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Microeconomia em concorrência perfeita - Livro-Texto - Unidade III

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Unidade III
Unidade III
7 MERCADOS EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Vimos anteriormente que os mercados são definidos conforme o grau de competição ou estrutura de 
mercado. Aqui, estudaremos a Teoria da Firma sob as condições de mercados perfeitamente competitivos. 
Nesse caso, considera-se que os agentes econômicos – consumidores e produtores – são tomadores de 
preços, ou seja, as decisões desses atores não afetam o preço de mercado.
 Lembrete
Como visto anteriormente, um mercado é perfeitamente 
concorrencial quando: (i) possui grande número de compradores e 
vendedores; (ii) o bem é homogêneo; (iii) há ausência de barreiras; (iv) 
as informações são completas; (v) não ocorrem custos de transação; e 
(vi) os agentes são racionais.
A hipótese básica que trataremos é a de que o produtor é maximizador de lucros. A partir desse 
conceito, poderemos:
• determinar o nível do produto gerado por uma firma maximizadora de lucro;
• derivar as curvas de oferta de curto e longo prazo de uma firma; 
• explicar a diferença entre lucros no curto prazo e longo prazo.
7.1 A escolha do nível de produção no curto prazo
A hipótese básica sobre o comportamento da firma em concorrência perfeita é a de que ela busca 
sempre a maximização de lucros. A solução maximizadora de lucros da firma passa por algumas definições 
básicas. A primeira delas advém da condição de que produtores e consumidores são tomadores de preços, 
que faz com que a curva de demanda individual que a firma se defronta tome a forma do gráfico da 
figura a seguir. Assim, dado o preço p* de equilíbrio de mercado, uma firma que opera em um mercado 
perfeitamente competitivo cobrará pelo seu bem ou serviço exatamente esse preço. Caso uma firma 
venda a preços mais altos, dado que o bem é homogêneo, os consumidores procuram outros ofertantes 
que vendam o mesmo produto ao preço p*. 
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
P
P*
Q
Demanda
RMg = RMe
Figura 74 – Curva de demanda em mercados competitivos
Dessa forma:
• caso p > p*: as vendas da firma serão nulas;
• caso p = p*: as firmas vendem o quanto puderem, dependendo do tamanho e da estrutura de 
custos;
• caso p < p*: seria irracional, pois as firmas vendem o quanto querem a p*. 
 Lembrete
A curva de demanda individual para a firma em concorrência perfeita 
é infinitamente elástica, ou seja, ela vende seu produto pelo preço de 
mercado independentemente de quanto essa firma produz.
A segunda definição básica é o próprio conceito de lucro (p), que nada mais é do que a diferença 
entre o que a firma fatura com a venda de bens e serviços – a receita total (RT) – e os custos relativos à 
produção desses bens e serviços (CT), ou seja: 
p = RT - CT (7.1)
Definições sobre a receita das firmas
Conforme visto, a receita total corresponde ao faturamento da firma, que decorre da venda de 
quantidades de bens e serviços produzidos (Q) a um determinado preço (P): 
RT(Q) = PQ (7.2)
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Unidade III
A receita média (RMe) da firma é a razão entre a receita total e a quantidade de bens e serviços 
vendidos:
RMe Q
RT Q
Q
PQ
Q
P       (7.3)
Assim, de acordo com a equação (7.3), a receita média é constante e igual a P. Como, em concorrência 
perfeita, a curva de demanda que a firma está sujeita é dada pelo preço de mercado, a RMe é, portanto, 
a própria curva de demanda individual.
A receita marginal, por fim, é a relação entre a variação da receita total decorrente de uma pequena 
variação na quantidade vendida:
RMg Q
RT Q
Q
PQ
Q
P     

 

 (7.4)
Logo, em concorrência perfeita, a receita marginal também é constate e igual a P. Desse modo, a 
curva de demanda individual é definida pela linha horizontal do gráfico na figura 74, dada por:
RMe Q RMg Q P( ) ( )= =
Definições sobre custos das firmas
Conforme visto anteriormente, o custo total de uma firma no curto prazo é composto por:
• um custo fixo (CF), representado por uma quantidade fixa de insumos;
• um custo variável (CV), representado por uma quantidade de insumos variáveis.
Assim, o custo total de produção de Q unidades, CT(Q), pode ser representado como:
CT Q CV CF( )  
Reproduzimos aqui, as expressões do custo médio – a razão entre o custo total e a quantidade 
produzida – e do custo marginal – a variação do custo total devido a uma pequena variação 
em Q: 
CMe Q
CT Q
Q
( )
( )=
 (7.5)
CMg Q
CT Q
Q
( )
( ) 
 (7.6)
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
 Observação
O custo marginal: (i) representa a inclinação da curva de custo total; 
(ii) quando for mínimo, representa o ponto de inflexão do custo total; (iii) 
cruza a curva de custo variável médio no seu ponto mínimo.
A função do custo marginal em (7.6) precisa mostrar que esse custo deve inicialmente cair enquanto 
a produtividade marginal do fator variável for crescente e passar a crescer a partir do momento em que a 
produtividade marginal do fator variável começar a diminuir. Ao associar a função de custo marginal com 
o gráfico da demanda individual da figura 74, teremos como resultado o gráfico a seguir.
P
P*
QQ2Q1
RMg = RMe
CMg
BA
Figura 75 – Pontos de decisão da firma em mercados competitivos
Os pontos A e B na figura, determinados pela intersecção da curva de demanda da firma (ou curva de 
receita marginal definida pelo preço de mercado p*) com a curva de custo marginal, indicam os pontos 
de decisão da firma, ou seja, quais serão as quantidades que ela deverá produzir.
Maximização de lucros por empresas competitivas
A equação (7.1) mostrou que o lucro de uma firma é a diferença entre a receita total e o lucro 
total. Como tanto a receita quanto os custos da firma dependem da quantidade produzida, podemos 
expressar o lucro (p) como função de Q, ou seja:


Q RT Q CT Q
Q PQ CT Q
     
   
( )
( )
O objetivo da firma é produzir quantidades ótimas de bens e serviços que possibilitem que ela 
alcance o lucro máximo, ou seja: 
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Unidade III
max ( ) Q RT Q CT Q      (7.7)
A condição de primeira ordem para a resolução do problema em (7.7) é:


 
  


  

 
  


  

( )Q
Q
RT Q
Q
CT Q
Q
RT Q
Q
CT Q
Q
0 0
De acordo com as expressões em (7.4) e (7.6), ∂RT(Q)/∂Q e ∂CT(Q)/∂Q são, respectivamente, a RMg(Q) 
e o CMg(Q). Portanto, a solução maximizadora da firma será:
RMg(Q) = CMg(Q) (7.8)
Ou seja, a firma maximiza seu lucro quando ela produz quantidades de bens e serviços no ponto em 
que a curva de custo marginal cruza a curva de receita marginal, conforme mostrou a figura anterior. 
Ainda pela equação (7.4) podemos representar a condição de máximo da firma como: 
P = CMg(Q) (7.9)
No entanto, observa-se que a curva de custo marginal iguala a receita marginal em dois pontos na 
figura. Para definir qual o ponto que inequivocamente representa a solução maximizadora da firma, 
devemos realizar o teste da condição de segunda ordem, ou seja:


 

  


  






 


   
2
2
( )
( )
Q
Q Q
RT Q
Q
CT Q
Q Q
RMg Q CMg Q
Sabemos que RMg(Q) = P é, portanto, uma constante. Logo:


 
  

 
  


  


2
2
2
20 0
 ( )Q
Q
CMg Q
Q
Q
Q
CMg Q
Q (7.10)
Assim, o lucro máximo é atingido quando o ramo crescente da curva de custo marginal cruzar a 
curva de receita marginal. Essa solução é representada na figura 75 pelo ponto B. Nesse ponto, Q2 
representa a quantidade ótima de produção que gera o lucro máximo da firma.
 Lembrete
Condição de maximização do lucro: a firma produzirá quando a receita 
marginaliguala o custo marginal no ponto em que a curva de custo 
marginal esteja subindo.
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
O resultado encontrado nas condições (7.9) e (7.10) podem ser interpretados a partir da figura a 
seguir.
CMg > RMg
CMg
BA
D = RMg = P
CMg < RMg
área de possibilidade de 
produção (p > 0)
área de prejuízo 
(p < 0)
1 7 8
Q1 Q2 Q3Q*
9 Q
50
p* = 40
30
P
Figura 76 – Operação da firma com lucro 
Na figura anterior apenas o ponto B corresponde à possibilidade de que o lucro seja máximo, pois 
atende às duas condições necessárias para a sua existência:
• RMg = CMg = P = p*;
• RMg e CMg se cruzam em um ponto no qual a curva de custo marginal é crescente.
Nos demais casos, quando RMg ≠ CMg, não pode haver lucro máximo. Por exemplo:
• quando CMg < RMg, será possível aumentar o lucro sempre que houver uma variação positiva 
na quantidade produtiva (∆Q > 0), até o ponto em que Q = Q*. Essa condição reflete o fato de 
que a firma tem capacidade ociosa – ou seja, os fatores de produção não estão sendo utilizados 
plenamente – e deve utilizá-la completamente para auferir o lucro máximo. Enquanto a firma 
estiver produzindo quantidades tais que Q < Q*, então ela estará deixando de lucrar mais com a 
venda seus produtos;
• quando CMg > RMg, será possível aumentar o lucro sempre que houver uma variação negativa 
na quantidade produtiva (∆Q < 0), até o ponto em que Q = Q*. Essa condição reflete o fato de 
que a firma opera acima da capacidade e deve-se aumentá-la para auferir o lucro máximo. Por 
outro lado, enquanto a firma estiver produzindo quantidades acima do ótimo, Q > Q*, então ela 
observará prejuízo com a venda seus produtos.
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 Observação
O prejuízo de uma firma ocorre quando p(Q) < 0.
Exemplo de aplicação
Uma firma tomadora de preços conhece o comportamento de seus custos e sabe que podem ser 
descritos pela equação: CT(Q) = Q2 + 20Q + 100. Seu produto final é vendido ao preço de mercado de 
R$ 42 a unidade. Determine:
a) qual a quantidade ótima que a firma deve produzir.
Resolução
Sabemos que o lucro máximo ocorre quando RMg = CMg e que a receita marginal é constante e 
igual ao preço de mercado (P - p* = 42). Dessa forma:
RMg P
CMg
CT Q
Q
Q
 
