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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE ECONOMIA ALCINDO GOMES DE MORAES NETO LUIZ CARLOS NOGUEIRA SOLEDADE NETO PEDRO DE SOUZA RAMOS VICTOR SAMUEL MORAES DOS SANTOS ARRECADAÇÃO MENSAL DO PIS-PASEP NO PERÍODO DE JANEIRO/2011 A DEZEMBRO/2020 – UMA ANÁLISE ESTATÍSTICA BELÉM 2021 ALCINDO GOMES DE MORAES NETO LUIZ CARLOS NOGUEIRA SOLEDADE NETO PEDRO DE SOUZA RAMOS VICTOR SAMUEL MORAES DOS SANTOS ARRECADAÇÃO MENSAL DO PIS-PASEP NO PERÍODO DE JANEIRO/2011 A DEZEMBRO/2020 – UMA ANÁLISE ESTATÍSTICA Trabalho apresentado ao 3º período do curso de Economia da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Estatística II. Professor: Ricardo Bruno Nascimento Dos Santos BELÉM 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4 2. UNIFICAÇÃO PIS/PASEP: PRESSUPOSTO INICIAL ................................................... 4 3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA - APRESENTAÇÃO ........................................................ 5 3.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA E INFERENCIAL – CONSTRUINDO OS PARÂMETROS A PARTIR DO CONJUNTO DE DADOS ................................................ 5 4. ANALISE DESCRITIVA E INFERENCIAL ACERCA DA ARRECADAÇÃO MENSAL DO PIS-PASEP ENTRE 2011 E 2020 ................................................................... 12 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 14 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 16 4 1. INTRODUÇÃO Este ensaio apresenta uma discussão sobre uma das contribuições mais importantes do cenário tributário nacional, dois dos tributos mais complexos do nosso ordenamento jurídico (Moreira, 2020): o Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), ambos instituídos como lei complementar, 07/70 e 08/70, no ano de 1970. O objetivo é o de analisar as flutuações na arrecadação do PIS/PASEP no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2020. Ao menos na teoria, a finalidade de tais contribuições é o de promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas, viabilizando melhor distribuição da renda nacional (LOLOIAN, 1980). Com o tempo, a constituição alterou a destinação dos recursos provenientes das contribuições para o PIS e o Pasep, que passaram a ser alocados no Fundo de Amparo ao Trabalhador, para o custeio do programa de seguro-desemprego, do abono salarial e para financiamento de programas por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo fonte do Senado Federal. Atualmente, apenas no PIS/PASEP 2020-2021 já foi pago R$15,8 bilhões em abono salarial e a previsão atual estima repasses futuros de R$20 bilhões, a partir de dados da Caixa Econômica Federal. Dessa forma, este trabalho pretende responder: Qual foi a máxima e a mínima, a média mensal de arrecadação, as tendencias estatísticas e a previsão de média para os próximos anos, ao considerar o período descriminado. O presente trabalho irá se fundamentar na análise descritiva de dados estatísticos, como forma de perceber as flutuações das arrecadações tributárias em períodos de grave crise econômica, os quais os recursos de programas como esses tem a finalidade de garantir um incremento a renda a partir de políticas distributivas. 2. UNIFICAÇÃO PIS/PASEP: PRESSUPOSTO INICIAL No dia 11 de setembro de 1975, a Lei Complementar Federal nº 26, implementou a unificação do PIS e do PASEP. Dessa forma, temos o que hoje conhecemos por “Fundo PIS- PASEP”. Agregando as duas apreciações citadas anteriormente e as separando, temos que o Programa de Integração Social (PIS) é destinado a funcionários do setor privado e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) é destinado a funcionários e servidores públicos. 