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Seleção de Materiais -Processos, Materiais Compósitoa e Meio Ambiente

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No cotidiano profissional ligado à engenharia de materiais, ocorre, com frequência, a necessidade de adquirir um produto ou de ter que fabricar um produto, a partir de ligas metálicas. Dessa forma, é necessário atender a determinadas características mecânicas. Para isso, é importante compreender os processos envolvidos na fabricação da peça.
Classificação de Processos
Há diversos processos disponíveis para serem utilizados, sendo que a escolha fica a cargo da funcionalidade da peça, ou seja, de quais características ela deverá apresentar. Por exemplo, uma engrenagem com dentes pode ser criada a partir do processo de fundição em areia, ou fundição em molde permanente, ou conformação a frio, ou laminação a frio ou cortados com fresa (BUDYNAS, 2011).
Fundição em Areia
Esse processo consiste em moldes de areia onde é derramado o metal fundido. Esse molde de areia é confeccionado a partir de “um padrão” de metal ou madeira, como um protótipo do modelo da peça, que é utilizado para formar a cavidade na areia no formato da peça. Trata-se de um processo com baixo custo que permite moldes de diversos tamanhos (BUDYNAS, 2011).
Processos de Trabalho a quente
Todo o processo em que o metal é aquecido em alguma temperatura acima da de recristalização é considerado processo de trabalho a quente. Segundo Budynas (2011, p. 69), os processos de trabalho a quente são: laminação, forjamento, extrusão e prensagem.
A laminação a quente é comumente utilizada na fabricação de barras de aço, alumínio, ligas de cobre e magnésio, com formatos específicos de perfis, como semioval, redonda, hexagonal, em T, entre outras.
O forjamento é o processo em que é aplicada uma pressão no metal quente, por meio de ferramentas como martelo manual ou martelo pneumático. O forjamento é um processo que aumenta a resistência e a ductilidade do material.
A extrusão a quente consiste em pressionar o metal quente por uma matriz com orifícios no formato em que se deseja formar os perfis das hastes metálicas. É recomendada a extrusão para materiais com baixo ponto de fusão, por exemplo, alumínio, cobre, estanho e zinco.
Processos de Metalurgia do Pó
Consiste em utilizar materiais na forma de pó, que são pressionados em moldes e depois aquecidos (em temperaturas abaixo do ponto de fusão do principal ingrediente). Podem ser utilizados pós de um metal, de diferentes tipos de metais e até de misturas de metais e não metais. É um processo muito utilizado na reciclagem de metais. É considerado de baixo custo, contudo os moldes são caros.
Processos Térmicos do Aço
Os processos térmicos do aço modificam as propriedades de dureza, ductilidade e tenacidade. Os tratamentos térmicos do aço mais conhecidos e utilizados são: recozimento, têmpera, cementação e revenimento.
No recozimento, o metal é aquecido até superar a temperatura crítica para que o carbono das tensões residuais (provenientes de processos anteriores) se dissolva no material. O material é resfriado lentamente (geralmente deixado dentro do forno para esfriar).
Na têmpera, o material é resfriado rapidamente, de forma controlada, em água ou óleo. A água resfria mais rápido que o óleo, e isso pode gerar trincas no material.
Na cementação, o carvão puro é chamado de cemento, sendo adicionado no fundo de uma caixa metálica. Em seguida, são colocadas as peças que serão cementadas e, por último, tudo é coberto por mais carvão puro. A caixa é colocada no forno para aquecer. Nesse processo, há transferência de carbono para o material, deixando a camada externa mais dura.
Figura 4.1 - Exemplo de aço: faca com lâmina damasco (damascus steel)
Fonte: Tarmorlan / Wikimedia Commons.
No revenimento, o material é aquecido lentamente com o objetivo de reduzir as tensões residuais (como as que são geradas em corpos de prova). Depois disso, ele é deixado para esfriar lentamente ao ar.
