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1 Membros Superiores Problema 24 1 – Conhecer a anatomia dos membros superiores (ossos, músculos e articulações) 2 – Compreender como ocorrem os movimentos do ombro 3 – Entender a histologia do Tecido Cartilaginoso Conhecer a anatomia dos membros superiores (ossos, músculos e articulações) Os membros superiores fazem parte do esqueleto apendicular Os ossos do membro superior são formados pela cintura escapular – a qual vai incluir a clavícula (anteriormente) e a escápula (posteriormente), além dos ossos que formam os braços, antebraços, punho e a mão. O Corpo Humano possui duas cinturas escapulares, ou seja, uma de cada lado (direito e esquerdo), e a função dessa cintura é garantir que o membro superior se ligue ao tórax. O Cíngulo do membro superior (clavícula e escápula) une o membro superior ao tórax, na articulação esternoclavicular. • São 64 ossos; • Cíngulo do Membro Superior; • Parte Livre do Membro Superior; • Raiz: Ombro • Parte Livre: Braço, Antebraço e mãos. Termos Anatômicos Distal – Estrutura que se encontra mais distante da raiz dos membros coração, tronco ou encéfalo. Proximal – Estrutura que se encontra mais próxima da raiz dos membros coração, tronco ou encéfalo. Palmar ou Volar – Face anterior das mãos Dorsal – Face posterior das mãos Ventral ou Anterior – Estrutura que mais se aproxima do plano ventral quando em comparação com outra. Dorsal ou Posterior – Estrutura que mais se aproxima do plano Dorsal quando em comparação com a outra. Cranial ou Superior – Estrutura que se situa mais próxima do plano cranial quando comparada a outra Podal ou Inferior – Estrutura que se situa mais próxima do plano podal/inferior em relação a outra. 2 Ossos Clavícula, escápula, úmero, ulna, rádio, escafoide, semilunar, piramidal, psiforme, trapézio, trapezoide, capitato, hamato, metacarpo, falange proximal, falange média, falange distal Divisão dos Membros Superiores Ombro – é formado pelo úmero e pela escápula, eles se ligam através da Articulação Glomerular Músculos Superficiais: deltoide e trapézio. Músculos Profundos: músculos supraespinhal, infraespinhal, redondo menor, subescapular (manguito rotador). Braço – é formado por um único osso longo: o úmero. • Seus Nervos se originam do Plexo Braquial • Suas artérias são ramificações da artéria braquial Musculatura Anterior – músculo coracobraquial, braquial e bíceps braquial. Musculatura Posterior – tríceps braquial. Cotovelo – formado pelo úmero, rádio e ulna. Realizam movimentos de flexão, extensão, supinação (que é a rotação lateral do rádio, resultando com a palma da mão virada anteriormente – se vista em posição anatômica – ou superiormente – se o cotovelo estiver flexionado) e pronação (é a rotação medial do rádio, com a palma terminando nas direções opostas comparadas à supinação) Antebraço – é formado por dois ossos: a ulna e o rádio. • Seus nervos são radiais, ulnar e mediano; • Suas artérias são ramificações das artérias radial e ulnar. Musculatura Anterior: camadas superficial, intermédia e profunda. Musculatura Posterior: camada superficial e profunda. Punho – esses ossos recebem o nome de ossos do carpo, são curtos e totalizam oito ossos, os quais estão organizados em duas fileiras Mãos – a palma da mão possui cinco ossos denominados de: ossos metacarpo (são numerados de 1 a 5), sendo que cada um deles possuem três falanges (proximal, medial e distal), porém o polar só possui. • Seus nervos são radiais, ulnar e mediano. • Suas artérias são ramificações terminais das artérias radial e ulnar. • Musculatura anterior: grupos musculares tenar, hipotênar e metacárpico. 3 Ombro É a ligação do membro superior com o tronco É formado a partir da ligação do úmero com a escápula e a clavícula O úmero se liga com a escápula através da articulação glomerular Articulação Glomerular – é uma articulação sinovial do tipo bola-e-soquete, na qual a cabeça do úmero é a bola, e a cavidade glenoidal da escápula é o soquete. A cabeça do úmero é muito larga em comparação a cavidade glenoidal, por isso elas estão em conato parcial. • A Articulação é a mais móvel/flexível do corpo – permitindo assim, uma elevada goma de movimentos/atividades. • Essa articulação tem baixa estabilidade, fazendo com que seja uma das articulações mais lesionadas do corpo. A