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15/02 Anatomia do Sistema Tegumentar O tegumento comum, muitas vezes referido como pele, constitui a barreira externa do organismo e a forma de contato com o meio ambiente. Trata-se do maior órgão de todos os mamíferos e desempenha várias funções: ▪ Proteção do corpo contra fatores mecânicos, químicos, físicos e biológicos presentes no ambiente. ▪ Receptores para a percepção de pressão, dor, calor e frio. ▪ Armazenamento e excreção de água, eletrólitos, vitaminas e gorduras. ▪ Termorregulação. ▪ Defesa imunológica. ▪ Comunicação. O tegumento reflete no estado de saúde do animal e pode até indicar uma doença interna, manifestando-se como icterícia, cianose ou edema. Composto não apenas pela pele, mas também por várias estruturas especializadas: ▪ Tela subcutânea. ▪ Glândulas da pele (incluindo as glândulas mamárias). ▪ Coxins digitais. ▪ Revestimento da falange distal (unha, garra e casco). ▪ Cornos e chifres. I. Pele A pele envolve o corpo e se fusiona a membranas mucosas em diversas aberturas dos sistemas digestório, respiratório, urinário e genital. A superfície da pele é marcada por uma rede de sulcos finos e cristas, sendo mais distintos em área onde não há pelos, como no nariz ou o focinho. Impressões digitais ou impressão nasal. Seios cutâneos especializados estão presentes no ovino, no gato e no cão, nos quais a secreção das glândulas da pele e células superficiais necrosadas se combinam para formar uma mistura de odor forte, utilizado para demarcação de território. A pele pode ser dividida em: ▪ Derme – representa a estrutura de tecido conectivo do tegumento e constitui a parte da pele da qual se obtém o couro, é a parte do tegumento que mais contribui para sua espessura. Pode ser subdivida em: o Camada reticular – rica em fibras e pobre em células, situando-se diretamente na tela subcutânea. o Camada papilar – sob a epiderme é rica em vasos sanguíneos e células. ▪ Epiderme – é formada por um epitélio escamoso estratificado e queratinizado. Ela é contínua com as membranas mucosas e pode ser diferenciada da mucosa pela presença de pelos e de glândulas sebáceas e sudoríparas. A epiderme mais espessa se encontra nos coxins digitais e no casco (formação córnea). Pode ser divindade em: o Camada córnea – mais superficial, da qual descamam células continuamente. o Camada lúcida – é um resquício de células córneas jovens. o Camada granulosa. o Camada espinhosa. o Camada basal – mais profunda, que repousa sobre uma membrana de base sob a qual se situa a derme. ▪ Outras células presentes na epiderme: o Melanócitos – responsáveis pela pigmentação da pele. o Células de Langerhans – desempenham uma função importante na defesa do corpo contra infecções virais, tumores cutâneos e alergias de contato. o Células de Merkel – são numerosas ao redor das elevações táteis e funcionam como receptores ao toque. II. Pelos Na maioria das espécies, a pelagem se espalha por todo o corpo com exceção de algumas regiões, como nariz, os coxins digitais, as papilas, as garras e os cascos. Os pelos são essencialmente filamentos córneos finos, elásticos e longos formados pela epiderme. Cada pelo compõe-se de uma medula ou núcleo central, um córtex e uma cutícula externa. Mas nem todos apresentam necessariamente esses componentes. Longitudinalmente, cada pelo pode ser divido em: ▪ Talo / corpo – o qual se projeta sobre a superfície. ▪ Raiz – que assume um trajeto oblíquo para sustentar o pelo na derme, mas se desenvolve plenamente apenas durante o crescimento do pelo. ▪ Bulbo – um aumento proximal da raiz no interior da epiderme que envolve a papila dérmica. A raiz do pelo se insere no folículo piloso, que é a unidade básica da produção de pelos. Glândulas sebáceas e sudoríparas se abrem nos folículos pilosos. O pelo pode se mover involuntariamente pelos músculos lisos, os músculos eretores do pelo. Um pequeno musculo ereto do pelo passando de uma fixação próxima à papila dérmica se une à extremidade proximal de cada folículo. Melhora o isolamento térmico e confere ao animal uma aparência ameaçadora. i. Tipos de pelos ▪ Pelos de cobertura – retos e bastante firmes formam o revestimento externo em todos os mamíferos domésticos, com exceção dos ovinos. ▪ Lã – fina e ondulada forma a pelagem inferior, se constitui apenas deste tipo de pelo. Há três tipos básicos de pelagem: ▪ Pelagem normal – pastor alemão. ▪ Pelagem curta – boxer. ▪ Pelagem longa – chow-chow. Há muitas variações entre os tipos, como a pelagem dura. As cerdas duras e espalhadas do suíno constituem uma modificação especifica de espécie dos pelos cutâneos. Variações locais na forma e desenvolvimento dos pelos de cobertura incluem o pelo áspero da crina, da cauda e tufos (metacarpos e metatarso) de equinos, os pelos longos da cauda do bovino e de suíno e os pelos de barba de algumas raças de caprinos. Modificações especiais são: ▪ As vibrissas do vestíbulo do nariz. ▪ Os cílios. ▪ Pelos auriculares. Os pelos táteis são uma modificação dos pelos de cobertura e se encontram na cabeça, com exceção do pelo tátil no carpo do gato. São consideravelmente mais espessos e em geral se pronunciam para além dos pelos de cobertura. Suas raízes alcançam profundamente a tela subcutânea e casa um é envolvido por um seio venoso em cujas paredes há terminações nervosas que reagem ao toque. ▪ Pelos táteis supraorbitais. ▪ Pelos táteis infraorbitais. ▪ Pelos táteis zigomáticos. ▪ Pelos táteis bucais. ▪ Pelos táteis mentuais. ▪ Pelos táteis labiais superiores e labiais inferiores. ii. Padrões de pelos Em cães e gatos, vários pelos compartilham uma única abertura folicular. O pelo central (primário) é o mais longo e é um pelo de cobertura, enquanto os pelos secundários a seu redor são mais curtos e macios. iii. Ciclo do pelo ▪ Fase anágena – é a fase de crescimento ativo e se caracteriza por uma papila dérmica bem desenvolvida, formando o bulbo do pelo. ▪ Fase catágena – o crescimento desacelera, e a matriz pilosa e a papila de cobertura se atrofiam. ▪ Fase telógena – os folículos pilosos possuem papilas dérmicas pequenas, separadas do bulbo e que não estão mais cobertas por células matrizes. III. Glândulas da pele Dois tipos básicos de glândulas da pele podem ser identificados: ▪ Glândulas sebáceas. ▪ Glândulas sudoríparas. i. Glândula sebácea Se distribuem sobre o tegumento em associação aos folículos pilosos, nos quais eliminam sua secreção, que é o sebo, responsável por deixar a pele e a pelagem lubrificadas e resistente à água. As glândulas tarsais das pálpebras, as glândulas sebáceas dos lábios e ao redor do ânus são glândulas sebáceas especializadas que não estão associadas aos pelos. ii. Glândula sudorípara Podem ser subdivididas conforme a histologia de seu processo secretor: ▪ Glândulas sudoríparas écrinas – não estão associadas aos pelos e secretam um suor mais aquoso diretamente sobre a pele. ▪ Glândulas sudoríparas apócrinas – são mais comuns e liberam seu suor albuminoso nos folículos pilosos sobre a maior parte do corpo. iii. Glândulas especiais ▪ Glândulas do seio paranal – glândulas sebáceas e serosas na parede e no saco anal de cães e gatos. ▪ Glândulas circum-anais – glândulas sebáceas nas adjacências do ânus do cão. ▪ Glândulas caudais – glândulas sebáceas e serosas no dorso da cauda do gato erudimentares no cão. ▪ Glândulas periorais – glândulas sebáceas nos lábios do gato. ▪ Glândulas da pele dos coxins digitais em carnívoros e no equino. ▪ Glândulas mentuais e glândulas carpais – glândulas sudoríparas apócrinas no suíno. ▪ Glândulas do seio infraorbital no ovino. ▪ Glândulas do seio inguinal no ovino. ▪ Glândulas cornuais no caprino. ▪ Glândulas ceruminosas – glândulas apócrinas e sebáceas que produzem cerume, presente em todos os mamíferos domésticos. IV. Glândulas mamárias A presença de glândulas mamárias e o processo de lactação são característicos apenas dos mamíferos. Elas são glândulas sudoríparas modificadas do tipo tubuloalveolar exócrino. A glândula mamaria compõe-se de uma série de complexos mamários característicos de cada espécie, dispostos em uma ordem simétrica bilateral de cada lado da linha média na face ventral do corpo. (A)Porca; (B) cadela. (C) gata. (D) mulher. (E) vaca. (F) ovelha e cabra. (G) égua. Cada complexo mamário consiste em uma ou mais unidades mamárias compostas de um corpo e uma teta ou papila. O leite é a secreção característica das glândulas mamárias e serve para a nutrição de suas crias. O primeiro leite após o parto, o colostro, possui um teor elevado de anticorpos, os quais proporcionam imunidade passiva ao recém-nascido. Doenças que afeta, as glândulas mamárias têm importância clínica. A inflamação das glândulas (mastite) é uma condição comum na vaca leiteira e causa prejuízos econômicos. Neoplasias das glândulas mamárias da cadela são comuns, especialmente em animais mais velhos. As glândulas mamárias