 

 
42
2 20
( )
Estabelecendo a igualdade entre RMg = CMg:
42 = 2Q + 20 ⇒ 2Q = 22 ⇒ Q* = 11
Portanto, a firma deve produzir 11 unidades do bem.
b) qual o valor do lucro total máximo a ser obtido.
Resolução
O lucro total da firma é estabelecido como sendo p = RT - CT. Logo:
RT PQ
CT Q Q
   
          
42 11 462
20 100 11 20 11 100 4412 2
Aplicando a fórmula do lucro total, obteremos:
     RT CT 462 441 21
Portanto, ao produzir 11 unidades, a firma atingirá o lucro máximo de R$ 21.
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Relações entre receita, custo e lucro
Estudamos anteriormente que a curva de custo marginal cruza as curvas de custo variável médio e 
de custo médio em seu ponto mínimo. Podemos, assim, acrescentar ao gráfico da figura 75 as curvas de 
custo médio e custo variável médio para obter a representação gráfica do lucro total na figura a seguir.
P, custos ($) P, custos ($)
P, custos ($)
B B
B
CMg CMg
CMg
CMe CMe
CMe
CVMe CVMe
CVMe
D = RMg D = RMg
D = RMg
Receita
total
Custo
total
Lucro
total
Q*
(a) (b)
(c)
Q*
Q*
Q Q
Q
p* p*
p = CMe
p* = CMe
p*
Figura 77 – Áreas de receita total, custo total e lucro total
O gráfico (a) da figura anterior mostra a receita total da firma (RT = PQ) que deve ser igual à área 
do retângulo com base igual à Q* (a quantidade ótima a ser escolhida para produzir o lucro máximo 
da firma) e altura igual a p* (o preço de mercado). O gráfico (b) mostra a área de custo total da firma. É 
possível demonstrar a partir da equação (7.5) que:
CT = CMe(Q) x Q
Logo, o custo total pode ser representado pela área do retângulo com base igual à Q* e altura 
definida por P = CMe. Dessa forma, a área do lucro total – gráfico (c) da figura – deve ser representada 
pela diferença entre a receita total e o custo total. Mais especificamente, o lucro total é a área do 
retângulo com base igual à Q* e altura definida pela diferença entre P = p* e P = CMe(Q*), ou seja:
 Q p CMe Q Q     
* * *( ) (7.11)
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O gráfico da figura a seguir apresenta a visão completa da maximização de lucro da firma no curto 
prazo a partir da relação entre receita, custo e lucro totais com o custo e receita marginais.
RT, CT, p ($)
RT = CT 
P
p*
RT
CT
Q
Q
Q*
B
D = RMg = P
CMg
p
Q*
Q1
Q1
B'
B"
A
Lucro 
máximo
Figura 78 – Visão geral da maximização de lucro no curto prazo
Na figura, observamos que a firma passa a ter lucro positivo (p > 0) no ponto A, ou seja, quando a 
receita total passa a ser superior ao custo total, o que também equivale dizer a partir do ponto mínimo 
da curva de custo marginal (painel inferior da figura). No ponto B, temos RMg = CMg. Nesse ponto, 
a firma escolhe Q*, que permitirá à firma atingir o lucro máximo (painel superior da figura). O lucro 
máximo equivale à maior distância alcançada entre receita e total e custo total (pontos B’ e B’’). Desse 
ponto em diante, o lucro passa a ser decrescente.
 Lembrete
Regra do produto: se uma empresa está produzindo no curto prazo, ela 
deve fazê-lo no nível em que a receita marginal é igual ao custo marginal 
(RMg = CMg).
Exemplo de aplicação
Suponha que o mercado de sabão em pó seja perfeitamente competitivo. Uma das empresas 
que opera nesse mercado, a OWO, tem uma curva de custo total de curto prazo representada por: 
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
CT Q Q Q Q     1 3 4 5 23 303 2/ , , onde Q representa a quantidade produzida de caixas de sabão em 
pó em milhões de unidades. Sabe-se que o preço recebido pelos produtores de sabão em pó é de R$ 15 
por caixa. Dessa forma, pede-se:
a) a quantidade ótima de caixas de sabão em pó que maximiza o lucro da OWO.
Resolução
O lucro máximo ocorre no ponto em que RMg = CMg. Como PMg = P = p*, então, no curto prazo, 
temos:
RMg
CMg
CT Q
Q
Q Q

 

  
15
9 232
( )
Estabelecendo a igualdade entre RMg = CMg, obteremos:
15 9 23 9 23 15 0 9 8 02 2 2           Q Q Q Q Q Q
Para obter a quantidade produzida ótima Q*, devemos calcular as raízes da equação do segundo 
grau que acabamos de apresentar:
Q
Q e Q
    
 
( ) ( )( )
( )
9 81 4 1 8
2 1
1 81 2
Formalmente, a escolha da quantidade ótima que levará ao lucro máximo passa pela aplicação da 
CSO, ou seja, a condição (7.10), em que:


 


2
2 0 0
( ) ( )Q
Q
ou
CMg Q
Q
Diferenciando o CMg em relação a Q, obteremos:


 CMg Q
Q
Q
( )
2 9
Substituindo, agora, o valor de Q pelos pontos críticos Q e Q1 21 8= = :
2 1 9 7 0
2 8 9 7 0
     
    
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Portanto, Q* = B representa o ponto em que o CMg é crescente e, pelo gráfico da figura 78, também 
representa o ponto onde o lucro é máximo. Logo, a OWO deve produzir 8 milhões de caixas de sabão 
em pó.
b) o valor do lucro total da OWO no curto prazo.
Resolução
O lucro total da firma é representado por p = RT - CT. Alternativamente, o lucro pode ser expresso 
pela equação (7.11). Dessa forma, precisamos obter o CMe da OWO quando Q* = B:
CMe Q
CT Q
Q
Q Q Q
Q
Q Q Q
CMe Q
     
  
   


1
3
4 5 23 30 1
3
4 5 23 30
8
3 2
2 1
,
,
         1
3
8 4 5 8 23 308 12 08332 1( ) , , 
Aplicando a fórmula do lucro total descrita em (7.11), obteremos:
 Q P CMe Q Q           * * , ,15 12 0833 8 23 3333
Portanto, ao produzir 8 milhões de caixas de sabão em pó, a OWO atingirá o lucro máximo de 
R$ 23,333 milhões.
7.2 Curva de oferta de curto prazo
Vimos na figura 77 que a firma, quando opera no ponto ótimo B, encontrado na situação em que 
RMg = CMg, sempre terá lucro caso o preço de mercado do produto (p*) for maior que o seu custo 
médio de produção (CMe). Dessa forma, podem ocorrer as seguintes situações:
• quando p* > CMe – a firma apresenta lucro positivo, p(Q) > 0 no ponto ótimo;
• quando p* = CMe – a firma apresenta lucro nulo, p(Q) = 0 no ponto ótimo;
• quando p* < CMe – a firma apresenta prejuízo, p(Q) < 0 no ponto ótimo.
Quando a firma incorre em prejuízo no ponto ótimo, diz-se que ela, na verdade, está 
operando com o menor prejuízo possível. As vendas de quaisquer outras quantidades que não 
Q* provocam um prejuízo ainda maior para a firma. A pergunta que surge é a seguinte: a firma 
deve continuar operando mesmo com prejuízo? Podemos resolver essa questão analisando o 
gráfico da figura a seguir.
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
P, custos ($) CMg
CMe
CVMe
D = RMg = P
QQ*Q1
A
B
Prejuízo
P = CMe
P = CVMe
p*
Figura 79 – Operação da firma com prejuízo
A figura anterior mostra uma situação em que a firma opera com prejuízo, pois o ponto ótimo B é 
encontrado quando o preço de mercado (p*) é inferior ao custo médio (CMe). Note, entretanto, que p* é 
superior ao custo variável médio. Com p* > CVMe, verificamos que o preço de mercado é suficiente para 
cobrir, pelo menos, parte do custo fixo médio (CFMe). Nessa situação, se a firma interromper a produção, 
ela incorrerá em prejuízo muito maior, pois não terá como arcar com o custo fixo da operação. Dessa 
forma, podemos observar as seguintes situações:
• quando p* > CVMe – a firma produz, mesmo que a firma incorra em prejuízo no curto prazo, pois 
a receita obtida com p* é suficiente para cobrir parte do CFMe;
• quando p* < CVMe – a firma deve encerrar a produção, pois a receita obtida com p* não é 
suficiente para cobrir o CFMe.
 Lembrete
Regra do fechamento: uma empresa maximizadora de lucros que opera 
em mercados competitivos nunca produz, no curto prazo, se o preço de 
mercado for inferior ao custo variável médio (p* < CVMe).
Exemplo de aplicação
Uma fazenda produtora de morangos apresenta a seguinte função de custos totais de curto prazo: 
CT Q Q Q Q     3 26 25 100, onde Q representa a quantidade ofertada pela fazenda em 1.000 caixas 
por ano. Sabe-se que esse mercado apresenta condições próximas dos mercados competitivos. O preço 
de mercado dos morangos é de R$ 19,75 por caixa. Dessa forma, pede-se:
a) o nível ótimo de produção, se o preço de venda de cada unidade vendida de seu produto é igual 
ao preço de mercado.
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Unidade III
Resolução
A condição de primeira ordem para o lucro máximo é definida pela relação: RMg = CMg. Com 
p* = 19,75, então, no curto prazo, temos:
RMg P p
CMg
CT Q
Q
Q Q
  
 

  
* ,
( )
19 75
3 12 252
Como RMg = CMg, então:
19 75 3 12 25 3 12 25 19 75 0 3 12 5 25 02 2 2, , ,           Q Q Q Q Q Q
Resolvendo a equação, obtemos os seguintes valores para Q:
Q
Q e Q
    
 
( ) ( )( , )
( )
, ,
12 144 4 3 5 25
2 3
0 5 3 51 2
Aplicando a condição de segunda ordem expressa em (7.10):