articulação do ombro é reforçada por dois grupos de músculos, superficiais e profundos: Músculos Superficiais – Deltoide e trapézio O Músculo Deltoide é um grande e potente músculo da articulação do ombro, originando- se de três locais diferentes: terço lateral da clavícula, acrômico ou média e espinha da escápula ou posterior. Este músculo insere-se no úmero (inserção tuberosidade deltóidea do úmero) e é inervado pelo nervo axilar (ramo do nervo braquial), tendo um papel crucial na movimentação da articulação do ombro. O Músculo Trapézio é um músculo triangular, achatado e par localizado superficialmente na parte de trás do pescoço e do tórax. O trapézio é um dos pares musculares superficiais posteriores axiopendiculares ou extrínsecos, esses músculos são responsáveis pela fixação da cintura escapular do tronco. O Trapézio é considerado como músculo de membro superior não das costas pois está amplamente envolvido com os movimentos da cintura escapular O Músculo Trapézio é originado do osso occipital, ligamento nucal, apófises espinhosas de C7 a T12 e insere-se na espinha da omoplata, acrómio da omoplata, um terço lateral da clavícula e é inervado pelo nervo acessório (nervo craniano XI) e pelo cervical (C2-C4) Cintura escapular designa, em anatomia, a porção mais elevada do membro superior, composta pela escápula e clávicula. Completando um pouco mais, a cintura escapular está formada por os ossos 4 supracitados e por dezenas de ramificações nervosas, linfáticas e circulatório. Músculos Profundos Os músculos profundos são os do manguito rotador (as suas funções relacionam-se com a articulação glenoumeral, na qual os músculos do manguito funcionam como antagonistas de movimentos e estabilização da articulação. As lesões no manguito rotador interferem com a função da articulação glenoumeral, e levam à incapacidade de realizar os movimentos associados a esta articulação), supraespinhal, o infraespinhal, o redondo menor e o subescapular. O Músculo Supraespinhal (supraespinhoso) se origina na fossa supraespinhal e se insere no tubérculo maior do úmero – similar ao músculo redondo menor e tem como função a abdução do ombro superior e 60 graus. O Quarto Músculo do Manguito Rotador é o músculo infraespinhal. Ele se origina da fossa infroespinhosa (infraespinhal) e da escápula (omoplata) e se insere no tubérculo maior do úmero, tendo como função a rotação lateral externa do ombro. O Músculo Subescapular é muito importante para a rotação medial do úmero que também suporta o braço durante a abdução e adução, origina-se da fossa subescapular e se insere no tubérculo menor do úmero e insere-se no tubérculo menor do úmero. O Músculo Redondo menor se origina da borda lateral da escápula (omoplata) e se insere no tubérculo maior do úmero, tem como função a rotação lateral (externa) do ombro. 5 Clavícula A clavícula é umosso longo e robusto com uma curvatura em forma de S que liga o membro superior ao tronco. Forma a parte ventral da cintura escapular, é a única união óssea do membro superior ao esqueleto axial. Mantém a articulação do ombro distante do tronco, permitindo uma ampla liberdade de movimentação. Ela encontra-se horizontalmente entre o esterno e o acrômio da escápula (omoplata) A articulação medial da extremidade esternal da clavícula com o manúbrio do esterno é chamado de articulação esternoclavicular. A lateral da extremidade acromial da clavícula articula-se com o acrômio da escapula, e essa articulação é chamada de articulação acromioclavicular. O Tubérculo Conóide está sobre a superfície inferior da extremidade acromial, e a impressão de ligamento costoclavicular situa- se na extremidade esternal. Esses são locais de inserção para os ligamentos do ombro. As fraturas da porção medial da clavícula são comuns porque uma queda sobre a palma da mão com o braço estendido produz forças compressivas que são levadas para a clavícula e sua articulação com o manúbrio do esterno. 1 – Clavícula, a extremidade acromial 2 – Cabeça do úmero, esfera do osso que forma a articulação glenoumerular com a escápula. 3 – Músculo Trapézio, importante nos movimentos da escápula e cabeça 4 – Músculo Supraespinhal, importante abdutor do braço. 6 5 – Músculo Subescapular, importante rotador medial do braço 6 – Músculo Redondo Maior, importante adutor do braço. 