Seleção Sistemática de Processos
É possível associar mais de um processo para formar um material, por exemplo, uma faca pode ser forjada e depois passar por uma têmpera. Por isso, para poder escolher qual processo será utilizado (ou quais processos), é preciso ter clara a estrutura que se deseja formar no material ou quais propriedades se deseja alterar nele. Um corpo de prova que foi submetido a ensaios mecânicos, certamente irá apresentar tensões residuais que poderão ser aliviadas por meio do revenimento. Quando após a fabricação de um material é constatado que sua camada externa precisa ser mais dura, a cementação pode ser aplicada.
Leia o trecho a seguir.
“A seleção efetiva de um material para determinada aplicação de projeto pode ser muito fácil, tomando-se como base, digamos, aplicações prévias (um aço 1020 sempre é um bom candidato em razão dos seus diversos atributos positivos) ou, pelo contrário, pode ser um processo complicado e de proporções enormes como acontece com qualquer problema de projeto envolvendo avaliação de muitos parâmetros físicos, de natureza econômica e de processamento dos materiais”.
BUDYNAS, R. G. Elementos de Máquinas de Shigley : Projeto de Engenharia Mecânica. Porto Alegre: AMGH, 2011. p. 82.
Considerando o processamento dos materiais, em qual processo é empregado o uso de martelos no metal quente?
Parte superior do formulário
a) Forjamento.
b) Revenimento.
c) Têmpera.
d) Metalurgia do pó.
e) Extrusão.
Parte inferior do formulário
Os compósitos são materiais obtidos artificialmente pela união de dois ou mais materiais diferentes, de forma que a nível macroscópico é possível distinguir a separação entre eles. Os materiais compósitos são constituídos de duas fases, denominadas matriz e fase dispersa (também chamada de reforço). O reforço é a fibra que será utilizada; já a matriz é o que liga o reforço.
Principais Tipos de Compósitos
Os compósitos são classificados em: reforçados com partículas, reforçados com fibras, estruturais e nano. Os compósitos reforçados com partículas são subdivididos em: compósito reforçado com partículas grandes, em que a resistência mecânica é melhorada em função do reforço das partículas; e compósito reforçado por dispersão, em que quanto menor as partículas dispersas, melhor a resistência. O concreto é um exemplo de compósito com partículas grandes.
Figura 4.2 - Classificação dos compósitos
Fonte: Adaptada de Callister e Rethwisch (2018, p. 583).
Nos compósitos reforçados com fibras, a eficácia da melhoria das características mecânicas depende do comprimento da fibra, pois há uma descontinuidade nas extremidades desta.
Fase Matriz e Fase Reforço
Os materiais de natureza uniforme (isotrópicos) como os metais, possuem propriedades mecânicas como resistência e rigidez, são independentes da orientação dentro do material. Já nos compósitos a orientação das fibras altera as propriedades mecânicas. Essa alteração ocorre em função da combinação dos materiais da fase matriz e da fase de reforço, a fase matriz é a base normalmente onde são inseridas as fibras que são o reforço. A fase matriz geralmente precisa de uma cura, seja secando ou esfriando. Essa separação entre os materiais terá um comportamento similar a orientação de fibras e é essa orientação que influencia nas propriedades mecânicas dos materiais.
Há estudos específicos sobre a relação fibra-matriz, que analisam a força de ligação (resistência da ligação fibra-matriz τc��), comprimento, diâmetro (d�) e resistência da fibra (resistência à tração da fibra σf��). O comprimento crítico da fibra (lc��), definido por: lc=σf ⋅ d2τc��=�� ⋅ �2��.
A forma com que a fase dispersa está orientada na matriz determina sua classificação: fibras particuladas, fibras descontínuas aleatórias, fibras contínuas alinhadas e fibras contínuas entrelaçadas.
Figura 4.3 - Orientação das fibras da fase na matriz
Fonte: Adaptada de Budynas (2011, p. 82).
Nas fibras descontínuas aleatórias há algumas limitações na eficiência do reforço, mas, no geral, elas se comportam como um material isotrópico.
