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Profa. Dra. Hamilta Santos UNIDADE II Dosimetria das Radiações Detectores de radiação O detector de radiação é um dispositivo que, colocado em um meio onde exista um campo de radiação, é capaz de indicar a presença dessa radiação. Ele deve ser construído com um material que seja sensível à radiação e ter um sistema que transforma esses efeitos em um valor relacionado a uma grandeza de medição dessa radiação. Propriedades de um detector: Um detector, para ser classificado como um dispositivo apropriado, necessita apresentar algumas características em suas sequências de medição: repetitividade, reprodutibilidade, estabilidade, exatidão, precisão, sensibilidade e eficiência. Detectores de radiação Eficiência de um detector: A capacidade de um detector de registrar o tipo e a energia da radiação é o que denominamos eficiência, que pode ser determinada de duas maneiras: por meio da eficiência intrínseca e da eficiência absoluta. Cada sinal representa no detector o registro de cada radiação, totalmente dependente da forma de interação do detector com a radiação. Detectores de radiação Fatores que definem a escolha de detectores Tipo da radiação. Intervalo de tempo de interesse. Precisão, exatidão, resolução. Condições de trabalho do detector. Tipo de informação desejada. Características operacionais e custo. Detectores de radiação Especificações para monitores, dosímetros e sistemas de calibração: Para uso em proteção radiológica e em Metrologia das Radiações Ionizantes, os detectores devem ser padronizados e precisam obedecer a certos requisitos normativos, além de possuírem todas as características já citadas. Monitor de radiação: As Normas IEC 731 e ISO 4037-1 regem a construção do detector adaptado para radiações, finalidades e propriedades específicas. Detectores de radiação Dosímetro Dispositivo que tem como função medir uma grandeza radiológica ou operacional, cujos resultados estão relacionados ao corpo inteiro, o que inclui órgãos e tecidos. Sistema de calibração É um conjunto de detectores de processamento que permite medir uma grandeza radiológica de modo absoluto ou relativo. Detectores de radiação Emulsões fotográficas A emulsão fotográfica foi o primeiro detector usado para a radiação, uma vez que os filmes fotográficos eram guardados com os materiais radioativos, o que promoveu a descoberta da radiação natural. Detectores de radiação Monitoração pessoal de radiação X e gama As curvas de calibração de densidade óptica X dose absorvida usam filtros metálicos para determinar a energia efetiva dos fótons. A densidade óptica pode variar para diferentes valores de energia dos fótons, para a mesma dose absorvida. Para avaliar a dose em dosímetros fotográficos, compara-se a densidade óptica do filme com a densidade óptica de outros filmes que foram irradiados com doses conhecidas com feixes padronizados, após a revelação, num densitômetro óptico, consistindo, basicamente, na medida da opacidade do filme à transmissão da luz. Detectores de radiação Gamagrafia É uma técnica de ensaios não destrutivos (END), utilizada na indústria, que usa radiografia obtida por meio da irradiação com raios gama. Os feixes de raios gama avaliam estruturas na construção civil, naval, aeronáutica, siderurgia, metalurgia, entre outras. Quanto maior o número atômico do material a ser avaliado, mais radiação é absorvida, o que permite a observação de defeitos nas estruturas metálicas, porosidades em soldas, sem a destruição da peça avaliada. As fontes seladas mais utilizadas para este fim são 60Co, 137Cs e 192Ir, mas também aparelhos de raios X de alta energia podem ser usados para o mesmo fim. Detectores de radiação Termoluminescência É um processo em que a emissão de luz de um isolante ou semicondutor, previamente exposto à radiação, quando termicamente estimulada, é uma fosforescência termicamente estimulada. O volume sensível de um material termoluminescente é constituído por uma massa pequena de um material dielétrico cristalino contendo ativadores adequados. Os ativadores podem estar presentes em quantidades extremamente pequenas, da ordem de traços, criam dois tipos de imperfeições na rede cristalina: armadilhas de elétrons. Detectores de radiação Principais materiais termoluminescentes Os dosímetros TL apresentam a vantagem de serem pequenos e de não necessitarem