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NÚCLEO JUDICIÁRIO DA
Mulher
O QUE FAZER EM CASO DE RELATOS DE 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Você sabia que a Lei Maria da Penha não protege as mulheres só contra 
agressão física e feminicídio? Essa Lei também resguarda a mulher de ou-
tras formas de violência ocorridas no ambiente doméstico, afetivo e familiar:
VIOLÊNCIA FÍSICA
Socos, chutes, empurrões, puxões de cabelo, etc.
VIOLÊNCIA MORAL
Acusações infundadas, ofensas à reputação, difamações, 
calúnias, etc.
VIOLÊNCIA PSICÓLOGICA
Xingamentos, ameaças, humilhações, controle, etc.
VIOLÊNCIA SEXUAL 
Forçar a ter relações sexuais, impor a gravidez ou o aborto, 
ou qualquer coisa que não respeite a vontade ou o corpo 
da mulher.
VIOLÊNCIA PATRIMONIAL
Esconder documentos, quebrar o celular, pegar alguma 
coisa sua – mesmo que ele tenha dado –, destruir objetos 
pessoais – como maquiagens, roupas, etc.
Atenção: Ao contrário da violência contra crianças e ado-
lescentes, quando a vítima é adulta a notificação não é obri-
gatória1. Ouça com atenção, acolha com empatia e oriente o 
que ela pode fazer.
1 Os serviços de saúde devem notificar, compulsoriamente, os casos em que houver indícios ou confirmação de violência 
contra a mulher (Lei N. 13.931/2019).
ACOLHENDO MULHERES QUE SOFRERAM 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:
 Procure um lugar apropriado para conversar. Evite conversar nos 
corredores ou durante reuniões - procure um lugar com privacidade;
 Reserve tempo para a conversa. Dê oportunidade para a mulher 
explicar a situação do jeito dela, com as próprias palavras;
 Não interrompa, mas escute ativamente. Pergunte quando não en-
tender e demonstre o seu interesse;
 Ouça com empatia, sem julgar, nem dar soluções fáceis. Não exis-
tem soluções fáceis – se houvesse, ela já teria encontrado sozinha; 
 Acredite no potencial dela. Mulheres que sofrem violência durante 
anos podem ter sua autoestima enfraquecida como resultado da 
própria dinâmica violenta. Fortaleça sua autonomia, reconheça as 
suas potencialidades e valorize suas ideias;
 Ao contrário de situações de violência com crianças e adoles-
centes, a escola não tem obrigação de registrar denúncia em 
órgãos especializados quando a vítima é adulta. Se a mulher 
relatar violências sofridas, escute, acolha, oriente-a a denun-
ciar (veja abaixo), mas respeite sua autonomia; 
 Embora a notificação criminal, pelas escolas, não seja obrigatória, caso 
você avalie importante você pode registrar boletim de ocorrência na Delega-
cia ou registrar denuncia pelo telefone 180. A denúncia pode ser anônima;
 Não imponha a sua solução para a mulher. Confie nela para saber 
o que é melhor para si mesma – mesmo que a solução dela seja 
diferente do que você faria;
 Evite fazer a pessoa se sentir culpada. As mulheres já são frequentemente 
responsabilizadas pelas atitudes e violências dos homens. A culpa nunca 
é da vítima, e não é obrigação dela transformar um homem violento;
 Demonstre apoio pela decisão de se separar, se for o caso. Nunca 
sugira a reconciliação nestes casos. Lembre-se que as mulheres já 
são cobradas pela manutenção do lar, da família e do bem estar de 
todos ao seu redor. Romper uma relação violenta é difícil, pois en-
volve uma complexa teia de fatores sociais, emocionais e culturais;
 Por outro lado, lembre-se que a separação é uma decisão intima e 
pessoal dela. Às vezes, tudo o que a mulher quer é interromper a 
violência, mas manter a relação – e esse é um direito que ela tem. 
