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Prof. Flávio Vasconcelos Introdução à Microbiologia Definição Área de estudo Importância da microbiologia TÓPICOS A SEREM ABORDADOS Introdução Microbiologia: Mikros (= pequeno) + Bio (= vida) + logos (= ciência) Ciência que estuda os seres vivos microscópicos nos seus mais variados aspectos como morfologia, estrutura, fisiologia, reprodução, genética, taxonomia e também a interação com outros seres e o meio ambiente. Introdução Estudo de organismos: Bactérias (bacteriologia) Vírus (virologia) Fungos (micologia) Introdução Microorganismos: Manutenção do equilíbrio entre os organismos vivos Ex: Auxiliam a digestão no intestino. Minoria de microorganismos é patogênica Importância na Biologia. Doenças Bem estar X Introdução Doença microbiana A maioria dos microorganismos não provoca uma única e bem definida doença Ex: Treponema pallidum: sífilis / Poliovírus: poliomielite Staphylococcus aureus: endocardite, pneumonia, infecções em ferimentos e infecção alimentar Meningite: vírus, bactérias e fungos Introdução Poucos microorganismos considerados sempre patogênicos Ex: vírus da raiva, Bacillus anthracis Doença apenas em determinadas circunstâncias Infecções exógenas Infecções endógenas X Introdução Interação: Complexa Colonização transitória Relação simbiótica de longo prazo Doença Microorganismo Hospedeiro humano X Introdução Dependem: virulência, local de exposição e sistema imune do hospedeiro Manifestações: sintomas ruins falência do órgão e morte Histórico da Microbiologia Histórico Ancestrais das bactérias: - Primeiros seres vivos a aparecer na terra Estudos: - DNA de Mycobacterium tuberculosis em múmias egípcias de 3.000 anos de idade Doenças infecciosas: - Profundas mudanças no curso das civilizações Histórico Abatimento físico e moral da população e tropas, influenciando no desenrolar de um conflito Aglomeração de soldados, em ambientes onde as condições de higiene e de alimentação eram geralmente inadequadas colaboração na disseminação de doenças infecciosas, para as quais não existiam recursos terapêuticos Histórico Áreas urbanas em expansão: Rápido crescimento das cidades Instalações sanitárias precárias Idade média: tifo, varíola, sífilis, cólera e peste Europa e Ásia: grandes epidemias de peste – morte de milhões de pessoas em poucos anos Histórico 1665: Robert Hooke Microscópio rudimentar Fatias de cortiça Caixas = células “Teoria celular” Não haviam técnicas de coloração http://www.redes-cepalcala.org/olivaryescuela/divulgacion/3_Feria_Sevilla/Proyecto/RobertHooke.jpg http://askabiologist.asu.edu/research/buildingblocks/rhooke.html Histórico 1674: Antony van Leeuwenhoek Primeiro a observar microorganismos vivos através de lentes de aumento “Pai" da microbiologia Royal Society of London Animalículos Água de chuva, material dos dentes Representações de bactérias e protozoários http://www.redes-cepalcala.org/olivaryescuela/divulgacion/3_Feria_Sevilla/Proyecto/leeuwenhoek.jpg Histórico Réplica do microscópio construído por Leeuwenhoek e de suas ilustrações, descrevendo os "animalículos" observados. Histórico Micróbios: Interesse da comunidade científica da época Até metade do século 19: Cientistas e filósofos acreditavam que a matéria viva poderia surgir espontaneamente da matéria morta Geração espontânea Histórico 1798: Edward Jenner Lesões nas tetas das vacas semelhantes à varíola Ordenhadeiras: versão mais suave da varíola Inoculação com vírus a partir de lesões de ordenhadeiras em um garoto Exposição do garoto ao vírus da varíola Imunidade contra a varíola http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Edward_Jenner.jpg Histórico 1880: Louis Pasteur Descoberta de como funcionava a vacinação Bactéria que causava cólera em aves domésticas perdia a virulência após ser mantida por longos períodos no laboratório capazes de induzir imunidade Vacina anti-rábica Instituto Pasteur Histórico 1840: Friedrich Henle “Teoria do germe da doença” Conceito de difícil aceitação à época Doença: punição Inconcebível que micróbios “invisíveis” viajassem pelo ar ou permanecessem em roupas e camas para infectar pessoas e animais Histórico Século XIX: mulheres morriam após o parto após contraírem febre puerperal 