de cabos ou equipamentos auxiliares durante as medidas de dose. As principais substâncias e mais utilizadas como materiais termoluminescentes para dosimetria são: CaSO4:Dy (sulfato de cálcio dopado com disprósio produzido no IPEN); CaSO4:Mn (sulfato de cálcio dopado com manganês); LiF (fluoreto de lítio); CaF2 (fluorita). Detectores de radiação Detectores a gás Uso de gases como detectores O processo de interação da radiação com os gases produz excitação e ionização com os átomos desse gás. Os pares elétron-íon formados na ionização dependem das características dos gases utilizados no detector e do tipo de radiação ionizante. Região de operação para detectores a gás A formação de pares de íons é resultado da probabilidade de interação da radiação com o gás dentro do volume sensível, que varia com o campo elétrico ou diferença de potencial aplicada. Detectores de radiação Fonte: Adaptado de: https://www.radiation- dosimetry.org/wp-content/uploads/2019/12/Gaseous- Ionization-Detectors-Regions-min-1024x603.png Detectores de radiação Região de Recombinação Região de ionização Região proporcional Região proporcional limitada! Região Geiger-Müller Região de descarga contínua Alta tensão Gás inerte Detector de radiação ionizante (Esquema básico) Alta penetração de radiação gama pode entrar pela parede externa Baixa penetração de radiações alfa e beta pode entrar pela janela final α β REGIÕES DE OPERAÇÃO DO DETECTOR A GÁS TENSÃO APLICADA – ESCALA LINEAR α β γ γ C A R G A S C O L E T A D A S – E S C A L A L O G A R ÍT M IC A Outros tipos de câmaras de ionização, temos: Caneta dosimétrica: são dispositivos muito utilizados na monitoração pessoal. É uma câmara de ionização que possui um fio de quartzo como cursor para indicar a dose ou exposição acumulada. Sua operação se baseia na repulsão de cargas elétricas de mesmo sinal e na ionização causada em um gás pela radiação incidente. Detectores de radiação Detectores Geiger-Müller O princípio de funcionamento de um detector GM se baseia no fato de as partículas carregadas, ao atravessarem um gás, perderem energia, criando pares elétrons-íons. A diferença de potencial entre o anodo e o catodo é suficientemente elevada para fornecer aos elétrons primários aceleração e energia suficiente para ionizar átomos adicionais do meio. Os íons secundários formados também são acelerados, produzindo um efeito conhecido como Avalanche Townsend, que pode ser desencadeada e propagada por fótons emitidos por átomos excitados da avalanche original. Detectores de radiação Materiais cintiladores Iodeto de sódio Iodeto de sódio ativado com tálio (NaI), um dos materiais mais utilizados, devido às características de resposta à radiação, facilidade de obtenção do cristal em grandes pedaços e a obtenção do cristal de tálio. Além de sua capacidade de produzir luz visível, o NaI responde linearmente em uma ampla faixa de energia de elétrons e radiação. Iodeto de césio Iodeto de césio ativado com tálio ou sódio, outro material amplamente utilizado como detector de cintilação. Sua principal qualidade, em relação ao iodeto de sódio, é seu maior coeficiente de absorção em relação à radiação, permitindo a construção de detectores mais compactos. Além disso, possui uma alta resistência ao choque de vibração, pois não é muito frágil. Detectores de radiação Germanato de bismuto O detector de germanatode bismuto ou BGO tornou-se disponível no final da década de 1990 e logo foi usado em grande número de aplicações. A principal vantagem do BGO é sua alta densidade e o alto número atômico do bismuto, tornando-o o detector com maior probabilidade de interação entre os mais utilizados. É um inorgânico puro, ou seja, ele não precisa de um ativador para o processo de cintilação. Sulfeto de zinco ativado O sulfeto de zinco ativado (ZnS) é um dos mais antigos cintiladores inorgânicos. Possui alta eficiência de cintilação, comparável ao NaI, mas está disponível apenas na forma de pó policristalino, sendo seu uso limitado a displays finos e opacos à luz, usados principalmente para partículas de íons pesados. Detectores de radiação No que se refere aos princípios básicos de radioproteção e monitoração ambiental das atividades laborais utilizando radiações ionizantes, qual tipo de detector é utilizado para medição de contaminação superficial? Interatividade O detector Geiger, com sonda tipo pancake, é utilizado