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SEMANA AULA 2- MEIOS DE PROVA

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PROCESSO PENAL - APLICADO - CCJ0041
(DIREITO PROCESSUAL PENAL II)
Professor Marcos André B. Pereira
SEMANA AULA 2
TEORIA GERAL DA PROVA II
TEMA: PROVA EM ESPÉCIE
I- INTERROGATÓRIO
É a oportunidade processual para que o acusado possa dar a sua versão sobre os fatos, exercitando assim o direito a autodefesa. Tal instituto poderá ocorrer na fase policial (inquérito), bem como por ocasião da Instrução probatória (fundamento do interrogatório na fase judicial art.185, do CPP).
I.I- Natureza Jurídica do Interrogatório.
Sobre a natureza jurídica do interrogatório, temos quatro correntes na doutrina:
• meio de prova;
• meio de defesa;
• meio de prova e de defesa;
• meio de defesa, primordialmente e, em segundo plano, meio de prova.
Não se tem dúvida de que há uma natureza dúplice, pois é meio de defesa, na medida em que a Constituição assegura ao réu o direito ao silêncio, o direito de não produzir provas contra si mesmo e há até mesmo tolerância em relação à eventual mentira do réu, no interrogatório.
Todavia, não perde o caráter de meio de prova, considerando que o juiz poderá levar em conta as declarações do réu em sua sentença condenatória ou absolutória e que o interrogatório se encontra no capítulo das provas, no CPP. A nosso ver, mais acertada a terceira corrente, mista.
· ATENÇÃO! O interrogatório sempre foi utilizado estrategicamente pela defesa, vez que muitas vezes a defesa técnica opta pela estratégia do réu responder somente as perguntas da defesa. Ocorro que durante o ano de 2020, se acentuou no Brasil uma corrente anuída por diversos magistrados e promotores no sentido de que a constituição garante o direito ao silêncio total do réu, mas não ao silêncio parcial, momento em que magistrados começaram a inviabilizar/indeferir interrogatórios onde o réu optasse por responder somente as perguntas da defesa. 
Tal polemica chegou ao STJ e em dezembro de 2020, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que o interrogatório é um ato de defesa e, por isso, o réu pode ficar em silêncio e responder apenas às perguntas formuladas por seu defensor. O entendimento foi definido no julgamento do HC 628.224, de relatoria do ministro Félix Fischer.
"O réu pode exercer sua autodefesa de forma livre, não havendo razões para se indeferir liminarmente que se manifeste sob a condução das perguntas de seu patrono. Isso porque o interrogatório possui duas partes, e não apenas a identificação do acusado, quando o direito ao silêncio pode ser mitigado. Em outras palavras, quanto ao mérito, a autodefesa se exerce de modo livre, desimpedido e voluntário", diz trecho da decisão. 
· ATENÇÃO! É por isso que o art. 185 do CPP prevê que o acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. E ainda: o art. 196 do CPP prevê que a todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.
· ATENÇÃO! Com relação ao momento do interrogatório, ele passou a ser, com as reformas efetivadas no CPP, o último ato da instrução processual, tendo o STF entendido que isso se aplica a todos os procedimentos e não apenas ao procedimento comum.
· ATENÇÃO! indispensável que o interrogatório seja acompanhado por defensor constituído ou dativo e, mais do que isso, é necessário que o juiz conceda o direito de entrevista prévia e reservada entre o acusado e seu defensor, como previsto no art. 185, § 5º: em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
I.II- DA CONDUÇÃO COERCITIVA
Na ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental,) 39512, o Supremo Tribunal federal, através do Tribunal Pleno, sob Relatoria do min. Gilmar Mendes, decidiu no sentido de que o art. 260 do CPP deve ser considerado não recepcionado pela Constituição, no que prevê a condução coercitiva para o interrogatório. Vejamos o julgado:
“Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a arguição de descumprimento de preceito fundamental, para pronunciar a não recepção da expressão “para o interrogatório”, constante do art. 260 do CPP, e declarar a incompatibilidade com a Constituição Federal da condução coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de ilicitude das provas obtidas, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. O Tribunal destacou, ainda, que esta decisão não desconstitui interrogatórios realizados até a data do presente julgamento, mesmo que os interrogados tenham sido coercitivamente conduzidos para tal ato. Vencidos, parcialmente, o Ministro Alexandre de Moraes, nos termos de seu voto, o Ministro Edson Fachin, nos termos de seu voto, no que foi acompanhado pelos Ministros Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia (Presidente)”. Plenário, 14.6.2018.