são suspensas desde a face ventral do tronco por meio de camadas superficiais e profundas da fáscia externa do tronco, a qual forma o aparelho suspensório. Ele compõe-se de lâmina laterais e mediais, das quais se prolongam lamelas delgadas entre os complexos mamários. A lâmina medial é amplamente composta de tecido elástico; a lâmina lateral, de tecido conectivo denso. As fileiras esquerda e direita se complexos mamários são dividas pelo sulco intermamário. ▪ Úbere – tecido glandular composto por alvéolos, lóbulos e lobos mamários que produzem o leite. A unidade mamária termina com sistema de ductos, o qual exibe uma disposição específica de cada espécie e termina na extremidade pontiaguda da papila. O sistema de ductos de cada unidade mamária pode ser subdivido nos seguintes segmentos: ▪ Partes terminais das glândulas – local de produção de leite. ▪ Ductos lactíferos – sistema de ductos para o transporte de leite. ▪ Seio lactífero – seio para coleta do leite. i. Irrigação Artérias das glândulas mamárias: ▪ Torácicas e abdominais craniais – A. epigástrica superficial cranial. ▪ Inguinais e abdominais caudais – A. epigástrica superficial caudal. Veias das glândulas mamárias: ▪ Torácicas e abdominais craniais – V. epigástrica superficial cranial. ▪ Inguinais e abdominais – V. epigástrica superficial caudal. Gestação ▪ Vaca – 9 meses. ▪ Cabra e ovelha – 5 meses. ▪ Porca – 114 dias. ▪ Cadela e gata – 62-65 dias. ▪ Égua – 320-325 dias. Tecidos cornificados dos membros I. Coxins palmares e plantares Os coxins digitais são formados por tegumento comum fortemente modificado e se encontram nos membros dianteiros e traseiros. Eles atuam como amortecedores de choque durante a locomoção e protegem o esqueleto das mãos e dos pés da pressão mecânica. Há três grupos de coxins digitais: ▪ Coxins carpais/tarsais – na face mediopalmar/medioplantar do carpo/tarso. ▪ Coxins metacarpais/metatarsais – na face palmar/plantar da articulação metacarpofalângica/metatarsofalâ ngica. ▪ Coxins digitais – na face palmar/plantar da terceira falange distal. A quantidade de coxins metacarpais/matatarsais e digitais corresponde à quantidade de dedos. Em ungulados apenas os coxins digitais são funcionais e entram em contato com o chão. O equino, ao contrário dos outros ungulados domésticos, também apresenta coxins metacarpais/metatarsais inseridos em um tufo de pelos posteriores à articulação do joelho, o esporão, e resquícios de coxins carpais/tarsais, as castanhas. II. Órgão digital O dedo compreende a falange distal, incluindo os componentes musculoesqueléticos e a parte fortemente modificada do tegumento comum que envolve essas estruturas. Em adaptações aos diferentes ambientes e hábitos alimentares, desenvolveram-se três modificações da pele especificas de classe do órgão digital durante a evolução: ▪ Garra em carnívoros. ▪ Unha em primatas. ▪ Casco em ungulados. Servem principalmente para proteger o tecido que envolvem, mas também cada um é usado para outros propósitos como: ▪ Ferramentas – arranhar, cavar, segurar. ▪ Órgãos sensoriais. ▪ Ataque e defesa. i. Segmentos do órgão digital Embora as estruturas que envolvem a falange distal pareçam ser muito diferentes em um primeiro momento, elas na realidade compartilham uma arquitetura semelhante. Cada apêndice apresenta cinco segmentos diferentes: ▪ Segmento perióplico ou limbo. ▪ Segmento coronário ou coroa. ▪ Segmento parietal ou parede. ▪ Segmento solear ou sola. ▪ Segmento das saliências coxins digitais ou ungueal que corresponde a polpa do dedo dos primatas. Os segmentos são identificados por sua localização, estrutura e produção córnea. Aspectos característicos são a presença ou ausência de uma tela subcutânea, a forma do corpo papilar e a estrutura da camada córnea. ▪ Em carnívoros o coxim digital não faz parte da garra. III. Estojo córneo da falange distal A falange distal é envolta pelo estojo córneo ou capsula ungueal, a qual forma a garra dos carnívoros e o casco dos ungulados. Pode ser dividida em: ▪ Parede ou lâmina – formada pelo limbo, pela coroa e pelo segmento parietal e corresponde a unha dos primatas. Ela compõe-se das camadas: o Externa. o Média. o Interna. ▪ Face solear – formada pela parte distal da parede que entra em contato com o solo, o segmento solear e o coxim dos ungulados. A camada interna da parede, que aparece sobre a face solear, recebe a denominação de zona branca e forma uma camada flexível que une o corno da lâmina e a sola. o A sola pode ser subdividida ainda nas partes que fazem contato com o solo e nas partes que não entram em contato com o solo. i. Estojo córneo decíduo Cobre o casco como uma almofada e protege o útero e o canal de parto de lesões durante o parto. IV. Modificações dos diferentes segmentos A origem dos diferentes segmentos da unha, da garra e do casco como modificações locais de pele se reflete em sua retenção de camadas epidérmicas, dérmicas e da tela subcutânea. ▪ Hipoderme – não há tela subcutânea na lâmina e no segmento solear. Sob o limbo, a coroa e o coxim há um pulvino digital, uma trama de fibras colágenas e elásticas intercalada por tecido adiposo. Essas estruturas atuam como amortecedores durante a locomoção. ▪ Cório – também chamado de pododerme, pode ser dividido em uma camada papilar profunda e uma camada reticular superficial. Onde não se desenvolveu a tela subcutânea, o cório adere firmemente e é contínuo com o periósteo do osso subjacente. ▪ Epiderme – pode ser dividida em uma parte delgada formada por células cornificadas vivas e uma parte mais espessa de célulascornificadas. As camadas vitais compreendem a camada basal, a camada espinhosa e a camada granulosa, ao passo que o casco é composto apenas da camada córnea. V. Garras Os órgãos digitais dos carnívoros compreendem o coxim digital e a garra. ▪ Unha do cão – possui cinco unhas do membro torácico e quatro unhas no membro pélvico que correspondem à quantidade de dedos. o O primeiro dedo do membro torácico é reduzido e não entra em contato com o solo. o É dividida em quatro segmentos do mais proximal ao mais distal: segmentos perióplico, coronário, parietal e solear. ▪ Garra do gato – a anatomia da garra felina segue a anatomia da unha canina com algumas exceções características da espécie. o Usam suas garras para ataque e defesa e para o contato inicial com a presa. o São totalmente retráteis por meio de ligamentos elásticos na crista ungueal da garra, o que possibilita que o gato caminhe silenciosamente e sem desgastar as garras devido ao contato com o solo. VI. Casco de ruminantes e do suíno Os ruminantes e o suíno são classificados como artiodátilos, o que indica que eles possuem dois dedos que sustentam o peso em cada pé, com exceção do equino que se apoia em um digito só. ▪ Casco bovinos – cada membro possui dois cascos principais e dois cascos rudimentares. No terceiro e quarto digito estão os cascos principais, os quais são separados uns dos outros pelo espaço interdigital. o Os cascos rudimentares integram o segundo e o quinto dedo e são consideravelmente menores. ▪ Casco do suíno – a anatomia dos cascos do suíno se assemelha à dos ruminantes, contudo, a redução dos dedos não é tão avançada quanto dos ruminantes. Os dedos acessórios são caudais aos principais e possuem um complemento total de ossos. ▪ Casco do equino – o esqueleto digital do equino se reduz a um raio, o terceiro dedo, que compõe o casco. A redução do esqueleto a uma única estrutura de carga coloca o terceiro dedo sob uma força mecânica significativa. VII. Corno e chifres O corno dos ruminantes domésticos consiste em um miolo ósseo envolvido em uma modificação do tegumento comum, o estojo córneo. O componente esquelético do corno é o processo cornual, o qual é unido firmemente ao osso frontal (projeção do osso frontal). A epiderme do corno é intensamente cornificada e forma o estojo córneo. O corno pode ser divido em: ▪ Base. ▪ Corpo. ▪ Ápice. 1 – seio fontal caudal; 2 – processo cornual; 3 – periósteo; 4 – túbulos córneos; 5 – túbulos córneos (outra vista); 6 – papila dérmica; 7 – pelo. Chifres estão cobertos de pele com pelos e vasos sanguíneos, são mudados após período de reprodução. 