5 A partir da sua unificação, a contribuição do PIS/PASEP é devida pelas empresas, ou seja, são contribuições pagas mensalmente e têm como alvo apoiar um fundo responsável pelo pagamento do Seguro Desemprego e do abono anual pago a um grupo de trabalhadores. Os dois programas foram criados para que, ao ser demitido, o trabalhador não enfrente dificuldades financeiras até poder se recolocar novamente no mercado de trabalho (CAMARGO, 2017). Portanto, temos que o PIS/PASEP é uma contribuição feita pelas empresas e de forma alguma é ou pode vir a ser descontada do salário do trabalhador. 3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA - APRESENTAÇÃO Todos os dias estamos expostos à estatística. Segundo Larson e Farber, “Estatística é a ciência que trata da coleta, organização, análise e interpretação dos dados para a tomada de decisões.” (2010, p.3) Para o planejando de tal estudo estatístico primeiramente identifiquei as variáveis de interesse, que seriam o foco, e a população do estudo. Em seguida, foi desenvolvida a coleta de dados no site do IPEA-DATA. Após a coleta dos dados foi utilizado a descrição dos dados usando técnicas de estatística descritiva. Por fim, houve a interprete dos dados e depreendido inferências sobre a população usando estatística inferencial, sempre considerando e identificando quaisquer erros admissíveis. Nesse estudo observacional, de forma alguma os resultados sofreram influencia e no experimento foi aplicado um tratamento de modelagem e ordenamento dos dados antes de observar as respostas que eles poderiam indicar. Sendo assim, São muitas as formas que se pode organizar e descrever um conjunto de dados. Alguns pontos devem ser notados, quando organizamos e descrevemos um conjunto de dados: seu centro, sua variação, concentração e sua forma ou simetria (SPIEGEL, 2000). 3.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA E INFERENCIAL – CONSTRUINDO OS PARÂMETROS A PARTIR DO CONJUNTO DE DADOS Quando um conjunto de dados tem muitos valores, pode ser difícil de observar padrões. Para realizar uma análise coerente, é importante organizar conjuntos de dados agrupando-os em intervalos de classes e formando uma distribuição de frequência. No presente 6 estudo utilizamos um conjunto de dados com muitos valores, sendo assim, quase sempre pode não ser fácil observar padrões e ao agrupar uns intervalos de classes se forma uma distribuição de frequência. Primeiramente foi coletada informações do IPEA-DATA sobre a arrecadação bruta mensal de janeiro de 2011 a dezembro de 2020, a partir disso foram ordenados e tratados os dados, no objetivo de construir o histograma de classes da Figura 1. Com o auxílio da ferramenta tecnológica de software Excel foi possível automatizar os comandos. Calculou-se o número de 7 classes para serem incluídas na distribuição de frequência., foi mensurada o máximo, mínimo, a amplitude de classe e determinada a amplitude do conjunto de dados. Encontrou-se os limites de classe, desvio padrão e mediana. Por fim, o Histograma de Frequência foi plotado. Um histograma de frequência é um diagrama de barras que representa a distribuição de frequência de um conjunto de dados. Em um histograma a escala horizontal é quantitativa e indica os valores dos dados, já a escala vertical indica as frequências das classes e as barras consecutivas devem estar o mais próximo umas nas outras. Em nosso caso, afim de facilitar a visualização, os espaços foram um pouco ampliados. Outra maneira de representar graficamente uma distribuição de frequência é usar um polígono de frequência. Um polígono de frequência é um gráfico de linha que enfatiza as mudanças contínuas nas frequências, como o da Figura2. Figura 1 - Histograma de Frequência da arrecadação bruta mensal Pis-Pasep (Milhões) – Jan/2011 a Dez/2020 7 Em seguida, em razão de se tratar de um conjunto de dados que seguem uma temporalidade, tornou-se conveniente agrega-los em agrupamento de anos (Tabela 1), contabilizando 10 