para a medição de contaminação superficial. Resposta Fonte: https://mra.com.br/medidor-de-radiacao- geiger-portatil-mra-gp500.html Conceito de proteção radiológica A proteção radiológica visa proteger os IOE, o ambiente e as pessoas do público dos efeitos nocivos da radiação ionizante e, para tanto, reúne um conjunto de ações, que foram regulamentadas e estão sempre sendo revistas por órgãos nacionais e internacionais. Contudo, a proteção radiológica não deve inibir as atividades humanas benéficas à sociedade ou ao indivíduo do uso das radiações. Noções de proteção radiológica NORM são materiais obtidos a partir de núcleos radioativos como U-238 e Th-232 e que não sofreram nenhum tipo de interação humana. Também não contêm quantidades significativas de radionuclídeos, exceto os de origem natural. As areias monazíticas de Guarapari são um exemplo de NORM. Indústrias como as de produção de energia, mineração de fosfato, tratamento de água e produtos de consumo, ou que trabalham com monazita, óxido de titânio, zircônio ou produção de ácido fosfórico, nióbio, estanho e cobre utilizam NORM. No Brasil, as principais estão ligadas aos setores de carvão, óleo e gás e também offshore. TENORM acrescenta o termo tecnologicamente reforçado e significa que suas propriedades naturais foram alteradas ou concentradas, beneficiadas ou perturbadas de maneira a potencializar a exposição humana e ambiental. Noções de proteção radiológica Segurança doméstica e externa A segurança doméstica está associada a eventos culturais, religiosos, artísticos e esportivos que, por reunir milhares de pessoas em um determinado local, precisam ser monitorados para evitar situações como terrorismo. O processo de triagem para evitar armas, explosivos e até mesmo materiais radioativos torna-se cada mais necessário. Princípios de proteção radiológica A proteção radiológica está baseada em três fatores principais: tempo, distância e blindagem, ou seja: menor tempo de exposição possível à radiação, maior distância possível da fonte de radiação e EPI para os indivíduos expostos e para as paredes. Noções de proteção radiológica Em geral, as atividades de proteção radiológica seguem quatro princípios fundamentais: Justificação Otimização Limitação da dose individual Prevenção de acidentes em locais de trabalho Limites primários Os limites primários de dose são referidos como os valores anuais máximos permissíveis de dose absorvida para limitar a probabilidade de ocorrência de efeitos estocásticos e restringir os efeitos determinísticos, que não se aplicam a exposições médicas. Noções de proteção radiológica Limites secundários, derivados e autorizados Como, na prática, as grandezas primárias não podem ser medidas diretamente, foi recomendado o uso de limites secundários e limites derivados, que são estabelecidos para irradiações externas e internas. Os limites derivados ou operacionais são padrões intermediários usados em medidas de rotina, respeitando os limites máximos recomendados. Noções de proteção radiológica Noções de proteção radiológica Limites de dose anuais [a] Grandeza Órgão Indivíduo ocupacionalmente exposto Indivíduo do público Dose efetiva Corpo inteiro 20 mSv [b] 1 mSv [c] Dose equivalente Cristalino 20 mSv [b] (Alterado pela Resolução CNEN 114/2011) 15 mSv Pele [d] 500 mSv 50 mSv Mãos e pés 500 mSv ... Fonte: CNEN 2014. Níveis de referência Níveis de referência são níveis de dose aprovados pela CNEN, usados para determinar ações a serem desenvolvidas assim que forem atingidos ou houver previsão de serem excedidos. São eles: Nível de registro: anotação simples no prontuário do IOE, para uma dose equivalente ou incorporação de material radioativo de interesse. Noções de proteção radiológica Nível de investigação: investigação sobre as causas que levaram a exceder a dose e as consequências, cujo resultado do valor de dose ou incorporação de material radioativo justifica uma investigação. Nível de intervenção: o IOE fica suspenso de suas funções. Depende de uma situação preestabelecida porque interfere na cadeia normal de responsabilidades da instalação. Noções de proteção radiológica Exposição crônica do público Indivíduos do público podem estar expostos à radiação em várias situações, previstas na Norma NN 3.01, ao uso de materiais de construção com elevados níveis de elementos radioativos das séries de urânio e tório, tais como