1840: Ignaz Semmelweis Mãos médicos: febre puerperal às pacientes Lavagem das mãos Histórico 1876: Robert Koch 1ª prova de que bactérias causam doença Antraz: Bacillus anthracis Cultivo da bactéria em meio nutriente Inoculação em animais sadios que ficaram doentes e morreram Relação: Histórico Doenças Microorganismos x Pesquisas: substâncias que destruíssem os microorganismos patogênicos sem prejudicar seres humanos afetados “bala mágica” Histórico 1928: Alexander Fleming Observação de placas de culturas contaminadas Penicillium notatum Dificuldade na produção em larga escala da penicilina Histórico 1857 a 1914: “idade de ouro” da microbiologia Rápidos avanços liderados por Koch e Pasteur Descobertas: Agentes de diversas doenças Papel da imunidade na prevenção e cura de doenças Microbiologistas: Estudo da atividade química dos microorganismos Vacinas Técnicas cirúrgicas CÉLULAS PROCARIÓTICAS Staphylococcus aureus Morfologia macroscópica Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa Tamanho: diâmetro em milímetros Cor: branca, amarela, negra, marrom , alaranjada, etc. Superfície: brilhante, opaca, etc Densidade: opaca, translúcida, transparente Consistência: viscosa, membranosa, quebradiça Morfologia macroscópica Morfologia microscópica • Cocos: formas esféricas • Bacilos: forma de bastão Cocobacilos • Vibriões: forma de vírgula • Espirilos: rígidos • Espiroquetas: flexíveis Morfologia microscópica Morfologia: tamanho, forma e arranjo Morfologia microscópica Neisseria Staphylococcus Streptococcus Cocos agrupados em cadeias Cocos agrupados em cachos Cocos aos pares = diplococos Morfologia microscópica Bacilos Gram negativos Espiroquetas Bacilos Gram positivos Estrutura bacteriana Estrutura bacteriana Estruturas externas à parede celular: - Cápsula ou glicocálice - Flagelos - Fímbrias - Pili Parede celular Estrutura bacteriana Estruturas internas à parede celular: - Membrana citoplasmática - Citoplasma - Ribossomos - Núcleo - Endosporos Cápsula • Camada viscosa • Proteção da bactéria contra condições externas desfavoráveis • Amostras capsuladas mais virulentas que não capsuladas • Ex: S. pneumoniae • Aderência • Matriz polissacarídica • Biofilmes Ex: Placa dentária; cateteres; próteses • resistência microbiana à biocidas Cápsula Biofilme Estruturas: - Corpo basal - Gancho - Um longo filamento de FLAGELINA • Organelas de locomoção • Flagelina • Energia: degradação de ligações energéticas de fosfato (ATP) Flagelos • Monotríquias: 1 flagelo em uma das extremidades • Lofotríquias : tufo de flagelos em uma ou ambas extremidades • Anfitríquias: 1 flagelo em cada extremidade • Peritríquias : cercadas de flagelos Flagelos Flagelos http://classic.stmarysschool.org/FETC_WEB/comm_organ/cole/websites/cellpages/blanton_smith/site images/Ecoli_flagella_em.jpg • Escherichia coli e Proteus • Infecção do trato urinário • Identificação por anticorpos dirigidos contra proteínasflagelares Ex: Salmonella Importância médica dos flagelos pili flagelos Pili ou fímbrias • Organelas mais curtas e delicadas que os flagelos • Pilina • Gram negativos • Troca de material genético na conjugação - Pili sexual Pili ou fímbrias Bactérias Gram-positivas Ácidos teicóicos e lipoteicóicos: - Sítios receptores de bacteriófagos - Adesinas ao epitélio do hospedeiro - São antígenos celulares – permitem a identificação sorológica Bactérias Gram-negativas Composta de: -Uma ou poucas camadas de peptoglicano - Espaço periplasmático - Uma membrana externa que contém LPS (lipopolissacarídeo) Parede celular Espaço periplasmático: • Enzimas hidrolíticas • Enzimas capazes de inativar drogas, tornando a célula resistente a elas • Proteínas transportadoras de solutos que participam do transporte de substância para o interior da célula Parede celular Comparação da parede celular Diferenças entre a parede das bactérias Gram positivas e Gram negativas: relevância para o estudo dos mecanismos de ação de quimioterápicos e antibióticos e mecanismos de patogenicidade Comparação da parede celular - Manutenção da forma celular; - Suportar a elevada pressão osmótica - Auxiliar na divisão celular Estrutura: Funções: - Gram- positivas: 45-50% de peptideoglicano - Gram-negativas: aprox. 