 CMg Q
Q
Q
( )
6 129
Substituindo Q, na expressão, pelos pontos críticos Q e Q1 20 5 3 5= =, , :
6 0 5 12 9 0
6 3 5 12 9 0
,
,
     
    
Portanto, a produção ótima ocorrerá quando Q* = 3,5, ou seja, a fazenda deve produzir 3.500 caixas 
de morango por ano.
b) o custo variável médio (CVMe) quando a produção atinge o seu nível ótimo.
Resolução
O custo variável da firma é expresso como:
CV Q Q Q Q    3 26 25
Dessa forma, o CVMe é calculado da seguinte forma:
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
CVMe Q
CV Q
Q
Q Q Q
Q
Q Q          
3 2
26 25 6 25
No ponto ótimo: 
CMe Q* , ( , ) , ,       3 5 3 5 6 3 5 25 16 252
Assim, para Q* = 3,5, o CVMe da fazenda será de R$ 16,25/caixa.
c) o custo fixo médio (CFMe) quando a produção atinge o seu nível ótimo.
Resolução
O custo fixo da firma é CF = 100. Logo, o CFMe no ponto ótimo será de:
CFMe = =100
3 5
28 57
,
,
Ou seja, quando Q* = 3,5, o CFMe da fazenda será de R$ 28,57/caixa.
d) o custo total médio (CMe) quando a produção atinge o seu nível ótimo.
Resolução
O CMe é obtido da seguinte forma:
CTMe Q
CT Q
Q
Q Q Q
Q
Q Q Q           ( )
3 2
2 16 25 100 6 25 100
No ponto ótimo, o CMe será:
CTMe Q* , ( , ) ( , ) , ,        3 5 3 5 6 3 5 25 100 3 5 44 822 1
Logo, quando Q* = 3,5, o Ce da fazenda será de R$ 44,82/caixa.
e) o lucro da fazenda e a sua decisão em operar no longo prazo.
Resolução
Ao preço de mercado p* = 19,75, o lucro da fazenda no ponto ótimo será


Q RT Q CT Q
Q
     
          
( )
, , , [ , ) , ,* 3 5 19 75 3 5 3 5 6 3 5 25 3 53 2       100 69 13 156 88 87 75, , ,
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Unidade III
Portanto, o proprietário da fazenda produz com prejuízo de R$ 87.750 no curto prazo. Como 
p* > CVMe, (19,75 > 16,25), a diferença cobre parte do custo fixo. Então, a fazenda deve continuar 
produzindo. Caso a fazenda encerrasse a produção, não haveria nenhuma parcela de receita que 
cobrisse seu custo fixo.
Derivando a curva de oferta de curto prazo
A curva de oferta da firma representa as quantidades (Qs) que a firma está disposta a vender para 
diferentes níveis de preço de mercado. Sabemos que a condição de operação da firma depende do preço 
de mercado e do custo variável médio. De acordo com a regra do fechamento, podemos estabelecer as 
seguintes condições de oferta:
• p* < CVMe; a firma não produzirá. Logo, a oferta é zero nessa condição, QS = 0;
• p* > CVMe; a firma produzirá. Logo, a oferta será positiva nessa condição, QS > 0.
Formalmente, a oferta da firma (S) é representada da seguinte forma: 
S
P CVMe Q
P CVMe Q
s
s

  
  



0
0
 (7.12)
Podemos observar na figura 79 que a curva de CMg cruza a curva de CVMe no seu ponto mínimo (ponto 
A). Para preços maiores que o CVMe, a firma passará a ofertar diferentes quantidades produzidas a partir de Q1. 
Sabemos que o nível ótimo de produção Q* ocorre no ponto em que a curva de custo marginal cruza a receita 
marginal e esta, em concorrência perfeita, deve ser igual ao preço de mercado p*. Assim, qualquer nível de p* 
= CMg pode ser válido para gerar um produto ofertado, desde que acima do ponto A na figura 79. Portanto, a 
curva de oferta de curto prazo de uma firma é a região da curva de custo marginal acima do ponto mínimo da 
curva de custo variável médio, condição em que a firma passa a operar, como vemos na figura a seguir.
P, Custos ($)
P2
Q2Q1 Q
CVMe
CMg
Curva de oferta
A'
A
P1 - CVMe
Figura 80 – Curva de oferta da firma individual no curto prazo
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Exemplo de aplicação
Considere que a curva de custo total de uma firma no curto prazo seja dada por: CT(Q) = Q2 +20Q + 100, 
onde Q representa a quantidade produzida pela firma. Determine:
a) a função de custo variável médio, CVMe(Q), e a quantidade produzida da firma quando esse custo 
for mínimo.
Resolução
A função do custo variável dessa firma é dada por:
CV(Q) = Q2 +20Q
Logo, o CVMe(Q) dela será:
CVMe Q
Q Q
Q
Q( )    
2 20
20
O pontoem que o CVMe mínimo ocorre é:
min ( )CVMe Q CVMe Q CMg Q     
Como a função do CMg(Q) é:
CMg Q
CT Q
Q
Q( )
( ) 

 2 20
Então, fazendo CVMe(Q) = CMg(Q), obteremos:
Q Q Q    20 2 20 0
Assim, quando Q = 0, o CVMe será equivalente a:
CVMe Q     0 0 20 20
Portanto, o custo variável médio mínimo é igual a $20.
b) a curva de oferta de curto prazo da firma.
Resolução
Aplicando a condição expressa em (7.12), obteremos:
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Unidade III
S
P Q
P Q
s
s

  
  



20 0
20 0
Sabemos que a firma deve oferta qualquer preço, equivalente ao custo marginal, desde que acima 
do ponto mínimo da curva de CVMe. Então: 
P Q
Q Ps
 
  
20 2
10
1
2
Logo a função de oferta da firma individual pode ser especificada da seguinte forma:
Q
se P
P se Ps


  




0 20
10
1
2
20
,
,
O gráfico a seguir mostra como seria curva de oferta, de acordo com a função especificada.
P, custos ($)
P2
P1
20
0 Q1 Q2 Q
CVMe
Qs = -10 + 0,5P
CMg, 
Curva de oferta (s)
Figura 81 – Definição da curva de oferta da firma
Elasticidade-preço da oferta
Anteriormente, vimos que a elasticidade-preço da oferta representa a medida de sensibilidade da 
relação entre preço e a quantidade ofertada, cuja fórmula reproduzimos a seguir: 
s
P s
s
s s
s s
sQ
P
Q
Q
P
P
Q
Q
P
P
P
Q
Q
P
    








%
%
 (7.13)
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Considerando variações infinitesimais, a fórmula da elasticidade-preço da oferta se transforma em:
s
P
s
sP
Q
Q
P
 

 (7.14)
Conforme o resultado da equação (7.14), a oferta poderá ser classificada quanto a sua elasticidade-
preço, da seguinte forma:
• oferta elástica (s
P  1): a oferta desse bem apresenta grande sensibilidade à variação de preços;
• oferta inelástica (s
P  1): a oferta do bem tem baixa sensibilidade à variação de preços.
Além disso, podemos traçar algumas curvas de oferta típicas, conforme se observa na figura 
a seguir.
P P
P*
Q
S
S
ηP = 0ηP = ∞
QQs
(a) Oferta totalmente elástica (b) Oferta perfeitamente inelástica
Figura 82 – Curvas de oferta típicas
No caso de curvas de oferta totalmente elásticas – figura 82 (a) –, temos o caso em que 
os custos marginais tornam-se constantes, que é a condição para que a firma esteja operando 
em regime de rendimentos constantes de escala. Por outro lado, quando a curva de oferta é 
perfeitamente inelástica – figura 82 (b) – observa-se a situação em que a capacidade instalada da 
firma é totalmente utilizada, ou seja, as plantas fabris e os insumos (equipamentos e trabalhadores) 
são plenamente utilizados. 
Exemplo de aplicação
Considere que uma indústria eletrônica fabrique tablets. Essa firma conhece sua curva de oferta, 
que é definida pela seguinte função: QS = P
1/2, onde Q representa a quantidade ofertada (em milhares) 
e P é o preço de venda do tablet. Calcule a elasticidade-preço da oferta no ponto em que a quantidade 
vendida for de 6 mil unidades.
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Unidade III
Resolução
Pelos dados do enunciado, QS = 6. Logo, o preço que corresponde a essa quantidade é:
Q P P Ps     
1 2 1 26 36/ /
Aplicando a fórmula da elasticidade-preço da oferta em (7.14) no ponto em que P = 36 e QS = 6, 
obteremos:
s
P
s
sP
Q
Q
P P