anos, em seguida foram calculadas médias e traçado um gráfico de linhas (Figura 3) para analisar tendencias temporais como em qual ano teve maior ou menor arrecadação e até mesmo se questionar sobre o que levou uma queda ou aumento da receita do PIS-PASEP de um ano ao outro. Esse tipo de representação gráfica é chamado de série temporal (FERNANDES, 1999). Figura 2 – Polígono de Frequência da arrecadação bruta mensal Pis-Pasep (Milhões) – Jan/2011 a Dez/2020 0,00 1.000,00 2.000,00 3.000,00 4.000,00 5.000,00 6.000,00 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 MÉDIA Figura 3 – Gráfico de Linhas da média anual da arrecadação bruta anual Pis-Pasep (Milhões) – Jan/2011 a Dez/2020 8 O conjunto de dados quantitativos cujos valores são obtidos em intervalos regulares, durante um período de tempo, é chamado de série temporal. Dessa forma, ao observar a Figura 3, nota- se que o eixo horizontal representa os anos e o vertical, a média de arrecadação (em milhões). Outra forma de representar dados em gráficos é o de pizza, no qual podemos dividir os dados em setores, em nosso caso os setores serão os anos. Tal escolha se deu por fornecem uma maneira adequada de apresentar dados como percentagens de um todo. Um gráfico de pizza é um círculo constituído por setores que representam categorias. Na figura 4 a área de cada setor é proporcional a arrecadação acumulada em cada ano, ademais, a sua construção se deu com o uso de tecnologia, o software Excel. Na tabela 2 temos as observações divididas por anos, na segunda coluna o acumulado da arrecadação do PIS/PASEP e na última coluna a porcentagem (SPIEGEL, 2020). ANO MÉDIA 2011 3.487,01 2012 3.851,42 2013 4.177,25 2014 4.328,82 2015 4.481,77 2016 4.529,31 2017 4.873,03 2018 5.377,91 2019 5.647,39 2020 5.411,33 MÉDIA TOTAL 4.616,52 Figura 4 – Gráfico de pizza da arrecadação bruta anual Pis- Pasep (Milhões) – Jan/2011 a Dez/2020 Tabela 1 - média anual da arrecadação bruta anual Pis- Pasep (Milhões) – Jan/2011 a Dez/2020 9 ANO AMPLITUDE 2011 524,77 2012 793,48 2013 979,31 2014 811,56 2015 721,41 2016 873,92 2017 958,32 2018 998,87 2019 854,73 2020 4.951,37 Uma medida de tendência central é um valor que representa uma observação típica ou central de um conjunto de dados. No que diz respeito a medidas de tendência central, em nosso estudo, se tornou mais interessante utilizar da média e a mediana. Em resumo, A média de um conjunto de dados é a soma dos valores dos dados dividida pelo número de observações. Seguidamente, tem-se a mediana de um conjunto de dados, trata-se de um valor que está no meio dos dados quando o conjunto está ordenado. Aponta o centro de um conjunto de dados, e caso o conjunto de dados tenha um número ímpar de observações, a mediana é o elemento do meio (MCLAVE, 2009). Caso contrário, quando o conjunto de dados tem um número par de observações, a mediana é a média dos dois elementos de valores centrais. Por fim, foram mensurados os valores da: Média mensal em 120 meses: R$ 4616,52 milhões Mediana mensal em 120 meses: R$ 4487,31 milhões Há diferentes formas de medir a variação (ou dispersão) de um conjunto de dados e a medida mais simples é a amplitude do conjunto. Para se alcançar, é necessário encontrar a diferença entre os valores máximo e mínimo. Contudo, os dados devem ser quantitativos. Seguem a mensuração a partir de nosso conjunto de dados: Amplitude = (valor máximo) – (valor mínimo) ANO SOMA REPRESENTAÇÃO % 2011 41.844,10 7,6% 2012 46.217,04 8,3% 2013 50.126,96 9,0% 2014 51.945,89 9,4% 2015 53.781,26 9,7% 2016 54.351,74 9,8% 2017 58.476,40 10,6% 2018 64.534,95 11,6% 2019 67.768,64 12,2% 2020 64.935,91 11,7% TOTAL 553.982,88 100,0% Tabela 2 – Soma e representatividade em % da arrecadação bruta anual Pis-Pasep (Milhões) – Jan/2011 a Dez/2020 OSCILAÇÃO ARRECADAÇÃO MAIOR MENOR VALOR 4.951,37 524,77 ANO 2020 2012 10 Por