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Diferenças estruturais O que é a inflamação? É o mecanismo de defesa do organismo. Seu intuito é eliminar o motivo inicial que levou a uma lesão celular e dar início a reparação tecidual. Fatores que podem desencadear uma lesão: trauma, calor, microrganismos e imunocomplexos. Respostas inflamatórias desencadeadas pela lesão: rubor, tumor, dor, calor e perda de função. – Glicocorticoides –AINES – Imunossupressores – Drogas utilizadas na gota – Drogas utilizadas na artrite reumatoid. Mecanismo de ação dos Aines Eles inibem a síntese de prostanóides pela inibição das enzimas cicloxigenases (COX). Drogas anti-inflamatórias não-esteróidais Ele surge quando há a ativação da fosfolipase A2 (responsável pela lise de fosfolipídios da membrana) após uma lesão resultante de estímulos físicos, químicos, inflamatórios e mitogênicos. O Ácido araquidônico é o substrato para as enzimas lipoxigenases (LOX) e ciclo-oxigenases (COX). AINEsAINEsAINEs Ácido araquidônico LOX: HETEs, Leucotrienos e Lipoxinas COX: apresenta duas isoformas principais COX-1 e COX-2 (é possível a existência da COX-3 que estaria presente no SNC) Drogas anti-inflamatórias gerais Prostagnóides: - Prostaglandinas (PGE2, PGD2 e PGF2alfa) - Prostaciclinas (PGI2) - Tromboxano (TXA2). Os prostagnóides são gerados pela COX. As ciclo- oxigenases estão intimamente relacionadas ao processo inflamatório, e são justamente os prostagnóides que irão mediar o processo inflamatório. Mecanismo de ação dos Aines Estímulo fisiológico COX-1 + CONSTITUTIVA do que induzida Plaquetas: a COX-1 nas plaquetas está relacionado a produção de TXA2. Endotélio e estômago: a COX-1 está relacionada a produção de PGI2. Rim: a COX-1 está relacionada a produção de PGE2. Estímulo inflamatório COX-2 + INDUZIDA do que constitutiva Macrófagos: a COX-2 nos macrófagos está relacionado a produção de PGE2. Endotélio: a COX-2 está relacionado a produção de PGI2. Mastócitos: a COX-2 está relacionado a produção de PGD2. Trata-se de um ESTIMULO INFLAMATÓRIO devido ser induzido por mediadores pró-inflamatórios: IL-1 (interleucina 1), TNF (fator de necrose tumoral), GM-CSF (Fator estimulador de crescimento de granulócitos e mastócitos) A COX-2 também é inibida por citocinas anti- inflamatórias: IL- 4, IL- 10, IL- 13 1. 2. COX-1 • Ausência do Bolso lateral hidrofílico • Isoleucina-523 (ou seja, na posição 523 há a Isoleucina) • Canal hidrofóbico estreito COX-2 • Bolso lateral hidrofílico presente • Valina-523 • Canal hidrofóbico largo o o que permite o contato com mais substrato (ácido araquidônico) = maior produção de PGs (prostaglandinas) @_emilianecavalcante @_studydentist Diferenças estruturais Efeito anti-inflamatório Os AINEs inibem a vasodilatação causada por Prostanoides, e também atuam inibindo o aumento da permeabilidade vascular resultando no efeito anti-inflamatório (reduzindo o EDEMA). Os AINEs inibem a inflamação principalmente por atuarem na COX-2, mas eles inibem também a COX-1 e ela está intimamente relacionada aos efeitos colaterais dos AINEs. Existem fármacos seletivos apenas para COX-2, mas eles também possuem efeitos colaterais por não diminuírem TXA2 (o que gera um maior risco para PROBLEMAS CARDIOVASCULARES! O AINE visando inibir a vasodilatação irá inibir a COX, e portanto acabar com a produção de PGE2 e PGI2 que são produzidas quando há dano celular e aumentam a AMPc levando a diminuição do cálcio resultando na VASODILATAÇÃO. Essa vasodilatação aumenta o aporte sanguíneo na área lesionada, e portanto, irá levar mais células pró- inflamatórias para a área da lesão e plasma. O edema é resultante do aumento de líquido para o interstício. Os AINEs irão inibir a COX e evitar a produção das prostaglandinas no hipotálamo, levando a permanência normal da temperatura corpórea. Quando há uma infecção tem-se a ativação de células imunes que irão produzir mediadores pró- inflamatórios (IL-1, IL-6, TNF e INF-alfa) que irão atuar no endotélio ativando a COX e irão promover a produção de prostaglandinas no hipotálamo