   36
6
1
2
36
6
1
2 36
0 5
1 2 1 2/ /( )
,
Portanto, a elasticidade-preço da oferta de tablets é igual a 0,5: um aumento de 1% no preço provoca 
um aumento na quantidade ofertada de tablets de 0,5%. Podemos observar que a curva de oferta é do 
tipo isoelástica. Conforme vimos anteriormente, curvas desse tipo são de elasticidade constante e igual 
ao expoente da função (no caso, 1/2).
Equilíbrio de curto prazo na concorrência perfeita
Definimos o equilíbrio de mercado como a situação em que a demanda por bens ou serviços se iguala 
à oferta. O equilíbrio reflete a situação em que o preço é determinado pelas forças de mercado e não 
se altera a menos que ocorram deslocamentos nas curvas de demanda ou oferta. Mostramos também 
como a curva de demanda é derivada. Aqui, trataremos da derivação da curva de oferta apresentada na 
figura a seguir.
P
p*
P = CMe
P = CVMe
P
p*
Ps
E
S
D
B
A
qs q* q
(a) Firma típica (b) Mercado
Qs = ηqs Q* = ηq* Q
CVMe
D = RMg
Lucro total
CMe
CMg
Figura 83 – Equilíbrio de curto prazo em mercados competitivos
Por hipótese, existem n firmas típicas que maximizam o lucro conforme o gráfico (a) da figura:
• o preço mínimo que cada firma cobrará é aquele que iguala o custo variável médio mínimo;
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
• as quantidades qs e q* são, respectivamente, as quantidades de início de produção e o nível ótimo 
de produto da firma típica;
• no curto prazo, uma firma típica obtém lucro, fato que incentiva outras firmas a entrarem no 
mercado.
No curto prazo, a curva de oferta de mercado S – figura 83 (b) – é a soma da oferta de todas as 
firmas típicas que formam o mercado do produto. A porção horizontal da curva de oferta reflete que:
• nenhum bem ou serviço é produzido se o preço está abaixo do ponto de saída do mercado (P < CVMe);
• basta o preço de mercado ser um pouco maior que o CVMe (P > CVMe) para que as firmas passem 
a produzir.
A intersecção das curvas de oferta de mercado (S) e de demanda de mercado (D), figura 83 (b), 
determina o equilíbrio de curto prazo do mercado (p*;Q*). Nesse caso: 
Q p Q ps d
* * *     (7.15)
Ou seja, a quantidade de bens que as n firmas desejam ofertar ao preço de mercado 
Q p q p q p q ps s s s
n* * * * *( ) ( ) ( ) ( )   1 1  é igual à quantidade de bens que os consumidores desejam 
demandar a esse preço Qd(p*). A quantidade produzida pela totalidade de firmas do mercado pode ser 
expressa pela fórmula:
Q p n qs s
* * *( )   (7.16)
onde q* é a quantidade ótima de produção das n firmas típicas.
Exemplo de aplicação
Imagine que você abriu uma empresa que produz autopeças e as vende no mercado de reposição, 
para oficinas. Suponha que existem 300 empresas nesse setor, todas idênticas e com a seguinte função 
de custos totais de curto prazo: CT(Q) = 150Q2 + 0,1, onde Q representa a quantidade de autopeças 
colocadas no mercado pela empresa, em milhões de unidades por ano. A curva de demanda desse 
mercado é dada por: Qd = 60 - P. Com base nesses dados, responda as seguintes perguntas:
a) quais as curvas de custo marginal, CMg(Q), e custo variável médio, CVMe(Q)?
Resolução
O custo variável da firma é dado por:
CV(Q) = 150Q2 
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Unidade III
Para obter a função CVMe(Q), devemos proceder da seguinte forma:
CVMe Q
Q
Q
Q( ) = =150 150
2
A função CMg(Q), por sua vez, é obtida da seguinte forma:
CMg Q
CT Q
Q
Q( )
( ) 

 300
b) qual o preço mínimo de oferta?
Resolução
O preço mínimo de oferta é aquele em que:
CVMe(Q) = CMg(Q)
Utilizando os resultados obtidos em (a):
150 300 0Q Q Q  
Portanto, a quantidade mínima que cada firma individual oferta nesse mercado é Q = qs = 0
c) obtenha o equilíbrio de curto prazo desse mercado.
Resolução
Como a quantidade mínima a ser oferta é zero, conforme o resultado em (b), então a curva de oferta 
será dada por qualquer preço que iguale a curva de custo marginal:
P CMg Q qs  *
Dessa forma, a curva de oferta da firma individual será:
P Q q Ps  
300 300 1*
Portanto, em equilíbrio que maximiza o lucro no curto prazo, a curva de oferta de mercado, ou seja, 
com n = 300 firmas, será:
Q P n q
Q P P Q P P
s s
s s
* *
* *
   
       300 300 1
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Igualando as curvas de oferta e demanda de mercado:
Q P Q P
P P P
s d
*     
   60 30
Ao preço de $30, a quantidade de equilíbrio de mercado será Q* = 30, ou seja, 30 milhões de 
unidades/ano. Cada empresa individualmente produzirá, por sua vez:
Q P n q q
Q P
n
qs s s
s
s
* * *
*
* ,          30
300
0 1
Ou seja, cada firma individual produz anualmente 100.000 unidades do produto.
d) no equilíbrio de mercado, as empresas obtêm lucro econômico positivo?
Resolução
Como atesta a figura 77, uma firma individual terá lucro na condição em que P > CMe. A função de 
custo médio é dada por:
CMe Q
CT Q
Q Q
Q Q         150 0 1 150 0 1
2
1Q , ,
com Q qs= =
* ,0 1, o valor do custo médio será:
CMe Q         0 1 150 0 1 0 1 0 1 161, , , ,
Como P = 30, então P > CMe. Logo, cada empresa aufere lucro econômico positivo. De fato, ao 
apurarmos o lucro de cada firma, obteremos:
 Q RT CT            30 0 1 150 0 1 0 1 14
2, , , ,
Efeito de um imposto sobre as vendas
Um imposto sobre as vendas desloca a curva de custo marginal da empresa no montante do 
imposto. A empresa reduzirá seu nível de produção até o ponto em que o custo marginal acrescido 
do imposto seja igual ao preço de mercado do produto, como na figura a seguir. A determinação do 
nível de produção em concorrência perfeita é CMg = RMg = P. Com a incidência do imposto t, a nova 
quantidade produzida de equilíbrio será determinada a partir da relação:
CMg + t = P ⇒ CMg = P - t (7.17)
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Unidade III
CMg + t
CMg
B
P
p*
q* q* q1 0
A
∆t
Figura 84 – Impacto de um imposto sobre as vendas no nível de produção
 Observação
Caso o efeito de um imposto impeça a firma de obter lucro econômico 
(p > 0), a firma deve optar por sair do mercado.
Quando um imposto sobre a produção atinge todas as empresas de um mercado competitivo, 
ocorrerá o deslocamento da curva de oferta para cima à esquerda no montante do imposto recolhido, 
como vemos na figura a seguir. Entretanto, isso acarretará em elevação do preço de mercado do produto 
e diminuirá a produção total do setor atingido.
P
P1
P2
Q1 Q0 Q
D
S
S + t
E1
E0
∆t*
*
* *
Figura 85 – Impacto de um imposto sobre as vendas na produção do setor
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Exemplo de aplicação
Suponha que um mercado caracterizado como de competição pura apresente as seguintes curvas 
de oferta e demanda de mercado: Qs =1.200P e Qd = 6.500 - 100P, onde Q é quantidade em unidades 
negociadas nesse mercado e P é o preço por unidade. A função de custo total de curto prazo de cada 
firma desse mercado é: CT(Q) = 520 +0,005Q2.
a) obtenha o nível ótimo de produção de cada firma e o lucro total.
Resolução
O preço de equilíbrio desse mercado é determinado pela igualdade Qs = Qd. Dessa forma:
1.200P = 6.500 - 100P ⇒ P =5
O nível de produção que maximiza o lucro da firma é aquele em que CMg = RMg. Como em mercados 
competitivos RMg = P, então:
CMg(Q) = 0,01Q
0,01Q = 5 ⇒ Q = 500
Dessa forma, o lucro total de cada firma desse mercado será:


Q RT CT PQ CT Q
Q
     
          
( )
,5 500 520 0 005 500 7302
b) imagine que o governo tenha criado um imposto específico de $2/unidade vendida. Determine o 
novo nível ótimo de produção de cada firma e o lucro total.
Com o imposto de t = 2Q, a curva de custo total passará a ser:
CT Q Q Q    520 0 005 22,
O novo equilíbrio com a incidência do imposto será:
CMg Q Q
Q Q
   
   
0 01 2
0 01 2 5 300
,
,
Com essa nova quantidade, o lucro total de cada firma desse mercado será:
 Q          5 300 520 0 005 300 530
2,
Portanto, a incidência do imposto reduzirá o custo da firma.
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Unidade III
7.3 Curva de oferta de longo prazo
No equilíbrio de curto prazo, uma firma típica aufere lucro quando o preço de mercado do produto 
está acima de seu custo médio. Essa condição induz outras firmas a entrarem nesse mercado até o ponto 
em que: 
P CMe Q  min ( ) (7.18)
Quanto maior o número de firmas que entram nesse mercado, maior o custo agregado dos fatores 
de produção individuais (capital e trabalho). Quando o preço de mercado atinge o ponto definido em 
(7.18), o lucro total torna-se negativo e as firmas não conseguem construir novas plantas produtivas 
nem contratar mais trabalhadores. Nesse ponto, o mercado para de crescer e alcança o número máximo 
de firmas do mercado (n*). A quantidade total de bens e serviços produzidos nesse mercado passa a ser:
Q P n qs s
* * *    (7.19)
No longo prazo, as firmas podem ajustar seus níveis de capital que permitem ampliar a capacidade 
produtiva, ou seja, todos os fatores de produção são livres para variar. Isso significa dizer que não existe 
diferenciação entre custos fixos e custos variáveis. Dessa forma, no longo prazo:
CVMe Q CMe Q   ( )
A elevação do custo médio ocorre até o ponto em que:
CMe Q Cmg Q   ( )
Nesse ponto, a firma estará produzindo em seu nível mais eficiente, ou seja, com o menor custo 
unitário. Portanto, a curva de oferta de longo prazo individual será a porção da curva de custo 
marginal acima do ponto mínimo do custo total médio. O gráfico (a) da figura a seguir mostra o 
equilíbrio de longo prazo da firma individual típica. No longo prazo, o preço pmin equivale a P = CMe(Q). 
Nesse gráfico, também é representado o lucro econômico formado pela área do retângulo 
ABp pmin * .
 Observação
Conforme visto anteriormente, o lucro econômico é definido pela 
diferença entre a receita total da firma e seus custos econômicos (soma 
dos custos implícitos e explícitos).
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P
p*
pmin
A
C
B
CMe = CVMe
D = RMg
p* = CMe
Lucro 
econômico
(a) Firma típica (b) Mercado
CMg P
E
SCP
SLP
D
QQ* = n* q*q* q
Figura 86 – Equilíbrio de longo prazo em mercados competitivos
Assim:
• quanto mais elevado for p*, maior será o lucro econômico;
• para preços inferiores a p*, o lucro econômico será menor;
• quando p* = pmin, o lucro econômico da firma será nulo.
Em concorrência perfeita, enquanto P > CMe(Q), mais empresas serão atraídas para o setor, elevando 
a quantidade produzida no mercado (Q*) e reduzindo o preço de mercado até atingir novo equilíbrio 
quando P = CMe(Q*). Nesse caso, o lucro econômico desaparece. 
No ponto C na figura anterior, o preço equivale à condição (7.18) de equilíbrio de curto prazo, ou 
seja: P = min{CMe(Q)}. Nesse caso, a firma teria prejuízo no curto prazo, mas continuaria operando. No 
longo prazo, se o prejuízo persistir, a firma sai do mercado.
O gráfico (b) da figura anterior apresenta o equilíbrio de mercado de longo prazo. A curva de oferta 
de curto prazo (SCP) é demonstrada a partir do ponto em que P = min{CMe(Q)}. A curva de demanda 
de mercado no longo prazo é idêntica à de curto prazo. O equilíbrio de mercado no longo prazo é 
determinado pela intersecção das curvas de demanda (D) e de oferta de longo prazo (SLP) e o preço de 
equilíbrio passa a ser: 
P CMe Qs  * (7.20)
Caso o número de firmas que podem produzir ao mesmo custo seja muito grande (n* → ∞), a curva 
de oferta de longo prazo (SLP) será horizontal, correspondendo ao mesmo nível do custo médio mínimo 
de uma firma típica.
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Unidade III
Curvas de oferta de longo prazo típicas
A figura a seguir traz dois exemplos típicos de curva de oferta de longo prazo: uma indústria de 
custos constantese uma indústria de custos crescentes.
 Observação
Como a curva de oferta de mercado representa o conjunto de firmas 
que pertencem a esse mercado, então, muitas vezes, essa curva representa 
o setor econômico ou uma indústria.
P
(a) Indústria de custos constantes (b) Indústria de custos crescentes
P
P* SLP
SLP
Q Q
Figura 87 – Curvas de oferta de longo prazo típicas
No caso de indústria de custos constantes, como no gráfico (a) da figura, os custos de produção de 
longo prazo permanecem inalterados quando a produção aumenta, denotando rendimentos constantes 
de escala. Nesse caso, a elasticidade-preço da oferta é infinita, como igualmente observado na figura 
82 (a).
Por outro lado, as indústrias de custos crescentes, como no gráfico (b) da figura, são aquelas cujos 
custos de produção aumentam de acordo como o aumento da produção. Assim, se a oferta de insumos 
é constante, todo aumento de produção reflete em aumento nos custos. 
 Saiba mais
O setor de transportes é um exemplo de indústria de custos crescentes: 
a elevação na produção de veículos aumenta os congestionamentos, o 
que provoca crescimento nos custos do transporte, como é possível ver no 
capítulo 3 de:
WHEELAN, C. Economia nua e crua: o que é, para que serve, como 
funciona. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Equilíbrio de longo prazo
De acordo com as características econômicas de longo prazo exibidas aqui, podemos concluir que o 
equilíbrio de mercado de longo prazo, em que P = p*, decorre de três propriedades, a saber:
1. O lucro de longo prazo é maximizado com respeito ao nível de produção e ao tamanho da planta 
de produção. Esse caso reflete a condição em que: 
p CMg Qs
* *   (7.21)
2. O lucro econômico de longo prazo é zero,  Qs
*   0 , refletindo a condição em que:
p CMe Qs
* *   (7.22)
3. Ao preço de mercado p*, a demanda é igual à oferta. Pela equação (7.18), sabemos que a quantidade 
oferta de mercado deve ser Q P n qs s
* * *    . Dessa forma, para termos Q p Q ps d* * *     :
n q Q p
n
Q p
q
s d
d
s
* * *
*
*
*
   