mais que a amplitude tenha a vantagem de ser fácil de calcular, em contrapartida sua desvantagem, porém, é que ela usa apenas dois valores de nosso conjunto de dados. Uma medida de variação que usa todos os valores do conjunto de dados é a do desvio padrão amostral, para realizar o cálculo foi utilizado o software Excel. Desvio padrão amostral: R$ 891,65 milhões Até o momento, foi possível determinar diversos tipos de relações dentro de um conjunto de dados, agora iremos demostrar a relação entre uma média da população e as médias das amostras aleatórias retiradas da população. Define-se como distribuição amostral: “a distribuição de probabilidade de uma estatística amostral que é formada quando amostras de tamanho n são repetidamente extraídas de uma população. Se a estatística amostral é a média, tem-se, então, a distribuição amostral das médias. Cada estatística amostral tem uma distribuição amostral.” (LARSON, FABER, 2010, p245) Para prosseguirmos com a metodologia que iremos utilizar é fundamental elucidar que, a média das médias amostrais µx é igual à média da população µ. µx = µ e o desvio padrão das médias amostrais 𝜎x é igual ao desvio padrão da população 𝜎 dividido pela raiz quadrada do tamanho da amostra n. 𝜎x = 𝜎 / √𝑛 . Ademais, o desvio padrão da distribuição amostral das médias amostrais chamado de erro padrão da média (FERNANDES, 1999). Por sua vez, o teorema do limite central constitui o alicerce necessário para área da estatística inferencial. Tal teorema descreve a relação entre a distribuição amostral das médias e a população da qual as amostras são retiradas. O teorema do limite central é um instrumento extraordinário que visa fornecer a informação que você vai precisar ao usar estatísticas amostrais para fazer inferências sobre a média de uma população. É isso que veremos agora. Pode-se mensurar a probabilidade de que uma média amostral �̅� aconteça em um determinado intervalo da distribuição amostral de x. Sendo assim, para transformar x em um escore-z, podemos fazer uso da seguinte formula. Dessa forma, pode-se calcular as probabilidades para x e �̅�, sendo a média da contribuição bruta mensal do PIS-PASEP no período de 2011 a 2020 normalmente distribuída, com média de R$ 4.616,52 (em milhões) e desvio padrão de R$ 891,65 (em milhões). Nesse caso, vamos fazer a seguinte pergunta: Qual é a probabilidade de que um mês selecionado aleatoriamente, tenha uma contribuição menor que R$ 5.000 (em milhões)? Nesse caso, calculamos a probabilidade associada a um determinado valor da variável aleatória x. O escore- 11 z que corresponde a x = R$ 5.000 (em milhões). Encontramos z ≈ 0,43, então, a probabilidade de que a média mensal da contribuição seja menor que R$ 5.000 (em milhões) é: P (�̅� < 5.000) = P (z < 0,43) = 0,6664. Seguidamente, monitoramos também a possibilidade de um evento ser comum ou incomum, logo, foram selecionados aleatoriamente 60 meses e feita um segundo questionamento: Qual é a probabilidade de que a média mensal das arrecadações nesses 60 meses seja menor que R$ 5.000 (em milhões)? Assim, mensuramos a probabilidade associada com uma média amostral �̅�. O escore-z que corresponde a x = R$ 5.000 (em milhões) é de z ≈ 3,33. Então, a probabilidade de que a média mensal das arrecadações do PIS-PASEP, dos 60 meses, seja menor que R$ 5.000 (em milhões) é: P (�̅� < 5.000) = P (z < 3,33) = 0,9996 Por conhecermos o nosso valor de 𝜎, pode-se estimar os intervalos de confiança para a média. Primeiramente, utilizamos de uma estimativa pontual, ou seja, um valor único estimado para um parâmetro populacional, justamentepor ser a estimativa pontual menos tendenciosa da média populacional µ é a média amostral �̅�. Segundo a estatística inferencial, a probabilidade de que a média populacional seja exatamente um valor determinado, ou por exemplo ser de R$ 4616,52 (em