Nos compósitos com fibras contínuas e alinhadas, o reforço e a resistência são superiores quando estão na direção do alinhamento das fibrasdo reforço e os valores são mínimos quando submetidos a tensões na direção transversal ao alinhamento do alinhamento das fibras do reforço. Em função disso, alguns possuem várias camadas de fibras de reforço posicionadas em mais de uma direção. O módulo de elasticidade do compósito na direção do alinhamento Ecl��� (algumas referências apresentam como direção longitudinal) é definida pela relação com o módulo de elasticidade da matriz (Em��) e da fibra (Ef��), bem como da fração volumétrica da matriz (Vm��) e da fibra (Vf��), conforme a seguinte relação: Ecl=EmVm+EfVf���=����+���� (BUDYNAS, 2011; CALLISTER; RETHWISCH, 2018).
Por exemplo, considere o seguinte problema: um compósito reforçado com fibras de vidro contínuas e alinhadas, no qual a porcentagem volumétrica de fibra de vidro é de 35% v. Sabendo que o módulo de elasticidade da fibra de vidro é de 69 GPa (1 x 106106 psi) e que foi adicionado uma resina poliéster que seca e endurecida apresenta módulo de elasticidade igual a 3,4 GPa ( 1 x 106106 psi), qual o módulo de elasticidade desse compósito na direção do alinhamento?
Solução : Primeiro, é necessário verificar se temos todos os valores necessários para resolver a equação Ecl=EmVm+EfVf���=����+����. Temos que Em, Ef��, �� e Vf��. Mas se a porcentagem volumétrica da fibra é 35%v, a porcentagem volumétrica da matriz é o complementar para 100%, ou seja Vm�� = 65%v (porque só tem dois materiais).
Agora, basta substituir os valores na equação Ecl=EmVm+EfVf���=����+����.
Logo: Ecl= (3,4 GPa (1 ×106))(0,65)+(69 GPa (1 ×106))(0,35) =26,36 GPa (1 ×106psi)���= (3,4 ��� (1 ×106))(0,65)+(69 ��� (1 ×106))(0,35) =26,36 ��� (1 ×106���)
Segundo Callister e Rethwisch (2018), alguns compósitos de fibras descontínuas e alinhadas podem ter resistência de até 90% dos seus análogos com fibras contínuas. Por isso, cada vez mais tem-se utilizado e desenvolvido materiais nessa categoria. A resistência longitudinal em tração (σcd���) de compósitos com fibras descontínuas alinhadas é: σcd=σ∗f ⋅Vf(1 − lc2l)+σ′m(1 − Vf)���=��∗ ⋅��(1 − ��2�)+��′(1 − ��), na qual σ∗f��∗ é a resistência a ruptura da fibra, l� é o comprimento médio da fibra, lc ��  é o comprimento crítico da fibra, σ′m��′ é a tensão na matriz quando o compósito falha  e Vf�� é a porcentagem volumétrica da fibra no compósito.
Nos compósitos com matriz polimérica, destacam-se o uso de fibra de vidro ou fibra de carbono ou fibras de aramida.
Os compósitos com matriz polimérica reforçados por fibras de vidro apresentam resistência elevada. Por isso, são utilizados na fabricação de cascos de barcos e carrocerias de automóveis.
Os compósitos com matriz polimérica reforçados por fibras de carbono apresentam alto módulo de tração e são muito utilizados em equipamentos esportivos, como vara de pescar.
Os compósitos com matriz polimérica reforçados por fibras de aramida apresentam características mecânicas muito úteis, como o kevlar que é mais resistente que o aço e muito leve; por isso, é utilizado nos coletes a prova de bala.
Além de compósitos com matriz polimérica, é possível encontrar (ou desenvolver) compósitos com matriz metálica ou cerâmica. Os compósitos com matriz metálica não são inflamáveis como os de matriz polimérica e apresentam maior resistência à degradação por fluídos orgânicos. Segundo Callister e Rethwisch (2018, p. 604): “já os compósitos de matriz cerâmica apresentam maior tenacidade à fratura em função do reforço das fibras, apresentando também uma maior vida útil”.