08/03 Anatomia do sistema esquelético Osteologia é o estudo da combinação de ossos que forma o esqueleto de diversas espécies animais. Os ossos são compostos de tecido ósseo, revestido internamente e externamente por: ▪ Endósteo (reveste a cavidade medular e cobre a substância esponjosa) e periósteo (cobre a face externa do osso, não sendo encontrados nas faces articulares). ▪ Medula óssea. ▪ Vasos sanguíneos e nervos que irrigam essas estruturas. Classificação anatômica e macroscópica: ▪ Osso compacto – constituído de partes sem cavidades. ▪ Osso esponjoso – constituídos por partes com muitas cavidades intercomunicantes. I. Tipos de ossos Os ossos apresentam enorme variedade de forma, tamanho e resistência, não apenas entre as espécies, mas também no mesmo indivíduo. Apesar da imensa variedade de ossos eles podem ser agrupados de acordo com suas características estruturais comuns. i. Ossos longos Os ossos longos se caracterizam por um corpo ou diáfise, formado a partir de uma grossa camada externa de osso compacto e uma cavidade medular interna. Apresentam duas extremidades, a epífise proximal e a epífise distal, ambas cobertas por uma fina camada de substância cortical. As duas extremidades contêm osso esponjoso. Os ossos longos formam a base dos membros, como o úmero, a tíbia e os ossos metacarpais. ii. Ossos curtos Podem apresentar diferentes formas: ▪ Cilíndricos. ▪ Cuboides. ▪ Arredondados. Em seu interior apresentam um entrelaçamento extenso de tecido ósseo esponjoso, no qual está presente o tecido hemorreticular. Os ossos da coluna vertebral e das articulações do tarso são exemplos de ossos curtos. iii. Ossos planos e largos Compõem-se de duas camadas ósseas compactas ao redor do tecido osso esponjoso ou de cavidade aeradas. A escapula, o osso ilíaco e as costelas se inserem nesse grupo. iv. Ossos pneumáticos são ossos planos que envolvem cavidades de ar. Eles se formam pela reabsorção de substância óssea e são revestidos por uma mucosa. Como exemplos podem-se citar as maxilas ou o etmoide. v. Ossos irregulares Ossos sem formato definido. Entre os exemplos encontram-se os ossos do crânio em formato de cunha: ▪ Osso esfenoide. ▪ Osso pré-esfenoide. ▪ Osso basisfenoide. vi. Ossos sesamoides Osso com formato variável. Servem como alavanca e facilitam passagem de tendões. Se encontram próximos as articulações e situam-se sob o tendão ou em sua base. Esqueleto axial Constitui o eixo maior do corpo (sustentação). É composto pelo: ▪ Crânio. ▪ Coluna. ▪ Costelas. ▪ Esterno. Os ossos do neurocrânio circundam a cavidade craniana, incluindo o encéfalo, suas meninges e vasos sanguíneos. I. Crânio O crânio forma uma construção rígida composta de diversos ossos, a maioria deles pareados. Ele envolve e protege o encéfalo e os órgãos sensoriais de visão, olfato, audição, equilíbrio e paladar, além de acomodar parte dos tratos respiratório e alimentar superiores. Projeções ósseas formam pontos de fixação para a musculatura facial e mastigatória. O crânio é composto pelos mesmos ossos em todos os mamíferos domésticos: O assoalho é composto por: ▪ Parte basilar do osso esfenoide ímpar. ▪ Ossos ímpares basisfenoide e pré- esfenoide. A parede nucal é composta por: ▪ Osso ímpar escama do occipital. ▪ Partes laterais do occipital. As paredes laterais são compostas por: ▪ Ossos pares temporais. O teto é composto por: ▪ Ossos pares frontais. ▪ Ossos pares parietais. ▪ Osso ímpar interparietal. A parede nasal é composta por: ▪ Osso ímpar etmoide. i. Osso occipital Forma a parede nucal do crânio e pode ser divido em parte basal (corpo), parte escamosa e partes laterais. Esses ossos formam um anel que circunda a medula espinhal, o forame magno. ii. Osso esfenoide Forma a parte rostral da base do neurocrânio e é composto por dois segmentos semelhantes, o pré-esfenoide na parte rostral e o basisfenoide na parte caudal. Cada osso é composto por um corpo mediano e asas lateralmente. ▪ Pré-esfenoide – compõem as partes ósseas da fossa craniana. ▪ Basisfenoide - compõem as partes ósseas da fossa craniana média. iii. Osso temporal O osso temporal do recém-nascido compõe-se de três partes distintas, que se fusionam mais tarde: ▪ Parte escamosa. ▪ Parte petrosa com processo mastoide. ▪ Parte timpânica. iv. Osso frontal Os ossos frontais pares situam-se entre o crânio e a face e estão unidos na sutura interfrontal. Cada osso frontal envolve, dependendo da espécie, uma ou mais cavidades aéreas, os seios frontais. Com base em sua localização, o ossofrontal pode ser dividido em: ▪ Escama frontal. ▪ Parte orbital. ▪ Face temporal. ▪ Parte nasal. v. Osso parietal É um osso par que forma a maior parte dorsolateral da parede craniana. Faz limite com o osso occipital e com o osso frontal. vi. Osso interparietal Localiza-se centralmente entre o osso occipital e o osso parietal, com o qual se fusiona durante a idade adulta, exceto no gato, onde as suturas ainda são visíveis no animal adulto. vii. Osso etmoide O osso etmoide situa-se na base das paredes orbitais e contribui para a formação das partes cranial e facial do crânio. II. Crânio porção facial As paredes da porção facial do crânio compõem-se dos seguintes segmentos em todos os mamíferos domésticos. Paredes laterais da cavidade nasal formadas por: ▪ Ossos lacrimais pares. ▪ Ossos zigomáticos pares. ▪ Osso maxila par. ▪ Ossos incisivos pares. Assoalho da cavidade nasal/teto da cavidade bucal, formados por: ▪ Ossos palatinos pares. ▪ Osso maxila par. ▪ Ossos incisivos pares. ▪ Osso vômer ímpar. Teto da cavidade nasal formado por: ▪ Ossos frontais pares. ▪ Ossos nasais pares. Teto ou paredes laterais da cavidade faríngea, formados por: ▪ Ossos pterigoides pares. ▪ Segmento vômer ímpar. ▪ Ossos palatinos pares. ▪ Ossos esfenoides pares. i. Osso nasal Forma o teto da cavidade nasal e apresenta uma face externa concava, exceto em algumas raças de gatos, suínos e equinos, os quais apresentam um nariz convexo. ii. Osso lacrimal É um osso pequeno localizado próximo ao ângulo medial do olho, formando segmentos da órbita e da parede lateral da face. iii. Osso zigomático Situa-se em posição ventrolateral ao osso lacrimal e forma segmentos da órbita óssea e do arco zigomático. O arco zigomático forma-se pela união do processo temporal do osso zigomático e o processo zigomático do osso temporal. O osso zigomático envolve cavidades repletas de ar em algumas espécies domesticas e, desse modo, participa do sistema de seios paranasais. iv. Maxila É par e forma a base óssea de grande parte da porção facial do crânio. Ela contribui para a formação de paredes laterais da face, das cavidades nasais e orais e do palato duro. É o maior osso da face, que se articula com todos os ossos faciais. É subdividida em vários segmentos ▪ Corpo – envolve uma cavidade aérea, a qual compõe a parte principal do seio maxilar. o Face facial externa – se caracteriza por uma ondulação horizontal, a crista facial. o Face nasal interna – apresenta uma ondulação marcante onde se fixa a concha nasal ventral. o Face pterigopalatina – forma a parte caudal da maxila. o Face orbital. ▪ Processo alveolar – encerra as cavidades para os dentes, os alvéolos dentários. ▪ Processo palatino – é uma lâmina óssea transversal que emerge do processo alveolar e encontra seu par na sutura palatina mediana. ▪ Processo frontal. ▪ Processo zigomático. v. Osso incisivo São pares e compõem-se de corpo, palatino e alveolar. Os ossos incisivos formam a porção rostral da parte facial do crânio e compõe parte da abertura para a cavidade nasal e o teto do palato duro. vi. Osso palatino Situam-se entre a maxila e os ossos esfenoide e pterigoide. Se dividem em uma lâmina horizontal a qual forma parte do palato duro, e uma lâmina perpendicular, a qual forma parte das paredes lateral e dorsal do meato nasofaríngeo, e as coanas, as aberturas entre as cavidades nasais e a parte nasal da faringe. vii. Vômer É um osso ímpar que se prolonga da região das coanas até a cavidade nasal, onde se fixa à crista nasal mediana. viii. Osso pterigoide É par e é uma placa óssea delgada entre o osso esfenoide e a lâmina horizontal do osso palatino que forma parte das paredes dorsal e lateral da cavidade nasofaríngea. ix. Mandíbula As duas metades da mandíbula se desenvolvem na mesoderme craniana do primeiro arco branquial e se articulam firmemente no ângulo mentual, formando a sincondrose mandibular média. Essa união fibrosa normalmente se completa durante o primeiro ano após o nascimento no suíno e no equino, mas pode ocorrer mais tarde, ou então permanecer bipartida em carnívoros e ruminantes. Cada metade pode ser dividida em: ▪ Corpo da mandíbula – que contém os dentes. ▪ Ramo da mandíbula. x. Aparelho hioideo O osso hioide se desenvolve de partes do segundo e terceiro arcos branquiais, seus componentes cartilaginosos individuais se ossificam no inicio da vida e se unem para formar sincondroses firmes. Se posicionam entre os ramos da mandíbula na base da língua e atuam como um mecanismo de suspensão para a língua e a laringe. A abertura caudal do canal mandibular é o forame da mandíbula. Ele atravessa rostralmente, ventral aos alvéolos dentários, e termina no forame mentual. O forame mentual consiste em uma única abertura em ruminantes e no equino, mas em duas oi três aberturas em carnívoros e em até cinco aberturas no suíno. Pode ser dividido em duas partes: ▪ A primeira parte se conecta com a língua e a laringe hioideo e é considerada o aparelho hioideo, equivalente ao do humano. ▪ A segunda segue direção dorsal, articulando-se com o osso temporal e é chamada de aparelho de sustentação. A parte principal do hioide