milhões) é praticamente zero. Então, em vez de estimar µ como sendo precisamente esse valor através de uma estimativa pontual, podemos mensurar que µ está em um intervalo. “Isso se chama fazer uma estimativa intervalar (ou estimativa por intervalo)” (LARSON, FABER, 2010, p.278). Contudo, para isso é necessário um nível de confiança c, que é a probabilidade de a estimativa intervalar contenha o parâmetro populacional, partindo do pressuposto que o processo de avaliação é repetido um grande número de vezes. Por fim, para elucidar, a diferença entre a estimativa pontual e o valor real do parâmetro é chamada de erro de amostragem ou erro amostral. Quando µ é estimado, o erro de amostragem é a diferença de �̅�– µ (FERREIRA, 2005). Para a realização de nosso teste estatístico inferencial adotamos um nível de confiança de 95% para encontrar a margem de erro para a média mensal da arrecadação do PIS-PASEP no período de 2011 a 2020. Ao estimar nosso desvio padrão da população encontramos aproximadamente R$ 887,926 (em milhões). Como o desvio padrão é conhecido, a amostra é aleatória, e n = 120 ≥ 30, usamos o valor do Erro amostral. O escore-z que corresponde a um nível de confiança de 95% é 1,96. Isso sugere que 95% da área sob a curva normal padrão está no intervalo de ±1,96 desvios padrão da média. Dessa forma, poderíamos aproximar a distribuição das médias amostrais com uma curva normal pelo teorema do limite central porque n = 120 ≥ 30. Usando os valores Zc = 1,96, 𝜎 = 891,65 e n = 120, mensurou-se E ≈ 158,870. 12 Usando uma estimativa pontual e uma margem de erro, você pode arquitetar uma estimativa intervalar de um parâmetro populacional tal como µ. Nós construímos essa estimativa intervalar, chamada de intervalo de confiança. No qual é um intervalo de confiança c para a média populacional µ é: �̅� - E < µ < �̅� + E. Isto posto, a probabilidade de que o intervalo de confiança contenha µ é igual a c, assumindo que o processo de mensuração é repetido um grande volume de vezes (FERREIRA, 2005). Anteriormente, já encontramos que �̅� = 4.616,52 e E ≈ 158,870. Logo, o intervalo de confiança é construído conforme é apresentado a seguir: 4457,65 < µ > 4775,39 Realizado um resumo acerca das elucidações em estatística descritiva e inferencial, além de apresentada a metodologia de estudo e concluídos os testes, podemos então fazer as apreensões sobre tudo que foi dito até então, realizando a leitura dos dados descritos e propondo inferências. 4. ANALISE DESCRITIVA E INFERENCIAL ACERCA DA ARRECADAÇÃO MENSAL DO PIS-PASEP ENTRE 2011 E 2020 Diante do que foi apresentado até aqui, pode-se então responder diversas perguntas como: Em qual ano houve maior arrecadação? Quais anos obtiveram arrecadações acima da média? Qual o motivo de um mês ter tido a menor arrecadação diante todos os demais dados avaliados? São inúmeras as respostas que poderemos ter, é isso que iremos buscar agora, respostas com auxílio de um escopo estatístico já elaborado anteriormente. Inicialmente, ao analisar o histograma de frequência (Figura 1), nota-se a concentração de 40,84% das amostras dentro do intervalo de classe onde o limite superior é de R$ 4779,47, bem como é possível observar que meses onde a arrecadação mensal é superior a R$ 6194,150 têm baixa frequência, representando 5% do total, possivelmente esses valores contaminam a amostra e a representação gráfica. Nosso polígono de frequência, permitiu a constatação das afirmações anteriores, visualizando com mais precisão as mudanças contínuas de frequência. Ao agrupar os dados em anos, calcular as médias e observar as mudanças temporais de tendência, observou-se o aumento modesto e progressivo na arrecadação durante os anos de 2011 a 2014 e a partir desse ano até 2016 uma fase de mínima variação, quase estagnação. Seguidamente, uma expansão até 2018 e acentuada queda na