  (7.23)
Exemplo de aplicação
O custo total de longo prazo de uma firma que oferta seu produto num mercado perfeitamente 
competitivo é dado por: CT Q Q QQLP( ) ,  0 01 40
3 2 , onde Q é a quantidade de bens vendida 
pela empresa. A firma sabe que a curva de demanda desse mercado é representada pela função: 
Q Pd  25 000 1 000. . . Sendo assim, pede-se:
a) a quantidade ofertada por empresa e o preço de equilíbrio de longo prazo.
Resolução
Em primeiro lugar, observe que a curva de custo de longo prazo não apresenta custos fixos. O 
equilíbrio de longo prazo deve satisfazer às condições (7.21) a (7.23), a saber:
(i) p CMg Qs
* *   :
p Q Q* ,  0 03 2 402
(ii)  Q p CMe Qs s
* * *      0 :
p Q Q* ,  0 01 402
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Unidade III
(iii) Q p Q ps d
* * *     :
n
Q p
q
P
q
d
s s
*
*
* *
. .
 
 25 000 1 000
Substituindo o resultado da condição (ii) em (i):
0 01 40 0 03 2 40
0 03 0 01 2
0 02 0 02
2 2
2 2 2
2
, ,
, ,
, ,
Q Q Q Q
Q Q Q Q
Q Q Q Q
    
  
         1 0 0 02 1 1
0 02
50,
,
Q Q
Portanto, cada empresa produz Q qs= =
* 50 unidades. Substituindo esse resultado nas condições (i) 
ou (ii), obteremos o preço de mercado desse produto:
p P* , ( )      0 0150 50 40 152
Logo, o preço de mercado do bem será igual à $15.
b) o número de empresas desse mercado e quantidade ofertada de mercado.
Resolução
Aplicando a condição (iii) descrita em (a) e os resultados já obtidos:
n
P
qs
*
*
. . . . ( )    25 000 1 000 25 000 1 000 15
50
200
Utilizando a fórmula (7.19), conheceremos a quantidade ofertada no mercado:
Q P n q Q Ps s s
* * * * .         200 50 10 000
7.4 Excedente do produtor
Vimos anteriormente que o excedente do consumidor representa a diferença entre o que um 
consumidor está disposto a pagar por um bem e o preço que ele efetivamente paga. O excedente 
do produtor, por outro lado, representa a quantia que, no curto prazo, os produtores recebem acima 
do preço mínimo que teria sido necessário para que eles produzissem e vendessem seu produto. O 
excedente do produtor é representado na figura a seguir, como a área acima da curva de oferta limitada 
pelo preço de mercado p*.
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
P
p*
Excedente do 
produtor Preço de 
mercado
Custo 
variávelCV
EP
q* Q
SCP
pmin
Figura 88 – O excedente do produtor
Na figura, pmin representa o preço mínimo que o produtor pode receber, dada a sua curva de oferta. 
O pmin, no curto prazo, é definido pela condição (7.18), ou seja, P = min{CMe(Q)}. Dessa forma:
• qualquer preço entre pmin e p* pode ser praticado, sendo que somente em p* os produtores 
maximizam seu lucro;
• abaixo de pmin, o produtor não oferta. Entre pmin e p* o vendedor pode ofertar o bem, mas o lucro 
máximo não é assegurado. 
A área abaixo da curva de oferta mostra que o custo total da firma varia com a quantidade ofertada. 
Logo, essa área representa o custo variável (CV). A soma das duas áreas na figura (EC + CV) representa a 
receita total (RT) dos produtores. Assim, temos que:
EP = RT - CV (7.24)
Dessa forma, no curto prazo, o excedente do produto é igual ao lucro variável. Note que o conceito 
de excedente do produtor difere do conceito de lucro total, que representa a diferença entre a receita 
total e todos os custos da firma:
p(Q) = RT - CT = RT - CV - CF
Com isso, devemos ter uma condição no curto prazo tal que o excedente do produtor é necessariamente 
maior que o lucro total da firma: EP > p (Q).
No longo prazo, quando p* = pmin e todos os custos são considerados variáveis (como na figura 86), 
o excedente do produtor é nulo, ou seja:
 EP = RT - CV = 0 ⇒ RT - CV 
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Unidade III
O excedente do produtor também pode ser calculado diretamente tomando-se a área acima da 
curva de oferta na figura 88, delimitada pelo ponto que representa o preço mínimo (pmin) até a linha 
que representa o preço de equilíbrio de mercado (p*). Se a função de oferta for linear, pode-se calcular 
o excedente do produtor a partir da seguinte fórmula:
EP
p p qmin

  * *
2 (7.25)
Exemplo de aplicação
Fazendeiros produzem cana-de-açúcar de acordo com a seguinte função de custo de curto prazo: 
CT Q QCP    4 1502 , onde Q é a quantidade de cana-de-açúcar produzida em milhares de toneladas. 
Existem 32 fazendas idênticas que produzem cana-de-açúcar nesse mercado. Agora, determine:
a) a função de oferta de cana-de-açúcar da fazenda individual e função de oferta de cana-de-açúcar 
do mercado.
Resolução
A curva de oferta individual de curto prazo pode ser obtida a partir da condição de maximização de lucro:
max ( )
max [ ]
( )



Q RT Q CT Q
Q PQ Q
Q
Q
P Q
     
    


  
4 150
8 0
2
Resolvendo para Q, obteremos a seguinte função de oferta de curto prazo:
Q q Ps= =
* ,0 125
A oferta de mercado é obtida a partir da aplicação da fórmula (7.17):
Q P n q Q P P Q P Ps s s s
* * * *,            32 0 125 4
b) supondo que a função de demanda de cana-de-açúcar pode ser expressa por Qd = 1.200 - 2P, 
determine o preço e a quantidade de equilíbrio desse mercado.
Resolução
Em equilíbrio de mercado, devemos ter: Q p Q ps d
* * *     . Então:
4 1 200 2 6 1200 200P P P P     .
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Portanto, o preço de equilíbrio mercado é P = p* = $200. Substituindo o resultado em alguma dasfunções (oferta ou demanda):
Q P p P Q Ps s
* * *        4 200 4 200 800
Assim, a produção total do mercado é de 800 mil toneladas de cana-de-açúcar.
p P* , ( )      0 0150 50 40 152
c) determine o lucro de cada fazendeiro e excedente do produtor.
Resolução
A quantidade ofertada por cada fazenda é obtida a partir da função de oferta individual:
q P qs s
* *, ,    0 125 0 125 200 25
Com esse resultado, no curto prazo, o lucro total que cada fazenda obtém será:



Q RT CT
Q
Q
   
       
    
200 25 4 25 150
5 000 2 650 2 350
2[ ]
. . .
O excedente do produtor, por sua vez, é obtido a partir da expressão em (7.24), ou seja:
EP RT CV
EP
EP
 
    
  
200 25 4 25
5 000 2 500 2 500
2[ ]
. . .
Podemos comprovar esse resultado a partir da fórmula (7.25). Observe no gráfico a seguir a função 
de oferta individual e os respectivos pontos críticos, pmin e p*:
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P
p* = 200
CV
EP
q* = 25 Q
SCP = Qs = 0,125P
pmin = 0
Figura 89 
Utilizando a fórmula (7.25) para calcular o excedente do produtor:
EP
p p qmin