corresponde à do humano e possui três componentes: ▪ Basi-hioide ou corpo – é um osso transverso ímpar situado na musculatura da base da língua. ▪ Cerato-hioide - conecta o hioide com o aparelho de sustentação. Coluna vertebral Compõe-se de uma série de ossos ímpares, as vértebras, cuja quantidade varia entre os mamíferos domésticos. As vértebras são classificadas como ossos curtos com substância esponjosa no centro e substância compacta envolvendo-a. Cada vértebra apresenta: ▪ Corpo – parte ventral prismática ou cilíndrica de uma vertebra sobre a qual se assentam as outras partes. Cada corpo vertebral apresenta uma extremidade cranial convexa e uma extremidade caudal concava, as quais são recobertas por uma lâmina de cartilagem hialina, formando a parte não ossificada da epífise do corpo vertebral. ▪ Tireo-hioide – se projeta caudalmente a partir do basi-hioide, com o qual se fusiona em ruminantes e equinos, em direção a cartilagem tireóidea da laringe, com a qual forma uma articulação móvel. Os discos intervertebrais cartilaginosos se interpõem entre as vértebras contiguas. Há três locais na coluna vertebral onde se forma um espaço interarcos entre os arcos das vértebras adjacentes. Tais espaços têm importância clínica, pois possibilitam acesso ao canal vertebral para injeções ou para obter amostras do líquido cerebrospinal: ▪ Espaço atlanto-occopital – entre o osso occipital e a primeira vértebra (atlas). ▪ Espaço atlantoaxial – entre a primeira (atlas) e a segunda (áxis) vértebras. ▪ Espaço lombossacral – entre a última vértebra lombar e o sacro. Cada vértebra apresenta uma determinada quantidade de processos para a fixação dos músculos e ligamentos. Os seguintes processos podem estar presentes: ▪ Um processo dorsal ou espinhoso na linha mediodorsal do arco vertebral. ▪ Quatro processos articulares, posicionados no sentido cranial e caudal em relação à raiz do processo espinhoso. I. Vértebras cervicais A primeira (atlas) e a segunda (áxis) vértebras cervicais são extremamentemodificadas para permitir a livre movimentação da cabeça. O atlas aparentemente não possui corpo, e sim consiste em duas massas laterais ▪ Dois processos transversos que se projetam lateralmente a partir da base do arco vertebral. ▪ Dois processos acessórios entre os processos articulares transverso e caudal das últimas vértebras torácicas (carnívoro e suínos) e as vértebras lombares (carnívoros). unidas por um arco dorsal e outro ventral, os quais constituem um anel ósseo. O tubérculo dorsal situa-se na extremidade cranial do arco dorsal e o tubérculo ventral, na extremidade caudal do arco ventral. Um processo transverso prolongado se projeta lateralmente de cada massa; esses processos planos são chamados de asas do atlas. O forame transverso é um canal curto que atravessa a parte caudal da asa do atlas e não está presente em ruminantes. Os processos transversos prolongados, as asas, propiciam fixação para a musculatura dorsal e ventral, a qual é responsável pela movimentação da cabeça para cima e para baixo, e compõem a conexão muscular entre a coluna e a face nucal do osso occipital. A segunda vértebra cervical (áxis) forma o eixo sobre o qual o atlas, e consequentemente a cabeça, giram. Seu corpo cilíndrico apresenta uma crista ventral. A extremidade cranial do corpo se caracteriza pelo dente situado centralmente, o qual é visto como o corpo deslocado do atlas com base em seu desenvolvimento. O arco do áxis possui o processo espinhoso alongado e protuberante, o qual se projeta sobre a extremidade cranial e caudal do corpo vertebral em carnívoros e na extremidade caudal no suíno. Os corpos das vértebras cervicais restantes se tornam cada vez mais curtos do sentido cranial ao caudal. As faces ventrais da 3ª para a 5ª vértebra cervical possuem uma crista ventral firme, a qual se torna indistinta ou ausente na 6ª e 7ª vértebras. Os processos espinhosos são relativamente curtos na maioria dos mamíferos domésticos, mas seu comprimento aumenta gradualmente em direção à parte torácica da coluna. II. Vértebras torácicas Elas formam, parcialmente justapostas, um bastão ósseo ligeiramente dorsoconvexo, o qual se caracteriza por sua flexibilidade limitada. São equipadas com aspectos anatômicos especiais: os longos processos espinhosos para a fixação da forte musculatura da cabeça e do pescoço em suínos e herbívoros. Se articulam com as costelas e correspondem a elas em quantidade. Todas as vértebras torácicas compartilham as seguintes características: ▪ Corpos curtos com extremidades planas. ▪ Processos articulares curtos. III. Vértebras lombares Se diferem das vértebras torácicas por serem mais longas e apresentarem um formato de corpo mais uniforme. ▪ Arcos vertebrais de encaixo muito próximo. ▪ Processo espinhoso bastante longo. ▪ Fóveas costais nas duas extremidades para as cabeças da costela e nos processos transversos para os tubérculos da costela. Os processos mamilares estão presentes apenas nas vértebras torácicas e lombares. Eles situam-se no sentido imediatamente cranial aos processos transversos nas vértebras posicionadas em sentido cranial à vértebra anticlinal, e estão unidos com os processos articulares para formar os processos mamilares articulares combinados nas vértebras caudais à vértebra anticlinal. Os processos espinhosos são mais curtos e voltados craniodorsalmente, os processos transversos são longos, achatados e sua projeção lateral é maior. Os arcos vertebrais formam um canal vertebral mais largo para acomodar o inchamento da medula espinal na região lombar, a intumescência lombar. IV. Vértebras sacrais As vértebras sacrais e seus discos intervertebrais ossificados unem-se firmemente para formar um único osso, o sacro, em todas as espécies domésticas. A 1ª vértebra sacral com suas asas prolongadas forma uma articulação firme com a cintura pélvica, através da qual o impulso dos membros pélvicos se transmite ao tronco. V. Vértebras caudais ou coccígeas Elas apresentam uma simplificação progressiva quanto a seu formato ao perderem aspectos vertebrais característicos, como arcos e processos. As últimas vértebras caudais se parecem com bastões cilíndricos cujo tamanho se reduz paulatinamente. VI. Esqueleto torácico Compreende as vértebras torácicas, as costelas e o esterno. O tórax envolve a cavidade torácica, a qual é acessível cranialmente através da abertura cranial ou do recesso entre as primeiras costelas. i. Costelas Formam o esqueleto das paredes torácicas laterais. Elas estão dispostas serialmente em pares e são intercaladas pelos espaços intercostais. Cada costela consiste em uma parte dorsal óssea, a parte óssea, e uma parte ventral cartilaginosa, a cartilagem costal, as quais se encontram na junção costocondral. As partes dorsais de todas as costelas se articulam com as vértebras torácicas, enquanto as cartilagens costais se diferenciam quanto à articulação com o esterno. As primeiras 7 a 9 costelas se articulam diretamente com o esterno e, portanto, são denominadas esternais ou costelas verdadeiras. As costelas caudais remanescentes se articulam indiretamente com o esterno ao se unirem com a cartilagem da costela em frente para formar o arco costal. Essas costelas são denominadas asternais ou costelas falsas. As costelas no final da série, cuja cartilagem termina livre na musculatura sem ligação a uma cartilagem adjacente, são denominadas costelas flutuantes. A quantidade de pares de costelas corresponde à quantidade de vértebras torácicas. Portanto, os carnívoros possuem 12 a 14 pares, o suíno 13 a 16, os ruminantes 13 e o equino 18. Todas as costelas compartilham uma arquitetura básica comum, a qual é composta de: ▪ Cabeça com suas faces articulares. ▪ Colo. ▪ Tubérculo com sua face articular. ▪ Corpo ou haste. ▪ Extremidade esternal. ii. Esterno Compõe-se de uma série de segmentos de osso ímpares, unidos por cartilagens interesternais. Os segmentos individuais se fusionam com a ossificação da cartilagem interesternal em animais mais velhos. O esterno pode ser divido em: ▪ Manúbrio – compõe a maior parte cranial do esterno e se projeta na gente da segunda junção intercostal. ▪ Corpo – é cilíndrico em carnívoros, largo e plano em ruminantes, e possui uma crista ventral em equinos. Ele é composto de 4 a 6 segmentos, dependendo da espécie. ▪ Processo xifoide – é a última esternébra, a qual se prolonga e, um processo cartilaginoso caudalmente. Membros torácicos I. Cintura escapular Compreende o osso coracoide, a clavícula e escápula e une o membro torácico ao tronco. O coracoide reduz-se a um processo cilíndrico fusionando-se ao ledo medial da escápula. A clavícula não existe, ou reduz-se a um pequeno rudimento embutido no músculo braquiocefálicos, ao contrário do osso funcional e bem desenvolvido nos humanos. i. Escápula É um osso plano com contorno triangular, situada contra a parte cranial da parede torácica lateral na direção