uma estrutura social, na medida em que as propriedades das tecnologias podem determinar estruturas e eventos sociais somente quando o mundo social estabeleceu quais são as propriedades das tecnologias.
O antiessencialismo nos leva a olhar para o mundo social para entender a mudança tecnológica e seus efeitos. Por outro lado, estudamos a tecnologia porque os artefatos parecem fazer coisas, ou pelo menos, são feitos com esse intuito. Assim, um determinismo limitado é correto, dado um conjunto particular de ações dentro de um arranjo social e material particular.
Na medida em que podemos especificar as características relevantes de seus contextos materiais e sociais, podemos dizer que os artefatos tecnológicos têm disposições ou possibilidades. Partes específicas de tecnologia podem ser consideradas tendo propriedades definitivas, embora mudem, dependendo de como e porque são usadas.
Módulo 3 – Sociedade da informação e do conhecimento
Ciência e tecnologia cidadã
O programa forte, a TAR, estudos feministas e outras partes do CTS mostraram, pelo menos como uma aproximação, a construção social da ciência e tecnologia.
O conhecimento científico é resultado da mobilização de recursos para produzir consenso entre pesquisadores-chave.
Tecnologias bem-sucedidas são o resultado da interação entre múltiplos atores e materiais para produzir artefatos que podem servir a interesses específicos.
O conhecimento e os artefatos podem tanto refletir a socialização e o treinamento dos atores que os fazem, quanto refletir suposições mais amplamente aceitas. Se existe um problema de democracia, é oriundo das formas pelas quais a ciência e a tecnologia são socialmente construídas, ou um problema das partes da sociedade que participam da construção.
Na ciência cidadã, a coleta de dados não é feita por cientistas profissionais, mas por membros do público. Um caminho para a ciência e tecnologia cidadã é disponibilizar recursos científicos e técnicos para grupos interessados.
Uma suposição amplamente aceita, e um resultado dos estudos CTS, é que maior participação pública na tomada de decisões técnicas melhora o valor público e a qualidade da ciência e tecnologia. Desde os anos 1960, houve uma pressão por mais democratização da ciência e da tecnologia, sendo uma resposta contra um ideal pós-Segunda Guerra Mundial que criou uma ciência autônoma e a independência dos tomadores de decisão da elite.
Muitas visões de maior participação pública dependem de ideais de “democracia deliberativa”, um termo que representa posições na filosofia política que incentivam a participação pública na tomada de decisões. Esses ideais são opostos a posições que enfatizam delegação a governos representativos, que possuem uma relativa ineficiência da democracia deliberativa.
A democracia deliberativa em decisões técnicas deveria, em princípio, levar a que essas decisões refletissem melhor os interesses públicos, como descarte de lixo nuclear, regulamentação de alimentos geneticamente modificados ou pesquisa com células-tronco. Levando em consideração que as decisões técnicas possuem pressupostos normativos e sociais, elas serão aprimoradas se contarem com contribuições dos públicos interessados.
A democracia deliberativa deve:
· Ajudar a legitimar as decisões: a contribuição do cidadão deve ser intrinsecamente democratizante.
· Estabelecer confiança entre leigos, especialistas e tomadores de decisão: diálogos bem construídos permitirão que as partes entendam melhor as bases de conhecimento, perspectivas e preocupações umas das outras.
Em um manifesto político, Bruno Latour (1947-2022), antropólogo, sociólogo e filósofo da ciência francês, visou trazer as ciências para a democracia, ao “desfocar a distinção entre natureza e sociedade de forma duradoura” (LATOUR, 2004, p. 36).
No manifesto político de Latour, em vez da constituição moderna, que separa natureza e sociedade, foi proposto um coletivo que seja uma república de coisas, humanas e não humanas.
Assim como a TAR integra humanos e não humanos nas análises da tecnociência, pode ser possível integrá-los na democracia tecnocientífica. A proposta de Latour, até certo ponto, reconhece formalmentea centralidade da ciência e da tecnologia para as sociedades contemporâneas, mas é difícil saber como transformar esse reconhecimento em política prática.
A forma da ciência e tecnologia popular e o modelo dominante
Os estilos comuns de jornalismo científico enfatizam as descobertas e sua importância, não os processos. Jornais e outros editores estão interessados em histórias que transmitem entusiasmo, e o topo das histórias tendem a ser sobre a descoberta definitiva das coisas maiores, menores ou mais fundamentais. Dúvidas, perguntas, advertências e qualificações são minimizadas, às vezes para consternação dos cientistas. A maioria dos leitores fica com a impressão de que um ou poucos pesquisadores fizeram avanços substanciais, e o restante da ciência concordou imediatamente.
Estudiosos reconhecem um modelo dominante, ou modo de agir predominante, na popularização da ciência.
A ciência produz conhecimento genuíno, porém, ele é considerado relativamente complicado para o amplo conhecimento. Isso abre espaço para mediadores, que se encarregam de levar o conhecimento científico de modo mais simplificado para o público em geral. Porém, essa simplificação sempre se traduz em distorção.
