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CONCEITO: É um negócio jurídico que envolve a vontade consensual de duas partes (bilateral) ou mais (plurilateral) sobre um mesmo objeto, criando, modificando ou extinguindo direitos e obrigações. PERSPECTIVA CIVIL-SOCIAL: Em uma perspectiva civil-constitucional, devemos nos ater que o contrato, espécie mais importante de negócio jurídico, apenas se afirma socialmente se entendido como um instrumento de conciliação de interesses contrapostos, manejado com vistas à pacificação social e ao desenvolvimento econômico. Não podemos, dessa forma, considerá-lo como um instrumento de opressão, mas sim de realização. Assim, todo contrato deve observar uma função social. O CONTRATO DEVE: O contrato somente atenderá à sua função social no momento em que, sem prejuízo ao livre exercício da autonomia privada: · respeitar a dignidade da pessoa humana; · admitir a relativização do princípio da igualdade das partes contratantes; · consagrar uma cláusula implícita de boa-fé objetiva; · respeitar o meio ambiente; · respeitar o valor social do trabalho. ELEMENTOS DO CONTRATO Sujeitos: · Denominações: Contratante -> Contratado(a)(Multiplicidade de Sujeitos) · Capacidade genérica do contratante: · Incapacidade absoluta gera nulidade (art. 166, inc. I, CC) É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. · Incapacidade relativa gera anulabilidade (art. 171, inc. I, CC) Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. OBS.: Anulabilidade é diferente de nulidade Nulidade o contrato já nasce morto/extinto, Ex-Tunc, ou seja, a sentença que decreta nulo o contrato retroage excluindo todo e qualquer efeito que este instrumento possa ter gerado. Anulado é o contrato que por vício leve e levado a análise, a sentença tem efeitos a partir da anulação, ou seja Ex-Nunc, sem efeitos que retroagem, sendo assim, todos os efeitos anteriores são válidos. · Duas vontades: duas vontades devem ser discutidas e acordadas. · Consentimento entre as partes · O consentimento é fundamental, este se caracteriza pelo acordo de livre e espontânea vontade entre as partes sobre um determinado objeto jurídico; · O consentimento deve ser explícito nunca tácito em contratos; · O consentimento sobre as Cláusulas deve ser dado apenas se estas estiverem claras; · O consentimento sobre o objeto discutido, sobre o que está sendo discutido, O objeto de discussão também deve ser deixado claro entre as partes. · O consentimento sobre a existência do contrato também deve ser explícito e este deve ser claro ou deixado claro entre as partes. · Declaração de vontade: É o ato pelo qual alguém manifesta a sua intenção de criar ou extinguir direito ou obrigação. É um meio, expresso ou tácito, pelo qual alguém manifesta sua vontade, com objetivo de produzir efeitos jurídicos. · A declaração de vontade é o cerne, o núcleo do negócio jurídico (aquele espaço de liberdade para os indivíduos gerarem normas jurídicas particulares). · Declaração de vontade tem de ser séria (motivo determinante lícito – art. 166, inc.III, CC – ou buscar fraudar lei imperativa – art. 166, inc. VI, CC). É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; · Problemas na declaração de vontade geram os defeitos do negócio jurídico regrados pelo Código Civil. · Erro (arts. 138 e ss.): · Dolo (art. 145 e ss.), · Coação (art. 151 e ss.), · Simulação (art. 167). Curiosidade: Contrato consigo mesmo, é válido? Sim. É válido quando a mesma pessoa representa duas partes, desde que não exista conflito de interesses (art. 117,CC). Pois, a rigor, não está contratando consigo mesmo, são partes diversas representadas pela mesma pessoa. Objeto: · Precisa ser: · Lícito · Tem que ser moral · Estar de Acordo com a lei · E com os bons costumes · Possível · IMPOSSIBILIDADE RELATIVA NÃO TORNA O OBJETO INVALIDO · Determinado · O objeto pode ser determinado durante a execução. Forma: · O formato do contrato é livre por regra!! · Portanto há exceções para esta regra · O código civil determina que alguns negócios necessitam de uma forma especial de contrato. · Exemplo: Negócios Jurídicos sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o salário mínimo nacional são feitos por escritura pública com normas a serem seguidas. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS: O contrato deve ser feito com uma concepção ampla do direito privado. · Teoria da Aplicação Direta ou Imediata dos direitos fundamentais · O LEGISLADOR NÃO PRECISA INTERMEDIAR · PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA · O fundamento deste princípio é as partes regulamentarem os próprios interesses; · Este princípio garante maior liberdade para o Contrato · Garante a Liberdade de escolher QUEM VAI CONTRATAR;e · A Liberdade de escolher O CONTEÚDO DO CONTRATO; · Valores Básicos: · Socialidade - Valorização dos valores coletivos sobre os individuais. · Eticidade - Agir como um homem reto, com lealdade, correção e probidade. · Operabilidade - Melhor forma de aplicar o direito privado dentro das cláusulas contratuais. OBS: A autonomia privada é freada pela ordem pública e por leis protetivas e o princípio da FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. · PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO(Art 421 CC) · Este é o princípio que deve reger todo o ordenamento normativo no que diz respeito à matéria contratual. · Obriga o contrato a ser interpretado de acordo com o contexto social onde está inserido. · O contexto social também é analisado para garantir que a função social seja aplicada, retirando a individualização do contrato. · FUNÇÃO SOCIAL = Finalidade Coletiva · Este princípio possui duas eficácias, sejam elas: · INTERNA: Entre as partes · Esta eficácia produz efeitos importantes, estes sendo: · Tendência da conservação contratual - Serve para impedir a resolução do contrato se foi substancialmente cumprido; · Vedação à onerosidade excessiva - Serve para impedir o desequilíbrio contratual; · Proteção da parte Vulnerável - Garante o equilíbrio do contrato; · Nulidade de cláusulas antissociais;e · Proteção à dignidade da pessoa humana. · EXTERNA: Transcende as partes(Não pode haver dano a terceiros) · Este tipo de eficácia produz dois efeitos muito importantes dentro do contrato: · Proteção dos direitos difusos e coletivos;e · Tutela externa do crédito. OBS: Os efeitos do contrato devem atingir apenas os envolvidos na relação · PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS · Conhecido como PACTA SUNT SERVANDA · Contrato faz lei entre as partes · Este é o princípio que garante a força a todos os contratos, pactos e obrigações, consensualmente adquiridos pelas partes, devem ser respeitados e adimplidos integralmente. · É proibida a intervenção externa para alteração do que foi estabelecido livremente entre as partes. · Contudo há exceções: · Cláusula Rebus Sic Stantibus · Deve ser feita uma análise para o caso, pois não é justo que o credor não receba seus ganhos programados e o devedor seja extremamente onerado. · É mais fácil uma revisão contratual do que · Teoria do imprevisto · Fato superveniente que afete a relação tornando-a muito onerosa para um dos lados; · Atos que consigam alterar ou tornar a obrigação inexequível , porém estes fatos não podem fazer partedo RISCO DO NEGÓCIO. · É obrigação das partes respeitarem todas as cláusulas e regras estabelecidas entre estes dentro do contrato. OBS: Não cabe ao estado intervir nas relações privadas. · PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA · Os sujeitos do processo devem agir como um homem reto de acordo com o Modelo de conduta social, portanto devem estes agir com: LEALDADE, HONESTIDADE, TRANSPARÊNCIA, PROBIDADE, CONFIANÇA e COLABORAÇÃO · Ater-se a intenção do que o sentido literal…Significa que: · Os atos e intenções de um sujeito valem mais do que a norma escrita e estabelecida entre as partes. · Normas regulamentadoras de conduta: · Função de INTEGRAÇÃO: ela tem por finalidade suprir lacunas no contrato e trazer deveres implícitos às partes, isto é, os deveres anexos, devendo-se utilizar, para tanto, os institutos supressio, surrectio, tu quoque e venire sobre factum proprium non potest. · Supressio, limita uma antiga posição jurídica em função da omissão do seu titular. · Surrectio, estabelece uma nova posição jurídica, quando se verifica a presença da boa-fé objetiva e do transcurso de um razoável lapso temporal. · Tu quoque significa que quem violou uma regra jurídica não poderá aproveitar-se desta situação, ou seja, não faça contra o outro o que não faria contra si mesmo. · Venire contra factum proprium quer dizer que a pessoa não pode agir de forma contrária a comportamento anterior seu, alegando se tratar de um direito. · Função de CONTROLE: existe para evitar o exercício abusivo dos direitos subjetivos. Nota-se nesse passo que, com a busca do desenvolvimento socioeconômico que deve ser feita em harmonia com a dignidade da pessoa humana, não há mais espaço para a “tirania dos direitos”. · Função INTERPRETATIVA: o negócio jurídico deve ser interpretado à luz da boa-fé e aos usos do lugar da sua interpretação. · Função OUTORGADA: Esta função coloca a boa fé como cláusula de contrato o que traz responsabilidades jurídicas como lealdade, probidade e informação ao outro contraente sobre o conteúdo do negócio.
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