cranioventral. Ela está ligada ao tronco pelos músculos sem que forme uma articulação verdadeira. A margem dorsal é voltada para a coluna vertebral e apresenta forma de meia-lua e aumenta a área de fixação para os músculosda escápula e absorve choques. II. Esqueleto do braço O esqueleto da parte proximal do apêndice livre do membro torácico é formado por um único osso, o úmero. Tem sua função fundamental no movimento do membro torácico. Sua superfície é modelada de forma característica pela fixação de músculos fortes e seus tendões, os quais levam ao desenvolvimento de protuberâncias e sulcos ósseos proeminentes. O úmero pode ser dividido em três segmentos básicos: ▪ Extremidade proximal com a cabeça do úmero e tubérculos. ▪ Corpo do úmero com a tuberosidade deltoide. ▪ Extremidade distal com côndilo do úmero. A parte caudal da extremidade proximal concentra a cabeça do úmero. A cabeça do úmero separa-se do corpo do úmero por um colo bem definido. Os tubérculos maior e menor propiciam inserção para os músculos da escápula. III. Esqueleto do antebraço O esqueleto da parte distal do apêndice livre do membro torácico compõe-se de dois ossos, o rádio e a ulna. A ulna situa-se na direção caudal/caudolateral em relação ao rádio na parte proximal do antebraço e lateral na parte distal. No ser humano, a capacidade de movimentos rotacionais é bastante desenvolvida: se a palma da mão é voltada para trás (pronação), os ossos do antebraço se cruzam; caso a palma da mão seja voltada para frente (supinação), o rádio e a ulna ficam lado a lado. Embora ainda haja uma capacidade limitada de movimentos em carnívoros, sendo que o cão apresenta uma limitação maior de rotação que o gato, esse movimento não é possível no equino, cuja parte distal da ulna é completamente reduzida. i. Rádio pp Pode ser dividido em três segmentos principais: ▪ Corpo do rádio. ▪ Extremidade distal com a tróclea do rádio. É um osso cilíndrico relativamente mais forte em ungulados do que em carnívoros. ii. Ulna Compõe-se de três segmentos principais: ▪ Extremidade proximal com olecrano. ▪ Corpo da ulna. ▪ Extremidade distal com cabeça da ulna. O olecrano e sua tuberosidade prolongam a ulna para além da extremidade distal do úmero. Ele forma o ponto bastante proeminente do cotovelo e propicia a inserção para o forte músculo tríceps braquial. IV. Esqueleto da mão O esqueleto da mão forma a parte óssea do autopódio dos membros torácicos. O autopódio compõe-se de três segmentos de proximal a distal: ▪ Ossos carpais. ▪ Ossos metacarpais. ▪ Falanges. Nos mamíferos domésticos, nos carnívoros apresentam o padrão original de cinco dígitos; no suíno os dígitos se reduzem a quatro (2-5); no bovino restam dois dígitos (3 e 4) e no equino apenas o terceiro dedo permanece. i. Ossos carpais Os ossos carpais são dispostos em duas fileiras, proximal e distal, cada uma das quais contendo tipicamente quatro ossos. A fileira proximal se articula com o rádio e ulna na articulação antebraquiocarpal. E a fileira distal se articula com os ossos metacarpais para formar a articulação carpometacarpal. O padrão primitivo do carpo contém os seguintes ossos: ▪ Fileira proximal – sequencia médio- lateral: o Osso carpo radial. o Osso intermédio. o Osso carpo ulnar. o Osso carpo acessório . ▪ Fileira distal – sequencia médio lateral: o Metacarpiano I. o Metacarpiano II. o Metacarpiano III. o Metacarpiano IV. o Metacarpiano V. Em humano e no suíno, a quantidade de 8 ossos carpais permanece; o equino apresenta 7 a 8, dependendo da presença ou ausência do osso metacarpiano I. Nos carnívoros, os carpo radial e o capo intermédio estão fusionados, de forma que a quantidade total de ossos carpais se reduz para 7. Os ruminantes apresentam 6 ossos carpais, sendo que o metacarpiano I é ausente e o carpo radial e o intermédio estão fusionados. ii. Ossos metacarpais O metacarpo, tipicamente, compõe-se de cinco ossos longos. Todos os ossos metacarpais apresentam os mesmos segmento: ▪ Extremidade proximal – com uma face articular para a fileira distal dos ossos carpais e fóveas adicionais voltadas para os ossos metacarpais vizinhos. ▪ Corpo – longo e característico de cada espécie. ▪ Extremidade distal – com uma tróclea para a articulação com a falange proximal e diversas áreas rugosas para fixações ligamentosas nas duas extremidades. Os ossos metacarpais apresentam configurações diferentes dependendo da espécie do mamífero doméstico: iii. Ossos digitais da mão O padrão original das falanges compreende 5 dígitos. Esse padrão sofreu modificações em todas as espécies domesticas durante a evolução. Nos carnívoros estão presentes todos os 5 dígitos, no suíno 2, ruminantes 2 e e equino no apenas 1. ▪ Carnívoros – o metacarpiano I é o mais reduzido, os médios III e IV os mais longos e II e V mais curtos. ▪ Suíno – metacarpiano III e IV são bem desenvolvidos e II e V reduzidos. ▪ Ruminantes – metacarpiano I e II ausentes, III e IV se juntam e formar o osso metacarpal maior e V é reduzido e forma o pequeno osso metacarpal. ▪ Equino – metacarpiano III totalmente desenvolvido, resquícios do II e IV. O esqueleto de um dedo totalmente desenvolvido consiste em: ▪ Falange proximal. ▪ Falange média. ▪ Falange distal – modificada para se adequar ao casco ou a garra. Membros pélvicos I. Cíngulo do membro pélvico Consiste em dois ossos coxais que se encontram ventralmente na sínfise pélvica e se articulam firmemente com o sacro na direção dorsal. Juntamente com o sacro e as primeiras vértebras caudais, eles formam a pelve óssea, a qual delimita a cavidade pélvica. Ela contém e protege as vísceras pélvicas, incluindo os órgãos reprodutores, os quais, por sua vez, exercem influencia fisiológica durante a gestação e o parto. Tem papel fundamental na postura e locomoção, no sentido de assegurar uma transmissão eficaz da força dos membros pélvicos para o tronco. Cada osso coxal compõe-se de três partes com centros de ossificação distintos. No adulto, os ossos se encontram completamente fusionados e seus corpos formam a cavidade para a articulação com o fêmur, o acetábulo. Cada osso coxal compõe-se de: ▪ Ílio. ▪ Pubis. ▪ Ísquio. i. Ílio Forma a parte dorsocranial do osso coxal e se prolonga em sentido oblíquo desde o acetábulo até o sacro. É constituído por uma parte cranial que se estende por uma grande superfície, a asa, e uma caudal, mostrando uma coluna arredondada, o corpo. O corpo do ílio contribui para a formação do acetábulo, o qual é complementado pelos corpos do ísquio e do púbis. ii. Púbis Apresenta formato de L e compõe-se do corpo, do ramo acetabular ou ramo cranial do púbis transverso e do ramo sinfisário ou ramo caudal do púbis. Encontra-se mais da metade da margem do forame obturado por onde atravessa o nervo obturatório. Ele é fechado pela musculatura e por tecido mole. O pubis de cada lado se fusiona na sínfise púbica, a parte cranial as sínfise pélvica. iii. Ísquio Pode ser divido em corpo, lâmina caudal ou tábua do ísquio e o ramo medial. Os ramos mediais dos ísquios formam a parte caudal da sínfise pélvica. O corpo forma parte do acetábulo. iv. Acetábulo É uma cavidade cotílica profunda formada por todos os 3 ossos pélvicos. A cavidade do acetábulo consiste na face articular semilunar periférica e na fossa do acetábulo não articular no centro. A face semilunar do bovino é dividida por uma incisura cranioventral em uma parte craniodorsal maior e uma parte caudoventral menor. v. PelvePelve óssea é um anel largo que circunda a cavidade pélvica. Ela propicia fixação a uma profusão de músculos, tendões e ligamentos, o que molda suas faces diferentemente em cada espécie. II. Fêmur É o mais forte dos ossos longos. Pode-se encontrar até 4 ossos sesamoides nos tecidos femorais moles. O maior osso sesamoide é a patela, a qual está fixada no tendão e de inserção do músculo quadríceps femoral. Em carnívoros, dois outros osso sesamoides estão fixados nas cabeças do músculo gastrocnêmio e outro na cabeça do músculo poplíteo. O fêmur é essencial para postura e locomoção. Sua superfície é caracterizada pela origem e pela fixação de músculos fortes e seus tendões, protuberâncias ósseas proeminentes e sulcos. Apesar das variações entre espécies, o fêmur pode ser dividido em três segmentos: ▪ Extremidade proximal coma cabeça. ▪ Corpo do fêmur. ▪ Extremidade distal com côndilos lateral e medial. III. Patela É um grande osso sesamoide situado no tendão de inserção do músculo quadríceps femoral. Sua face articular se volta caudalmente em direção ao fêmur; a face livre se volta cranialmente e é palpável. pp IV. Esqueleto da perna Esses ossos são bastante diferentes quanto à força, como seus elementos análogos no membro torácico, sendo que o osso medial, a tíbia, é muito mais resistente que a fíbula. A fíbula percorre a margem lateral da tíbia e não se articula com o fêmur proximalmente. Apenas a tíbia sustenta o peso do animal, o que se reflete no