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CARACTERÍSTICAS DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTES DE FEIJÃO CRIOULO

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1 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTES 
DE FEIJÃO CRIOULO 
 
 
FRANCISCO DE ASSIS FERREIRA DA SILVA¹; ROMÁRIO DE MESQUITA PINHEIRO²; 
KELYSOMAR OLIVENCIO SANTOS3; EVANDRO JOSÉ LINHARES FERREIRA4; QUÉTILA 
SOUZA BARROS5 
 
1 Graduando em Eng. Agronômica Universidade Federal do Acre, Campus Rio Branco, Brasil. 
francisco.ferreira@sou.ufac.br 
2 Dr. Eng. Agro. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Núcleo de Pesquisas do Acre - NPAC, Brasil. 
romario.pinheiro@inpa.gov.br 
3 Graduando em Eng. Agronômica Universidade Federal do Acre, Campus Rio Branco, Brasil. 
kelysomar.santos@sou.ufac.br 
4 Dr. Eng. Agro. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Núcleo de Pesquisas do Acre - NPAC, Brasil. 
evandroferreira@hotmail.com 
5 Dra. Eng. Florestal. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Núcleo de Pesquisas do Acre - NPAC, 
Brasil. quetilabarros@gmail.com 
 
RESUMO: 
Na Amazônica Ocidental, o feijão possui grande importância econômica e social. Seu cultivo 
ocorre principalmente na agricultura de subsistência, em pequena escala, constituindo a renda 
e base alimentar de muitas famílias. O conhecimento sobre as características físicas e 
estruturais das sementes é ainda relativamente incipiente, sobretudo de variedades crioulas. 
Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar as dimensões lineares de sementes de feijão 
criolo do Acre. As medidas foram determinadas conforme a localização do hilo nas sementes, 
então, do hilo para base oposta mediu-se o comprimento, lados da região mediana de maior 
amplitude das sementes, largura e espessura. Por meio de cálculos matemáticos determinou-se 
as dimensões e propriedades físicas das sementes, caracterizando-se como sementes 
homogêneas. O conhecimento da morfometria amplia a disponibilidade de sementes de 
qualidade para cultivo agroecológico. 
 
PALAVRAS-CHAVE: 
Agricultura familiar; Biometria; Mistura varietal; Produção agrícola. 
 
ABSTRACT 
In the Western Amazon, beans have great economic and social importance. Its cultivation 
occurs mainly in subsistence agriculture, on small scale, constituting the income and food 
base of many families. Knowledge about the physical and structural characteristics of seeds is 
still relatively incipient, especially of native varieties. Thus, the aim of this study was to 
evaluate the linear dimensions of Acre creole bean seeds. The measures were determined 
according to the location of the hilum in the seeds, then, from the hilum to the opposite base, 
the length, sides of the median region of greater amplitude of the seeds, width and thickness, 
were measured. Through mathematical calculations, the dimensions and physical properties of 
the seeds were determined, characterizing homogeneous seeds. Knowledge of morphometry 
increases the availability of quality seeds for agroecological cultivation. 
 
KEYWORDS: 
Family farming; Biometry; Varietal misture; Agricultural production. 
 
 
2 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO: 
Na Amazônica Ocidental, o feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) possui grande 
importância econômica e social. Seu cultivo ocorre principalmente na agricultura de 
subsistência, constituindo a renda e base alimentar de muitas famílias. Os grãos são aplicados 
a rica culinária local e são a principal fonte de proteína vegetal disponível o ano todo para a 
população. No Acre, a agricultura familiar utiliza-se de sementes crioulas, obtidas através das 
próprias colheitas, sem aplicação de biotecnologia ou melhoramento científico, como uma 
forma de ampliar sua autonomia produtiva. No entanto, Mattar et al. (2016), afirmam que 
feijões introduzidos pelo mercado de outras regiões ameaçam a conservação, mercado local e 
o costume de consumir um produto da localidade em detrimento do novo, introduzido sempre 
mais barato, pois é produzido em escala comercial. 
O feijão Preto de arranque é uma variedade local de feijão comum, cultivado tipicamente em 
várzea ou terra firme, em pequenas áreas e com baixa adoção tecnológica. 
O conhecimento sobre as características físicas e estruturais das sementes é ainda 
relativamente incipiente, sobretudo de variedades crioulas. Necessitando de mais estudos que 
possam auxiliar no dimensionamento e ajuste adequado de implementos de processamento de 
sementes, criando as condições mais adequadas para armazenamento, transporte, e 
beneficiamento pós-colheita. Dessa forma, o foco deste estudo foi avaliar as propriedades 
físicas através das dimensões lineares de sementes de feijão Preto de arranque no Acre. 
 