7 – Músculo Grande Dorsal, importante rotador medial e adutor do braço 8 – Músculo Deltoide, um importante abdutor, flexor, extensor e rotador do braço 9 – Cavidade Glenoidal. Concavidade que forma a articulação glenoumeral com a cabeça do úmero. Escápula É um osso chato e triangular largo como uma ampola concavidade ventral, se sobrepõe da segunda a sétima costela. Forma a parte dorsal da cintura escapular A escápula é formada por três margens, conferindo-lhe uma forma triangular, que são: margem superior, a margem medial ou vertebral, e a margem lateral ou axilar. A Escápula possui 3 ângulos denominados de superior (localizado entre as margens superior e medial), inferior (localizado na junção das margens medial e lateral) e lateral (localizado na junção das margens superior e lateral) É no ângulo lateral que a escapula se articula com a cabeça do úmero (osso do braço), essa junção se dá na cavidade glenoidal através da articulação glomerular. A fossa subescapular possui um formato concavo e relativamente liso, formando a maior parte da fase costal da escápula. O processo caracóide é uma projeção espessa, voltada para cima e situada superior e anteriormente à cavidade glenoidal. Na superfície anterior da escápula está uma área ligeiramente côncava conhecida como fossa subescapular. A Incisura da Escápula é uma depressão medial junto à base do processo coracoide. O Acrômio articula-se com a clavícula na articulação acromioclavicular. Tanto o acrômio quanto o processo coracoide são locais de inserção de ligamentos e tendões associados com a articulação do ombro. • O Tubérculo Supraglenoidal marca a inserção proximal (origem) da cabeça longa do músculo bíceps braquial. • O Tubérculo Infraglenoidal marca a inserção proximal da cabeça longa do músculo tríceps braquial. • A Espinha da Escápula cruza a face posterior da escápula antes de terminar na margem medial, ela divide a espinha em duas áreas, a superior constitui a fossa supraespinhal e a inferior a fossa infraespinal. Úmero É um osso longo e o maior do membro superior. Possui uma cabeça que se articula com a cavidade glenóide da escápula. A margem lateral da epífise tem uma grande projeção, o tubérculo maior do úmero. O Tubérculo Maior forma a margem lateral do ombro, ele possui 3 impressões lisas e planas que servem como inserção para três músculos que se originam-na escápula. O músculo supraespinhal insere-se na impressão mais superior, o músculo infraespinhal, no meio, e 7 o músculo redondo menor insere-se na mais inferior. O Tubérculo Menor situa-se na face anterior da epífise, ele marca o ponto de inserção de outro músculo escapular e subescapular. O Tubérculo Menor e o Tubérculo Maior separam-se pelo sulco intertubercular, o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial passa por esse sulco. O Colo Cirúrgico, um estreitamento imediatamente abaixo da cabeça, é um lugar frequente de fraturas. Contornando a margem da cabeça, existe um sulco ligeiramente deprimido indicando o colo anatômico. Forâmes Nutrícios: são pequenas aberturas no corpo do úmero. O Côndilo do Úmero: na extremidade distal tem duas superfícies articulares O Capítulo do Úmero é a parte lateral arredondada que se articula com o rádio A Troclea é a parte medial em forma de polia que se articula com a ulna. Em ambos os lados acima do côndilo estão os epicôndilos lateral e medial. A Fossa Coronóidea é uma depressão na face anterior, acima da tróclea A Fossa do Olécrano é uma depressão na parte distal da face posterior Ambas as fossas estão adaptadas para se articular com a ulna durante os movimentos do antebraço Ulna A Ulna e o rádio formam as estruturas do antebraço, sendo a ulna no lado medial e o rádio no lado latera, eles são ossos paralelos que sustentam o antebraço. A Ulva está mais firmemente conectada ao úmero do que o rádio O Olécrano da ulna forma a ponta do cotovelo, é a porção superior e posterior da epífise 8 proximal. Em sua face anterior, a incisura troclear articula-se com a tróclea do úmero. O Olécramo forma o lábio superior da incisura troclear, e o processo coroníde forma seu lábio inferior Lateralmente ao processo coronóide, uma incisura radial lisa, acomodada a cabeça do rádio na articulação radiulnar proximal. Uma lâmina fibrosa, a membrana interóssea do antebraço, conecta a margem lateral da ulna à margem medial do