  

   
* *
.
2
200 0 25
2
2 500
Finalmente, pelos resultados encontrados, podemos concluir que EP Q ( ) .
8 ANÁLISE DE MERCADOS COMPETITIVOS E BEM-ESTAR
Apresentamos os conceitos de excedente do consumidor e excedente do produtor. O excedente do 
consumidor retrata o bem-estar dos consumidores com a compra de mercadorias. O excedente do produtor 
reflete o ganho dos produtores com a venda dos bens e serviços aos consumidores. Tais medidas, portanto, 
podem ser utilizadas para avaliar o benefício líquido da sociedade com a troca de mercadorias.
Aqui, utilizaremos esses conceitos de bem-estar para desenvolver uma metodologia de análise de 
políticas públicas. Para tanto, introduziremos um novo conceito: o peso morto, que representará a perda 
de bem-estar quando o mercado apresentar falhas ou quando o governo intervém na economia.
Com base nessas ferramentas, estaremos aptos a responder as seguintes questões:
• por que em mercados competitivos, a interação entre os agentes econômicos é eficiente?
• qual o benefício para a sociedade decorrente da compra de venda de mercadorias? 
• qual o efeito, em termos de bem-estar, da intervenção governamental na economia?
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8.1 Aplicação dos conceitos de excedentes do consumidor e produtor
Em estruturas de mercados de concorrência perfeita, tanto consumidores quanto produtores são 
agentes racionais ou, ainda, possuem comportamentos otimizadores:
• cada consumidor atua de acordo com seu próprio interesse, maximizando seu bem-estar na compra 
de bens e serviços que satisfaçam suas necessidades (utilidade) sujeitos à restrição orçamentária;
• cada produtor também atua de acordo com seu próprio interesse, decidindo se permanece no 
mercado de acordo com o resultado de maximização do lucro, também sujeito à restrição dos 
custos de aquisição de insumos necessários para a produção de bens e serviços. 
Quando esses agentes atendem a esses princípios, é possível traçar as curvas de demanda e de oferta 
dos bens e serviços negociados nesse mercado.
 Observação
A ideia de que agentes decidem a permanência no mercado de acordo 
com seus interesses foi descrita originalmente por Adam Smith (1776), que 
afirmou existir uma “mão invisível” guiando o mercado competitivo para o 
nível eficiente de produção.
O equilíbrio de mercado em concorrência perfeita é a situação em que a quantidade demandada 
por bens ou serviços se iguala à quantidade ofertada. O equilíbrio reflete a situação em que o preço é 
determinado pelas forças de mercado (p*) e não se altera a menos que ocorram deslocamentos em alguma 
das curvas (de demanda ou de oferta ou em ambas). Esse equilíbrio é representado na figura a seguir.
Excesso
S
E
D
Q0
pmin
P = p*
pmax
P
Q* = Qs = Qd
Escassez
EC
EP
Figura 90 – Equilíbrio de oferta e demanda em mercados competitivos
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O ponto de equilíbrio E na figura traduz a situação em que os consumidores e produtores estão 
otimizando a satisfação em um mercado suficientemente competitivo. Logo, a interação (ou troca) entre 
compradores e vendedores nesse ponto é a melhor situação de bem-estar que os agentes econômicos 
podem atingir. Em qualquer outro ponto, não ocorre essa otimização:
• se o preço estiver acima de p*, haverá excesso de mercadorias (a oferta será maior que demanda). 
Assim, o preço deve se reduzir (e a quantidade demandada aumentar) para o mercado alcançar o 
equilíbrio;
• se o preço estive abaixo de p*, haverá escassez de mercadorias (a demanda será maior que a oferta). 
Com isso, o preço deve aumentar (e a quantidade demandada reduzir), trazendo a economia para 
o equilíbrio.
Portanto, apenas no ponto E a sociedade maximiza o bem-estar ou, ainda, os agentes estão atuando 
de modo eficiente. 
A medida do bem-estar pode ser estabelecida a partir dos conceitos de excedente do consumidor e 
produtor, que agora podem ser definidos como:
• excedente do consumidor (EC): benefício líquido total que os consumidores recebem por pagar o 
preço de mercado pelas mercadorias que satisfazem seu bem-estar. Na figura anterior, esse ganho 
é observado enquanto os consumidores estiverem consumindo quantidades de bens e serviços 
entre 0 e Q*;
• excedente do produtor (EP): benefício líquido que os produtores desfrutam ao vender pelo preço 
de mercado os bens e serviços produzidos que geram o máximo lucro. Na figura anterior, esse 
ganho é observado enquanto os ofertantes estiverem vendendo quantidades de bens e serviços 
entre 0 e Q*.
Dessa forma, podemos também definir o excedente total (ET) como o benefício líquido agregado 
obtido por consumidores e produtores, ou seja: 
ET = EC + EP (8.1)
A soma dos dois excedentes, portanto, é a medida do ganho social da troca. Na figura 90, o excedente 
total é representado pela área do triângulo com base igual à diferença entre o preço máximo (pmax) – que 
o consumidor aceita pagar pela mercadoria – e o preço mínimo (pmin), que o produtor aceita para ofertar 
a mercadoria. Com as fórmulas utilizadas para representar o excedente do consumidor, na fórmula 
(4.13), e o excedente do produtor, fórmula (7.25), podemos estabelecer o excedente total como sendo:
ET
p p q p p q p p qmax min max min

  

  

  * * * * *
2 2 2
 (8.2)
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Variação do bem-estar
Quando o preço varia alterando o equilíbrio de mercado, podemos medir quanto foi o ganho (ou 
perda) de bem-estar decorrente dessa variação. Vejamos na figura a seguir, por exemplo, o caso em 
que um aumento de renda dos consumidores (∆R) provoque o deslocamento para cima da curva de 
demanda. Caso as condições de oferta permaneçam as mesmas, notaremos um aumento no preço de 
equilíbrio, de p0
* para p1
* , para que a nova quantidade ofertada (Q1
* ) se iguale às novas condições da 
demanda.
D'D
Q0
C
B
A
F
P
pmax
pmax
pmin
p*
p*
Q* Q*
1
0
0
1
0
0 1
S
G
E1
E0
∆R
Figura 91 – Variação no excedente total devido a um aumento de renda
A área ABC na figura corresponde ao excedente total antes do deslocamento da demanda, sendo 
que a área AB é o excedente do consumidor e a área C é o excedente do produtor. O excedente total 
após o deslocamento da curva de demanda (e o decorrente aumento no preço de mercado) passa a ser 
medido pela área ABCFG , sendo que o excedente do consumidor é medido pela área AF e o excedente 
do produtor é medido pela área BCG . A tabela a seguir resume esses resultados.
Tabela 10 – Variaçõesde bem-estar devido a um aumento na renda
Medidas de bem-estar
Antes da variação 
em p*
Depois da variação 
em p*
Efeito líquido no 
bem-estar
(1) (2) (3) = (2) – (1)
Excedente do consumidor (EC) A + B A + F −B + F
Excedente do produtor (EP) C B + C + G B + G
Benefício líquido total: EC + EP A + B + C A + B + C + F + G F + G
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Note ainda que a renda adicional permitiu ao consumidor um ganho de bem-estar igual à área F. 
Contudo, o aumento de preço fez com que o consumidor tenha perda de bem-estar igual à área B. Os 
produtores, por sua vez, obtiveram um ganho igual à área BG, em parte por que passaram a vender o 
produto a um preço maior (área B); a outra parte relaciona-se com a maior venda de produtos que gera 
um aumento em sua receita total (área G). A variação no excedente total (∆ET), portanto, é igual à área 
FG e pode ser representada, sinteticamente, pela fórmula:
  ET EC EP  (8.3)
Considerando o subscrito 0 como a situação antes da variação de preços e o subscrito 1 como a 
situação depois, então temos que:


EC EC EC
EP EP EP
 
 
1 0
1 0
Exemplo de aplicação
O Prêmio Nobel em economia em 2012 foi dividido entre dois economistas que trabalham com 
o desenho de mercados, Alvin Roth e Lloyd Shapley. Um dos artigos de Roth discute o mercado de 
rins humanos. A venda de rins humanos para doação é proibida na maioria dos países do mundo, 
inclusive no Brasil. Portanto, rins para doação são obtidos a preço igual a zero. Mesmo assim, há 
aproximadamente 16.000 doações de rins por ano. Se pudessem ser ofertados a preços de mercado, 
estima-se que a oferta poderia ser representada por: Qs = 16.000 + 0,4P. A demanda, por sua vez, 
pode ser representada por: Qd = 32.000 - 0,4P. O preço (P) é dado em dólares por rim e a quantidade 
(Q), em número de rins.
a) calcule qual o preço e a quantidade de equilíbrio, caso fosse possível negociar rins humanos em 
um mercado competitivo. Desenhe as curvas de oferta e demanda desse mercado.
Resolução
Imaginando um mercado livre de rins com as curvas de oferta e demanda, obteremos o seguinte par 
preço e quantidade de equilíbrio:
Q Q
P P P p
Q
s d
d

     
 
16 000 0 4 32 000 0 4 20 000
32 000 0 4 20 00
. , . , .
. , .
*
00 24 000   Q qd * .
Com base nesses resultados, o equilíbrio de mercado de rins pode ser representado pelo gráfico a 
seguir.
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S
E
D
Qq* = 24.00016.0000
p* = 20.000
pmax = 80.000
Figura 92 – Definição do bem-estar social a partir do excedente total
Portanto, num mercado livre, de acordo com as funções de oferta e demanda estabelecidas, a 
quantidade de rins doados (Q = 16.000) seria menor do que a quantidade de equilíbrio de mercado 
(q* = 24.000). 
b) calcule o excedente do consumidor, do produtor e o benefício líquido total, em valores monetários.
Resolução
Da função de demanda, sabemos que pmax = 80 000. . Aplicando a fórmula do excedente do 
consumidor (4.13) vista anteriormente:
EC
p p qmax

  