Compreendeu-se, portanto, que o acusado (suspeito/indiciado/réu) não está obrigado a comparecer ao seu interrogatório, ainda que tenha sido devidamente intimidado para o ato, uma vez que a autodefesa é renunciável no processo penal, haja vista o direito ao silêncio do acusado.
I.III- DO INTERROGATÓRIO DO RÉU PRESO (Art. 185, §1º, do CPP)
O Código de Processo Penal estabelece regras diferenciadas para o interrogatório de réu preso, de forma que a REGRA é que o interrogatório do réu preso se dê no estabelecimento penal em que se encontra, em sala própria, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do MP e defensores (tem encontra-se presente) e auxiliares, garantindo-se a publicidade do ato e não mais no Fórum, conforme determinado no art. 185, §1º do CPP. 
· ATENÇÃO! essa modalidade não se confunde com o interrogatório por videoconferência, pois no § 1º a previsão é que o juiz e as partes se desloquem até o estabelecimento em que o preso está recolhido. Caso isso não seja possível, o interrogatório pode acontecer no fórum, o que acontece na maior parte das vezes. Excepcionalmente, o interrogatório do réu preso pode ocorrer ainda em uma terceira modalidade, qual seja, o interrogatório por videoconferência.
I.IV- INTERROGATÓRIO POR VÍDEO CONFERÊNCIA (art. 185, §2º, DO CPP)
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;
IV – Responder à gravíssima questão de ordem pública.
Nota-se que o interrogatório por videoconferência é uma medida EXCEPCIONAL, que pode ocorrer tanto por decisão tomada de ofício pelo juiz ou a pedido das partes, mas só poderá acontecer se uma das finalidades legais estiver presente, ou seja, se isso for necessário para prevenir risco à segurança pública, desde que exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que possa fugir durante o deslocamento, para viabilizar a participação do preso no ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, desde que haja enfermidade ou circunstância pessoaldo preso (e não de seu advogado ou de outra pessoa). Pode ainda acontecer para impedir a influência do réu no ânimo da testemunha ou da vítima, mas apenas se não for possível colher o depoimento destas por videoconferência. Assim, é preferível que haja a colheita do depoimento da vítima ou da testemunha por videoconferência e, somente subsidiariamente, o do réu. E, por fim, é ainda possível para responder à gravíssima questão de ordem pública.
Em razão da incidência deste conteúdo em prova é importante que façamos um mapa mental para a compreensão dos requisitos:
Além dos requisitos para o interrogatório por vídeo conferência é importante trabalharmos o procedimento para a sua realização/concessão vejamos:
I.V- ETAPAS DO INTERROGATÓRIO (art. 187, do CPP)
São duas as etapas do interrogatório:
· ATENÇÃO! Caso o interrogando negue a acusação, pode prestar esclarecimentos e indicar provas. Caso confesse, o juiz deve perguntar sobre motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam. 
· ATENÇÃO! No caso de concurso de pessoas, os acusados devem ser interrogados separadamente, sob pena de nulidade.
· ATENÇÃO! O art. 192 do CPP traz as regras para o interrogatório do mudo, cujas perguntas devem ser feitas oralmente, respondendo-as por escrito, do surdo, cujas perguntas devem ser apresentadas por escrito e ele responderá oralmente e do surdo-mudo, cujas perguntas serão formuladas por escrito, respondendo do mesmo modo. Se o interrogando não souber ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada e entendê-lo e se não souber escrever, não puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado no termo. Se não falar a língua nacional, o interrogatório será feito por meio de intérprete. 
· ATENÇÃO! O reinterrogatório é previsto no art. 196 do CPP, que dispõe que a todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.
Vejamos as características do interrogatório:
I.VI- CONFISSÃO (art. 197 a 200 do CPP)
Trata-se da aceitação/confissão, pelo acusado, da infração que lhe é atribuída. Vejamos algumas classificações doutrinarias:
 
I.VII- CARACTERÍSTICAS DA CONFISSÃO
· ATENÇÃO! Os principais requisitos da confissão são a verossimilhança, certeza e clareza.
· ATENÇÃO! Segundo o art. 197 do CPP, o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
· ATENÇÃO! Em complemento, a Súmula 545 do STJ prevê que quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do CP.