resultando no aumento do ponto de ajuste da temperatura corporal (febre). Ações farmacológicas dos Aines ▪ Anti-inflamatórias ▪ Antipiréticas ▪ Analgésicas ▪ Antitrombóticas + VASODILATAÇÃO + EDEMA Para diminuir a permeabilidade vascular os AINEs agem inibindo a COX, e consequentemente diminuindo a produção de PGs. Efeito antipirético = Efeito analgésico Dar-se pela não ativação dos nociceptores. A COX ativa-se e produz PGE2 e PGI2 que irão sensibilizar o nociceptor (receptores associados a sensação de dor). O nociceptor capta estímulos térmicos, químicos (bradicinina, serotonina, histamina) e mecânicos. Os dentistas prescrevem opióides para os pós-operatórios combinando-os com os AINEs pois em alguns casos eles diminuem as doses do opióide. Os opióides causam maior dependência (por isso a importância de associa-lo ao AINE) e os AINEs causam mais efeitos colaterais. • AINES são efetivos em – Artrites – Bursites – Dor de origem muscular e vascular – Odontalgias – Dismenorréia – Dor pós parto – Dor da metástase óssea no câncer • Combinação com opioides – Dor do pós-operatório Efeito antitrombótico A COX-1 presente nas plaquetas está relacionado a produção de tromboxano que promove a agregação plaquetária (importante para o processo de hemostasia e trombose). A COX-1 e COX-2 presentes no endotélio promove a produção de prostaciclinas e inibe a agregação plaquetária. O AAS ou Ácido acetilsalicílico (substância ativa da aspirina) é um AINE utilizado como antiagregante plaquetário, é usado como antitrombótico e é seletivo para COX-1. O ácido ao inibir a COX-1 nas plaquetas terá efeito antiagregante plaquetário, já ao inibir a COX-1 na célula endotelial terá efeito de agregante plaquetario. O que prevalecerá é o efeito da inibição da cox-1 nas plaquetas (ou seja, ele funcionará como um antiagregante plaquetário) porque o ácido se liga de forma irreversível as ciclo-oxigenases e vai promover a inibição da agregação plaquetária e quando ele inibe a COX-1 nas plaquetas (que é o resto celular) ele não consegue ter a síntese de uma nova COX-1 e portanto, ficará inibida. Já a célula endotelial consegue produzir uma nova COX. Fisiopatologia das Cox Um efeito colateral bastante comum dos AINEs são as náuseas porque eles irritam o sistema gastrointestinal (GI) devido ao surgimento de úlceras que levam a dores abdominais, e isso acontece porque a COX-1 produz PGs em alguns tecidos e elas são importantes para um bom funcionamento tecidual. Como por exemplo: as PGs são importantes para a citoproteção GI, e ao fazer o uso de AINEs haverá uma falta dessa proteção pois ao inibir a COX-1 consequentemente haverá também a inibição da proteção gastrointestinal. IMPORTANTE: Devido ao surgimento dessas úlceras é de extrema importância que o cirurgião dentista pergunte durante a ANAMNESE se o paciente possui histórico de úlcera, se ele é hipersensível aos AINEs ou se ele já sentiu algum efeito colateral ao fazer uso de algum AINE. Efeitos adversos comuns Efeitos Gastrintestinais ✓ Dispepsia, náuseas e vômitos ✓ Doença ulcerosa (usuários crônicos) ✓ Erosões e petéquias ✓ Hemorragia grave/perfurações Efeitos renais adversos ✓ Insuficiência renal aguda ✓ Nefropatia analgésica ✓ Nefrite crônica ✓ Necrose papilar renal Interferência na coagulação Sanguínea ✓Maior risco de hemorragias Os efeitos renais ocorrem devido a COX ser constitutiva no rim e estar associada a taxa de filtração glomerular, e portanto, ao diminui-la torna-se mais fácil surgir problemas renais. Reações cutâneas ✓ Erupções leves ✓ Urticária ✓ Reações de fotossensibilidade Outros efeitos ✓ Distúrbios da medula óssea ✓ Distúrbios hepáticos ✓ Síndrome de Reye Classificação geral dos Aines ▪ Salicilatos ▪ Derivados do para-aminofenol ▪ Derivados indólicos ▪ Fenamatos ▪ Derivados do ácido heteroarilacético ▪Derivados do ácido fenilacético ▪ Derivados do ácido propiônico ▪ Ácidos enólicos (oxicans) ▪ Derivados pirazólicos ▪ Outros Classificação segundo a seletividade da Cox Reclassificação geral dos Aines • AINEs mais seletivos para COX-1 – Aspirina – Indometacina – Cetorolaco • AINES equipotentes COX-1/COX-2 – Dose alta de aspirina – Piroxican – Diclofenaco – Ibuprofeno – Naproxen • AINES mais seletivos para COX-2 – Meloxican – Etodolaco – Nimesulida – Nabumetona • AINES altamente seletivos para COX-2 (COXIBs) – Celecoxib – Rofecoxib – Etericoxibe – Valdecoxibe Salicilatos ▪ Ácido salicílico ▪ Ácido acetilsalicílico ▪ Metilsalicilato ▪ Difunisal ▪ Salicilato ▪ Osalazine ▪ Sulfassalazina Salicilatos (propriedades farmacológicas) Salicilatos (propriedades farmacocinéticas) ➢ Absorção ▪ Ácidos fracos - não ionizados - estômago ▪ A maior parte absorvida a partir da parte alta do intestino delgado ▪ A presença de alimentos retarda a absorção dos salicilatos. ▪ A absorção retal de salicilato costuma ser mais lenta que a oral, sendo incompleta e inconsistente. ▪ Analgésicos - Antipiréticos - Antiinflamatórios ▪ Inibição da agregação plaquetária – Efeito antitrombótico - Prevenção de doença isquêmica do coração - Prevenção de eventos cerebrovasculares - Prevenção de eventos circulatórios periféricos ▪ Câncer colônico e retal (aspirina) - prevenção ▪ Mal de Alzheimer (aspirina) - prevenção ➢ Distribuição ▪ Entre 80 e 90% do salicilato no plasma ligam-se às proteínas, especialmente à albumina ➢ Metabolismo e eliminação ▪ Os salicilatos e seus metabólitos são excretados na urina ▪ A depuração do salicilato é reduzida e a exposição ao salicilato é significativamente aumentada nos idosos. ▪ A concentração plasmática de salicilato na doença renal ➢ Efeitos adversos (locais e sistêmicos) ▪ Estômago - gastrite - erosão de epitélio GI - sangramentos focais ▪ Salicilismo (intoxicação por salicilatos) ▪ Erupções cutâneas (pacientes hipersensíveis) ▪ Piora da asma em pacientes asmáticos ➢ Interações com outros fármacos – Warfarina – Agentes uricosúricos IMPORTANTE: A Warfarina é um anticoagulante e fazer uso desta com um salicilato pode causar HEMORRAGIA. É muito importante que o dentista pergunte ao paciente na Anamnese se ele faz uso desta medicação. Fazer uso de agentes urucosúricos com salicilatos acaba diminuindo o efeitos dos agentes. Derivados de Paraminofenol ▪ Mecanismo de ação - Fraco inibidor da COX periférica - Inibidor seletivo COX-3? (Simmons et al., PNAS, 2002) *há esta hipótese* ▪ Propriedades farmacológicas - Analgesia e antipirese (efeito central via COX-3?) - Pouco efeito antiinflamatório - Analgésico e anti-térmico mais usado nos EUA ▪ Propriedades farmacocinéticas - É bem absorvido quando dado oralmente - Concentração máxima no plasma - 30 a 60 min - t1/2 (tempo de meia vida) - 2-4 hs - 20 a 50% - é trasportado pelo sangue ligada a proteínas plasmáticas - Inativado no fígado- doses terapêuticas – Conjugados (gliconurídeos ou sulfato) Dentro das doses terapêuticas o paracetamol é conjugado com gliconurídeos ou sulfato. Quando é excede a dose terapêutica ele passa a ser conjugado com glutationa. O fármaco utilizado em casos de intoxicação com paracetamol é acetilcisteína que funciona como regenerador da glutationa. A hepatite medicamentosa (hepatoxicidade grave) ocorre devido ao metabólito tóxico (radical livre) que é metabolizado com o conjugado de paracetamol mais a glutationa. Salicilatos (propriedades farmacocinéticas) Derivados de Paraminofenol O Paracetamol está presente em vários medicamentos antigripais e às vezes o paciente faz uso do paracetamol e de outros medicamentos que também tem o possuem em sua composição levando-o a exceder a dose máxima permitida. ▪ Efeitos adversos - Doses terapêuticas - poucos efeitos - reações cutâneas alérgicas - Intoxicação aguda - náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal ▪ Doses tóxicas: - hepatotoxicidade grave - metabólito tóxico - Não se deve tomar mais de 4 g ao dia - Aumento da toxicidade hepática quando associado com barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, sulfimpirazona zidovudina, ingestão crônica e excessiva de álcool. Derivados do Ac. Fenilacético ➢ INDOMETACINA ➢ SULINDACO ➢ ETODOLACO ➢ CETOROLACO ➢ Diclofenaco sódico/potássico ▪ Mecanismo de ação - Inibição