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justiça restaurativa e foucault

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Fazer uma reflexão sobre a justiça restaurativa em contraposição à justiça 
retributiva a partir da análise de Michel Foucault em sua obra Vigiar e Punir, 
a respeito do sistema carcerário. 
 
A reflexão sobre a justiça restaurativa em contraposição à justiça 
retributiva, à luz das análises de Michel Foucault em sua obra "Vigiar e Punir", 
nos leva a questionar e repensar os fundamentos e as práticas do sistema 
carcerário. Foucault oferece uma crítica contundente ao modelo punitivo 
tradicional, e seus insights podem ser aplicados para compreendermos as 
implicações desses dois paradigmas de justiça. 
A justiça retributiva, historicamente enraizada na ideia de punição como 
resposta proporcional ao crime cometido, é um dos pilares do sistema carcerário 
moderno. Foucault argumenta que esse modelo, ao invés de corrigir ou reabilitar 
os indivíduos, serve principalmente como instrumento de controle social e poder 
disciplinar. A prisão, nesse contexto, não apenas pune o corpo, mas também 
molda as mentes, estabelecendo normas de comportamento e reforçando 
estruturas de poder. 
A justiça restaurativa, por outro lado, busca uma abordagem mais holística 
e orientada para a resolução de conflitos. Em vez de focar na punição como 
resposta ao crime, ela se concentra na reparação dos danos causados, na 
reconciliação entre vítima e agressor, e na reintegração do infrator à sociedade. 
Essa abordagem propõe uma transformação nas relações sociais, priorizando o 
diálogo e a compreensão sobre a mera retribuição punitiva. 
Ao analisar o sistema carcerário à luz desses paradigmas, podemos 
destacar a ineficácia da justiça retributiva em promover uma verdadeira 
transformação e reabilitação. Foucault argumenta que a prisão não apenas isola 
os indivíduos do convívio social, mas também os submete a um processo de 
normalização que pode perpetuar ciclos de criminalidade. 
A justiça restaurativa, ao contrário, busca romper com esse ciclo vicioso 
ao abordar as causas subjacentes do comportamento criminoso. Ela reconhece 
a complexidade das relações sociais e propõe a construção de pontes entre as 
partes envolvidas no crime, promovendo um entendimento mútuo e trabalhando 
na reparação do tecido social rompido. 
No entanto, é importante reconhecer que a implementação prática da 
justiça restaurativa enfrenta desafios significativos, como a resistência cultural, 
a falta de recursos e a necessidade de mudanças estruturais no sistema legal. 
Além disso, em casos mais graves, pode haver questionamentos sobre a 
adequação da abordagem restaurativa. 
Em suma, a análise de Michel Foucault em "Vigiar e Punir" oferece uma 
base crítica valiosa para questionarmos as práticas punitivas e repensarmos a 
justiça, favorecendo abordagens mais humanas, reflexivas e orientadas para a 
restauração do tecido social. A transição de um sistema predominantemente 
retributivo para um mais restaurativo é um desafio, mas pode representar um 
avanço significativo na construção de uma sociedade mais justa e compassiva.

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