· ATENÇÃO! Situação especial é tratada na Súmula 630 do STJ, que prevê que a incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio.
II- DA PROVA PERICIAL
II.I-	DO EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAIS
Podemos definir o exame de corpo de delito como sendo a verificação da materialidade, da existência do crime, feita por profissional qualificado, direta ou indiretamente.
Segundo o art. 158 do CPP, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito direto ou indireto e não é possível que o exame seja suprido pela confissão do acusado. Assim, caso se trate, por exemplo, de um crime de homicídio, que é um crime não transeunte ou que deixa vestígio, é imprescindível o exame de corpo de delito. Caso ele não seja realizado e não houver qualquer outra prova do crime, mas apenas a confissão, a absolvição do acusado será medida imperiosa. Veja que, por outro lado, caso o exame de corpo de delito não seja realizado, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta, nos termos do art. 167 do CPP.
Sendo assim, podemos dizer que a perícia é imprescindível quando o crime deixar vestígio (não transeunte), mas é prescindível quando o crime não deixar vestígio (transeunte). Os vestígios são definidos no art. 158-A, § 3º do CPP como sendo todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal.
Quando poderemos ter exame de corpo delito indireto?
O exame de corpo de delito será indireto quando não for feito diretamente sobre o corpo de delito, mas por outros meios de prova admitidos no direito, como o exame do prontuário médico de determinado paciente que faleceu por erro médico. Na Lei Maria da Pena, admitem-se como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais ou postos de saúde, conforme previsão do art. 12, § 3º.
Atenção! O exame de corpo de delito deve ser feito pelos peritos, em qualquer dia e a qualquer hora e o respectivo laudo deverá ser elaborado no prazo máximo de dez dias, podendo esse prazo ser prorrogado em casos excepcionais, a pedido dos peritos. Tratando-se de autópsia, deve ela ser feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos julgarem, pela evidência dos sinais da morte, que a autópsia pode ser feita antes daquele prazo. Nessa situação, devem fazer constar essa declaração no auto.
Atenção! art. 162. Parágrafo único. do CPP: “Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.”
Atenção! a Exumação está prevista no art. 163, do CP, o qual dispõe que a exumação deve ser feita em dia e hora previamente marcada e que o administrador de cemitério público ou particular deve indicar o lugar da sepultura, sob pena de desobediência.
Atenção! O legislador deixa claro que deve-se dar prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva violência doméstica e familiar contra a mulher ou violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência, conforme redação do art. 158, parágrafo único.
Quem pode fazer o exame de corpo de delito?
Deve ser feito por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Se não houver perito oficial, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame, as quais deverão prestar o compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo. (ISSO CAI MUITO EM PROVA!)
ATENÇÃO! Pode ser determinado exames complementares em caso de lesões corporais, normalmente para se constatar a extensão das lesões e qualificar como leve, grave ou gravíssima. Nesse caso, deve o exame complementar ser determinado pela autoridade policial ou judiciária, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor, nos termos do art. 168 do CPP. Veja que o art. 168, § 3º prevê que a falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
II.II- DA CADEIA DE CUSTÓDIA
O pacote antecrime (lei 13.964/2019), trouxe regras acerca da cadeia de custódia, definida pelo art. 158-A, caput, do CPP, como sendo “o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte”.
É importante dizer que a Cadeia de Custódia tem início com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais em que se detecte a existência de vestígio e o agente público (não só a autoridade policial) que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.
Vejamos as etapas da cadeia de custódia (art.158-B, do CPP):
ATENÇÃO!O Código determina que a coleta dos vestígios deve ser realizada preferencialmente por perito oficial, o qual dará o encaminhamento necessário para a cadeira de custódia, ainda que seja necessário exame complementar. Proíbe-se a entrada em locais isolados ou a remoção de quaisquer vestígios dos locais dos crimes antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude a sua realização. (art. 158-C).
ATENÇÃO! O art. 158-D traz uma descrição detalhada de como deve ser feito o acondicionamento do vestígio em recipiente e os arts. 158-E e F dispõem sobre a central de custódia.
