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ANATOMIA LAPAROSCÓPICA DA REGIÃO INGUINAL Conceitos iniciais: • Reconhecer que o peritônio parietal cobre determinadas estruturas. • A anatomia da região inguinal laparoscópica inicia-se pela face interna 1. Ligamento umbilical mediano. 2. Músculo Reto Abdominal. 3. Ligamentos umbilicais mediais. 4. Ligamentos umbilicais laterais. 5. Músculos da parede lateral do abdome. 6. Músculo iliopsoas. 7. Nervo ilioinguinal. 8. Nervo cutaneofemoral lateral. 9. Nervo genitofemoral. 10. Nervo femoral. 11. Artéria ilíaca externa. 12. Veia ilíaca externa. 13. Vasos epigástricos inferiores. 14. Cordão espermático. 15. Vasos espermáticos. 16. Área da corona mórtis. 17. Peritônio. 18. Área indireta. 19. Área direta. 20. Área femoral. 21. Trato iliopúbico. 22. Ligamento de Cooper. 23. Tubérculo púbico. 24. Ducto deferente. 25. Bexiga. 26. Ureter. 27. Foice inguinal. HERNIA INGUINAL – TÉCNICA TAPP Introdução: • TAPP – Transabdominal pré-peritoneal. • 1990 – Descrição da hernioplastia inguinal laparoscópica. Seleção de pacientes: • Pacientes adultos que toleram anestesia geral. • Hernias inguinais unilaterais / bilaterais primárias. • Hérnias recorrentes a abordagem posterior. Contraindicações absolutas: • Hérnias estranguladas. • Alto risco anestésico. • Infecções intra-abdominais / peritonite. • Ascite de difícil controle. • Coagulopatias não corrigidas. • Crianças. Contraindicações relativas: • Cirurgia abdominal baixa prévia (exemplo: Próstata). • Hérnias encarceradas. • Radiação no baixo ventre. • Baixo treinamento na técnica laparoscópica. Estruturas anatômicas a identificar na visão laparoscópica. • Vasos espermáticos. • Artéria umbilical obliterada (ligamento umbilical mediano). • Vasos epigástricos inferiores. • Ligamento umbilical lateral. • Vasos ilíacos externos (localizados no triângulo da morte). Identificação da hérnia inguinal na laparoscopia. • Hérnia direta => Mais difícil de visualizar, pode ser necessário abertura de retalho peritoneal, aparece medial ao ligamento umbilical ipsilateral. • Hérnia indireta => Orifício na união dos vasos espermáticos com o ducto deferente. • Hérnias femorais => Entre o trato iliopectíneo e o ligamento de Cooper. Técnica cirúrgica: 1. Paciente em posição supina, preparo da pele habitual. 2. Inserção do trocater principal 10mm ao nível da cicatriz umbilical + Pneumoperitonio + Ótica. 3. Inserção de dois trocaters secundários de 5mm ao nível da cicatriz umbilical, lateral ao músculo reto abdominal. 4. Identificação da hérnia (indireta / Direta) em questão. 5. Produção do retalho peritoneal. o Abertura na margem superior do anel inguinal interno. o Segue do púbis até a parede lateral direita do assoalho pélvico. o Realizar descolamento rombo anterior. 6. Tratamento do saco herniário por redução / ressecção. 7. Preparação para inserção da tela + Fixação da tela. o A tela deve cobrir os seguintes espaços: Triangulo de Hesselbach, espaço indireto e áreas femorais. o A tela deve ser fixada no ligamento de Cooper, púbis, ligamento inguinal e parede lateral. 8. Fechamento do retalho peritoneal com Fio absorvível (Vicryl / monocryl). 9. Retirada dos trocaters + Desfazer pneumoperitônio. 