rádio e fornece uma área de superfície maior para a inserção muscular Na extremidade distal mais fina da ulna encontra-se uma protuberância, a cabeça da ulna, uma projeção o processo estilóide. O Processo Estiloide possui uma cartilagem, a qual isola a cabeça da ulna dos ossos corporais, chamado de articulação radiulnar distal é lateral à cabeça da ulna. A Articulação do cotovelo é estável e tem duas partes que funcionam como uma dobradiça, grande parte dessa estabilidade é proveniente da articulação umerular, a qual vem da união da tróclea do úmero com a incisura troclear da ulna. A Outra Porção da articulação do cotovelo consiste na articulação Umerorradial, formada pelo capítulo do úmero e pela fóvea articular da cabeça do rádio 9 Rádio O rádio é o osso lateral do antebraço A cabeça do rádio é em forma de disco e articulasse com o capitulo do úmero Um colo estreito se estende da cabeça do rádio até a tuberosidade do rádio, local de inserção do músculo bíceps braquial, o qual flexiona o cotovelo, trazendo o antebraço em direção ao braço A Epífise distal do rádio é maior que a epífise da ulna Como há uma cartilagem articular e um disco articular separando a ulna do carpo, apenas a epífise distal do rádio participa da articulação radiocarpal (do punho) O processo estilóide da face lateral da epífise distal ajuda estabilizar o punhoA Face Medial da epífise distal possui a incisura ulnar do rádio, que se articula com a cabeça da ulna, formando a articulação radiulnar distal A Articulação radioulnar proximal permite rotação medial ou lateral da cabeça do rádio 10 Ossos Carpais O Carpo é formado por oito ossos Esses ossos formam duas fileiras com quatro ossos carpais proximais e quatro ossos carpais distais Os ossos carpais proximais são: escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme Os ossos carpais distais são: trapézio, trapezoide, capitato e hamato Os ossos do carpo são unidos entre si por meio de articulações, essas articulações ajudam a estabilizar o punho, além de lhe conferir movimentos de deslizamento e de torção limitados Ossos Metacarpos Há 5 ossos metacarpais que se articulam com os ossos carpais e juntos sustentam a palma da mão Cada osso carpal parece uma miniatura de osso longo, apresentando uma base proximal larga e concava, um corpo pequeno e uma cabeça distal que é arredondada para a articulação de cada falange proximal As cabeças dos ossos metacarpais estão localizados distalmente e formam os nós das juntas com o punho fechado Falanges Há 14 falanges em cada mão e elas constituem os ossos dos dedos As falanges dos dedos estão dispostas em uma fila proximal, uma fila média e uma fila distal Todos os dedos possuem 3 falanges – proximal, medial e distal, com exceção do dedão que possui apenas 2 – proximal e distal. 11 2 - Compreender como ocorrem os movimentos do ombro A Articulação do ombro é esferóidea, formada pela cabeça do úmero e pela cavidade glenoidal da escápula. Ela também é conhecida como articulação glenoumeral ou escapuloumeral Componentes Anatômicos Cápsula Articular – Saco frouxo e fino que envolve completamente a articulação e se estende da cavidade glenoidal até o colo anatômico do úmero. A parte inferior da cápsula é sua área mais fraca Ligamento Coracoumeral - Ligamento largo e forte que reforça a parte superior da cápsula articular e se estende do processo coracoide da escápula até o tubérculo maior do úmero. O ligamento reforça a parte superior da cápsula articular e a face anterior da escápula articular. Ligamentos Glenoumerais – Três espessamentos da cápsula articular sobre a face anterior da articulação que se estende da cavidade glenoidal até o tubérculo menor e o colo anatômico do úmero. Esses ligamentos, que são muitas vezes indistintos ou ausentes e proporcionam apenas resistência mínima, estabilizam a articulação quando o úmero se aproxima ou excede seus limites de movimento. Ligamento Transverso do úmero – lâmina estreita estendendo-se do tubérculo maior até o tubérculo maior do úmero. O ligamento atua como um retináculo (faixa retentora) para segurar a cabeça longa do bíceps braquial no sulco intertubercular. Lábio Glenoidal – margem estreita de fibrocartilagem em torno da margem da cavidade glenoidal que se aprofunda e alarga ligeiramente a cavidade glenoidal Bolsas – Quatro bolsas estão