III- DA PROVA TESTEMUNHAL
Segundo Renato Brasileiro, prova testemunhal “é a pessoa desinteressada e capaz de depor que, perante a autoridade judiciária, declara o que sabe acerca de fatos percebidos por seus sentidos que interessam à decisão da causa. A prova testemunhal tem como objetivo, portanto, trazer ao processo dados de conhecimento que derivam da percepção sensorial daquele que é chamado a depor no processo”.
São características da prova pericial:
III.I- DOS DEVERES DA TESTEMUNHA
A testemunha tem o dever de depor, de comparecer, de prestar compromisso, de dizer a verdade e de comunicar a alteração de endereço. O dever de depor sofre mitigações no caso de testemunhas dispensadas (art. 206 do CPP- CADI) e testemunhas proibidas (art. 207 do CPP- segredo profissional/ministerial).
Quanto ao dever de comparecimento, caso a testemunha regularmente intimada não compareça, pode responder por desobediência, além de estar sujeita à condução coercitiva, como previsto no art. 219 do CPP.
Há exceções ao dever de comparecimento com relação às pessoas que estão impossibilitadas (art. 220 do CPP) e às autoridades que podem ser inquiridas em data e horários por elas agendados (art. 221 do CPP).
Quanto ao dever de dizer a verdade, previsto do art. 203 do CPP, há algumas exceções, como no caso das testemunhas dispensadas (art. 206 do CPP), testemunhas menores de 14 anos de idade (art. 208 do CPP) e doentes e deficientes mentais (art. 208 do CPP).
Observe que existe ainda a testemunha anônima, que é aquela cuja verdadeira identidade não é divulgada ao acusado ou defensor técnico, buscando prevenir ou impedir a prática de crimes contra as testemunhas. No Brasil, a Lei n. 9.807/1999 dispõe sobre proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, possibilitando a preservação de sua identidade, imagem e dados pessoais, o que pode ocorrer de forma excepcional, quando houver fundados indícios de ameaças à integridade física e moral da testemunha. No CPP, dispõe o art. 201, § 6º:
O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
III. II- DO ROL DE TESTEMUNHAS
De acordo com o código de processo penal, o momento adequado para a apresentação do rol de testemunha é no oferecimento da Denúncia ou Queixa-crime para a acusação, e por ocasião da Resposta à Acusação para a Defesa no rito comum ordinário.
ATENÇÃO! No rito especial do tribunal do júri teremos a apresentação de rol de testemunhas antes da segunda fase do júri (plenária) conforme dispõe o art. 422, do CPP.
ATENÇÃO! No caso de Mutatio libelli (nova definição jurídica do fato) realizado pelo MP por ocasião do termino da instrução probatória, em consequência de provas/elementos/circunstancias não contidas na acusação, após ouvir a defesa, havendo o deferimento do aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 testemunhas. 
III.III- DA PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL
No que tange a produção do da prova testemunhal, o art. 212 do CPP, dispõe que a ordem da oitiva da testemunha é a seguinte:
· qualificação da testemunha;
• 	contradita ou compromisso;
• 	perguntas da parte que arrolou a testemunha;
• 	perguntas da parte contrária;
• 	perguntas do magistrado.
ATENÇÃO! a contradita é o meio pelo qual se pode recusar a testemunha, devendo ser feita após a qualificação, sob pena de preclusão. Prevê o CPP:
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não lhe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
ATENÇÃO! o Processo Penal Brasileiro adota o sistema de INQUIRIÇÃO DIRETA (direct examination e cross examination) das testemunhas, pelo qual as perguntas são feitas diretamente as testemunhas, tanto as perguntas feitas para a testemunha arrolada pela parte, quanto as feitas para as testemunhas arroladas pela a outra parte.
ATENÇÃO! O juiz pode indeferir perguntas que induzam a resposta, que não tem relação com a causa ou que já tenham sido formulados, além de poder complementar a inquirição em relação aos pontos não esclarecidos. O STJ tem precedente no sentido de que a inquirição das testemunhas, pelo juiz, antes das partes, é causa de nulidade relativa. Inicialmente, o STJ tinha entendimento de que se tratava de nulidade absoluta, mas agora esse entendimento foi alterado:
7. Conforme a orientação deste Superior Tribunal de Justiça, a inquirição das testemunhas pelo Juiz antes que seja oportunizada a formulação das perguntas às partes, com a inversão da ordem prevista no art. 212 do Código de Processo Penal, constitui nulidade relativa. Assim, sem a demonstração do prejuízo, nos termos exigidos pelo art. 563 do mesmo Codex, não é possível reconhecer a nulidade do ato (STJ, HC 515068/SP, 5T, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 30.08.19).