moradores residindo em áreas de radioatividade natural do solo, ou próximos às áreas contaminadas por resíduos industriais, de operações militares ou acidentes nucleares. A CNEN estabeleceu dois níveis para estas situações: 10 mSv/ano para intervenção, devendo ser realizada uma avaliação para remediação, e 50 mSv/ano para intervenção no intuito de resolver a situação. Noções de proteção radiológica Situações de emergência Uma emergência radiológica é um evento que envolve uma fonte radioativa com potencial para originar um acidente, com consequências para os indivíduos e para o ecossistema. A maioria das emergências é resolvida pelos responsáveis pela operação ou pelo serviço de radioproteção local. Se a situação for mais complexa, solicita-se a presença de instituições como a CNEN e a Anvisa. Noções de proteção radiológica A primeira preocupação numa situação de emergência é a prevenção ou redução da dose nos IOE e população. As recomendações da ICRP estão na publicação 109. No Brasil, as Medidas de Proteção e Critérios de Intervenção em Situações de Emergência estão estabelecidas na Norma da CNEN NN 3.01. Noções de proteção radiológica O plano de proteção radiológica É o nome dado ao documento redigido com todas as orientações que devem ser seguidas pela equipe de radioproteção da instalação, bem como por todos que estiverem ligados direta ou indiretamente à atividade ocupacional exposta à radiação. Noções de proteção radiológica As instalações que operam com material radioativo estão expostas aos riscos inerentes da radiação ionizante e, portanto, devem descrever num documento as diretrizes básicas de radioproteção que serão seguidas rigorosamente por todos. Alguns tópicos são fundamentais que constem no documento, como: Responsabilidade do titular, responsabilidade do supervisor de radioproteção etc. Noções de proteção radiológica Atividades do serviço de proteção radiológica Entre as atividades do serviço de radioproteção de uma instalação, o controle dos IOE, das áreas, das fontes de radiação, dos equipamentos e a manutenção de registros são os principais. Noções de proteção radiológica Equipamentos e instalações As áreas da instalação devem ser mantidas limpas e em ordem, os EPIs devem ser usados quando necessários e os dosímetros individuais devem ser usados durante todo o período de trabalho pelosIOE. Várias outras regras devem ser seguidas para manter o bom funcionamento e segurança da instalação. Noções de proteção radiológica Procedimentos operacionais Procedimentos simples como não comer, não beber e não fumar nos laboratórios da instalação são essenciais para a segurança do ambiente. Há vários outros procedimentos operacionais que devem ser levados em consideração. Gerência de rejeitos Se a instalação produz rejeitos, estes devem ser tratados conforme as normas internas que devem estar alinhadas com a Norma da CNEN NN 8.01 – Gerência de Rejeitos Radioativos. Segurança e acidentes Os possíveis acidentes devem fazer parte das Diretrizes Básicas de Radioproteção da Instalação, mantendo a segurança da instalação. Noções de proteção radiológica O símbolo da radiação Em 1946, um grupo no laboratório de radiologia em Berkeley, na Universidade da Califórnia, criou o símbolo de advertência da radiação, impresso, inicialmente, na cor magenta sobre azul. A mudança de azul para amarelo foi padronizada pela Oak Ridge National Laboratory no começo de 1948. Nos anos de 1950, foram feitas mudanças no desenho original com a adição de setas ou ondulantes entre hélices propulsoras. Uma norma ANSI e regulamentações federais finalizaram a versão atual. Noções de proteção radiológica Fonte: https://cssjd.org.br/c/noticias/hsjd-promove-2-simposio-de-radiologia Noções de proteção radiológica O Anexo V da Norma Regulamentadora n. 15 (NR 15) determina que os limites de tolerância para a radiação ionizante devem obedecer às normas da CNEN NE – 3.01 – Diretrizes Básicas de Radioproteção. Considerando a elaboração do Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) de um serviço de radiologia, qual o dispositivo obrigatório a ser utilizado pelo IOE durante sua jornada de trabalho? Interatividade A norma obriga todo indivíduo que trabalha com raios X diagnósticos a usar dosímetro individual durante a respectiva jornada de trabalho e enquanto permanecer em área controlada. Resposta A Norma CNEN NN 8.01 – Gerência