Toda mulher tem direito a ter uma vida sem violência. A separação 
pode ser parte da solução ou não;
 Lembre-se que a própria separação é um momento de risco de no-
vas violências, ou de agravamento das agressões e ameaças que 
já vinham acontecendo. Muitas vezes a separação não é suficiente 
para interromper a violência;
 Procure se informar sobre violência doméstica contra as mulheres. 
Violências em contexto familiar têm especificidades e obstáculos pró-
prios para sua superação. Leia sobre o assunto, converse com outras 
pessoas e, se possível, procure cursos e webinários sobre Gênero;
“MAS EU NÃO QUERO QUE ELE SEJA PRESO!”
 Às vezes a mulher não quer procurar a polícia porque não quer que 
o homem seja processado, preso. Pode ser que ela tenha medo (por 
causa das violências que sofreu) ou pode ser que ela se preocupe com 
ele (justamente por causa da relação entre os dois). De qualquer modo, 
explique a ela que procurar ajuda da Polícia e da Justiça não significa 
que a pessoa vai ser presa – mas vai criar uma oportunidade para ter 
outras pessoas que podem ajudar, interrompendo as violências e evi-
tando que a situação fique mais grave. 
 A mulher vítima de violência doméstica pode pedir medidas protetivas 
(de afastamento, contato, etc.) mesmo que não queira que o homem 
seja processado criminalmente. Neste caso, ela pode procurar a Pro-
motoria de Justiça mais próxima e relatar a situação.
 Caso a mulher queira apenas se separar (mas não queira registrar 
BO), oriente a procurar a Vara de Família.
TELEFONES/LINKS ÚTEIS
Polícia Militar do Distrito Federal - PMDF | 190
Ligar em caso de emergência, crime em flagrante (inclusive descumprimento das Medidas Pro-
tetivas). Caso se trate de uma situação que necessite de socorro ou algum tipo de intervenção 
imediata, viaturas serão enviadas para o local.
Central de Atendimento à Mulher | 180
É um serviço 24h que recebe denúncias (inclusive anônimas) de violencia contra a mulher, 
encaminhando os relatos para os Órgãos e Serviços necessários. Além disso, a Central também 
pode orientar mulheres a respeito de seus direitos e legislação vigente sobre o tema e a rede de 
atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.
Delegacia Eletrônica - PCDF 
https://www.pcdf.df.gov.br/servicos/delegacia-eletronica/violencia-domestica-contra-mulher 
Para registrar online ocorrências policiais em caso de violencia doméstica contra a mulher. O registro só 
é possível quando: não se trata de situação em flagrante (ou de risco imediato para a vítima, quando ela 
precisa de atendimento imediato); o autor tem mais de 18 anos; e a comunicante/vítima morarem no DF.
Núcleo de Gênero - MPDFT | 3343 9998 e 99545 5479 | pro-mulher@mpdft.mp.br 
Órgão do Ministério Público que recebe representações, notícias de crime e quaisquer outros 
expedientes relativos à violência contra a mulher, por escrito ou oralmente, reduzindo a termo, 
se for o caso, e dando-lhe o encaminhamento devido.
Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher - DPDF | 3226-0458 / 99359-0032 
najmulher@defensoria.df.gov.br
Acolhe as mulheres que estão em situação de violência doméstica, auxiliando-as tanto no proces-
so penal como também nas áreas de família e cível, além de oferecer atendimento humanizado 
e acolhimento psicológico.
Centro Especializado de Atendimento à Mulher - CEAM 
102 Sul - 3223-7264 | Ceilândia - 3373–6668 | Planaltina 3389-8189 / 99202-6376
Serviço de atendimento à mulher vítima de violência que oferece atendimento na área psicos-
social e jurídica.
Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica -NAFAVDs 
http://www.mulher.df.gov.br/nafavds/ 
Oferecem acompanhamento psicossocial às pessoas envolvidas em situação de violência doméstica e 
familiar contra as mulheres, tanto às mulheres vítimas quanto aos (às) autores (as) dessas violências.
Pró-Vítima | Sede: 2104-4289 | Paranoá: 3369-0816 | Taguatinga: 3451-2528 | Ceilândia: 
2104-1480 | Guará: 99276-3453
Programa de atendimento de psicologia e de assistência social voltado a vítimas de violência 
doméstica, intrafamiliar, psicológica, física, sexual e institucional, e seus familiares.
Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS | 156, opção 1
Os CREAS oferecem serviços, especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação 
de ameaça ou violação de direitos. Compreende atenções e orientações direcionadas à promo-
ção de direitos, à preservação e ao fortalecimento de vínculos familiares,comunitários e sociais 
e ao fortalecimento da função de proteção das famílias.
Centro de Especialidades para a Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar 
e Doméstica - CEPAVs | Diversos
Serviço de Saúde do GDF, presente em 18 unidades em todo o DF. Oferece acolhimento e atendi-
mento multiprofissional individual às pessoas em situação de Violência Interpessoal e suas famílias.
 Entenda que reconciliações e retratações podem fazer parte do pro-
cesso. Pode ser frustrante, mas lembre-se que uma mulher em situa-
ção de violência enfrenta vários obstáculos para superar esta vivên-
cia. Ajude-a a identificá-los e seja um/a aliado/a nesta superação;
 Superar um relacionamento é difícil. Caso avalie que a mulher preci-
sa de ajuda psicossocial, encaminhe-a para órgãos especializados, 
como o CREAS, o CEAM, o Pró-Vítima e o NAFAVD [listar]. O GDF 
também oferece atendimento para vítimas de violência por meio 
dos Núcleos de Prevenção e Assistência a Violência (ver abaixo).
 Por fim, lembre-se que ninguém consegue dar conta de tudo 
sozinho/a. Não assuma este fardo, ninguém consegue combater 
violência de gênero sem ajuda. Procure outros atores e órgãos da 
rede. Junto(a)s somos mais fortes!
E AS MEDIDAS PROTETIVAS?
 As medidas protetivas de urgência são uma importante ferramenta pre-
vistas da Lei Maria da Penha que visam proteger mulheres em situação 
de violência doméstica, afetiva e familiar. Podem ser solicitadas pelas 
mulheres no momento do registro da ocorrência na Delegacia de Polícia 
e depois são avaliadas pelos juizados especializados. São, portanto, 
Decisões Judiciais, e podem resultar na prisão de um homem que des-
cumpra as obrigações ou proibições impostas;
 Valorize as medidas protetivas. Elas são capazes de salvar vidas. A 
maioria das vítimas de feminicídio nunca havia registrado uma ocor-
rência por violência doméstica antes, e 79,4% dessas mulheres não 
tinham medidas protetivas no momento de suas mortes;
 A maioria das medidas protetivas protege apenas a mulher, mas 
elas podem ser estendidas para outras pessoas da família, incluin-
do os filhos do ex-casal. Caso haja a informação de uma medida 
protetiva em vigor, proibindo aproximação do pai de um/a estudan-
te de sua escola, informe a diretoria e certifique-se de que a equipe 
(segurança, portaria, coordenação) saiba da situação. Nestes ca-
sos, a Justiça decidiu que há risco para a criança. Não permita que 
o pai leve a criança caso ele tenha proibição judicial de contato com 
ela. Em caso de descumprimento, avise a Polícia Militar.
COMO PROCURAR AJUDA DA POLÍCIA E DA 
JUSTIÇA EM CASO DE VIOLÊNCIA?
 Pela internet: https://delegaciaeletronica.pcdf.df.gov.br/ (em casos 
graves, pode ser necessário procurar a delegacia);
 Procurando a delegacia mais próxima da sua casa (em qualquer 
horário) e registrando um boletim de ocorrência policial.
 Procurando a Promotoria de Justiça (no horário de funcionamento do Fó-
rum, entre 12h e 19h) e fazendo uma declaração para um servidor;
 Ligando para o Disque 180 e registrando uma denúncia (pode ser anônima);
 Lembre-se: Qualquer pessoa pode registrar uma ocorrência ou fazer 
uma denúncia pelo 180, inclusive você! Caso a mulher ainda não te-
nha registrado ocorrência policial e você avalie que isso é necessário, 
procure qualquer um desses canais listados acima.
http://www.mulher.df.gov.br/nafavds/

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