Como, em geral, os cientistas são desencorajados a desempenharem o papel de mediadores, a popularização da ciência, nos termos expostos, acaba sendo um mal necessário. Por outro lado, a própria popularização afeta a pesquisa científica, pois os cientistas podem até ser uma parcela do público “popular”, e podem citar artigos que são publicados em jornais.
Outra característica da popularização é a possibilidade de afetar as atitudes do público e dos formuladores de políticas em relação às áreas de pesquisa.
A noção de popularização como um elemento de distorção dos fatos pode ser usada para desacreditar o uso da ciência por quem não é cientista. Isso amplia os limites da autoridade conceitual dos cientistas, apesar de a ciência depender da popularização para constituir sua autoridade.
Se não existisse nenhum tipo de divulgador, a ciência seria uma atividade intelectual mais marginal do que é.
Apesar de os cientistas constantemente reclamarem das simplificações e distorções na ciência popular, eles reconhecem outros fóruns nos quais a simplificação e a distorção são aceitáveis.
Em algum momento, a maioria das etapas do processo científico envolve simplificações. Quando pesquisadores externos usam resultados de uma disciplina ou área problemática, eles quase sempre resumem ou reformulam esses resultados para se adequar a novos contextos. A popularização é uma forma de mover o conhecimento para novos domínios. O contexto popular cria suas próprias demandas e tende a moldar a ciência popular de acordo.
O modelo de déficit
Junto com o modelo dominante de popularização da ciência, está o modelo de déficit da compreensão pública da ciência, cuja premissa é que a alfabetização científica e técnica é um bem escasso fora do contexto da formação de cientistas e engenheiros.
Muitas pessoas concordam que precisamos de mais “compreensão pública da ciência”. O problema deve ser corrigido pela educação didática, uma transferência de conhecimento da ciência para o público em geral.
Existem dois pensamentos conflitantes por parte dos estudos CTS. Veja a seguir:
Conhecimento público
Apreço pela ideia de que o público deveria saber mais sobre ciência e tecnologia.
Especialização
Perspectiva sobre especialização, que deixa um ceticismo em relação à ideia de simplesmente ensinar ciência a mais pessoas.
Desse modo, em estudos CTS, a frase "compreensão pública da ciência" geralmente se refere aos estudos de tentativas de aplicação do conhecimento, ou métodos científicos, aos problemas na esfera pública. O modelo dominante de popularização retira erroneamente a ciência e a popularização de seus contextos.
O modelo de déficit também falha em apreciar a natureza contextual do conhecimento. Os públicos têm conhecimentos que se cruzam com a ciência, podem traduzir e apropriar-se do conhecimento científico, e valorizam o conhecimento científico e seus portadores.
Quando os cientistas encontram oposição às suas reivindicações, tendem a ver essa oposição como mal informada ou, até mesmo, irracional. Além disso, as controvérsias entre especialistas e não especialistas podem não ser resolvidas da mesma forma que as controvérsias entre especialistas – os mecanismos de fechamento que são eficazes dentro das comunidades científicas podem não ser eficazes fora delas.
Assim, algumas controvérsias são muito extensas, com grupos leigos continuando a pressionar questões muito depois que os especialistas chegaram a um consenso. Como um caso especial, os cientistas também podem sentir uma frustração considerável quando os advogados contestam suas credenciais nos tribunais.
Um dos aspectos do modelo dominante de especialização na popularização da ciência é o de assumir que o conhecimento científico e técnico não está vinculado a nenhum contexto. Pressupõe que esse conhecimento livre de contexto deve ser aplicado em todos os lugares e superar todos os outros conhecimentos. Porém, até mesmo a mais pura das ciências está ligada a contextos, e existem muitas outras formas pelas quais a ciência é socialmente construída.
Quando a ciência é retirada de seus contextos domésticos e aplicada a problemas de domínio público, pode fracassar em conquistar a confiança das partes interessadas, em reconhecer seus próprios pressupostos sociais, e em lidar apropriadamente com características confusas da vida real.
É preciso sorte ou trabalho árduo, tanto político quanto técnico, para aplicar com sucesso o conhecimento científico e técnico às questões públicas.
Apesar das críticas ao modelo de déficit, existem razões para não o abandonar por completo. O modelo de educação didática pode ser substituído por uma série de diálogos que aproximam a ciência e os públicos. O diálogo é uma forma de educação que traduz conhecimento e transforma perspectivas.
A falta de conhecimento científico contribui para a desconfiança ou atitudes desfavoráveis em relação à ciência. O problema político que os cientistas veem nos déficits de conhecimento público pode permanecer, embora possa ser resolvido por uma melhor educação sobre os métodos, processos e economias políticas da ciência.
Economias políticas do conhecimento
O conhecimento técnico é criado, transferido e aprendido apenas por meio do trabalho qualificado. É preciso trabalho e recursos para criá-lo.
O termo economia do conhecimento se refere a uma economia baseada em conhecimento técnico altamente desenvolvido, bem como se refere a economias de conhecimento – estruturas nas quais o conhecimento é um bem importante, trocado de alguma forma. O primeiro tipo de economia do conhecimento requer o segundo (não vice-versa).
