Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINEs) Inflamação: A inflamação é uma resposta natural do organismo a agressões como infecções, lesões por calor, radiação, trauma, entre outras. Essa resposta visa eliminar a causa da lesão, remover células mortas e tecidos danificados, e iniciar o processo de reparação. Pode ocorrer em diversas partes do corpo e ser aguda ou crônica. Sintomas de Inflamação: Os sintomas incluem calor, rubor, tumor e dor. O calor resulta da vasodilatação e aumento do metabolismo celular, gerando febre. O rubor é causado pela vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo, enquanto o tumor ocorre devido à extravasação de fluido, resultando em edema. A dor resulta da liberação de mediadores que afetam as terminações nervosas. Principais Causas de Inflamação: Infecções por bactérias, vírus ou fungos. Cortes, queimaduras. Entorses, fraturas. Exposição à radiação ou calor. Doenças alérgicas. Doenças agudas como dermatite, cistite, bronquite. Doenças crônicas como lúpus, diabetes, artrite reumatoide, psoríase, colite ulcerativa. Diferença entre Inflamação Aguda e Crônica: Inflamação Aguda: Intensidade alta, sintomas típicos como calor, vermelhidão, inchaço e dor, duram pouco tempo. Inflamação Crônica: Sintomas menos específicos, demoram para aparecer e desaparecer, podem durar mais de 3 meses (ex: artrite reumatoide, tuberculose). Mecanismo Fisiológico: Lesão celular leva à liberação de ácido araquidônico. Ácido araquidônico é metabolizado pelas enzimas cicloxigenases (COX), gerando prostanóides como prostaglandinas (vasodilatadoras) e tromboxanos (trombóticos e vasoconstritores). Quimiotaxia e Mecanismo de Ação dos AINEs Quimiotaxia: O termo quimiotaxia refere-se à reação de orientação de um organismo ou célula na direção (ou na direção oposta) a um determinado estímulo químico. Isso é de extrema importância nos fenômenos de inflamação ou resposta imunitária. As prostaglandinas desempenham um papel na quimiotaxia, atraindo células especializadas, como macrófagos, envolvidas na fagocitose de restos celulares derivados do processo inflamatório. Prostaglandina H2 Sintase (COX): A ciclooxigenase, também conhecida como COX, é uma glicoproteína dimérica integral da membrana, predominante no retículo endoplasmático liso. Atua como efetor secundário na via metabólica da cascata do ácido araquidônico. A COX-1 está associada à produção de prostaglandinas e desempenha papéis fisiológicos como proteção gástrica, agregação plaquetária e manutenção do fluxo sanguíneo renal. A COX-2 está presente em locais de inflamação e é considerada uma enzima induzida. Cascata da Inflamação e Ácido Araquidônico: O ácido araquidônico, normalmente "inerte" na membrana celular, é liberado pela ação da fosfolipase A2 em resposta a lesões (químicas, físicas ou biológicas). Esse ácido araquidônico é então metabolizado pela COX, desencadeando a cascata da inflamação. COX-1 e COX-2 desempenham papéis distintos na homeostasia e na resposta inflamatória. Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINEs): Os AINEs compartilham um mecanismo de ação comum, inibindo a COX e, consequentemente, a produção de prostaglandinas. Existem duas principais isoformas de COX: COX-1 e COX-2. COX-1 está relacionada à homeostasia, enquanto COX-2 é induzida em locais de inflamação. Efeitos Terapêuticos dos AINEs: Anti-inflamatório: Diminuição da produção de prostaglandinas derivadas da COX-2, reduzindo vasodilatação, edema e dor. Analgésico: Diminuição da dor inflamatória, redução de prostaglandinas que sensibilizam nociceptores. Antipirético: Redução da febre, inibindo a produção de prostaglandinas PGE2 no hipotálamo. Efeitos Adversos dos AINEs: Irritação Gástrica: Medeada pela inibição da COX-1, que protege a mucosa gástrica. Fluxo Renal Comprometido: Inibição da PGE2 e PGI2, reduzindo a vasodilatação. Prolongamento do Sangramento: Inibição da função plaquetária pela COX Plaquetária. Seletividade da COX: COX-1: Constitutiva, protege e equilibra o organismo. COX-2: Indutível, relacionada a processos inflamatórios. AINEs