Vamos Praticar
Um compósito reforçado com fibras de carbono apresenta  porcentagem volumétrica da matriz de 70% v. Considerando que o módulo de elasticidade da fibra de carbono é de 190 GPa (1 x 106106 psi) e que a matriz é composta de uma resina de poliéster, que seca e endurecida apresenta módulo de elasticidade igual a 3,4 GPa ( 1 x 106106 psi), qual o módulo de elasticidade desse compósito na direção do alinhamento?
Solução : Primeiro, como a porcentagem volumétrica da matriz é de 70%v, então a porcentagem volumétrica da fibra de vidro só pode ser 30%v. Substituindo os valores na equação temos que Ecl=EmVm+EfVf���=����+����, ou seja:
Ecl= (3,4 GPa (1 ×106))(0,7)+(190 GPa (1 ×106))(0,3) =59,38 GPa (1 ×106psi)���= (3,4 ��� (1 ×106))(0,7)+(190 ��� (1 ×106))(0,3) =59,38 ��� (1 ×106���)
Parte superior do formulário
a) 32 GPa (1 ×106psi)32 ��� (1 ×106���)
b) 52 GPa 52 ��� 
c) 59,38 GPa (1 ×106psi)59,38 ��� (1 ×106���)
d) 134,02 GPa 134,02 ��� 
e) 49,32 GPa (1 ×106psi)49,32 ��� (1 ×106���)
Parte inferior do formulário
São considerados materiais híbridos os compósitos que resultam da combinação de uma matriz (polimérica, metálica ou cerâmica) com dois ou mais tipos de fibras ao mesmo tempo, o que garante características mecânicas especiais e aplicações em diversas áreas como engenharia espacial e biomédica.
Os materiais híbridos apresentam melhores propriedades mecânicas do que os compósitos tradicionais (com um único tipo de fibra), exatamente em função da fase de reforço associar mais de um tipo de fibra. Por exemplo: “o híbrido vidro-carbono que associa a fibra de vidro (mais econômica) com a fibra de carbono resultando em um material mais resistente e tenaz, com maior resistência ao impacto e mais econômico” (CALLISTER; RETHWISCH, 2018, p. 607).
Compósitos Estruturais
Os compósitos estruturais são compósitos multicamadas, ou seja: há uma sobreposição de camadas de materiais que garantem resistência à compressão, à tração, à torção e rigidez. Os compósitos estruturais são classificados em laminados ou painéis-sanduíche e suas propriedades mecânicas dependem dos materiais utilizados como matriz e fase reforço bem como de sua estrutura.
Os compósitos estruturais laminados são constituídos por camadas de placas planas de compósito que são coladas, podendo fazer combinações de direção das fibras entre as camadas, o que influencia nas propriedades mecânicas.
Figura 4.4 - Compósito estrutural laminado unidirecional (a), cruzado (b), camada em ângulo (c) e multidirecional (d)
Fonte: Adaptada de Callister e Rethwisch (2018, p. 611).
Nos compósitos estruturais tipo painel-sanduíche duas lâminas superficiais rígidas envolvem um núcleo como um sanduíche. Os núcleos mais utilizados são: espumas poliméricas, madeira de baixa massa específica (como por exemplo o MDF e o MDP) e estrutura de colmeia.
Figura 4.5 - Compósito estrutural painel-sanduíche (com núcleo em forma de colmeia)
Fonte: Adaptada de Callister e Rethwisch (2018, p. 612).
Segundo Callister e Rethwisch (2018, p. 618): “um exemplo de produto que constituído de compósitos de estrutura laminada e compósitos estruturais do tipo painel-sanduíche com núcleo colmeia é o Boeing 787”.
Estudo de Caso
Tanto as fibras de vidro quanto as fibras de carbono podem ser utilizadas para formar um compósito híbrido ou um compósito estrutural (multicamadas). No trabalho de Belão et al. (2019), foi desenvolvida uma metodologia de obtenção de compósito estruturado para aplicação em longarinas de modelos de aerodesigns utilizando fibra de carbono e resina epóxi.