aumento de sua robustez. A redução da fíbula é maior do que a redução da ulna no membro torácico: no bovino, a fíbula é quase completamente reduzida; no equino, a parte proximal ainda é um osso distinto, enquanto a parte distal está incorporada à tíbia. Nos carnívoros, a redução da fíbula se manifesta no diâmetro, mas não no comprimento. i. Tíbia A tíbia contribui com a maior parte da formação da articulação femorotibiopatelar. A extremidade proximal da tíbia apresenta faces articulares para os côndilos femorais correspondentes e para os meniscos e diversas rugosidades para fixação de ligamentos. Pode ser dividida em: ▪ Extremidade proximal com face articular para a formação da articulação. ▪ Corpo. ▪ Extremidade distal, com cóclea para a articulação com o tálus. ii. Fíbula Pode ser dividida em uma cabeça proximal, um colo, um corpo e uma extremidade distal ou maléolo lateral. A fíbula separa-se da tíbia por meio de um longo espaço interósseo, conectado por tecido mole. Em ruminantes, o corpo da fíbula é totalmente reduzido. Já no equino apenas a parte proximal da fíbula permanece isolada. V. Esqueleto do pé Forma a parte óssea do autopódio e compõe-se de três segmentos (de proximal a distal): ▪ Ossos do tarso. ▪ Ossos do metatarso. ▪ Falanges. i. Ossos do tarso Os ossos do tarso estão dispostos em três fileiras: a fileira proximal, a média e a distal. A fileira proximal se articula com a tíbia, e a fileira distal se articula com ossos do metatarso. O tarso contém os seguintes ossos: ▪ Fileira proximal: o Tálus. o Calcâneo. ▪ Fileira média: o Osso central do tarso. ▪ Fileira distal: o Tarsal I. o Tarsal II. o Tarsal III. o Tarsal IV. No carnívoro e no suíno, a quantidade original de 7 ossos tarsais se mantém. O tarso dos ruminantes compõe-se de 5 ossos tarsais, sendo que o osso central e o tarsal IV e os ossos tarsais I e II estão fusionados. No equino, os ossos tarsais I e II se fusionam, de forma que a quantidade total de ossos tarsais se reduz para 6. a. Tálus É o osso medial da fileira proximal do tarso. Pode ser dividido em um corpo, uma tróclea e uma cabeça. b. Calcâneo Se situa lateral e plantarmente em relação ao tálus e fornece a base óssea da ponta do jarrete. A tuberosidade calcânea projeta-o para além do tálus. ii. Ossos do metatarso e esqueleto dos dedos Os ossos do metatarso e as falanges apresentam grande semelhança com seus correspondentes no membro torácico. Os ossos do metatarso tendem a ser mais longos e delgados com um córtex mais resistente do que os ossos correspondentes do metacarpo. O osso metatarsal III do membro pélvico do equino apresenta uma secção transversal circular, enquanto o osso metacarpal III do membro torácico é mais oval. A falange distal do membro pélvico é mais estreita que o membro torácico, com um dedo mais longo e um ângulo mais íngreme na parede da falange distal. 22/03 Introdução a artrologia Artrologia, também chamada de sindesmologia, é o estudo das articulações. Articulações são um ponto de união entre os ossos, juntando estes ou permitindo o movimento livre segundo a forma e o espaço da articulação. I. Classificação das articulações Em relação ao grau de movimento elas podem ser classificadas em: ▪ Sinartroses. ▪ Anfiartroses. ▪ Diartroses. Em relação a quantidade de ossos podem ser: ▪ Simples ou composta. i. Sinartroses São articulações imóveis e fibrosas. Características de suturas e gonfoses (articulação entre o dente e o alvéolo). ii. Anfiartroses São articulações semimóveis e cartilaginosas. Características de sincondroses (articulação em que a cartilagem hialina se encontra com o osso), interóssea ou intraóssea, e de sínfises (cartilagem fibrosa une dois ossos, sínfise pélvica). iii. Diartrose São articulações móveis, também chamadas de sinoviais. São compostas por: ▪ Ossos. ▪ Cartilagem articular hialina. ▪ Cavidade articular. ▪ Cápsula articular. ▪ Fluido sinovial ou sinovia. ▪ Ligamentos. Possuem algumas estruturas associadas como: ▪ Meniscos. ▪ Bolsas sinoviais ▪ Bainhas tendineas. a. Tipos de articulações sinoviais ▪ Articulação plana – articulações intervertebrais. ▪ Articulação cilíndrica ou condilar – articulação femorotibial. ▪ Articulação em dobradiça ou gínglimo – articulação do cotovelo. ▪ Articulação em parafuso – articulação do tarso. ▪ Articulação deslizante – articulação femoropatelar. ▪ Articulação trocóidea ou pivô – articulação atlantoaxial. ▪ Articulação selar – articulação da quartela. ▪ Articulação esferóidea – articulação do ombro. ▪ Articulação elipsóidea – articulação atlanto-occipital. b. Tipos de movimentos das articulações ▪ Flexão e extensão. ▪ Adução e abdução. ▪ Circundação e rotação. ▪ Supinação e pronação. 05/04 Articulações sinoviais I. Articulação temporomandibular A articulação temporomandibular é a união sinovial entre o ramo mandibular e a parte escamosa do osso temporal. É uma articulação condilar cujas faces articulares não correspondem totalmente umas às outras, por isso um disco fibrocartilaginoso interpõe-se entre as faces articulares. É formada pela cabeça do processo condilar da mandíbula e pela área articular do osso temporal. Articulações da coluna I. Articulação atlanto-occipital As uniões entre o crânio e a coluna são responsáveis pelo movimento da cabeça. Entre o occipital e a 1ª vértebra cervical. É composta por duasarticulações elipsóideas formadas entre os côndilos occipitais e as concavidades correspondentes do atlas. Vários ligamentos sustentam essa articulação funcionalmente: ligamentos laterais. II. Articulações intervertebrais Duas vértebras adjacentes com disco cartilaginoso interposto, as articulações entre eles e os ligamentos de sustentação formam uma unidade funcional, a qual é responsável por transmitir o impulso dos membros para o corpo durante a locomoção. As articulações intervertebrais combinam sínfises entre os corpos vertebrais e as articulações sinoviais entre as faces articulares. As extremidades cranial e caudal de duas vértebras adjacentes são conectadas por discos intervertebrais. As articulações entre as fóveas articulares cranial e caudal das vértebras são articulações planas. i. Ligamento nucal Sustenta grande parte do peso da cabeça. Pode ser subdivido em: funículo nucal e lâmina nucal. No cão, o ligamento nucal é representado pelo funículo nucal par. Em ruminantes, o ligamento compõe-se de duas partes: o funículo nucal, semelhante a um cordão, e a lâmina nucal. No equino, compõe-se de um funículo e uma parte laminar, ambos pares. Articulações do membro torácico I. Articulação umeral Une a cavidade glenoidal da escápula à maior cabeça do úmero. É uma articulação esferoide, mas sua amplitude de movimento é limitada pelos músculos que a circundam e, portanto, funciona como uma articulação em dobradiça, sendo que os movimentos principais são de flexão e extensão. Devido à ausência de ligamentos colaterais do ombro, os tendões e os músculos atuam como ligamentos e dão sustentação à articulação. II. Articulação ulnar A articulação do cotovelo é uma articulação composta. Formada pelo côndilo do úmero com a incisura troclear da ulna e a cabeça do rádio. É uma típica articulação em dobradiça, com amplitude de movimentos restrita a flexão e extensão. Os ligamentos são: ▪ Ligamento colateral lateral (radial). ▪ Ligamento colateral medial (ulnar). ▪ Ligamento do olecrano. III. Articulações do carpo As articulações do carpo são articulações compostas que incluem as seguintes articulações: ▪ Articulações antebraquiocarpais – entre o rádio e a ulna e a fileira proximal dos ossos do carpo. ▪ Articulações mediocarpais – entre as fileiras proximal e distal dos ossos do carpo. ▪ Articulação intercarpal – entre os ossos individuais do carpo de cada fileira. ▪ Articulações capometacarpais – entre os ossos distais do carpo e os ossos metacarpais. O carpo como um todo atua como uma articulação em dobradiça, mas as faces da articulação única permitem diferentes amplitudes de movimentos. Os ligamentos podem ser divididos em dois grupos principais: ▪ Ligamentos colaterais lateral e medial longos - que se prolongam entre o antebraço e o metacarpo. ▪ Ligamentos curtos – unem ossos vizinhos da mesma fileira ou de fileiras contíguas. Os ligamentos curtos podem ser subdivididos em três grupos: ▪ Ligamentos verticais – conectam as articulações principais. ▪ Ligamentos horizontais – unem ossos vizinhos da mesma fileira. ▪ Ligamentos curtos. IV. Articulações falângicas Cada dedo apresenta três articulações: ▪ Articulações metacarpofalângicas – é uma articulação em dobradiça entre a extremidade distal dos ossos metacarpais e as extremidades proximais das primeiras falanges e os ossos sesamoides proximais. o Ligamentos colaterais, ligamentos sesamoides (proximal, médio e distal) e ligamentos interdigitais em animais com mais de um dedo. ▪ Articulações interfalângicas proximais – formadas pelas extremidades distais das primeiras