arrecadação total anual no ano de 2020, marcada em especial pela grave crise de saúde e econômica que afetou todo o mercado de trabalho. Em detrimento da pandemia do coronavírus, foram fechados diversos postos de 13 trabalho, muitas áreas da indústria passaram a produzir em escala cada vez menores dado as restrições e a queda drástica no consumo das famílias, contraindo o lucro e fechando oportunidades de trabalho. Dessa forma, importante se pensar que a contribuição do PIS- PASEP incide diretamente sobre o empregador, ele é quem paga, logo, tem-se menos colaboradores e com o numero menor o repasse obrigatório também se torna menor, sem esquecer de citar as inúmeras empresas que perderam receitas, mantiveram seus colaboradores, contudo, não realizaram os repasses de tributos, em razão do baixo fluxo de recursos financeiros. Passando agora para o gráfico de pizza (Figura 4), ele apenas fundamenta nosso entendimento anterior sobre a representatividade de cada ano em relação ao período completo. Podemos observar que de 2018 a 2020 a participação tem sido em torno 12%, ou seja, de estagnação, essa quase nenhuma oscilação na arrecadação de um tributo nos leva a duas hipóteses a primeira é a de quem nesse período o desemprego tem sido alto, poucas pessoas empregadas e o país não está crescendo, e isso incide em menor arrecadação de tributação por parte dos empregadores, a outra hipótese é a de sonegação tributaria, mas iremos negar ela já que os dados históricos a respeito da economia brasileira divulgados por institutos importantes do cenário nacional respaldam a primeira hipótese. Outro indicador interessante para se analisar é o de amplitude, períodos onde temos forte oscilação da arrecadação pode nos indicar problemas econômicos profundos, e não coincidentemente o ano que tivemos oscilação muito grande e que difere dos demais é 2020. Onde se encontra o mês com a menor arrecadação mensal do PIS-PASEP, maio de 2020. Nesse período, a pandemia estava em seu clímax e as medidas de isolamento social eram seguidas de forma muito rígida, todas as arrecadações de tributos em geral declinavam, os governos precisavam prestar ajuda aos seus governados, porém em uma luta maçante para equilibrar as receitas dado a queda nas arrecadações. Na sequência, iniciamos na modelação estatística inferencial, onde se pode realizar testes amostrais e verificar conclusões, sendo elas verdadeiras ou falsas. O primeiro teste que fizemos foi para verificar as probabilidades para um valor x = R$ 5.000 (em milhões) e �̅� = R$ 4.616,52 (em milhões). A interpretação é de, há cerca de 66,64% de chance de que a média mensal da contribuição seja menor que R$ 5.000 (em milhões) e cerca de 99,96% é a chance de que a média de uma amostra de 60 meses tenha uma arrecadação menor que R$ 5.000 (em milhões). Sendo assim, como há 99,96% de chance de que a média de uma amostra de 60 universitários seja menor que R$ 5.000 (em milhões), este é um evento muito comum. 14 Em outro momento, buscamos responder a probabilidade de a média estar inserida dentro de um intervalo com certo nível de precisão e confiança. Realizando as manipulações estatísticas necessárias chegamos a conclusão de que podemos estar 95% confiantes de que a margem de erro para a média populacional é de aproximadamente R$ 158,870 (em milhões). Por fim, com o nível de 95% de confiança, podemos afirmar que a arrecadação média mensal do PIS-PASEP da população está entre R$ 4457,65 e R$ 4775,39 (em milhões). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse artigo, a partir dos resultados aqui apresentados, foi possível confirmar o alto grau de importância do PIS-PASEP, a influência de crises econômicas na arrecadação de tributos e uma análise temporal dessa tributação,no propósito de realizar inferências e levantar hipóteses. Importante marcar que, a arrecadação do PIS-PASEP tem impacto direto na renda das famílias, é essencial para a mínima sobrevivência dos mais frágeis em situações de desemprego e indenizações, precisamente os mais vulneráveis e consideravelmente os mais afetados pela crise, sem tal tributação os trabalhadores se tornariam menos assistidos socialmente, pois esse suporte ajuda o trabalhador e além de tudo isso já dito, é um forte incremento econômico nacional, impactando diretamente o PIB (LOLOIAN, 1980). Constatado esse fato, nota-se a importância econômica e social da arrecadação de tributos e seu caráter redistributivo em momentos de forte queda do consumo, dado uma crise sanitária que aflige o país em níveis agregados, reforça Leite (2015, p. 621-622): Redistribuir em favor de uma classe com maior propensão a consumir é aumentar a propensão a consumir da comunidade como um todo, assim como diminuir a desigualdade na distribuição pessoal de renda também significa aumentar a propensão a consumir agregada Por fim, vale ressaltar, este ensaio tratou, apenas, da análise estatística sobre a arrecadação do PIS-PASEP entre os anos de 2011 e o ano de 2020, o que não traz qualquer empecilho de outros impactos de caráter dinâmico da economia existirem e se conduzirem objetos de mensuração. Ademais, como já discutido, qualquer tributação que sirva de repasse aos mais necessitados em momentos de inconveniência, é fundamental. Contudo, apesar do impacto inicial positivo, no longo prazo não se torna sustentável ainda mais quando se trata de tributação regressiva que é aplicada diretamente no consumo e os mais pobres por possuir maior propensão marginal a consumir tem como consequência uma maior tributação. Esse efeito 15 negativo de longo prazo, tem como resultado reduções futuras do consumo das famílias e do investimento público, logo, os tomadores de decisão devem repensar soluções eficientes. 16 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970. Programa de Integração Social. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp07.htm>. Acesso em 2 março 2021. BRASIL. Lei complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970. Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp08.htm>. Acesso em 3 março 2021. CAMARGO, Renata Freitas De. Programa de Integração Social: saiba como funciona o recolhimento do PIS/PASEP na sua empresa. Blog Treasy. Joinville. 2017 Disponível em: <https://www.treasy.com.br/blog/pis-pasep/>. Acesso em 3 março 2021 FERNANDES, Manuela GP et al. Estatística aplicada. 1999. FERREIRA, Pedro Lopes. Estatística descritiva e inferencial: breves notas. 2005. IPEA – Instituto De Pesquisa Econômica Aplicada. Contribuição para o PIS / Pasep - total - receita bruta. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: < http://www.ipeadata.gov.br/Default.aspx>. Acesso em 28 de fevereiro 2021. LARSON, Ron; FARBER, Betsy; CYRO. Estatística Aplicada. 4. ed. São Paulo :Prentice Hall, 2010. LEITE, Fabrício Pitombo. Como o grau de desigualdade afeta a propensão marginal a consumir? Distribuição de renda e consumo das famílias no Brasil a partir dos dados das POF 2002-2003 e 2008-2009. Economia e Sociedade, v. 24, n. 3, p. 621-622, 2015. LOLOIAN, Alexandre Jorge et al. Um estudo do Fundo PIS/PASEP. 1980. MCCLAVE, J.T. Estatística para Administração e Economia. 10. ed. São Paulo : Prentice Hall, 2009. MOREIRA, Lucas. A importância do PIS/PASEP e COFINS para o ICMS. Revista Âmbito Jurídico. v.1. n.1, p.1. São Paulo. 2020 Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/noticias/a- importancia-do-pis-pasep-e-cofins-para-o-icms/>. Acesso em 3 março 2021 17 SENADO FEDERAL. PIS-PASEP / Glossário Legislativo https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/pis-pasep SPIEGEL, Murray R.; STEPHENS, Larry J. Estatística: Coleção Schaum. Bookman, 2000.
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