Não Seletivos vs. COXIBEs: AINEs Não Seletivos: Inibem ambas COX-1 e COX-2. Podem causar alterações no equilíbrio de órgãos. COXIBEs (Seletivos para COX-2): Desenvolvidos para reduzir efeitos adversos, mas segurança questionada em algumas condições. Mecanismo de Ação Geral dos AINEs: Inibem a COX, reduzindo a produção de prostaglandinas, e os efeitos terapêuticos e adversos dependem da isoforma (COX-1 ou COX-2) predominantemente inibida. A seletividade varia entre diferentes AINEs. A escolha e dosagem adequadas são essenciais para otimizar benefícios terapêuticos e minimizar efeitos adversos. Inibidores Não Seletivos e Seletivos da COX Introdução: Os inibidores da ciclo-oxigenase (COX), comumente conhecidos como AINEs (anti- inflamatórios não esteroidais), são uma classe diversificada de fármacos amplamente utilizados para aliviar dor, inflamação e febre. Esses medicamentos podem ser divididos em duas categorias principais: inibidores não seletivos e seletivos da COX-2. Classificação dos AINEs: Os AINEs podem ser classificados como não seletivos, inibindo ambas as isoformas da COX (COX-1 e COX-2), ou seletivos para COX-2. Vamos explorar ambas as categorias. Inibidores Não Seletivos da COX: Essa classe mais antiga inclui membros testados e amplamente utilizados. Dentre eles, destacam-se: Aspirina (ácido acetilsalicílico): Além de suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antipiréticas, a aspirina é conhecida por promover a inibição irreversível das COX, com impacto prolongado. Ibuprofeno e Naproxeno: Possuem ação anti-inflamatória e analgésica, sendo utilizados no tratamento de condições como artrite reumatoide e osteoartrite. Paracetamol: Apesar de sua atividade anti-inflamatória limitada, destaca-se por seu alto poder analgésico. Inibidores Não Seletivos da COX-2: Nessa categoria, encontramos fármacos como Indometacina, Piroxicam e outros, que apresentam maior potência anti-inflamatória. Vale ressaltar que alguns derivados do ácido propiônico e acético também são abordados. Derivados do Ácido Propiônico e Acético: Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco, entre outros: Utilizados no tratamento de distúrbios musculoesqueléticos e artrites. Derivados do Oxicam: Piroxicam, Meloxicam, Tenoxicam: Eficientes como AINEs, com destaque para o meloxicam, que, em doses baixas, exibe preferência pela inibição de COX-2. Outras Classes de AINEs: Derivados Antranílicos (Ácido Fenâmico): Apresentam efeitos adversos graves, como diarreia e inflamação do intestino. Derivados da 5-Pirazolona: Incluem a fenilbutazona e a dipirona, esta última conhecida por seu uso restrito devido a efeitos colaterais graves. Paracetamol (Acetaminofeno): Apesar de não ser tecnicamente um AINE, o paracetamol é amplamente utilizado por seus efeitos analgésicos e antipiréticos. No entanto, seu potencial hepatotóxico demanda precauções. Inibidores Seletivos da COX-2: Os coxibes, como Celecoxibe e Meloxicam, apresentam seletividade para inibir a COX-2, minimizando efeitos adversos gastrointestinais. No entanto, estudos recentes alertam para riscos cardiovasculares associados ao uso prolongado desses medicamentos. Riscos Cardiovasculares: Inibidores seletivos da COX-2 têm sido associados a eventos adversos cardiovasculares, incluindo infarto do miocárdio e hipertensão. O balanço risco/benefício deve ser cuidadosamente considerado, especialmente em pacientes com histórico cardiovascular. Exemplos de Medicamentos: Celecoxibe, Lumiracoxib, Arcoxia (Etoricoxibe): Embora eficazes, alguns coxibes, como Rofecoxib, foram retirados do mercado devido a preocupações com a segurança cardiovascular. Outros Usos e Formas de Administração: Adesivos transdérmicos de diclofenaco e a administração tópicade AINEs têm despertado interesse como alternativas para pacientes com riscos de efeitos sistêmicos. Interações Medicamentosas: A interação dos AINEs com anti-hipertensivos, anticoagulantes, diuréticos, lítio, metotrexato e antidepressivos deve ser considerada. O cuidado na prescrição é essencial para evitar complicações.
Compartilhar