2. MATERIAL e MÉTODOS: 
A variedade tradicional de feijão estudada foi o Preto de arranque, coletado em 
Brasiléia, Acre. Foram realizadas as medidas das dimensões tridimensionais das sementes 
como pré-estabelecido por Pinheiro et al. (2019). As avaliações de medidas foram feitas com 
paquímetro digital King Tools 150BL (sensibilidade de 0,01 mm). 
Após determinação das medidas de tridimensionais foram obtidos resultados de 
aspectos das propriedades físicas por meio de cálculos matemáticos, onde estimou-se o índice 
de volume de sementes, diâmetro médio geométrico, diâmetro médio equivalente, diâmetro 
médio aritmético, área de superfície, esfericidade da semente, volume de sementes, e razão de 
aspecto. 
Os cálculos de distribuição de frequência foram definidos através de classes pré-
estabelecidas sobre suas dimensões. As classes foram calculadas em programa estatístico. Os 
dados sobre as características biométricas foram explorados por média e amplitude (máximo e 
mínimo, coeficiente de variação = CV, frequência relativa, média aritmética, desvio padrão 
intervalo de confiança) para determinar a possível associação entre a variação fenotípica e as 
variáveis analisadas. Foi realizado um teste de normalidade para uma função de distribuição 
específica, com média e variância conhecidas, a normalidade sendo avaliado pelo teste de 
Lilliefors para determinar se o conjunto de dados das variáveis aleatória, estavam bem 
modeladas por uma distribuição normal ou não. 
 
3. RESULTADOS e DISCUSSÃO: 
Os resultados das características físicas das sementes de feijão crioulo em função das 
suas dimensões tridimensionais e de algumas propriedades físicas das sementes podem ser 
observados na Tabela 1. As dimensões das sementes apresentaram variações relativamente 
baixas para comprimento, largura e espessura (CV < 13%). Formatos que variam de 
reniformes a angulosas. 
 
 
 
3 
 
 
 
 
Tabela 1 - Propriedades biométricas, físicas e caracterização da massa fresca de sementes de 
feijão crioulo. Índice de volume da semente (IVS), Diâmetro médio geométrico (DMG), 
Diâmetro médio equivalente (DME), Diâmetro médio aritmético (DMA), Área superficial 
(AS), Volume da semente (V). 
Parâmetros Mínimo Média ± DP Máximo CV(%) ± 95% IC Valor p 
C (mm) 4,12 5,12± 0,40 5,87 7,83 5,04 – 5,20 ** 
L (mm) 2,12 2,49±0,18 2,94 7,07 2,45 – 2,52 ** 
E (mm) 1,25 1,57±0,12 1,98 7,6 1,54 – 1,59 ** 
IVS 13,19 19,99±2,96 27,65 14,79 19,41 – 20,57 Nd 
DMG (mm) 2,36 2,701±0,14 3,02 5,01 2,68 – 2,73 * 
DME (mm) 1,57 1,73±0,06 1,85 3,57 1,72 – 1,74 * 
DMA (mm) 2,64 3,06±0,03 3,37 5,5 3,02 – 3,09 Nd 
AS (mm²) 17,54 23,09±2,29 28,73 9,93 22,63 – 23,54 * 
V (mm³) 6,9 10,47±1,55 14,48 14,79 10,16 – 10,77 nd 
Ø (%) 45,98 53,07±3,04 61,96 5,72 52,47 – 53,67 * 
Ra 36,12 48,85±4,68 61,65 9,58 47,93 – 49,78 * 
Onde: Em colunas, C= comprimento; L = largura; E = espessura; Ø = esfericidade; Ra = razão de aspecto; CV = coeficiente 
de variação; IC = intervalo de confiança; DP: desvio padrão. *não segue distribuição normal a nível de p < 0,05; ** não 
segue distribuição normal a nível de p < 0,01; nd = distribuição normal. 
 