de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação – estabelece os critérios gerais e requisitos básicos de segurança e proteção radiológica referente à Gerência de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação, bem como de rejeitos radioativos de meia-vida muito curta. O Art. 1º da Norma CNEN NN 8.01 – Gerência de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação – diz que a norma foi aprovada pela Comissão Deliberativa da Comissão Nacional de Energia Nuclear, expressa na Resolução CNEN/CD n. 167, de 30 de abril de 2014. Gerência de rejeitos radioativos Requisitos básicos da gerência de rejeitos radioativos. A Seção I da Norma NN 8.01 trata dos requisitos gerais. O Art. 4º, com seus 3 parágrafos, delibera que toda instalação radiativa, instalação nuclear, instalação minero-industrial, instalação de extração e exploração de petróleo ou depósito de rejeitos radioativos devem dispor de plano de gerência de rejeitos radioativos, dentro do contexto dos respectivos processos de licenciamento e controle. O Art. 5º delibera sobre os rejeitos radioativos que devem ser segregados de quaisquer outros materiais. Gerência de rejeitos radioativos O Art. 6º delibera sobre os rejeitos submetidos à segregação que devem ser acondicionados em embalagens que atendam aos requisitos constantes da seção III deste capítulo e armazenados até que possam ser eliminados, de acordo com os níveis de dispensa estabelecidos nesta norma (Anexos II e VI), ou transferidos para local determinado pela CNEN. O Art. 7º delibera sobre os níveis de dispensa constantes do Anexo II desta norma que não se aplicam a efluentes de instalações nucleares e efluentes de instalações minero-industriais, estando estes sujeitos a restrições de dose definidas em normas específicas da CNEN. O Art. 8º delibera sobre o dever de ser assegurada a minimização do volume e da atividade dos rejeitos radioativos gerados na operação de uma instalação nuclear, instalação radiativa, instalação minero-industrial ou depósito de rejeitos radioativos. Gerência de rejeitos radioativos O Art. 9º delibera que o local de armazenamento inicial de rejeitos deve ser incluído no projeto da instalação nuclear, instalação radiativa, instalação minero-industrial ou depósito inicial de rejeitos radioativos. O Art. 10 delibera que, após a segregação e acondicionamento em embalagens adequadas, os rejeitos devam ser identificados conforme ficha apresentada no Anexo IV e classificados de acordo com as classes estabelecidas no Capítulo II, Art. 3º. O Art. 11 delibera que os rejeitos a serem dispensados devem ser previamente registrados, abrangendo dados especificados no Anexo III. Gerência de rejeitos radioativos A Seção III da Norma 8.01 trata das embalagens e volumes. O Art. 13 delibera que as embalagens destinadas à segregação, à coleta, ao transporte e ao armazenamento de rejeitos não isentos devem portar o símbolo internacional da presença de radiação, fixado de forma clara e visível. O parágrafo único diz: as embalagens destinadas ao transporte de rejeitos como volume exceptivo devem obedecer aos requisitos de sinalização estabelecidos na Norma CNEN NE 5.01 – Transporte de Materiais Radioativos. O Art. 14 delibera sobre as embalagens utilizadas no processo de segregação, coleta ou armazenamento, que devem ser adequadas às características físicas, químicas, biológicas e radiológicas dos rejeitos para os quais são destinadas. Gerência de rejeitos radioativos A Seção IV da Norma NN 8.01 trata do transporte. O Art. 19 delibera sobre os veículos utilizados em transporte, tanto interno quanto externo, de rejeitos radioativos, que devem ser providos de meios de fixação adequados para os volumes, de modo a evitar danos a eles. O Art. 20 delibera que, após cada serviço de transporte interno de rejeitos radioativos, os veículos devem ser monitorados e, caso necessário, descontaminados. O Art. 21 delibera sobre o transporte externo de rejeitos radioativos, que deve ser realizado em conformidade com a Norma CNEN NE 5.01, Transporte de Materiais Radioativos, bem como com as demais resoluções e regulamentos de transporte vigentes. Gerência de rejeitos radioativos A Seção VI da Norma NN 8.01 trata do tratamento. O Art. 27 delibera sobre qualquer processo de tratamento de rejeitos radioativos que está sujeito à aprovação prévia da CNEN. Dispensa para rejeitos A Seção VII da Norma NN 8.01 trata da dispensa para rejeitos. O Art. 28 delibera sobre a dispensa incondicional de rejeitos radioativos, que deve atender ao disposto nesta seção e deve estar em conformidade com a legislação ambiental vigente. 