fileiras falângicas e as extremidades proximais das falanges médias. São articulações selares. o Ligamentos colaterais (equino) ou ligamentos palmares (suíno e ruminantes) ou ambos (carnívoros). ▪ Articulações interfalângicas distais – são bastante similares às articulações interfalângicas proximais. Articulações do membro pélvico I. Articulação coxofemoral É uma articulação sinovial esferoide formada pela cabeça do fêmur em combinação com o acetábulo. Em ungulados, a amplitude de movimento é restrita a flexão e extensão. Isso se deve ao formato da cabeça do fêmur, aos ligamentos e aos imensos músculos femorais. II. Articulação do joelho É do tipo composta, incongruente e em dobradiça, pode ser dividida em: ▪ Articulação femorotibial. ▪ Articulação femoropatelar. i. Articulação femorotibial Para compensar a incongruência das faces articulares, um menisco se interpõe. Entre o fêmur e tíbia. Os ligamentos podem ser divididos em: ▪ Ligamentos dos meniscos – tibiais craniais, tibiais caudais, meniscofemoral, transverso do joelho. Os ligamentos são: ▪ Ligamento da cabeça do fêmur – o qual se prolonga da cabeça do fêmur até a fossa do acetábulo. ▪ Ligamento acessório do fêmur – está presente apenas no equino. Se insere na fóvea da cabeça do fêmur. ▪ Ligamento transverso do acetábulo – formata uma ponte e mentem os outros ligamentos em posição. ▪ Ligamentos das articulações femorotibiais – colaterais lateral e medial, cruzados do joelho, poplíteo oblíquo. ii. Articulação femoropatelar É formada entre o fêmur e a patela. É uma articulação em deslize ou troclear. Os ligamentos são: ▪ Retináculos patelares. ▪ Ligamentos femoropatelares. ▪ Ligamento patelar. III. Articulação do tarso Articulação composta formada entre a tíbia e a fíbula, os ossos do tarso e os ossos do metatarso. As articulações são: ▪ Articulação tarsocrural – é coclear formada entre a tróclea do tálus e a extremidade distal da tíbia e entre o calcâneo e a extremidade distal da fíbula. ▪ Articulações intertarsais proximal. ▪ Articulação centrodistal. ▪ Articulações intertarsais distais. ▪ Articulações tarsometatarsais. Os ligamentos do tarso compreendem ligamentos colaterais, ligamentos tarsais distais e proximais e fáscias. Os ligamentos colaterais são: ▪ Ligamento colateral lateral longo. ▪ Ligamento colateral lateral curto. ▪ Ligamento colateral medial longo. ▪ Ligamento colateral medial curto. ▪ Ligamentos diversos. 05/04 Introdução a miologia ▪ Tecido muscular liso – responsável pelas funções contráteis dos órgãos internos, reveste os ductos excretores de glândulas, forma as paredes dos vasos sanguíneos e linfáticos. ▪ Músculo estriado – que pode ser dividido ainda em musculatura esquelética e cardíaca. A musculatura esquelética é a parte ativa do sistema locomotor. Tradicionalmente é denominada apenas como musculatura ou músculos. Os músculos esqueléticos são altamente vascularizados e inervados por nervos cerebrospinais (sensoriais e motores) e nervos autônomos vegetativos (simpático e parassimpático). Fornecem a energia para movimentar a estrutura esquelética; as extremidades dos músculos sempre se inserem em ossos ou cartilagens. Cada ventre muscular individual é recoberto por uma bainha esticada de tecido conectivo fibroso, o epimísio, que prossegue como epitendão envolvendo os tendões. O epitendão é visível a olho nu e separa músculos vizinhos um do outro, criando uma superfície lisa que permite movimento sem atrito. Os tendõestambém são agrupados em fascículos por meio da continuação das bainhas musculares que são referidas como epitendão e peritendão. I. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A ORIENTAÇÃO DAS FIBRAS II. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A FORMA III. CLASSIFICAÇÃO REGIONAL – LOCALIZAÇÃO ▪ Músculos cutâneos. ▪ Músculos da cabeça. ▪ Músculos do pescoço. ▪ Músculos da coluna. ▪ Músculos do tórax. ▪ Músculos do abdome. ▪ Músculos da cauda. ▪ Músculos do membro torácico. ▪ Músculos do membro pélvico. IV. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL ▪ Músculos da mastigação. ▪ Músculos do olho. ▪ Músculos faciais. ▪ Músculos motores da cabeça. ▪ Músculos da respiração. ▪ Músculos protratores do membro. ▪ Músculos retratores do membro. ▪ Músculos adutores do membro. ▪ Músculos abdutores do membro. ▪ Músculos flexores das articulações. ▪ Músculos extensores das articulações. V. FÁSCIAS Lâminas amplas de tecido conjuntivo que envolvem ou separam os músculos do corpo, forma bainhas para nervos e vasos, fortalece os ligamentos ao redor das articulações e liga todas essas estruturas juntas em uma massa compacta firme. ▪ Fáscias superficiais – localizadas diretamente sob a pele dividindo a hipoderme das regiões da cabeça, pescoço e tronco. ▪ Fáscias profundas – camada profunda que envolve e separa todos os músculos. Músculos cutâneos Os músculos cutâneos são camadas musculares delgadas aderentes às fáscias, com as quais formam uma bainha contrátil extensa que cobre a maior parte do corpo. Sua principal função é tensionar e contrair a pele. I. MÚSCULOS CUTÂNEOS DA CABEÇA Os músculos cutâneos da cabeça estão confinados dentro da fáscia superficial da cabeça. Eles compõem parte da musculatura facial superficial e são inervados pelo nervo facial. Entre eles estão: ▪ Músculo esfíncter superficial do pescoço (presente apenas nos carnívoros). ▪ Músculo cutâneo da face. ▪ Músculo esfíncter profundo do pescoço. ▪ Músculo frontal. II. MÚSCULO CUTÊNEO DO PESCOÇO Os músculos cutâneos do pescoço são inervados pelo ramo cervical do nervo facial. Eles são denominados conforme sua localização e função. ▪ Músculo esfíncter superficial do pescoço. ▪ Músculo platisma. ▪ Músculo esfíncter profundo do pescoço. ▪ Músculo cutâneo do pescoço (inexistente em carnívoros). III. MÚSCULO CUTÂNEO DO TRONCO Os músculos cutâneos do tronco compreendem: ▪ A parte abdominal do músculo cutâneo. ▪ O músculo cutâneo ombrobraquial. ▪ Os músculos prepuciais. ▪ Os músculos supramamários. 26/04 Músculos da cabeça I. MÚSCULOS FACIAIS A musculatura facial pode ser subdividida em camadas superficiais e camadas profundas, ambas inervadas pelo nervo facial. A camada superficial é responsável pela expressão facial. A musculatura facial pode ser dividida em: ▪ Músculos da orelha externa. o Músculo parotidoauricular. ▪ Músculos do lábios e das bochechas. o Músculo orbicular da boca. o Músculo levantador nasolabial. o Músculo levantador do lábio superior. o Músculo canino. o Músculo zigomático. o Músculo bucinador. ▪ Músculos do nariz. ▪ Músculos extraorbitais das pálpebras. o Músculo orbicular do olho. i. Músculo da mastigação Os músculos responsáveis pela mastigação costumam ser fortes e apresentar variações específicas conforme a espécie devido à diferente anatomia do aparelho mastigatório. a. Músculo masseter Se origina da margem ventral do arco zigomático e da crista facial e se insere na face lateral da mandíbula. Sua função é de levantar a mandíbula e é inervado pelo nervo mandibular. b. Músculo temporal Se origina da crista temporal, a qual forma a borda da fossa temporal e da fáscia temporal. Se insere no processo coronoides da mandíbula. Trata-se do músculo mais forte da cabeça em carnívoros. Sua função é de levantar a mandíbula e é inervado também pelo nervo mandibular. c. Músculo pterigoide medial Se originam juntos desde a face lateral dos ossos pterigoide, esfenoide e palatino. Suas fibras se inserem na face medial da mandíbula, ventral ao forame da mandíbula e em uma rafe fibrosa que passa entre a inserção desse músculo e o masseter. No caso de contração bilateral, eles elevam a mandíbula; caso atuem unilateralmente, eles retraem a mandíbula; para o lado do músculo que se contrai. d. Músculo pterigoide lateral Se origina desde o processo pterigoide do osso basisfenoide e se insere na face medial do ramo da mandíbula próximo ao processo condilar. Ambos os músculos pterigoides levantam a mandíbula e são inervados pelo nervo mandibular. e. Músculo Digástrico Tem origem no processo paracondilar do occipital e se insere na borda ventral da mandíbula. Possui dois corpos musculares. Sua função é de abrir a boca e é inervado pelos nervo facial que inerva o corpo caudal e o nervo mandibular que inerva o corpo rostral. Músculos do tronco I. MÚSCULOS DO PESCOÇO Os músculos do pescoço situam-se na face dorsal e lateral da coluna cervical. Os mais importantes são o músculo braquiocefálico e o músculo esternocefálico. Esse grupo inclui também: ▪ Músculo esplênio. ▪ Músculo longo do pescoço. ▪ Músculos escalenos. ▪ Músculos do aparelho hióideo. II. MÚSCULOS DA COLUNA Consiste em massas musculares longitudinais, as quais atravessam várias vértebras consecutivas. Na região do pescoço são cobertos superficialmente pelos músculos do pescoço. Os seguintes músculos do tronco são atribuídos ao sistema lateral: ▪ Músculo iliocostal. ▪ Músculo longuíssimo. ▪ Músculo espinhal e