   
* *
. . .
. .
2
80 000 20 000 24 000
2
720 000 000
O excedente do produtor (no caso, a medida do ganho dos ofertantes de rins) é igual à área do 
trapézio (EP) da figura anterior. Pela configuração da oferta, o preço mínimo seria negativo. Logo, o 
cálculo do excedente precisa ser efetuado considerando a área do trapézio representada na figura. A 
área (A) do trapézio retângulo é definida como: A
B b h  ( )
2
, onde B é a base maior, b é a base menor 
e h é a altura.
EP 
   24 000 16 000 20 000
2
400 000 000
. . .
. .
O benefício líquido total é a soma do EC e EP:
ET EC EP    720 000 000 400 000 000 1 120 000 000. . . . . . .
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Unidade III
c) (i) com preço do rim igual a zero, quantas pessoas vão ter que esperar na fila por uma doação? (ii) 
calcule, nessa situação, o excedente do consumidor, o excedente do produtor e o benefício líquido total.
Resolução
(i) Com P = 0, a quantidade de doações será igual a Q = 16.000. Mas, a esse preço, pela curva de 
demanda apresentada, a quantidade demandada deveria ser:
Q Qd d    32 000 0 4 0 32 000. , .
Portanto, 16.000 pessoas ficarão na fila (32.000 - 16.000 = 16.000), caso o rim deva ser doado. 
(ii) O excedente do consumidor deve ser igual à área da figura a seguir:
EC
P
S
E
D
Q16.0000
40.000
pmax = 80.000
Figura 93 – Definição do bem-estar social a partir do excedente total
Observamos que, dada a curva de demanda, a quantidade de 16.000 rins doados poderia custar até 
US$ 40.000. No entanto, ainda haveria indivíduos dispostos a pagar o preço máximo de US$ 80.000. 
Portanto, o excedente do consumidor é definido pela área do trapézio (EC) destacada na figura:
EC 
   40 000 80 000 16 000
2
960 000 000
. . .
. .
O excedente do produtor, com P = 0 é nulo (EP = 0). Logo, o benefício total líquido da sociedade 
passa a ser:
ET EC EP    960 000 000 0 960 000 000. . . .
d) qual foi a variação do excedente do consumidor, do excedente do produtor e de bem-estar nas 
duas situações apresentadas: com livre mercado (situação inicial) e com doação (situação final)?
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Resolução
A variação do excedente do consumidor é:
 EC EC EC EC     1 0 960 000 000 720 000 000 240 000 000. . . . . .
Logo, os consumidores obtiveram ganho de bem-estar.
A variação do excedente do produtor é:
 EP EP EP EP      1 0 0 400 000 000 400 000 000. . . .
Logo, os ofertantes de rins tiveram perda de bem-estar.
Por fim, a variação benefício total líquido da sociedade é:
   ET EC ECP ET      240 000 000 400 000 000 160 000 000. . . . . .
Portanto, a medida de criar uma fila para obter as doações de rins cria uma perda de bem-estar total 
para sociedade, ou seja, cria-se uma perda social (ineficiência) resultante da ausência de mercado.
 Observação
Roth, Sönmez e Ünver (2004) mostram em quais condições é possível 
alcançar a eficiência mesmo na ausência de mercados. Por exemplo, os 
autores citam que parentes próximos de potenciais receptores aceitam 
trocar entre si rins doados ainda em vida, de modo que, assim, contornam-
se problemas de incompatibilidade entre doadores e receptores.
8.2 Análise dos efeitos de políticas públicas
O modelo de eficiência previsto anteriormente deve ser utilizado como parâmetro para análises 
dos efeitos de intervenções no mercado livre e falhas de mercado. Esse método é conhecido como de 
equilíbrio parcial.
 Observação
A análise de equilíbrio parcial considera apenas um mercado isolado 
dos demais. A premissa, aqui, é a de que os demais mercados não se alteram 
devido a uma intervenção no mercado em análise.
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Unidade III
Para determinar o efeito de bem-estar de uma política governamental, devemos calcular o ganho 
ou a perda nos excedentes do produtor e do consumidor devido à intervenção. Portanto, a variação 
de bem-estar da sociedade determina os ganhos e perdas causadas pela intervenção do governo no 
mercado.
Quando adicionamos o governo, temos de incluir sua receita tributária. Dessa forma, ambos os 
excedentes – do consumidor e do produtor – diminuem. Além disso, a entrada do governo gera uma 
queda no excedente total da economia, uma vez que produz uma perda de peso morto.
 Lembrete
Peso morto é a medida da perda líquida de excedente total devido a 
uma intervenção governamental ou a uma falha de mercado.
Analisaremos aqui os efeitos sobre o bem-estar decorrentes das seguintes políticas públicas:
• incidênciade um imposto sobre o consumo;
• transferência de subsídios para os produtores;
• controle de preços com regulação por preço máximo (preço-teto); e
• controle de preços com regulação por preço mínimo (piso de preços).
Efeito de um imposto sobre o consumo
Considere o caso em que o governo passe a cobrar um imposto t sobre a quantidade vendida pelos 
ofertantes. Esse imposto, inicialmente, irá deslocar a curva de oferta para cima à esquerda. Isso ocorre 
porque, antes da intervenção governamental, os produtores recebiam o preço ps por unidade vendida e 
os demandantes pagavam o preço pd, sendo que p p ps d
* = = . Após a intervenção governamental, os 
ofertantes passaram a receber: 
p p td s  (8.4)
O efeito de um imposto pode ser verificado no gráfico da figura a seguir. A área ABCD 
corresponde ao excedente do consumidor antes da incidência do imposto. O excedente do 
produtor antes dos impostos, por sua vez, é representado pela área EFGH. Após a intervenção 
governamental, ocorre o deslocamento da curva de oferta, com aumento no preço pago pelos 
consumidores para pd. O excedente do consumidor passa a ser medido pela área A e o excedente 
do produtor é representado pela área H. 
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A
B
E F
C D 0
G
D
Q0
pmin
pmax
P
t
Pd
Ps
p*
H
S
s + t
+ t
1
Q*Q* 01
Figura 94 – Efeito de um imposto sobre o consumo
A diferença entre ps e pd refere-se à carga tributária t, que é paga pelo consumidor e recolhida ao governo 
pelo produtor. Portanto, a área BCEF representa a receita do governo com a arrecadação de impostos. A 
receita tributária deve ser incorporada ao benefício líquido, pois os tributos devem ser redistribuídos para 
a sociedade. A área DG é o peso morto decorrente do imposto. Essa área é a parte perdida do benefício 
líquido da sociedade – tanto pelos consumidores (área D) como pelos produtores (área H) – pelo fato da 
quantidade de equilíbrio recuar de Q0
* para Q1
* . A tabela a seguir resume esses resultados.
Tabela 11 – Variações de bem-estar devido à incidência de um imposto sobre o consumo
Medidas de bem-estar
Equilíbrio de 
mercado - sem t
Equilíbrio de 
mercado - com t
Efeito líquido de t 
no bem-estar
(1) (2) (3) = (2) – (1)
Excedente do consumidor (EC) A + B + C + D A −B −- C − D
Excedente do produtor (EP) E + F + G + H H −E − F − G
Receita do governo (RG) Zero B + C + E + F B + C + E + F
Benefício líquido total: EC + EP + RG
A + B + C + D + E + F 
+ G + H
A + B + C + E + F + H −D − G
Peso morto (PM) D + G
Exemplo de aplicação
Suponha que o mercado de cimento branco se aproxime das condições esperadas para mercados 
perfeitamente competitivos. A oferta e a demanda de cimento branco podem ser expressas, 
respectivamente, por: Q Ps s  2 e Q Pd d 10 0 5, , onde Ps é o preço estabelecido (em R$/saco de 
cimento) pelos ofertantes e Pd é o preço pago (em R$/saco de cimento) pelos demandantes. A quantidade 
Q é medida em milhões de sacos de cimento. 
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Unidade III
a) calcule qual o preço, a quantidade de equilíbrio, o excedente do consumidor, o excedente do 
produtor e o benefício líquido total.
Resolução
Para obter equilíbrio de mercado, devemos fazer Qs = Qd:
   2 10 0 5P Ps d,
Considerando que o mercado é competitivo, então P P Ps d* = = . Logo, os valores de P* e Q* serão, 
respectivamente:
     
    
2 10 0 5 8
10 0 5 8 6
P P P
Q
* * *
*
, $
,
As medidas de bem-estar – excedente do consumidor, excedente do produtor e benefício total 
líquido – têm, por sua vez, os seguintes valores:
EC
P P Q
EP
P P Q
E
max
min

  

   

  

   
* *
* *
2
20 8 6
2
36
2
8 2 6
2
18
TT EC EP    36 18 54
b) suponha um imposto sobre as quantidades vendidas de t = 6 e responda: qual a nova quantidade 
de equilíbrio? Qual o preço que os consumidores pagarão? Qual o preço que os produtores receberão?
Resolução
Com a incidência do imposto pd = ps + 6, os preços de equilíbrio para produtores e consumidores 
serão:
     

  
2 10 0 5 6
6
6 6 12
P P
P
P
s s
s
d
,
A nova quantidade de equilíbrio de mercado será:
Q* ,    10 0 5 12 4
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c) no equilíbrio com t, calcule: o excedente do consumidor, o excedente do produtor, a receita do 
governo, o benefício líquido total e o peso morto.
Resolução
Os excedentes do consumidor e do produtor com a incidência do imposto terão os seguintes valores:
EC
P P Q
EP
P P Q
max d
s min

  

   

  