10. Suturas e curativos. Cuidados pós-operatórios. • Restringir esforços físicos. Vantagens da técnica: • Menos dor (em relação a técnica aberta). • Menos tempo cirúrgico. • Rápido regresso as atividades laborais. Desvantagens da técnica: • Necessidade de anestesia geral. • Técnica de maior custo em comparação com a técnica aberta. Complicações: • Recidiva herniária. o Defeitos herniários não detectados, telas pequenas, migração da tela, contração da tela ou fixação inadequada. • Dor. o Dor aguda => Pode ser devido a fixação da tela. o Dor crônica => Aprisionamento / Lesão nervosa. • Hérnia incisional no local do trocater. • Lesões viscerais. o Lesões vesicais podem ser de manejo conservador (ATB, SVD...). • Complicações da tela. o Infecção, aderências, migração. • Orquite isquêmica e atrofia testicular. o Devido a lesão no plexo vascular testicular. o Manejo conservador. o Se houver transecção dos vasos ou do deferente, realizar anastomose terminoterminal. • Relacionadas a ferida operatória. o Seroma. o Hematoma. HÉRNIA INGUINAL – TÉCNICA TEP Introdução: • TEP => Técnica totalmente extraperitoneal. • É a reparação do defeito herniário realizada no espaço pré-peritoneal, sem penetrar a cavidade abdominal. • Descrita em 1992. Contraindicações absolutas: • Hérnias estranguladas. • Alto risco anestésico. • Infecções intra-abdominais / peritonite. • Ascite de difícil controle. • Coagulopatias não corrigidas. • Crianças. • Necessidade de explorar a cavidade abdominal por outro motivo. Contraindicações relativas: • Cirurgia abdominal baixa prévia (exemplo: Próstata). • Hérnias encarceradas. • Radiação no baixo ventre. • Baixo treinamento na técnica laparoscópica. • Colocação de tela prévia no espaço pré-peritoneal. Preparação pré-operatória: • Antibioticoprofilaxia. • Sondagem vesical de demora. Descrição cirúrgica: 1. Paciente em supino + Preparação habitual da pele. 2. Incisão infraumbilical ipsilateral a hérnia. 3. Abertura por planos até a aponeurose posterior do M. reto abdominal, sem entrar na cavidade peritoneal. 4. Introdução do balão insuflador (máximo de pressão de 10 mmHg). a. Criar o espaço pré-peritoneal de trabalho. b. O balão é direcionado a sínfise púbica e inflado sob visão direta. 5. Inserção de dois trocaters secundários de 5 mm. 6. Identificação e tratamento do saco herniário. 7. Preparação para inserção da tela + Fixação da tela. a. A tela deve cobrir os seguintes espaços: Triangulo de Hesselbach, espaço indireto e áreas femorais. b. A tela deve ser fixada no ligamento de Cooper e na fáscia do músculo transverso abdominal com grampos. 8. Fechamento do retalho peritoneal com Fio absorvível (Vicryl / monocryl). 9. Retirada dos trocaters + Desfazer pneumoperitônio. 10. Suturas e curativos. Vantagens: • Menor dor pós-operatória. • Menor tempo de recuperação. • Retorno precoce ao trabalho. • Menos lesões nervosas. • Possibilidade de tratamento de hérnias contralaterais. • Esteticamente adequada. • Ideal para hérnias bilaterais ou recorrentes. Desvantagens: • Requer anestesia geral. • Tecnicamente mais difícil. • Mais cara. • Necessita de equipamento especial. • Longa curva de aprendizagem. Cuidados pós-operatórios: • Evitar esforço físico. Diferenças entre técnicas TAPP e TEP: (TAPP) Vantagens Desvantagens (TEP) Vantagens Desvantagens Espaço grande Invade a cavidade Não invade a cavidade Espaço pequeno Anatomia clara Dificulta o uso de tela grande Facilita colocação de tela grande Pouca iluminação Duvida diagnóstica ou bilateralidade Dificuldade com o fechamento do peritônio Não requer fechamento do peritônio Curva de aprendizagem lento Permite diagnóstico e tratamento de concomitantes Íleo pós-operatório Menos íleo pós- operatório Requer mais insumos Para hérnias encarceradas ou estranguladas Referencias: • GONZALEZ, Juan Carlos. Hérnias da Parede abdominal: diagnóstico e tratamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2011. • LIRA, Oscar Brandão; FRANKLIN, Reginaldo. Hérnias: texto e atlas. Rio de Janeiro: Rubio, 2003. • ZOLLINGER, Robert; ELLISON, Cristopher. Atlas de Cirurgia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.
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