semiespinhal. ▪ Músculo multífido. i. Músculos sublombares III. MÚSCULOS DA CAUDA A cauda dos mamíferos domésticos apresenta uma diversidade de funções para as quais sua fixação versátil ao tronco é muito importante. Os músculos da cauda são dispostos em ordem circular ao redor das vértebras caudais. ▪ Músculos sacrococcígeos (sacrocaudais). ▪ Músculo coccígeo. IV. MÚSCULOS DA RESPIRAÇÃO Todos os músculos respiratórios estão fixos ao esqueleto do tórax: seja nas costelas ou nas cartilagens costais. O músculo respiratório mais importante é o diafragma, que separa as cavidades torácica e abdominal. Funcionalmente, podem ser divididos em músculos inspiratórios, que expandem a cavidade torácica, permitindo a entrada de ar nos pulmões, e os músculos expiratórios, que reduzem o volume da cavidade torácica, expelindo o ar dos pulmões e das vias aéreas. ▪ Músculos inspiratórios – músculos intercostais externos. ▪ Músculos expiratórios – intercostais internos. ▪ Músculos expiratórios (expiração forçada) – músculos abdominais: esterno, internos, transverso e reto. V. MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL Os músculos da parede abdominal são lâminas musculares largas e relativamente finas, que juntamente com as aponeuroses constituem a base muscular e tendinosa da parede abdominal. Esse grupo compreende diversos músculos individuais dispostos em 3 camadas, sobrepostas uma à outras, com orientações contrastantes das fibras. Essas laminas carnosas e largas se inserem por meio de aponeuroses às estruturas tendíneas, como a linha alba na linha média e o tendão pré-púbico e o ligamento inguinal. Há 4 músculos abdominais, cuja denominação segue sua posição e estrutura. ▪ Músculo oblíquo externo do abdome.▪ Músculo oblíquo interno do abdome. ▪ Músculo transverso do abdome. 1 ▪ Músculo reto do abdome. 2 Músculos dos membros I. MEMBRO TORÁCICO ▪ Músculos extrínsecos (cíngulo torácico) – unindo os ossos do esqueleto axial com os segmentos proximais das extremidades e sua contração pode afetar tanto o membro quanto o tronco. ▪ Músculos intrínsecos – se localizam unindo os diferentes segmentos do esqueleto do membro. Sua contração move as articulações da extremidade. II. MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DO MEMBRO TORÁCICO A camada superficial da musculatura da cintura escapular une o membro torácico ao tronco e responde pela coordenação dos movimentos do membro, do tronco, da cabeça e do pescoço. A camada superficial compreende os seguintes músculos: ▪ Músculo trapézio – é um músculo triangular, fino e largo. Ele se situa superficialmente e é composto por uma parte cervical e uma parte torácica divididas por uma faixa tendinosa. A parte cervical emerge da rafe mediodorsal do pescoço e a parte torácica emerge no ligamento supraespinhal e nos processos espinhosos dorsais, prolongando-se desde a 3ª vértebra cervical até a 9ª vértebra torácica. As duas partes terminam na espinha da escápula; a parte torácica se une com a fáscia toracolombar e a parte cervical com o músculo omotransverso. É inervado pelo nervo acessório e sua função é de abdução. ▪ Músculo omotransverso – é um músculo forte e cilíndrico entre a asa do atlas, o processo transverso do áxis e a fáscia que cobre a face lateral da articulação do ombro e a espinha da escápula. Sua inserção ocorre no acrômio; é inervado pelo nervo acessório e sua função é de prostração. ▪ Músculo braquiocefálico – tem sua origem na crista do úmero e inserção nas vértebras cervicais (parte cervical) e apófise mastoide do temporal (parte mastoidea). Sua característica é apresentar uma parte cleidobraquial e cleidocefálica. A porção cleidocefálica é inervada pelo nervo acessório e a parte cleidobraquial é inervada pelo nervo braquiocefálico. Sua função é de prostração, extensão do ombro e movimento lateral e ventral da cabeça. ▪ Músculo peitoral superficial – ocupam o espaço entre a parte ventral da parede torácica e a parte proximal do membro torácico, formando a face ventral da axila. Eles são compostos por dois músculos, o descente=dente e o músculo peitoral transverso. O músculo peitoral descendente se origina no manúbrio do esterno e termina na crista do tubérculo maior do úmero. O músculo transverso emerge caudal ao músculo peitoral descendente desde a face ventral do esterno e se mescla com a fáscia do antebraço. Sua função é de adução do membro e é inervado pelos nervos peitorais craniais. ▪ Músculo grande dorsal – é achatado e longo, com uma origem larga desde a fáscia toracolombar, e situa-se no sentido caudal à escápula na face lateral do tórax e do tronco. Suas fibras se orientam em uma direção cranioventral e convergem para sua inserção no tubérculo redondo maior do úmero. Sua função é de retração e flexão do ombro e é inervado pelo nervo toracodorsal. A camada profunda da cintura escapular do membro torácico fornece a suspensão do tórax entre os membros e desempenha uma função importante no movimento do pescoço e dos membros. Ela compreende: ▪ Músculo rombóideo – se situa profundamente sob o músculo trapézio e se insere na face medial da parte dorsal da escápula. Ele apresenta duas partes, uma parte cervical, que se origina dos processos espinhosos das vértebras cervicais, e uma parte torácica, que se origina dos processos espinhosos das vértebras torácicas craniais. Sua função é de levantar e retrair o membro e são inervados pelos ramos ventrais dos nervos cervicais e torácicos. ▪ Músculo peitoral profundo – é um músculo forte que se origina no esterno, na cartilagem xifóidea e nas cartilagens costais e se insere na vista medial ou lateral do úmero proximal. Sua função é de retração do membro e é inervado pelos nervos peitorais caudais. ▪ Músculo serrátil ventral – constitui a parte mais importante da suspensão muscular do tórax entre os membros torácicos. Trata-se de um grande músculo em forma de leque que pode ser dividido em uma parte cervical cranial e uma parte torácica caudal. A parte cervical tem origem ampla desde os processos transversos das vértebras cervicais e a parte torácica das primeiras sete costelas. Os ventres musculares são bastante fortes e apresentam várias intersecções tendíneas. As fibras musculares convergem até se inserirem na face medial da escápula e na cartilagem escapular. Sua função é de fixação do membro e lateralização dos pescoço e participa na respiração. A porção cervical é inervada pelos ramos ventrais dos nervos cervicais e a porção torácica é inervada pelo nervo torácico longo. 30/04 III. MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO MEMBRO TORÁCICO Os músculos intrínsecos do membro torácico são responsáveis pelos movimentos de cada parte do membro, juntamente com as articulações e ligamentos. Sua função principal é a extensão e flexão das articulações, mas também são possíveis abdução, adução e rotação, dependendo da estrutura da articulação que eles influenciam. Eles podem ser divididos em: ▪ Músculos da articulação do ombro. ▪ Músculos da articulação do cotovelo. ▪ Músculos supinadores e pronadores do antebraço. ▪ Músculos do carpo e os dígitos. ▪ Músculos da mão. i. Músculos da articulação do ombro Os músculos da articulação do ombro se originam, da escápula e terminam no úmero. Eles funcionam como flexores ou extensores, ou ainda podem atuar como ligamentos para sustentar essa articulação em dobradiça. Os músculos podem ser agrupados conforme sua localização. Músculos laterais do ombro ▪ Músculo supraespinhal – emerge da fossa supraespinhal da escápula e a preenche e termina com um forte tendão no tubérculo maior do úmero em carnívoros e com dois tendões nos tubérculos menor e maior nos outros mamíferos domésticos. Sua função é de extensor do ombro e fixa a articulação. É inervado pelo nervo supraescapular. ▪ Músculo infraespinal – situa-se na fossa infraespinal. Ele emerge da fossa e da espinha da escápula e passa sobre a face lateral da articulação do ombro, onde se torna um tendão reforçado; se insere na região distal ao tubérculo maior do úmero. Sua função é de flexão ou extensão do ombro dependendo da posição articulação. Ele fixa a articulação e é abdutor do braço. É inervado pelo nervo supraescapular. ▪ Músculo deltoide – é um músculo plano que se situa diretamente sob a pele e se prolonga entra a escápula e a tuberosidade deltoide. Em ruminantes e em carnívoros, há duas cabeças que emergem desde a espinha da escápula com uma aponeurose e do acrômio. Ambas se inserem na tuberosidade deltoide do úmero após passarem sobre a face caudolateral da articulação do ombro. Sua função é de flexor da articulação e abdutor do braço e é inervado pelo nervo axilar. ▪ Músculo redondo menor – é um músculo redondo somente em carnívoros; nos outros mamíferos domésticos é triangulo. Ele se situa profundamente sob o músculo deltoide na face caudolateral do ombro. Ele se
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