Os materiais  utilizados foram tecido de carbono, resina Araldite LY 5052/Ardur 5052, cera desmoldante e desmoldante líquido PVA verde da Alltec.
Os métodos utilizados foram: laminação manual e laminação à vácuo. Foram confeccionadas amostras com 3, 5 e 8 camadas de fibra de carbono intercaladas com epóxi. Na laminação à vácuo, a cura do compósito foi realizada por 24h sobre pressão reduzida por meio da aplicação de uma bomba de vácuo e uma bolsa de vácuo.
As amostras foram confeccionadas no formato de corpos de prova e caracterizadas utilizando uma máquina universal de ensaios da Time Group (modelo WDW-100B), onde foram realizados ensaios de tração. As amostras também foram analisadas com microscopia eletrônica de varredura com EDX (análise de raio X).
Por meio da análise das amostras, percebe-se que foi possível controlar os valores das propriedades mecânicas em função do número de camadas da fibra de carbono, da metodologia de laminação e da temperatura de cura. Nas amostras onde a laminaçãofoi realizada em temperatura acima da temperatura ambiente ocorreram descontinuidades e falhas. Pelo MEV, foi possível concluir a boa compatibilidade entre a fase e a matriz, ou seja, entre a resina epóxi e a fibra de carbono. Em todas as amostras confeccionadas à vácuo, houve redução da densidade em comparação com as outras amostras.
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir.
“Os primeiros materiais híbridos orgânicos/inorgânicos foram sintetizados no contexto das indústrias de polímeros e tintas, dispersando pigmentos ou aditivos inorgânicos em componentes orgânicos como solventes, surfactantes e polímeros, de molde a melhorar as propriedades do material final”.
MELO, J. Sérgio de; MORENO, Maria João; BURROWS, Hugh D.; GIL, Maria Helena. Química de Polímeros : contribuições portuguesas. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2004. p. 388.
Por que os materiais híbridos apresentam melhores propriedades mecânicas do que os compósitos tradicionais?
Parte superior do formulário
a) Porque utilizam fibras contínuas cruzadas.
b) Porque utilizam fibras contínuas alinhadas.
c) Porque utilizam fibras particuladas dispersas aleatórias.
d) Porque combinam duas ou mais fibras na fase de reforço.
e) Porque utilizam fibras contínuas desalinhadas.
Parte inferior do formulário
Com o desenvolvimento da indústria e da engenharia de materiais e com o desenvolvimento da população mundial, houve aumento do consumo de produtos industrializados e fabricados a partir de diversos materiais. Inicialmente, as preocupações industriais eram voltadas para o desenvolvimento do produto, depois, percebeu-se a necessidade de se analisar os aspectos de segurança do trabalho (essa preocupação é bem recente se comparada com o início do desenvolvimento industrial). A preocupação com o meio ambiente surgiu por último, e ainda há quem desconsidere os impactos da indústria no meio ambiente, nas mudanças climáticas e na saúde das pessoas.
denominamos como “ fake news ”.
Fato é que a realidade bate na porta mesmo de quem não acredita em evidências e pesquisas científicas. Como quando a cidade alaga porque as pessoas não possuem a cultura de encaminhar os resíduos de forma correta ou quando os aterros sanitários das cidades chegam ao limite da capacidade e nenhuma cidade próxima aceita a construção de um novo aterro. Ou mesmo quando a ilha de lixo no oceano pacífico ultrapassa três vezes o tamanho do estado de Minas Gerais e fica destacada nas imagens de satélite como um novo continente que se forma. Esses são só alguns dos muitos exemplos dos impactos do que o descarte incorreto dos materiais pode resultar. Por isso, primeiro é necessário ter em mente o ciclo de vida das matérias primas, pois se não são recicladas e reutilizadas tornam-se resíduo, lixo.
Figura 4.6 - Ciclo de vida das matérias-primas
Fonte: Adaptada de Callister e Rethwisch (2018, p. 803).