III.V- DA QUANTIDADE DE TESTEMUNHAS
A quantidade de testemunhas a serem arroladas pelas partes pode variar de acordo com o rito processual que trâmita o fato criminoso. Para melhor compreensão, vejamos o mapa mental a seguir:
 
Decisão judicial a ofício ou requerimento das partes
intimação das partes, com 10 dias de antecedência do ato
antes do interrogatório, o preso pode acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, todos os atos da audiência de instrução e julgamento
antes do interrogatório, direito de entrevista prévia e reservada com seu defensor
interrogatório por videoconferência.
ETAPAS DO INTERROGATÓRIO 
1ª etapa: perguntas relativas a pessoa do acusado (qualificação)
Art. 187, §1º, DO CPP
na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.
2º etapa. o interrogando será perguntado se é verdadeira a acusação (Interrogatório de Mérito)
Caso não seja, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela; onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta, se conhece as provas já apuradas, as vítimas e testemunhas já inquiridas e se tem o que alegar contra elas, se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido. Será ainda perguntado sobre todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração e se tem algo mais a alegar a sua defesa.
Em seguida, deve o juiz perguntar das partes (primeiro a acusação depois a defesa) se restou algum fato a ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes, desde que sejam pertinentes ou relevantes.
CARACTERÍSTICAS DO INTERROGATÓRIO
ato personalíssimo
somente poderá ser exercido pessoalmente, pelo acusado. Caso o acusado seja pessoa jurídica,será interrogado o seu representante legal
ato contraditório
as partes têm direito a requerer esclarecimentos que entenderem necessários e pertinentes, após os questionamentos do juiz
ato assistido tecnicamente
ato oral
ao individual
ato bifásico
judicialidade
espontaneidade
direito do réu presença da defesa técnica no ato do interrogatório
o interrogatório, de regra, deve ser realizado oralmente, havendo ressalvas com relação a condições pessoais do acusado
no caso de coautoria ou participação, cada acusado será interrogado individualmente
é dividido em interrogatório de qualificação e de mérito
é feito perante o juiz natural
decorre da oralidade e de ser um ato personalíssimo.
Classificações da Confissão
Quanto ao Conteúdo
SIMPLES: quando o acusado reconhece, pura e simplesmente, a prática do crime, não apresentando qualquer fato que lhe beneficie
COMPLEXA: O réu reconhece a prática de diversos atos delituoso
Quanto ao momento
CONFISSÃO EXTRAJUDICIAL: É aquela feita fora do curso do processo judicial, podendo, por exemplo, ter sido realizada perante autoridade Policial. Se for feita fora do processo deve ser tomada por termo (art.199, CPP).
CONFISSÃO QUALIFICADA: O réu reconhece a prática do ilícito, mas o faz invocando causa excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Exemplo: réu confessa homicídio, mas alega legítima defesa. 
CONFISSÃO JUDICIAL: É aquela feita em juízo. Geralmente ocorre durante o interrogatório, mas pode se dar em outro momento processual.
QUANTO À NATUREZA
CONFISSÃO REAL/EXPRESSA: É a confissão realizada espontaneamente pelo réu, seja oral ou escrita.
CONFISSÃO FICTA/IMPLÍCITA: Não é admitida em nosso ordenamento jurídico. É a confissão que decorre de presunção ou desdobramento jurídico. Seria o caso, por exemplo, da confissão que decorre do silêncio do réu.
CARACTERÍSTICAS DA CONFISSÃO
ATO PERSONALÍSSIMO: somente o acusado pode confessar a prática do crime, não se admitindo
a confissão, por exemplo, por procurador com poderes especiais ou pelo advogado;
ATO LIVRE: a confissão deve ser livre, ter presente a vontade do réu para a sua realização
DIVISIBILIDADE: a confissão pode ser aceita em parte ou no todo, não sendo necessário que ocorra nos integrais termos da acusação, assim como o juiz pode aceitar apenas parte da confissão, mesmo que feita integralmente;
RETRATABILIDADE: o art. 200 do CPP menciona a divisibilidade e retratabilidade da confissão. Com relação a essa segunda característica, significa que a confissão pode ser alterada pelo réu, tanto integralmente como parcialmente. O magistrado não se vincula,por outro lado, a essa nova versão.