Nas economias do conhecimento atuais, o conhecimento técnico é tratado como um recurso que pode ser possuído ou controlado com mecanismos da lei de propriedade intelectual. As escolas de negócios contribuíram com a disciplina de gestão do conhecimento, estudando como moldar a criação e o fluxo do conhecimento para que possa ser usado com mais eficiência e eficácia. Entre outras coisas, os estudos CTS abordam as economias políticas do conhecimento: produção, distribuição e consumo do conhecimento, com foco na comercialização da ciência e na pesquisa CTS conectada ao desenvolvimento global.
Uma maneira de entender a surpresa que muitas pessoas têm quando confrontadas com os estudos CTS, a partir do trabalho de Thomas Kuhn, é a revelação que nossos regimes de conhecimento mais bem-sucedidos não são nada como mercados livres e dependem desse fato.
Veja a seguir a diferença sobre a definição de mercados entre duas linhas de pensamento:
Economistas clássicos e neoclássicos
Acreditam que os mercados são resultados naturais do desejo das pessoas de negociar. Adam Smith e Karl Marx são exemplos de economistas clássicos e neoclássicos.
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Historiadores, sociólogos, cientistas políticos e economistas institucionais
Mostram que os mercadostêm histórias definidas e são feitos ativamente e moldados pelas circunstâncias.
Os estudos CTS sugeririam o mesmo pensamento dos historiadores, sociólogos, cientistas políticos e economistas institucionais sobre os mercados de conhecimento.
Um exemplo de área de pesquisa abordada pelos estudos CTS é a interseção da comercialização da biotecnologia e da pesquisa médica, e as mudanças na biotecnologia e nas indústrias farmacêuticas que usam essa pesquisa. A combinação de novas formas de pesquisa nessas áreas, seu valor comercial e a exploração de objetos de pesquisa tornam as estruturas da economia política claramente salientes.
Nas universidades, aconteceu uma mudança de um regime de bem público, que trata o conhecimento e a aprendizagem como um bem público, para um regime capitalista acadêmico, que trata o conhecimento e a aprendizagem como recursos sobre os quais instituições, membros do corpo docente e corporações podem reivindicar.
As universidades estão promovendo o financiamento corporativo de pesquisa, a captura de propriedade intelectual e empresas spin-off, ao mesmo tempo que assinam acordos de receita e criam centros de lucro em torno de coisas, como educação on-line e serviços de conferência.
Outra formulação da mudança está na interação universidade-indústria-governo. Os governos estão exigindo que as universidades sejam relevantes, as universidades estão se tornando empreendedoras, e a indústria está comprando pesquisas das universidades.
Por outro lado, essa mudança também pode ser colocada em termos de uma crise nas principais categorias que sustentam a ideia de pesquisa científica pura: a justificativa e os limites da liberdade acadêmica, o domínio público e o desinteresse tornaram-se obscuros, interrompendo a ethos da ciência pura. Por fim, podemos colocar mais peso nas fontes de financiamento para a ciência.
Os governos agora enfatizam os mercados e a propriedade privada da propriedade intelectual. A mudança dos regimes de propriedade intelectual, que levaram a uma "propriedade" dos produtos da ciência, tornou a comercialização da pesquisa universitária mais viável e atraente.
Estudos CTS e desenvolvimento global
Segundo Cozzens et al. (2007), o sucesso dos estudos CTS em mostrar conflitos acabou por impedir a oferta de lições positivas para o desenvolvimento. Enquanto isso, os estudos CTS argumentam que as disciplinas de economia e ciência política também não tiveram sucesso na promoção do desenvolvimento, pois se concentraram no crescimento e na inovação, respectivamente, em vez da liberdade.
Segundo Sen:
O desenvolvimento é um processo que expande as liberdades reais que as pessoas desfrutam.
(SEN, 2000, p. 3)
O crescimento econômico e a inovação industrial podem contribuir para isso, mas não precisam ser as únicas formas que o desenvolvimento assume. Sabe-se que a desigualdade impede até mesmo o simples crescimento econômico.
Na compreensão de desenvolvimento de Sen, a inovação tecnológica desempenha um papel pequeno, já que a maior parte da inovação é focada nos mercados ricos de partes já bem desenvolvidas do mundo (SEN, 2000).
Muito popular, o conceito de Sistemas Nacionais de Inovação (NIS, do inglês National Innovation Systems) é uma estrutura que descreve as instituições (agências estatais específicas, corporações e instituições acadêmicas) e suas ligações que contribuem para o crescimento tecnológico.
O NIS entende o crescimento como um resultado da criação e transferência eficientes de conhecimento, habilidades e artefatos. Por si só, não fornece uma fórmula para o crescimento tecnológico. Em vez disso, assim como os estudos CTS, aponta para a necessidade de estudos de caso locais.
Os estudos CTS devem começar aplicar seus resultados a contextos de desenvolvimento. Esses estudos examinam como as coisas são construídas, desse modo adotaram em grande parte uma perspectiva centrada no agente ou na ação, em vez de na estrutura – ou seja, as construções dos estudos CTS são ativas. Grande parte do seu sucesso se originou de um localismo e materialismo insistentes, vendo as estruturas de nível macro como constituídas e tendo seus efeitos em ações de nível micro. Desse modo, as contribuições dos estudos CTS para os estudos de desenvolvimento provavelmente assumirão a forma de estudos de caso dos sucessos e fracassos de vincular ciência, tecnologia e maior liberdade.