Algumas cidades aboliram o uso de descartáveis plásticos, como sacolas, canudos e embalagens alimentícias. Alegaram que isso era para reduzir os impactos no meio ambiente. Mas o plástico pode ser reciclado várias vezes e pode, também, ser associado a outros materiais formando compósitos e melhorando suas características mecânicas. Então, qual é o problema em utilizar embalagens plásticas? É um conjunto de fatores, culturais e econômicos. Cultural porque muitos alegam se preocupar com o meio ambiente, mas jogam lixo no chão e descartam de forma incorreta os materiais recicláveis. Econômico, porque precisa de equipamentos para reciclar alguns produtos, como as embalagens acartonadas multicamadas (conhecidas pela marca Tetra Pak), que é possível separar o papel, do plástico e do metal, formando lingotes de metal, papelão e pelets (só de plástico ou do compósito plástico papel) que poderão ser injetados em moldes criando novos materiais. Outro aspecto econômico é a criação de novos produtos reutilizáveis com a propaganda de serem “ambientais” por substituírem os abolidos descartáveis de plástico, contudo, estes são mais caros e precisam de higienização individual (porque os descartáveis de plástico durante o processo de reciclagem são lavados em grupo e há reuso da água utilizada).
Independente das políticas locais de reciclagem e utilização de descartáveis plásticos, é fato que itens de plásticos, isopor, bituca de cigarro, componentes eletrônicos, vidro, metal, papel, madeira e borracha podem e devem ser reciclados.
Impacto no Meio Ambiente na Seleção de Materiais
Atualmente, além de todos os aspectos que envolvem o desenvolvimento de produtos e a construção de edifícios, há uma preocupação com o impacto ambiental no desenvolvimento do projeto e mesmo durante sua utilização. São considerados aspectos como emissão de gases, poluição do ar (que afetam no aquecimento global e na saúde das pessoas), bem como dos aspectos de eficiência energética e descarte de resíduos.
Os resíduos no mundo e no Brasil são orgânicos (que podem ser compostados), inorgânicos recicláveis ou inorgânicos que não podem ser reciclados (como fraldas usadas). A maioria dos materiais inorgânicos demora mais de 30 anos para se decompor, por isso, é fundamental reciclar os que podem ser reciclados.
Figura 4.7 - Tempo estimado para decomposição de alguns materiais
Fonte: Adaptada de Senado Federal (2020, on-line).
Durante a seleção de material pode ocorrer que dois materiais tenham sido classificados e sejam candidatos para utilização, nesse caso um critério utilizado para o desempate é o aspecto ambiental. O aspecto ambiental considera a possibilidade de reuso ou reciclagem desse material, quando este se tornar obsoleto. Segundo Callister e Rethwisch (2018, p. 809):
A operação eficiente do ciclo dos materiais fica facilitada com o emprego de um inventário de entradas/saídas para avaliação do ciclo de vida de um produto. Os materiais e a energia são os parâmetros de entrada, enquanto as saídas incluem os produtos usáveis, os efluentes aquosos, as emissões para a atmosfera e os resíduos sólidos.
Muitas empresas estão aplicando diretrizes para redução do impacto ambiental em seus modelos de negócio, por isso, é importante considerar os atributos ecológicos dos materiais.
Os Atributos Ecológicos de Materiais
Os materiais podem ser recicláveis, biodegradáveis ou descartáveis (dejetos que podem apresentar toxicidade). Alguns metais possuem uma parcela biodegradável, que ocorre durante a oxidação e outros são descartáveis pelo seu caráter tóxico, nesse caso, são encaminhados para o fabricante para armazenamento em local próprio para evitar contaminação do solo ou dos ecossistemas aquáticos (que afetaria fauna e flora).
Dentre os cerâmicos, o vidro é o mais comum no descarte residencial, sendo um material reciclável.
Há trabalhos recentes que confirmam a possibilidade de reciclagem de materiais compósitos, como no trabalho de Jedyn (2018) que foram analisadas as propriedades mecânicas de compósito de matriz polimérica reforçada com fibras de serragem, após consecutivos processos de reciclagem.