 
 
Figura 2. Boxplot de distribuição de frequência na dimensão da semente, comprimento x 
largura x espessura. 
 
 
4 
 
 
 
 
Em relação a frequência relativa das sementes, suas amplitudes foram distribuídas em 
quatro classes (Figura 2), denotaque, para o comprimento os valores com maior frequência 
relativa para esta variável se encontram nos intervalos da classe II (5,40 |— 6,60 mm), 
representando 67,33% dos valores de comprimento das sementes. Para a largura das 
sementes, observou-se que o maior número de sementes se concentra na classe III, sendo 
62,00% (9,20 |— 10,40 mm). Os intervalos de maior frequência obtidos em relação a 
espessura das sementes foram nas classes III (5,10 |— 5,60 mm), representando 48,66%. 
Resultados similares foram observados por Ribeiro et al. (2000) em grupos comerciais 
de sementes de feijão comum tipo preto; encontraram valores para comprimento de 10,54 
mm, largura 6,84mm e espessura de 4,83 mm. Borges et al. (2012) em sementes crioulas de 
feijão comum, no Acre; apontam para dimensões lineares em comprimento de 7,82 mm, 
largura de 7,80 mm e espessura de 5,04 mm, para o tipo preto. 
As classes de menor e maior amplitude caracterizaram poucas sementes que podem 
alterar a homogeneização, pois seu formato e tamanho são bastante similares. Carvalho e 
Nakagawa (2000), afirmam que sementes de maior tamanho são aquelas que possuem, 
normalmente, embriões bem formados e com maiores quantidades de reservas, sendo 
potencialmente as mais vigorosas e recomendadas para o plantio. 
Segundo Coelho et al. (2010) os cultivos desses genótipos pelos agricultores familiares 
contribuem na conservação desses recursos genéticos. Podem ainda, auxiliar para o correto 
dimensionamento ou adaptação das estruturas e equipamentos pós-colheita. 
 
4. CONCLUSÕES: 
O conhecimento sobre aspectos físicos e dimensões lineares amplia a disponibilidade 
de sementes de qualidade para cultivo agroecológico. Além de proporcionar a segregação da 
cultura por tamanho da semente e auxiliar para o correto dimensionamento de implementos de 
beneficiamento de sementes. 
 
5. REFERÊNCIAS: 
CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4.ed. 
Jaboticabal: FUNEP, 2000. 588 p. 
COELHO, C.M.M.; MOTTA, M.R; SOUZA, C.A.; MIQUELLUTI, D.J. Potencial 
fisiológico em sementes de cultivares de feijão crioulo (Phaseolus vugaris L.). Revista 
Brasileira de Sementes, Santa Catarina v. 32, n. 3, p. 097-105, 2010. 
CONGRESSO BRASILEIRO DE RECURSOS GENÉTICOS, 2.; 2012, Belém, PA. Anais 
eletrônicos... Belém:PA, 2012. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstr 
eam/item/71855/1/24495.pdf. Acesso em: 02 jul. 2023. 
MATTAR, E.P.L; OLIVEIRA, E.; SANTOS, R. C.; SIVIERO, A. Feijões do Vale do Juruá. 
1. ed. Editora do IFAC: Rio Branco, 2017. v. 1. p. 299-324. 
PINHEIRO, R. M; MACEDO, V. G. K; SOARES, V. N; TUNES, L. V. M; ALMEIDA, A. S. 
Viabilidade e métodos para superação de dormência e análise biométrica das sementes de 
puerária. Revista Brasileira de Engenharia e Sustentabilidade, Rio Grande do Sul, v. 6, n. 
1, p. 16-21, 2019. 
RIBEIRO, N. D.; MELLO, R. M.; STORCK, L. Variabilidade e interrelações das 
características morfológicas das sementes de grupos comerciais de feijão. Revista Brasileira 
de Agrociência, Santa Catarina, v. 6, n. 3, 213-217, 2000. 
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstr%0beam/item/71855/1/24495.pdf
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