Um problema-chave para os estudos da ciência global é entender as relações entre a ciência nos países menos desenvolvidos e nos países mais desenvolvidos, entre a ciência nos centros e nas periferias. Nas interações entre pessoas em locais periféricos e centrais, os modelos típicos privilegiam aqueles cuja experiência é validada pelas redes centrais, assim como os modelos típicos de interações entre leigos e cientistas.
Apesar de existir um número considerável de cientistas, o mundo menos desenvolvido permanece cientificamente periférico; é a chamada ciência dependente.
Falando sobre tecnologia, a especialização científica e técnica é tida como universalmente aplicável, pois o conhecimento científico e técnico é universal. A objetividade formal, isto é, a negação da subjetividade, cria uma espécie de universalidade.
Procedimentos objetivos são aqueles que, quando seguidos corretamente, produzem os mesmos resultados a partir dos mesmos pontos de partida. O caráter bastante abstrato de muitos conhecimentos científicos e técnicos também lhes confere uma espécie de universalidade. As abstrações (análises isoladas de aspectos inseridos em um todo, dispensando suas relações com a realidade) são valorizadas porque deixam de lado detalhes concretos confusos. Porém, uma vez que as alegações científicas e técnicas abstratas descrevem o mundo real, não descrevem suas características particulares.
Desse modo a objetividade e a abstração moldam a ciência e a tecnologia para contextos particulares, por exemplo, o interior de laboratórios, embora sejam contextos interessantes em sua reprodutibilidade ou falta de localização concreta.
Aula 02- A Organização na Era Digital
A Revolução digital
Transformação Digital
Já reparou como nossa vida se tornou cada vez mais tecnológica? Pensar em uma vida tecnológica corresponde a observar a presença da tecnologia no nosso cotidiano.
Internet, computadores, celulares e tablets eram equipamentos restritos a um pequeno grupo de pessoas, ou até mesmo inexistentes há alguns anos. Somente grandes empresas tinham acesso aos computadores e à internet, pouquíssimos consumidores conseguiam adquirir um celular, e os tablets sequer existiam.
No entanto, com o passar do tempo, esses equipamentos e tecnologia foram se tornando mais acessíveis e hoje fazem parte da nossa rotina. Toda essa dinâmica que inseriu a tecnologia nas nossas vidas faz parte da transformação digital que as organizações vivenciaram ao longo do tempo.
Agora, iremos reconhecer a importância da transformação digital no cotidiano das organizações e saber um pouco sobre sua origem.
Origem
Quando usamos o termo transformação digital, estamos nos referindo a um processo no qual as empresas se utilizam da tecnologia para potencializar o desempenho, e que aumenta as expectativas do alcance de melhores resultados. Trata-se de uma mudança radical na estrutura das organizações, ou seja, as organizações passando por uma evolução estrutural, com a tecnologia passando a cumprir um papel central em suas estratégias.
Ter a tecnologia como um fator central nas organizações não é algo trivial. É um processo que demanda tempo e recursos, materiais e financeiros. No entanto, esse processo não é exclusivo de grandes corporações. As pequenas empresas também podem se estruturar para sua implementação e conquista da revolução digital.
A origem da transformação digital pode ser rastreada até o surgimento da computação pessoal nos anos 1970 e 1980, quando os computadores começaram a se tornar acessíveis e viáveis para uso comercial. Desde então, a tecnologia evoluiu rapidamente, com a introdução da internet, dispositivos móveis, computação emnuvem, entre outras inovações.
Nos últimos anos, a explosão de dados, a conectividade de alta velocidade e a inteligência artificial permitiram que as empresas explorassem novas oportunidades de negócios, criassem modelos de negócios e se tornassem mais ágeis e eficientes.
A necessidade de transformação digital também tem sido impulsionada pela crescente demanda dos clientes por experiências digitais personalizadas e pela concorrência de empresas nativas digitais, que têm a tecnologia como parte de seu DNA.
Em resumo, a transformação digital é uma resposta às mudanças tecnológicas e ao ambiente de negócios em constante evolução, e é impulsionada pela necessidade de adaptação das empresas para que consigam se manter relevantes no mercado.
Conectividade
Na transformação digital, tudo fica conectado. Esse processo de incorporação de tecnologias digitais ocorre em todas as áreas de uma empresa, resultando em mudanças significativas na forma como as empresas operam e fornecem valor aos seus clientes.
Isso envolve a adoção de tecnologias inovadoras, como a inteligência artificial, a internet das coisas, a automação de processos, a análise de dados e a computação em nuvem, entre outras, que permitem às empresas aumentar a eficiência, melhorar a qualidade de seus produtos e serviços e alcançar um melhor envolvimento do cliente.
A conectividade é um elemento-chave da transformação digital, pois permite que as empresas se comuniquem e interajam com seus clientes, fornecedores e funcionários em tempo real, independentemente da localização geográfica.