5% de Mureina Exceções: Parede celular Micoplasmas Proteínas (60%) imersas numa bicamada fosfo-lipídica (40%) Membrana citoplasmática • Separação entre o citoplasma e o meio externo • Ausência de esteróis Funções da membrana citoplasmática Transporte de solutos • Barreira seletiva • Excreção de substâncias inúteis • Difusão facilitada: a favor do gradiente • Transporte ativo • 80% de água • Ácidos nucléicos • Carboidratos • Proteínas • Lipídeos • Íons orgânicos • Sítio de diversas reações químicas Citoplasma Nucleóide: DNA Cromossomal Material genético • Molécula circular única • Não apresenta membrana nuclear • Moléculas circulares de DNA extracromossômico • Autoreplicação • Bactérias Gram negativas • Conferem vantagens seletivas Ex: resistência à antibióticos, fatores de virulência, toxinas Material genético Plasmídios Procariotos Eucariotos Ribossomos Esporos bacterianos • Estrutura desidratada e de múltiplos envoltórios que protege a bactéria em condições adversas • Meio carente de água ou nutrientes essenciais: Estado vegetativo estado de dormência ou esporo Ex: Bacillus , Clostridium tetani, C. perfringens, C. botulinum Esporos bacterianos Esporogênese: • Formação do esporo • Cópia completa do cromossomo • Proteínas essenciais e ribossomos • Alta concentração de cálcio ligada ao ácido dipicolínico • Estrutura do esporo protege o DNA genômico do calor intenso, da radiação e de agentes químicos • Podem viver no ambiente por séculos • Localização do esporo: auxiliar na identificação Esporos bacterianos Grânulos citoplasmáticos • Reserva nutritiva • Polímeros de glicose, fosfato inorgânico e lipídeos • Visualizados com colorações especiais e microscopia óptica comum • Replicação do cromossomo bacteriano • Crescimento e extensão dos componentes da parede celular • Produção de septo • Divisão em 2 células • Tempo de geração: 20 min. Divisão celular FUNGOS Instituto de Estudos e Pesquisas Vale do Acaraú Disciplina de Microbiologia FUNGOS Importância Diversas infecções hospitalares; Desenvolvimento de patologias vegetais; Decomposição da matéria orgânicas Simbiose Produção de bebidas e alimentos Produção de medicamentos Micologia: área da biologia que estuda os fungos. CARACTERISTICAS GERAIS São organismos: Eucariontes; Unicelular ou multicelular; Macroscópico ou microscópico; Quimio-heterotrófico; quanto a reprodução Brotamento Fraguimentação Esporos FUNGOS FUNGOS Quanto a sua estrutura Filamentosos FUNGOS Quanto a sua estrutura Filamentosos, são constituídos por hifas. FUNGOS Quanto a sua estrutura Filamentosos, são constituídos por hifas. Hifas septadas Hifas aseptadas ou cenocíticas FUNGOS Quanto a sua estrutura Filamentosos, são constituídos por hifas. Hifa vegetativa porção responsável pela obtenção dos alimentos. Hifa reprodutiva porção responsável pela produção de esporos. FUNGOS Quanto a sua estrutura Leveduras são unicelulares; não filamentoso, células ovais ou esféricas FUNGOS Leveduras Reprodução: Brotamento, a medida que o broto se desenvolve, o núcleo da célula parental se desenvolve. FUNGOS Leveduras Reprodução: pseudo-hifa, quando não ocorre o desligamento do broto. FUNGOS Existem casos que os Fungos podem apresentar mais de uma forma de desenvolvimento, fungos dimórficos Filamentosa Levedura FUNGOS FUNGOS Ciclo de vida Filamentosos Fraguimentação Esporulação Esporos Assexuais Sexuais FUNGOS Ciclo de vida Esporos assexuais Conodiósporo Antrosporo Clamidósporo Esporangiósporo FUNGOS Ciclo de vida Esporos assexuais Conodiósporo. São uni ou multicelular, não fechado em uma bolsa e sem cadeia Antrosporo. Fraguimentação das hifas septadas em uma célula única. Clamidósporo. Com parede espessa, formado pelo arredondamento das hifas. FUNGOS Ciclo de vida Esporos assexuais Esporangisoporo Estão presentes em uma bolsa, na extremidade das hifas. FUNGOS Ciclo de vida FUNGOS Ciclo de vida Esporos sexuais Resultam da junção de linhagem diferentes de hifas. Etapas: 1° Plasmogamia 2° Cariogamia 3° Meiose FUNGOS Adaptações nutricionais Crescem em PH 5,0; Quase todos os fungos são aeróbios; já as leveduras a maioria são anaeróbias Podem se desenvolver sobre substancias com pouca umidade. São capazes de metabolizar lignina; Necessitam de baixas concentração de nitrogênio. FUNGOS Filo: Zigomicota Zigomicetos ou fungos de conjugação São fungos Filamentosos Ex: Rhizopus esporo assexual = esporangiosporos esporo sexual = zigosporo Necessitam de baixas concentração de nitrogênio. FUNGOS Filo: Ascomicota Ascomicetos ou fungos de saco São fungos Filamentosos e algumas leveduras As hifas, septadas esporo assexual = conidiósporos = Conidióforo esporo sexual = ascósporos = asco Necessitam de baixas concentração de nitrogênio. FUNGOS Filo: Ascomicota FUNGOS Filo: Basidiomicota Basidiomicetos São fungos Filamentosos As hifas, septadas esporo sexual = basidiósporos = basídio Produzem cogumelos FUNGOS Filo: Basidiomicota Equipamentos médicos precisam ser aquecidos à 121ºC por 15’ para serem esterilizados Somente soluções esporocidas são capazes de inativaros esporos Feridas contaminadas com solo podem estar infectadas com esporos e causar tétano e gangrena Antibióticos são ineficientes contra esporos Implicações clínicas dos esporos VÍRUS Por existirem muitas divergências sobre se os vírus se enquadram ou não entre os seres vivos, estes "organismos" não estão inseridos em nenhum dos grandes reinos dos seres vivos, daí a necessidade de serem estudados à parte. Vírus PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS: Não possui estruturas celulares (membrana plasmática, citoplasma, etc.). São formado basicamente por uma cápsula protéica denominada capsômero que contém em seu interior um só tipo de ácido nucléico: DNA ou RNA, nunca ambos. Alguns vírus mais complexos podem apresentar também lipídios presos à cápsula. É tão pequeno que podem penetrar no interior das células das menores bactérias que se conhecem, portanto são visíveis somente ao M.E. Só apresentam propriedades de vida quando estão no interior de células vivas. Por isso são considerados parasitas celulares obrigatórios. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS: • são parasitas intracelulares obrigatórios • multiplicam dentro de células vivas usando a maquinaria de síntese das células Propriedades de um vírus Estado extracelular: vírus: partícula diminuta ácido nucléico envolto por proteínas forma típica: partícula viral ou virion metabolicamente inerte: não realiza funções de respiração ou biossíntese vírion: estrutura que transporta o genoma viral da célula em que foi produzido para outras células onde o ácido nucléico poderá ser introduzido Propriedades de um vírus Estado intracelular: replicação viral: • produção de cópias do genoma viral • síntese dos componentes que formam o envoltório viral • dependência dos componentes estruturais e metabólicos da célula hospedeira Infecção Quando um genoma viral é introduzido em uma célula hospedeira o vírus redireciona a maquinaria preexistente e as funções metabólicas da célula hospedeira favorecimento da replicação viral e montagem de novos vírus diferentes células hospedeiras Estrutura Viral Um virion é uma partícula viral completa Um cerne de ácido nucléico envolvido por uma capa protéica - capsídeo Ácido nucléico DNA ou RNA fita simples fita dupla Capsídeo Grupamento de proteínas virais (protômeros) com característica simétrica icosaédrica helicoidal Morfologia geral Microscopia eletrônica - Cristalografia de raios X Vírus Helicoidais Vírus Poliédricos Vírus Envelopados Vírus Complexos Vírus helicoidais Microfotografia do Vírus Ebola Capsídeo com capsômeros arranjados em torno do ácido nucléico na forma de uma hélice Vírus poliédricos Diagrama de um Vírus poliédrico (icosaédrico) não- envelopado Capsídeo cuja estrutura básica é um icosaedro – superfície constituída de 20 faces triangulares e 12 vértices Vírus envelopados Vírus helicoidais envelopados; Vírus poliédricos envelopados Vírus da gripe - Influenza Vírus do herpes - Simplexvirus O capsídeo é envolvido por um envelope lipoprotéico com espículas Vírus complexos Genomas virais DNA ou RNA : fita simples (fs) fita dupla (fd) dupla fita parcial DNA e RNA : em diferentes estágios do ciclo de vida Ex.: retrovírus – vírion contém genoma de RNA - replicação: intermediário de DNA vírus da hepatite B - vírion contém genoma de DNA - replicação: intermediário de DNA Vírion: apenas 1 ácido nucléico (para qualquer tipo de vírus)
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