associadas à articulação do ombro: a bolsa subtendínea subescapular, a bolsa subdeltóidea, a bolsa subacromial e a bolsa músculo coracobraquial. Movimentos A articulação do ombro permite flexão, extensão, hiperextensão, abdução, adução, rotação medial, rotação lateral e circundução do braço. Ela é mais móvel do que qualquer outra articulação no corpo, em virtude da frouxidão da cápsula articular e da pouca profundidade da cavidade glenoidal em relação ao grande tamanho da cabeça do úmero. Embora os ligamentos da articulação do ombro confiram, até certo ponto, resistência à articulação, grande parte da resistência resulta dos músculos que envolvem a articulação, especialmente os músculos do manguito rotador. Esses músculos (supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular) unem a escápula ao úmero. Os tendões dos músculos do manguito rotador circundam a articulação (exceto na parte inferior) e envolvem intimamente a cápsula articular. Os músculos do manguito rotador 12 atuam como um grupo para manter a cabeça do úmero na cavidade glenoidal. 13 3 - Entender a histologia do Tecido Cartilaginoso O Tecido Cartilaginoso tem a função de: suporte de tecido mole, revestimento de superfícies articulares e formação e crescimento dos ossos longos O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares, onde absorve choques, e facilita o deslizamento dos ossos na articulação. A cartilagem é essencial para a formação e crescimento do osso longo, na vida intra- uterina e depois do nascimento. Contem células os condrócitos, e abundante material extracelular, que constitui a matriz. As cavidades da matriz ocupada pelos condrócitos são chamadas de lacunas. Uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos, constituindo os grupos isógenos. Esse tecido apresenta ausência de vasos sangüineos, ausência de vasos linfáticos e ausência de nervos. De acordo com os seus constituíntes o tecido cartilaginoso é dividido em: cartilagem hialina, cartilagem elástica e cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem. Hialina Hialina – tem fibrilas de colágeno tipo 2 e é a mais frequente entre as cartilagens. É o tipo mais freqüente encontrado no corpo humano. Forma o primeiro esqueleto do embrião, que posteriormente é substituído por um esqueleto ósseo. Entre a diáfise e a epífise dos ossos longos em crescimento observa-se o disco epifisário, de cartilagem hialina, que é responsável pelo crescimento do osso em extensão. No adulto, a cartilagem hialina é encontrada na parede das fossas nasais, traquéia e brônquios, na extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos (articulação com grande mobilidade). Matriz Extracelular É formada por fibrilas de colágeno tipo II associadas ao ácido hialurônico, proteoglicanas (glicosaminoglicanas associada à um bastão proteico) e glicoproteinas. O alto conteúdo de água de solvatação das moléculas de glicosaminoglicanas atua como um sistema de absorção de choques mecânicos, de grande significado funcional, principalmente nas cartilagens articulares. Outra componente importante é a glicoproteina estrutural condronectina uma macromolécula com sitio de ligação para condrócitos e fibrilas de colágeno tipo II e glicosaminoglicanas. Assim a condronectina, participa da associação do arcabouço macromolecular da matriz com os condrócitos. Condroblastos e Condrócitos Na periferia da cartilagem hialina observamos os condroblastos, são células jovens com alto poder de síntese, apresentam forma alongada e sintetizam os elementos da cartilagem. Mais profundamente, encontramos os condrócitos, são arredondados e aparecem em grupos de 14 até oito células, chamados grupos isógenos, porque suas células são originadas de um único condrócito. Os condroblastos são células secretoras de colágeno, principalmente dotipo II, e da substância fundamental (proteoglicanas, glicosaminoglicanas e as glicoproteinas de adesão, como a condronectina. Os nutrientes trazidos pelo sangue atravessam o pericôndrio, penetram na matriz da cartilagem e vão ate os condrócitos mais profundos. Isto ocorre por difusão através da água de solvatação e o bombeamento promovido pelas forças de compressão e descompressão exercidas sobre a cartilagem. A falta de capilares sangüineos limita a espessura máxima das cartilagens. O funcionamento dos condrócitos depende de