Com a crescente disponibilidade de conectividade de alta velocidade e redes sem fio, as empresas podem usar a internet para se conectar com os clientes, automatizar processos e acessar informações importantes em tempo real. Isso ajuda estas empresas a serem mais ágeis e responsivas às necessidades dos clientes, permitindo que elas se adaptem rapidamente às mudanças no mercado.
Além disso, a conectividade também possibilita o uso de tecnologias como a internet das coisas (IoT), que permitem que dispositivos se comuniquem entre si e com a internet, coletando e analisando dados em tempo real. Esses dados podem ser usados para melhorar a eficiência operacional, fornecer insights valiosos para a tomada de decisões e criar oportunidades de negócios.
Portanto, a conectividade é uma parte essencial da transformação digital, permitindo que as empresas se tornem mais eficientes, ágeis e inovadoras.
Como desenvolver a transformação digital nas organizações
A transformação digital é possível para todas as organizações, independentemente do tamanho ou setor de atuação. No entanto, este processo pode variar de acordo com as necessidades e recursos de cada organização.
Empresas de todos os setores estão buscando a transformação digital para se manterem competitivas em um mundo cada vez mais digital.
Pequenas e médias empresas podem enfrentar mais desafios financeiros e de recursos humanos do que grandes corporações, mas ainda assim podem adotar estratégias de transformação digital que sejam adequadas para suas necessidades e orçamentos.
Por isso, vamos aprender sobre como fazer a transformação digital, buscando sempre adaptar os processos a cada realidade organizacional.
Pilares básicos para o processo
Os pilares básicos para trabalhar com o conceito de transformação digital são: gestão, infraestrutura e pessoas.
1. Gestão: É o momento no qual são definidos os papéis, responsabilidades e formas de trabalhar de cada equipe para estabelecer processos, responsabilidades, modelos de governança, planejamento, análise financeira e modelos de negócios.
2. Infraestrutura: É o momento de pensar no plano de risco, nos potenciais problemas, na estrutura de escritório, tecnologia, internet e softwares, de forma que tudo trabalhe de forma harmônica com o que foi planejado. Projetos só dão problemas quando executados, logo, é preciso prever tudo para que a execução não mate a ideia.
3. Pessoas: É o fator de maior importância, uma vez que sistemas podem ser manipulados e programados, mas pessoas não. Por isso, é preciso entender o perfil de cada um e saber o que podem entregar de melhor. Não adianta pedir para o designer fazer o planejamento, ele fará, mas não com a mesma qualidade de um planejador, assim como o planejador até pode fazer um layout, mas sem a mesma qualidade do designer. É importante frisar isso, pois, às vezes, as equipes são pequenas e, com isso, todos tem de fazer tudo. Não é o certo e desmotiva as pessoas, que saem da empresa, viram a noite ou perdem qualidade de vida. Sem um gestor, um líder carismático, transparente e admirável, o time vai perdendo força, e o projeto, mais ainda.
De uma maneira mais prática, podemos seguir um processo para desenvolver a transformação digital por etapas dentro das organizações. É claro que, não devemos esquecer de realizar as devidas adaptações a esse processo. Dependendo do contexto e da situação que a organização vivencia, é preciso adaptar o processo a essa realidade.
De todo modo, a transformação digital é um processo contínuo e pode variar de empresa para empresa, mas que, geralmente, envolve os seguintes passos:
Avaliação
O primeiro passo é avaliar o estado atual da empresa em relação às suas metas de transformação digital e identificar as áreas que precisam ser melhoradas. Isso envolve a realização de uma análise detalhada de seus processos, tecnologias, sistemas e cultura organizacional.
Definição de estratégia
Com base na avaliação, a empresa deve definir sua estratégia de transformação digital, estabelecendo metas e objetivos claros. Isso deve ser feito com a participação de todas as partes interessadas, incluindo executivos, gerentes e funcionários.
Identificação de tecnologias
A empresa deve identificar as tecnologias digitais que serão usadas para alcançar suas metas de transformação digital. Isso pode incluir tecnologias de análise de dados, inteligência artificial, automação de processos, computação em nuvem e outras.
Implementação
A implementação envolve a implementação das tecnologias identificadas e a integração dos processos de negócios. Isso pode ser feito em etapas, começando com projetos-piloto em áreas específicas e, em seguida, expandindo para outras áreas.
Treinamento e capacitação
A transformação digital envolve mudanças significativas na forma como as empresas operam e os funcionários devem ser capacitados para trabalhar com as novas tecnologias e processos. Portanto, é importante investir em treinamento e capacitação para garantir que todos os funcionários estejam preparados para as mudanças.
Monitoramento e melhoria contínua
Por fim, a transformação digital é um processo contínuo, que de ser continuamente monitorado e aprimorado. A empresa deve medir o sucesso de sua estratégia de transformação digital e fazer ajustes, conforme necessário, para garantir que atinja seus objetivos.
Em resumo, a transformação digital é um processo complexo que requer um planejamento cuidadoso, implementação estratégica e monitoramento contínuo para garantir o sucesso a longo prazo.
A urgência da transformação digital
Não há a menor dúvida de que o tema da transformação digital está cada dia mais inserido no discurso das empresas. Não se criam mais estratégias digitais, criam-se estratégias para um mundo digital.