Para cada processo e para cada material, é possível elaborar inventários de emissão de gases no efeito estufa (GEE). É necessário considerar todo o processo envolvido, desde a sede administrativas até todos os ambientes utilizados durante o projeto.
Figura 4.8 - Definição da abrangência do inventário de emissões de gases no efeito estufa
Fonte: Elaborada pela autora.
É fundamental considerar as fontes de emissão e o tempo de duração. Há recursos digitais que podem ser utilizados para elaboração do inventário, como planilhas eletrônicas e softwares .
Vamos Praticar
Considerando os aspectos relacionados à biodegradabilidade, decomposição, descarte e reciclagem de materiais, muitos projetos necessitam do desenvolvimento de inventários de emissão GEE, dentre outras análises, para utilizar mostrar qual foi o impacto ao meio ambiente o desenvolvimento do produto. Qual é o principal critério analisado no inventário GEE?
Parte superior do formulário
a) O preço da matéria-prima.
b) O tempo que o material demora para se degradar.
c) Possibilidadede reciclagem do material quando se tornar obsoleto.
d) A poluição do ar.
e) As emissões de gases que contribuem para o efeito estufa.
Parte inferior do formulário
LIVRO
Compósitos Estruturais: Ciência e Tecnologia
Editora : Blucher
Autor : Flamínio Levy Neto
ISBN : 978-85-212-1079-5
Comentário : Neste livro, são detalhados vários aspectos relacionados aos compósitos, com destaque para o enfoque na fabricação a partir de diversos exemplos de uso de fibras diferentes, como fibras naturais. Além disso, há um detalhamento sobre diversas características relacionadas aos compósitos híbridos.
WEB
Reciclagem Mostra um Final Feliz na Vida dos Veículos
Ano : 2015
Comentário : Em países como a Inglaterra e a Suécia, 100% dos materiais que compõe um automóvel antigo são recicláveis, mas, no território brasileiro, essa prática é recente. No Brasil, alguns itens são devolvidos para o fabricante providenciar o descarte correto, que pode ser um reuso ou uma reciclagem.
ACESSAR
conclusão
Conclusão
O entendimento sobre processos, compósitos (das diversas possibilidades de combinação de materiais como matrizes e fase de reforço), materiais híbridos e seus impactos no meio ambiente fazem parte da seleção de materiais. Ele influencia nas características mecânicas dos materiais (melhorando ou piorando as propriedades mecânicas) e/ou interfere nos aspectos econômicos, fundamentais na análise de viabilidade de um projeto e na administração de uma empresa. A seleção de materiais envolve muitas áreas, por isso, é importante ter ideia de cada aspecto para que, durante a vida profissional, se consiga gerir projetos buscando recursos tecnológicos que possibilitem auxiliar esse processo.
referências
Referências Bibliográficas
BELÃO, G. B. L.; CARNAVALLE, C. A; MOURA, M. R. de; AOUADA, F. A. Desenvolvimento de metodologia visando a obtenção de compósitos estruturais para aplicação em longarinas de Aerodesigns. Journal of Experimental Techniques and Instrumentation ,  V. 2, n. 1, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/JETI/article/view/7607 . Acesso em: 3 maio 2020.
BUDYNAS, R. G. Elementos de máquinas de Shigley : Projeto de Engenharia Mecânica. Porto Alegre: AMGH, 2011.
CALLISTER JÚNIOR, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia de materiais : uma introdução. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
JEDYN, F. G. Preparação e caracterização de compósitos reprocessados de matriz de polipropileno reforçados por serragem . Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.
SENADO FEDERAL. Infográfico - Nova Política de resíduos sólidos exigirá mudança de hábitos da população. Em discussão. Disponível em: http://www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/EMDISCUSSAO/revista-em-discussao-edicao-junho-2010/infografico-nova-politica-de-residuos-solidos-exigira-mudana-de-habitos-da-populaao.aspx . Acesso em: 04 maio 2020.

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