EXAME DE CORPO DE DELITO
art. 159, § 3o  do CPP: Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. 
REGRA: 1 perito oficial (concursado) que não presta compromisso
Art. 159,§ 7º, do CPP: Caso se trate de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. ex: Papiloscópista, médico legista, engenheiro, técnico em segurança do trabalho, etc..
EXCEÇÃO: 2 peritos não oficiais que prestam compromisso.
ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA
RECONHECIMENTO: ato em que se identifica, distingue, um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial;
ISOLAMENTO: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
FIXAÇÃO: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
COLETA: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza;
ACONDICIONAMENTO: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
TRANSPORTE: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse;
RECEBIMENTO: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
PROCESSAMENTO: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
ARMAZENAMENTO: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente;
DESCARTE: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.
CARACTERÍSTICAS DA PROVA TESTEMUNHAL
JUDICIALIDADE: a testemunha é a pessoa ouvida em juízo sobre os fatos criminosos. Ainda que ouvida fora do juízo, deve a testemunha ser ouvida em juízo, sob o crivo do contraditório e ampla defesa, em observância ao disposto no art. 155 do CPP;
ORALIDADE: o depoimento deve ser prestado de forma oral, não podendo a testemunha trazer o depoimento por escrito, embora possa fazer consulta a breves apontamentos, como previsto no art. 204 do CPP. Há algumas exceções, pois o art. 221, § 1º do CPP prevê que algumas autoridades podem optar por prestarem depoimento por escrito (§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas por ofício). Além disso, o depoimento do mudo e do surdo-mudo também poderá ser respondido por escrito;
OBJETIVIDADE: a testemunha depõe sobre fatos e não sobre apreciações pessoais, devendo se abster de fazer juízos de valor, salvo se forem inseparáveis da narrativa do fato, como previsto no art. 213 do CPP;
RETROSPECTIVIDADE: a testemunha depõe sobre fatos passados, que já ocorreram;
INDIVIDUALIDADE: as testemunhas devem ser inquiridas separadamente, como previsto no art. 210, caput, do CPP. No parágrafo único do mesmo dispositivo, o CPP prevê que antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas.
I.P/ T.C
DENÚNCIA/ QUEIXA CRIME 
ROL DE TESTEMUNHAS 
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA/ QUEIXA
CITAÇÃO DO RÉU
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
ROL DE TESTEMUNHAS
NO MÁXIMO 8
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
(O, T, T, P, A, R, I)
ALEGAÇÕES FINAIS 
SENTENÇA
(ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA; DESCLASSIFICAÇÃO; IMPRONÚNCIA; PRONÚNCIA) 
PLENÁRIO (2 fase) 7 jurados
AS PROVAS QUE PRETENDEM PRODUZIR NO JÚRI. Art. 422, do CPP. fotografias, ROL testemunhas, documentos
Quantidade de Testemunhas
RITO ORDINÁRIO
(art. 394 a 405, do CPP) 
aplicável para os crimes com penas = ou + 4
8 TESTEMUNHAS 
MACETE: Lembrar "O", de Ordinário é o mesmo "O" de Oito Testemunhas 
RITO SUMÁRIO
(art. 531 a 536, CPP)
aplicável para delitos com penas máximas - 4 anos 
5 TESTEMUNHAS
MACETE: Lembra que "S" Sumárioparece com o número 5
RITO SUMARÍSSIMO
(art. 77 a 81, da lei 9.099/95- JECRIM)
aplicável para os crimes de menor (- 2 anos)
3 TESTEMUNHAS 
MACETE: Lembra que a palavra SumaríSSimo possui 3 "S"
PROCEDIMENTO ESPECIAL DO TRIBUNAL DO JÚRI
(art. 406- 421, do CPP)
8 TESTEMUNHAS NA PRIMEIRA FASE (PRONÚNCIA)
5 TESTEMUNHAS NA SEGUNDA FASE ( por reu e por crime- art. 422)
MACETE: A previsão do Tribunal do Júri na CF encontra-se no art. 5, o que nos faz lembrar que na segunda fase do júri temos 5 testemunhas.
REQUISITOS PARA O INTERROGATÓRIO POR VÍDEO CONFERÊNCIA 
requisitos formais
• excepcionalidade;
• fundamentação;
• necessidade.
requisitos substanciais
I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública.

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