O consumidor está cada vez menos preocupado se uma ação é on-line ou off-line. No fim do dia, ele quer apenas conversar com as marcas. Se uma delas o deixar tranquilo, ele vai consumir; caso contrário, vai simplesmente consumir da concorrência.
A transformação digital é um processo no qual as empresas fazem uso da tecnologia para melhorar o desempenho, aumentar o alcance e garantir resultados melhores. Isso implica uma mudança estrutural nas organizações, uma mudança de cultura, uma mudança do famoso mindset (mentalidade) que as empresas precisam adotar.
Não se faz uma revolução com o mesmo pensamento e o mesmo dia a dia das empresas, não se muda nada sem provocar um choque de cultura na empresa e sem pensar na mudança.Entretanto, lembre-se de que nada pode ser mudado sem um bom planejamento estratégico.
Desafios da transformação digital
A implementação da transformação digital pode ser um processo desafiador para muitas organizações, e existem várias dificuldades que podem surgir durante esse processo.
Como vimos, a transformação digital vai acontecer de diferentes formas, tudo isso depende da realidade de cada organização.
Vamos entender um pouco sobre os principais elementos que podem se tornar um desafio no processo de transformação digital.
Dificuldades na transformação digital
A implementação da transformação digital pode enfrentar várias dificuldades. As empresas que desejam fazê-la com sucesso precisam estar preparadas para enfrentar esses desafios e desenvolver soluções para superá-los. Algumas das principais dificuldades incluem:
1. Resistencia à mudança: A transformação digital envolve mudanças na cultura organizacional e na forma como as pessoas trabalham. Algumas pessoas podem resistir a essas mudanças, o que pode dificultar a implementação da transformação digital.
2. Falta de conhecimento e habilidades: A transformação digital envolve a adoção de novas tecnologias e processos de negócios. As empresas podem enfrentar dificuldades para encontrar pessoas com as habilidades e conhecimentos necessários para implementar essas mudanças.
3. Problemas de integração: A transformação digital pode envolver a integração de novos sistemas e tecnologias com sistemas existentes. Isso pode ser um desafio, especialmente se os sistemas existentes não foram projetados para trabalharem juntos.
4. Investimento financeiro: A transformação digital pode exigir um investimento significativo em tecnologia, treinamento e contratação de funcionários. Algumas empresas podem ter dificuldades para financiar esses investimentos.
5. Segurança de dados: A transformação digital pode aumentar o risco de violações de segurança de dados e ataques cibernéticos. As empresas precisam garantir que seus sistemas e dados estejam seguros durante o processo de transformação digital.
6. Falta de estratégia clara: As empresas precisam ter uma estratégia clara e bem definida para a transformação digital. A falta de uma estratégia clara pode levar a implementações desorganizadas e sem direção.
Para evitar as dificuldades na implementação da transformação digital, é importante adotar uma abordagem estratégica e planejada, considerando uma comunicação eficiente e transparente e investir em treinamentos que envolvam todos os membros da organização.
Maturidade digital
As organizações estão em diferentes graus de maturidade quanto à transformação digital. Essas diferenças se acentuam pelas distintas demandas sobre setores diversos e pela cultura predominante em cada uma das organizações.
Dessa forma, dependendo do grau de maturidade, a organização pode enfrentar mais ou menos dificuldades. Se a organização já se consolidou ou se tornou líder no seu processo de transformação digital, as dificuldades podem diminuir, ou se tornarem mais complexas. Isso vai depender do contexto organizacional. Por exemplo, mesmo em um grau consolidado, uma organização pode necessitar de uma nova tecnologia que tenha uma implementação complexa.
A maturidade digital é composta por diferentes graus, que vão desde as organizações que não utilizam tecnologia digital até aquelas que têm uma estratégia digital bem estabelecida e totalmente integrada aos seus processos de negócios. Normalmente, esses estágios são divididos em quatro etapas:
Iniciante
Empresas que estão apenas começando a explorar tecnologias digitais, sem uma estratégia clara ou processos bem definidos.
Emergente
Empresas que já estão começando a utilizar tecnologias digitais de maneira mais estruturada, mas ainda não integraram completamente essas tecnologias aos seus processos de negócios.
Consolidado
Empresas que já adotaram uma estratégia digital clara e integraram tecnologias digitais em seus processos de negócios, mas ainda não conseguiram aproveitar todo o potencial dessas tecnologias.
Líder
Empresas que têm uma estratégia digital totalmente integrada aos seus processos de negócios, utilizam tecnologias digitais avançadas e têm uma cultura de inovação e experimentação.
À medida que as empresas avançam em sua maturidade digital, elas podem obter diversos benefícios, como aumento da eficiência operacional, melhoria na experiência do cliente, maior capacidade de inovação, aumento da competitividade no mercado e redução de custos. Mas, isso não quer dizer que as organizações com mais maturidade estão isentas de dificuldade. Isso depende de seu contexto organizacional e da sua habilidade de aplicação de tecnologias.
Gestores Digitais
Será que o gestor ou gestora da Era Digital deve atuar exatamente igual atuava antes da transformação digital?
Se o mundo mudou, os gestores e gestoras também precisam mudar sua forma de atuar, tornando sua prática cada vez mais alinhada com as demandas da era digital.