competitiva reversível rápida da COX ▪ Propriedades farmacológicas - antiinflamatório, analgésico e antipirético ✓ Sua potência é substancialmente maior do que a da indometacina, do naproxeno e de vários outros AINEs ✓ A seletividade do diclofenaco para COX-2 é semelhante à do celecoxibe. ▪ Efeitos adversos - Distúrbios gastrointestinais - Reações cutâneas e alérgicas - Diminuição da função renal - Elevação de ALT e AST (enzimas que aumentam com dano hepático) Derivados do Ac. Propiônico ▪ Mecanismo de ação - Inibição competitiva reversível rápida da COX ▪ Propriedades farmacológicas - Antiinflamatórios - Naproxen é 20 mais potente que aspirina - analgésicos, e antipiréticos ▪ Efeitos adversos - Gastrintestinais (menos que a aspirina) - tonturas, ototoxicidade Ácidos enólicos (oxicans) Piroxican, meloxican, tenoxican ▪ Mecanismo de ação - Inibição competitiva reversível rápida da COX - Meloxican - inibição mais seletiva para COX-2 ▪ Propriedades farmacológicas - Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios ▪ Efeitos adversos - Distúrbios gastrointesinais - Meloxican - Efeitos indesejados quase nulos Derivados da Pirazolona ▪ Mecanismo de ação - Inibição competitiva reversível rápida da COX ▪ Propriedades farmacológicas - Analgésicos e antipirético ▪ Efeitos adversos - Náuseas e vômitos, desconforto gastrintestinal - Hepatites, estomatites ulcerosas, nefrites - Anemia aplásica, leucopenia, agranulocitose e trompocitopenia - Reações cutâneas Fenilbutazona, oxifenilbutazona, antipirina, aminopirina e dipirona A dipirona tem efeito zero como anti- inflamatório. Semelhante ao paracetamol trata- se de um AINE utilizado como analgésico e antipirético, ela é muito utilizada para evitar a hepatotoxicidade por Paracetamol. • Efeitos adversos da dipirona: - Depressão da medula óssea levando a anemia aplástica, leucopenia (mas é raro) - Hipersensibilidade a dipirona (reação alérgica) ▪ Efeitos adversos Cardiovasculares – Eventos Trombóticos – Hipertensão ▪ Efeitos Adversos Renais – Diminuição da taxa de filtração renal (inibição da COX-2 renal) ▪ Outros efeitos adversos – Urticária, angioedema, agravamento de convulsões ▪ Contra-indicações: asmáticos sensíveis à aspirina, úlcera ativa, hemorragia GI, insuficiência cardíaca, crianças (falta de estudos) É devido o risco dessa depressão da medula óssea que nos Estados Unidos a dipirona é proibida e portanto utiliza-se mais o paracetamol. O Paracetamol não é um analgésico mas age como se fosse um, pois possui efeito somente para dor e febre e possui pouca ação anti- inflamatória. Derivados da Pirazolona Outros Aines Nabumetona ▪ Mais seletiva para a COX-2 ▪ Pró-droga ▪ Poucos efeitos adversos gastrointestinais ▪ Cefaléias, reações cutâneas, tonturas, prurido Nimesulide ▪ Fraca inibição da COX 1(mais seletiva COX-2) ▪ Moderados efeitos indesejados ▪ Uso em pacientes alérgicos à aspirina Celecoxib (Celebra ®) ▪ Altamente seletivo da COX-2 ▪ Inibe dois COX-2 para cada COX-1 em experimentos in vivo ▪ Biodisponibilidade de 36% ▪ Pico de conc plasmática 3 hs ▪ 97% ligado a proteínas plasmáticas ▪ Meia-vida de eliminação de 8 -12 hs ▪ <1% da dose é excretada inalterada na urina ▪ Contra-indicações: hipersensibilidade às sulfonamidas (celecoxib é uma sulfonamida) e insuficiência renal ▪ Interações: inibidores da ECA, fluconazol Celecoxib (efeitos adversos) Inibição da PGE2 e PGI2 (vasodilatadoras/anti-trombóticas) e não inibição do TXA2 (vasoconstritor/prótrombótico) Usos terapêuticos dos Aines ▪ Inflamação ▪ Analgesia ▪ Estados febris ▪ Outros empregos– AAS: diminui a formação de trombos na isquemia cerebral transitória, na angina instável e após pontes em vasos sangüíneos. Celecoxib (Celebra ®) Contraindicações para o uso dos Aines ▪ História de úlcera péptica ▪ Intolerância aos AINEs ▪ Sangramento, diáteses hemorrágicas aos AINEs ▪ Insuficiência renal, disfunção renal, ICC, hipoglicemia, cirrose hepática, uso concomitante de drogas nefrotóxicas ▪ Crianças e adolecentes com viroses e Asmáticos
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