um balanço hormonal adequado. Pericôndrio Todas as cartilagens hialinas, exceto as cartilagens articulares, são envolvidas por uma camada de tecido conjuntivo, denso na sua maior parte, denominado pericôndrio. Além de ser uma fonte de novos condrócitos para o crescimento, o pericôndrio é responsável pela nutrição, oxigenação e eliminação dos refugos metabólicos da cartilagem, porque nele está localizado vasos sangüineos e linfáticos, inexistentes no tecido cartilaginoso. O pericôndrio é formado por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágeno tipo I na parte mais superficial- pericôndrio fibroso, porem gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da cartilagem- pericôndrio celular. As células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos, porém às situadas mais próximas a cartilagem, podem se multiplicar por mitose caracterizando-se assim, como condroblasto. Corte histológico de cartilagem hialina. As células achatadas na periferia correspondem aos condroblastos e as células arredondadas no centro da cartilagem correspondem aos condrócitos. Histogênese (origem embrionária) No embrião, os esboços das cartilagens surgem no mesênquima. A primeira modificação observada é o arredondamento das células mesenquimatosas. As células que se formam são o condroblasto em seguida começa a síntese da matriz pelos condroblastos, o que afasta essas células uma das outras. A diferenciação das cartilagens dá-se do centro para a periferia, de modo que as células mais centrais já apresentam as características de condrócitos, enquanto as mais periféricas são 15 condroblastos típicos. O mesênquima superficial vai formar o pericôndrio. Crescimento da Cartilagem O crescimento da cartilagem deve-se a dois processos: o crescimento intersticial, por divisão mitótica dos condrócitos preexistentes; e o crescimento aposicional, que se faz a partir das células do pericôndrio. Nos dois casos, os novos condrócitos formados logo produzem fibrilas colágenas e a substância fundamental, de modo que o crescimento real é muito maior do que o produzido pelo aumento do número de células. O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases da vida da cartilagem. À medida que a matriz se torna cada vez mais rígida, o crescimento intersticial deixa de ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por aposição. Células da parte mais profunda do pericôndrio multiplicam-se e diferenciam-se em condroblastos, que são adicionados à cartilagem. A parte superficial das cartilagens em crescimento mostra transições entre as células do pericôndrio e os condroblastos. Cartilagem elástica É encontrada na orelha externa e interna, epiglote, cartilagem cuneiforme da laringe. É constituída de fibrilas de colágeno tipo II, de fibras elásticas e de substância fundamental (proteoglicanas, glicosaminoglicanas e glicoproteínas de adesão- condronectina). As principais funções são: sustentação e flexibilidade. A cartilagem elástica apresenta pericôndrio e cresce principalmente por aposição. Cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem É encontrada nos discos intervertebrais, sínfise púbica, em tendões e ligamentos na inserção de músculos. Essa cartilagem está sempre associada com tecido conjuntivo denso, apresenta acidófila por conter grande quantidade de fibras colágenas tipo I, e apresenta pouca matriz extracelular. As numerosas fibras de colágeno constituem feixes, que seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos ou um arranjo paralelo ao longo do condrócito em fileiras. Essa orientação é influenciada pelas forças que atuam sobre a fibrocartilagem. Não existe pericôndrio, sua nutrição é feita pelo líquido sinovial. Apresenta a função de sustentação e resistência. 16 Discos intervertebrais São estruturas fibrocartilaginosas localizadas entre os corpos das vértebras, promovendo união, alinhamento e certa mobilidade as vértebras vizinhas, como também absorve as forças de tração muscular, gravidade e carga, que de outro modo, tenderiam a esmagar uma vértebra contra a outra. Ele é constituído por uma porção periferica, chamada de anel fibroso e formada por fibrocartilagem e uma porção central, o núcleo pulposo formado por células arredondadas, dispersa no líquido composto por ácido hialurônico.
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