A seguir, vamos aprender sobre o perfil e principais responsabilidades desse gestor digital.
Principais responsabilidades do gestor digital
Colocar uma mudança organizacional em prática não é uma tarefa fácil. Necessita muita dedicação para que os objetivos estabelecidos sejam alcançados. Para isso, é preciso que a organização disponha de profissionais comprometidos e responsáveis. No âmbito da transformação digital, podemos nomear esses profissionais de gestores ou gestoras digitais. Esses profissionais possuem determinadas responsabilidades, dentre as quais podemos destacar:
· Gerenciar a equipe de TI
· Implementar novas tecnologias e processos
· Garantir a segurança dos dados e da informação
· Monitorar e analisar os resultados
· Em resumo, o gestor digital tem a responsabilidade de liderar a transformação digital da empresa, gerenciando a equipe de TI, implementando novas tecnologias e processos, garantindo a segurança dos dados e informações e monitorando e analisando os resultados.
· Mudança de perfil
· O perfil de um gestor digital é aquele que possui conhecimento em tecnologia e é capaz de liderar uma empresa em sua jornada de transformação digital.
· Um gestor digital deve ter uma combinação de habilidades em tecnologia, liderança, análise de dados e inovação, além de uma visão estratégica clara e um foco no cliente, para liderar a empresa em sua jornada de transformação digital. Algumas das principais mudanças de perfil do gestor tradicional para o gestor digital incluem:
· Liderança ágil
· Os gestores digitais precisam ser líderes ágeis e capazes de se adaptar às mudanças constantes no ambiente de negócios.
· Foco no cliente
· Os gestores digitais devem ter um foco no cliente e entender como as tecnologias digitais podem ser usadas para melhorar a experiência do cliente.
· Mentalidade inovadora
· Os gestores digitais precisam ter uma mentalidade inovadora e estar dispostos a experimentar novas soluções e abordagens para a transformação digital.
· Habilidade em análise de dados
· Os gestores digitais precisam ter habilidades em análise de dados e ser capazes de usar as informações disponíveis para tomar decisões informadas.
· Conhecimento em tecnologia
· Os gestores digitais precisam ter um conhecimento sólido em tecnologia para entender as ferramentas e soluções digitais disponíveis e como elas podem ajudar a empresa.
· Portanto, o gestor digital deve se preocupar em atender aos quesitos que a transformação digital demanda, pois esse profissional será o principal responsável por colocar esse processo em prática.
Módulo 2 Grau de informatização das empresas
Tecnologia de Informação nas organizações
É fundamental para a gestão eficiente das informações em uma organização. Ela permite que as empresas processem grandes quantidades de dados de forma rápida e precisa, além de automatizar tarefas rotineiras e reduzir custos operacionais. Além disso, a TI pode ser usada para melhorar a comunicação interna e externa, permitindo que os funcionários se comuniquem de forma mais eficaz e colaborativa.
Tecnologia dainformação (TI) é um conjunto de técnicas, ferramentas e processos utilizados para coletar, armazenar, processar, transmitir e proteger informações e dados em formato digital.
Essas ferramentas, técnicas e processos, podem ser compreendidos como as redes de computadores, que são um conjunto de dispositivos interconectados que permitem a comunicação entre computadores e outros dispositivos, como impressoras e servidores. Também podemos citar os sistemas operacionais, que são programas que gerenciam os recursos do computador e permitem que outros programas sejam executados nele.
Temos também o banco de dados, que são sistemas que permitem a armazenagem, organização e recuperação de informações em formato digital. Além disso, o que há de mais atual pode ser vislumbrado no exemplo da inteligência artificial (conjunto de técnicas e algoritmos que permitem que as máquinas aprendam e realizem tarefas que antes eram exclusivas dos seres humanos).
Empresas com alto grau de informatização geralmente têm uma vantagem competitiva em relação a empresas menos informatizadas, pois conseguem responder de maneira mais ágil às mudanças no mercado e nas demandas dos clientes, bem como gerenciar com mais eficiência seus recursos e processos internos.
Vimos que a transformação digital é um processo de muita relevância para as organizações que atuam na Era Digital. Buscar alinhar a tecnologia em todas as atividades da organização promove o alcance dos objetivos de forma eficiente e eficaz.
A seguir, iremos compreender um pouco mais sobre tecnologia da informação e conhecer os modelos disponíveis para a medição do grau de informatização. Além disso, iremos aprender um pouco mais sobre as principais tecnologias de informação utilizadas pelas organizações e compreender a sua relação com a performance organizacional.
Principais tecnologias de informação nas organizações
Existem várias tecnologias de informação usadas pelas empresas, dependendo das necessidades e objetivos específicos de cada organização. Algumas das principais tecnologias de informação utilizadas pelas empresas são:
· Sistemas de gestão empresarial ( ERP)
· Sistemas de gerenciamento de relacionamento cm o cliente (CRM)
· Sistemas de gerenciamento de cadeia de suprimentos (SCM)
· Business intelligence e analytics
· Redes sociais
· Automação de processo robóticos (RPA)
Tecnologia da informação e performance organizacional
Um dos principais benefícios da TI nas empresas é a possibilidade de gerenciar grandes quantidades de dados de forma mais eficiente. A utilização de softwares de gestão de dados, por exemplo, pode ajudar a automatizar a coleta, armazenamento e análise de informações, permitindo que a empresa tome decisões mais precisas e baseadas em dados. Como consequência disso, a TI ajuda a melhorar a comunicação interna e externa da organização, por meio de ferramentas como e-mails, videoconferências e redes sociais corporativas.