   
*
*
2
20 12 4
2
16
2
6 2 4
2
8
A receita do governo é calculada a partir do produto da alíquota de imposto t pela nova quantidade 
de equilíbrio:
RG tQ RG    * 6 4 24
O benefício líquido total representa a soma de todas as medidas de bem-estar, ou seja:
ET EC EP RG      16 8 24 48
O peso morto é a perda de benefício líquido total devido à intervenção governamental, ou seja:
ET ET ET     1 0 48 54 6
Portanto, o peso morto decorrente da incidência do imposto é igual a R$ 6.
Efeito de um subsídio
O subsídio (s) é um pagamento que o governo efetua diretamente aos produtores. Esse recurso reduz 
o preço pago pelo comprador a um valor menor do que o preço recebido pelo produtor, ou seja:
p p sd s  (8.5)
Podemos associar o subsídio a um “imposto negativo”. Ao contrário do imposto, o subsídio deslocará 
a curva de oferta para baixo à direita, conforme podemos verificar na figura a seguir. A área AB 
corresponde ao excedente do consumidor antes da aplicação do subsídio pelo governo. O excedente 
do produtor antes do subsídio, por sua vez, é representado pela área EI. Com o subsídio a esse mercado, 
ocorre o deslocamento da curva de oferta com queda no preço dos consumidores para pd. Assim, o 
excedente do consumidor aumenta e passa a ser medido pela área ABEFG. O excedente do produtor 
também aumenta e é representado pela área BCEI. 
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G
D
Q0
pmin
pmax
P
s
Pd
Ps
p*
H
S - s
s
- s
0
Q* Q*0 1
Figura 95 – Efeito de um subsídio sobre o bem-estar
A diferença entre pd e ps refere-se ao subsídio s, que é transferido ao produtor. Portanto, a área 
BCDEFGH representa a perda de arrecadação do governo com o subsídio. A receita tributária negativa 
também representa uma perda de benefício líquido, pois os subsídios são impostos que não foram 
redistribuídos para sociedade. A área DH é o peso morto decorrente do subsídio. Essa área é a parte 
perdida do benefício líquido da sociedade – tanto pelos consumidores (área D) como pelos produtores 
(área H) – pelo fato de o governo deixar de arrecadar os impostos. Esses resultados estão demonstrados 
na tabela a seguir.
Tabela 12 – Variações de bem-estar devido à aplicação de um subsídio
Medidas de bem-estar
Equilíbrio de 
mercado - sem s
Equilíbrio de 
mercado - com s
Efeito líquido de s 
no bem-estar
(1) (2) (3) = (2) – (1)
Excedente do consumidor (EC) A + B A + B + E + F + G E + F + G
Excedente do produtor (EP) E + I B + C + E + I B + C
Receita doXverno (RG) Zero −B − C − D − E − F − G − H
−B − C − D − E − F − 
G − H
Benefício líquido total: EC + EP + RG A + B + E + I A + B + E + I − D − H −D − H
Peso morto (PM) D + H
Exemplo de aplicação
As funções de oferta e demanda de um bem negociado em um mercado competitivo são especificadas 
como: Q Ps s  1 8 e Q Pd d 14 2 , onde Ps e Pd são os preços pagos, respectivamente, por ofertantes 
e demandantes. Calcule a variação de bem-estar provocada pela aplicação de um subsídio de R$ 0,50 
por unidade produzida. 
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Resolução
O equilíbrio de mercado competitivo corresponde à igualdade Q Qs d= :
   1 8 14 2P Ps d
Como o mercado é competitivo, então P* = Ps = Pd. Dessa forma, os valores de P* e Q* serão:
     
    
1 8 14 2 15
14 2 15 11
P P P
Q
* * *
*
$ ,
,
As medidas de bem-estar na condição de livre mercado terão os seguintes valores:
EC
P P Q
EP
P P Q
max
min

  

   

  


* *
* *
,
,
, ,
2
7 15 11
2
30 25
2
15 0 1225 11
2
7 5625
30 25 7 5625 37 8125
   
    
,
, , ,ET EC EP
Com a transferência de subsídio para os produtores, os preços de compradores e vendedores passam 
a ser representados por:
P Pd s  0 5,
Aplicando a expressão nas funções de oferta e demanda especificadas, obteremos:
     

  
1 8 14 2 0 5
16
16 0 5 11
P P
P
P
s s
s
d
,
,
, , ,
A nova quantidade de equilíbrio de mercado será agora:
Q* , ,    14 2 11 118
Os novos valores de bem-estar com subsídio serão os seguintes:
EC
P P Q
EP
P P Q
max
min

  

   

  


* *
* *
, ,
,
,
2
7 11 118
2
34 81
2
16 0,, ,
,
125 118
2
8 7025
   
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Unidade III
A perda de receita do governo com o subsídio é calculada a partir do produto do valor do subsídio s 
transferido por unidade produzida pela nova quantidade de equilíbrio, ou seja:
RG sQ RG       * , , ,0 5 118 5 9
Dessa forma, o benefício líquido total da sociedade com o subsídio será:
ET EC EP RG      34 81 8 7025 5 9 37 6125, , , ,
Como o peso morto é determinado pela perda de benefício líquido total devido à intervenção 
governamental:
ET ET ET     1 0 37 6125 37 8125 0 20, , ,
Então, o peso morto decorrente da aplicação do subsídio é igual a R$ 0,20.
Efeito do controle de preços com regulação por preço máximo (preço-teto)
A eficiência dos mercados competitivos, muitas vezes, não está relacionada com questões de equidade 
nem leva em conta se o equilíbrio de mercado é realmente desejado. Por isso, além de fixar impostos 
e efetuar transferências a título de subsídios, o governo também pode intervir na economia regulando 
os mercados de diversas formas. Uma forma comum de regulação é o controle de preços. Em alguns 
mercados – principalmente aqueles que apresentam falhas como os monopólios naturais – é comum 
o governo estabelecer um preço-teto inferior ao preço que vigoraria de acordo com as condições de 
equilíbrio entre oferta e demanda. É possível que mesmo em mercados perfeitamente competitivos, o 
governo estabeleça a regulação de preços com o intuito de controlar a inflação. 
 Saiba mais
Os monopólios naturais são, em geral, empresas que atuam em mercados 
de serviços industriais de utilidade pública, por exemplo, o fornecimento de 
energia elétrica e o tratamento de água e esgotos. Veja mais no capítulo 
10 de:
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2010.
Suponha que o governo fixe um preço-teto (pteto) abaixo do preço de equilíbrio de mercado p*, como 
na figura a seguir. Nesse caso, os produtores ofertarão uma quantidade inferior àquela que deveria 
prevalecer ao preço de mercado Q Q1 0 * . Por outro lado, os consumidores desejarão, ao preço-teto, 
demandar mais produtos Q Q2 0 * . Essa situação deve resultar em escassez ou, ainda, em uma 
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MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
ineficiência. A área AB, na figura, corresponde ao excedente do consumidor antes da imposição do 
preço-teto pelo governo. O excedente do produtor antes da regulação é representado pela área CDE. 
Com o controle de preços, o governo impõe que pteto < p*. Assim, o excedente do consumidor aumenta e 
passa a ser medido pela área AC. O excedente do produtor, por sua vez, fica reduzido à área E. Portanto, 
o controle de preços gerou aumento no excedente do consumidor e perda de excedente do produtor.
P
pmax
pteto
pmin
p*
0 Q1 Q2Q0 Q
D
S
A
C
E
D
B
0
Escassez
*
Figura 96 – Efeito do controle de preços com preço-teto
Entretanto, alguns consumidores não conseguirão demandar todas as quantidades que desejariam 
para maximizar seu bem-estar. Por isso, eles acabam perdendo a área B. Os produtores, além de perderem 
excedente, pois obrigatoriamente devem vender a um preço mais baixo que desejariam para maximizar 
os lucros (área C), eles operariam abaixo de sua capacidade instalada, acarretando na perda de eficiência 
caracterizada pela área D. Portanto, a área BD representa a perda de benefício líquido da sociedade 
pelo fato de o governo impor um preço-teto. Os resultados da intervenção governamental podem ser 
verificados na próxima tabela. Observe que na análise de equilíbrio parcial, o controle de preços não gera 
alterações na receita orçamentária.
Tabela 13 – Variações de bem-estar devido à aplicação de um preço-teto
Medidas de bem-estar
Equilíbrio de mercado 
- sem pteto
Equilíbrio de mercado 
- com pteto
Efeito líquido do pteto 
no bem-estar
(1) (2) (3) = (2) – (1)
Excedente do consumidor (EC) A + B A + C C − B
Excedente do produtor (EP) C + D + E E −C − D
Benefício líquido total: EC + EP A + B + C + D + E A + C + E −B − D
Peso morto (PM) B + D
De acordo com a inclinação da curva de demanda, é possível extrair as seguintes situações, devido 
a um controle de preços:
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Unidade III
• se área B > área D: haverá perda líquida de bem-estar para os consumidores;
• se área B < área D: haverá perda líquida de bem-estar para os produtores.
Na figura a seguir, observamos uma curva de demanda relativamente mais inelástica que a oferta. Nos 
casos de bens inelásticos, portanto, a área B é bem maior que a área D, denotando que os consumidores 
poderão sofrer uma perda líquida decorrente do controle de preços.
P
pteto
pmin
p*
0 Q1 Q0 Q
D
S
A
C
E
D
B
0
*
Figura 97 – Efeito do controle de preços com preço-teto – demanda inelástica
Exemplo de aplicação
Sejam as mesmas funções de oferta e demanda utilizadas no exemplo de aplicação anterior: 
Q Ps s  1 8 e Q Pd d 14 2 , calcule a variação de bem-estar provocada pela imposição de um preço-
teto igual a R$ 1 por unidade produzida. 
Resolução
O par preço/quantidade de equilíbrio calculado no exemplo de aplicação anterior foi:
P Q* *$ , ;= =15 11
Com a imposição de um preço-teto igual a R$ 1, a nova quantidade ofertada (Qs) será:
Qs      1 8 1 7
As novas medidas de bem-estar com o controle de preços serão:
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5
MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
EC
P P Q
EP
P P Q
max teto s
teto min s

  

   

  


2
7 1 7
2
21
2
1 0 125,   
    
7
2
3 0625
21 3 0625 24 0625
,
, ,ET EC EP
Portanto, em comparação ao equilíbrio de mercado, tanto consumidores quanto produtores perderam 
excedente. As perdas líquidas de cada agente, em relação à situação inicial de livre mercado, foram as 
seguintes:


EC EC EC
EP EP EP
     
     
1 0
1 0
21 30 25 9 25
3 0625 7 5625 4 5
, ,
, , ,
Dessa forma, o peso morto – a perda de benefício líquido total devido à intervenção governamental 
– será:
  ET EC EP      9 25 4 5 13 75, , ,
Efeito do controle de preços com regulação por preço mínimo (piso de preços)
Uma política pública, às vezes, tem o intuito de elevar os preços acima do nível de mercado, ao invés 
de reduzi-los. O controle regulatório por preço mínimo tem o objetivo de aumentar o excedente de 
algumas categorias de ofertantes. São exemplos de políticas de preços mínimos:
• adoção de um salário mínimo para os trabalhadores;

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