A tecnologia também pode ser usada para melhorar a produtividade da empresa. A automação de tarefas rotineiras, como a geração de relatórios e o processamento de pagamentos, pode liberar tempo para os funcionários se concentrarem em atividades que exigem mais habilidades e criatividade. Além disso, a TI pode ajudar a reduzir custos operacionais, por meio da redução de erros humanos e do aumento da eficiência na produção.
Outro aspecto importante da TI nas empresas é a segurança da informação. As empresas possuem grandes quantidades de informações confidenciais, como dados de clientes, informações financeiras e segredos comerciais. A TI pode ajudar a proteger esses dados, por meio de softwares de segurança da informação, backup de dados e controle de acesso a sistemas e arquivos.
No entanto, a implementação da TI nas empresas pode apresentar desafios. A falta de investimento em tecnologia e a resistência à mudança podem dificultar a implementação de novas ferramentas e sistemas. Além disso, a complexidade da tecnologia pode exigir que as empresas invistam em treinamento e desenvolvimento de habilidades digitais para seus funcionários.
Em resumo, a tecnologia da informação é um elemento essencial para o sucesso das empresas na Era Digital. A implementação de novas ferramentas e sistemas pode ajudar a melhorar a eficiência, reduzir custos e aumentar a segurança da informação. No entanto, é importante que as empresas planejem e gerenciem a implementação da TI de forma cuidadosa e estratégica para obter os melhores resultados.
Aplicação das tecnologias de informação
As tecnologias de informação estão presentes no nosso cotidiano e nos ajudam a tomar melhores decisões, agilizar processos e tornar tudo mais conectado. Por exemplo, utilizar o internet bank nos ajuda a agilizar o tempo e a tomar as melhores decisões, por meio do acesso rápido e prático a informações bancárias. No entanto, se não soubermos como utilizar ou como aplicar essas tecnologias no nosso cotidiano ou no cotidiano organizacional, de nada valerá sua existência.
Após compreender o que são as tecnologias no contexto organizacional, e como elas impactam na performance, produtividade e desempenho, é importante conhecer como aplicar essas tecnologias nas organizações.
Dessa forma, iremos aprender sobre como implementar as tecnologias de informação, assim como entender seu impacto no cotidiano organizacional.
Como implementar as tecnologias de informação
A implementação de tecnologias de informação nas empresas envolve um processo complexo, que pode variar de acordo com as necessidades específicas de cada organização. No entanto, há alguns passos que podem ajudar a guiar esse processo, como:
Identificação das necessidades
É importante que a empresa identifique as áreas em que a tecnologia pode ser útil para melhorar os processos e aumentar a eficiência.
Planejamento
É necessário planejar a implementação das tecnologias, definindo objetivos claros, prazos e orçamento disponível.
Seleção de tecnologias
Após identificar as necessidades e planejar a implementação, é preciso selecionar as tecnologias que atendam às necessidades específicas da empresa.
Teste e avaliação
Antes de implementar a tecnologia em toda a empresa, é importante realizar testes em um ambiente controlado para avaliar sua e identificar possíveis problemas.
Treinamento e capacitação
É fundamental que os funcionários sejam treinados e capacitados para utilizar as tecnologias implementadas na empresa.
Implementação
Após as fases anteriores, é hora de implementar a tecnologia em toda a empresa. É importante garantir que a implementação seja feita de forma gradual e controlada, a fim de minimizar possíveis problemas e interrupções nos processos de negócio.
Monitoramento e atualização
É importante monitorar o desempenho da tecnologia após sua implementação, além de realizar atualizações e ajustes necessários para garantir que ela continue a atender às necessidades da empresa.
Cabe ressaltar que esses passos devem ser adaptados à realidade de cada organização. É necessário levar em consideração o tamanho da organização, o ambiente de negócios em que ela está inserida, a quantidade de funcionários disponíveis para colocar em prática a implementação, os recursos financeiros que podem ser utilizados nessa implementação e a estrutura que a organização dispõe.
Analisando esses elementos, é possível realizar a adaptação necessária para atender à realidade de cada organização.
Impacto das tecnologias de informação no cotidiano organizacional
As tecnologias de informação têm um impacto significativo no cotidiano organizacional. Algumas das principais formas pelas quais elas afetam as empresas são:
· Agilidade nos processos
· Comunicação
· Tomada de decisão
· Colaboração
· Flexibilidade
· Atendimento ao cliente
· Competitividade
Medição do grau de informatização
O grau de informatização de uma empresa se refere ao nível de utilização de tecnologias de informação na gestão dos seus processos de negócio. É uma medida que avalia o quanto a empresa está investindo em tecnologia e como isso está sendo utilizado para melhorar

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