7.4.1. Rejeitos gasosos. A Subseção I da Seção VII da Norma NN 8.01 trata da dispensa para rejeitos gasosos. Gerência de rejeitos radioativos O Art. 29 delibera sobre a dispensa incondicional de rejeitos radioativos gasosos que está sujeita à autorização da CNEN, com base na análise técnica dos fatores pertinentes, e deve tomar como referência valores especificados na Coluna 2 do Anexo II, Tabela II.1. Gerência de rejeitos radioativos Rejeitos líquidos A Subseção II da Seção VII da Norma NN 8.01 trata da dispensa para rejeitos líquidos. O Art. 30 delibera sobre a dispensa incondicional de rejeitos líquidos de instalações radiativas, que só pode ser realizada na rede de esgoto sanitário e está sujeita aos seguintes requisitos: O rejeito deve ser prontamente solúvel ou de fácil dispersão em água; A quantidade de cada radionuclídeo liberada mensalmente pela instalação, na rede de esgotos sanitários, não deve exceder a quantidade que, se fosse diluída no volume médio mensal de esgoto liberado pela instalação, resultasse numa concentração média igual aos valores especificados na Coluna1, Tabela II.1 do Anexo II. Gerência de rejeitos radioativos O Art. 31 delibera sobre a dispensa incondicional de rejeitos sólidos, que só pode ser realizada no sistema de coleta de resíduo urbano e deve ter sua atividade específica ou total limitada aos valores estabelecidos no Anexo VI, para cada radionuclídeo. Seu parágrafo único diz: para os radionuclídeos que não constem na Tabela do Anexo VI, o nível de dispensa deverá ser aprovado pela CNEN, mediante consulta formal feita pelo titular da instalação. O Art. 32 delibera sobre frascos, seringas e outros recipientes que tenham contido líquidos radioativos que só podem ser dispensados no sistema de coleta de resíduos de serviços de saúde ou resíduo urbano após a remoção de qualquer líquido radioativo remanescente. Em seu parágrafo único, diz: o líquido radioativo residual só pode ser eliminado na rede de esgotos em conformidade com os requisitos estabelecidos no Art. 30 desta norma. Gerência de rejeitos radioativos Transferência de rejeitos radioativos A Seção IX da Norma NN 8.01 trata da transferência de rejeitos radioativos. O Art. 38 delibera sobre toda exportação de rejeito radioativo, sob qualquer forma e composição química, em qualquer quantidade, que só pode ser efetivada mediante autorização prévia da CNEN. O Art. 39 delibera sobre a proibição da importação de rejeitos radioativos. O Art. 40 delibera sobre a admissão temporária de rejeitos radioativos no país, para fins de tratamento, é permitida mediante autorização prévia da CNEN. O Art. 41 delibera sobre a transferência, no país, de rejeitos radioativos de uma instalação que é permitida, exclusivamente, para locais determinados pela CNEN. Gerência de rejeitos radioativos Registros e inventários A Seção X da Norma NN 8.01 trata dos registros e inventários. Art. 42 delibera sobre toda instalação que deve manter um sistema atualizado de registro de rejeitos radioativos, abrangendo: A identificação do tipo de rejeito, sua origem e a localização da embalagem que o contém. A procedência e o destino do rejeito radioativo. A data de ingresso dos volumes no depósito. Os radionuclídeos presentes em cada volume, respectivas atividades e atividade total. A taxa de dose máxima em contato com a superfície. Gerência de rejeitos radioativos A data estimada para que se alcance o nível de dispensa, se aplicável. As dispensas de rejeitos realizadas, particularizando as atividades diárias liberadas. As transferências externas e internas. Outras informações pertinentes à segurança. O Art. 43 delibera sobre o registro da dispensa de rejeitos que deve ser mantido atualizado. Quando os rejeitos radioativos estiverem armazenados para decaimento, o registro deve especificar a data estimada para dispensa. O Art. 44 delibera sobre qualquer modificação ou correção realizada nos dados constantes nos registros que deve ser claramente justificada e documentada. O Art. 45 delibera sobre os registros, bem como os documentos relativos às suas correções, que devem ser mantidos na instalação. Gerência de rejeitos radioativos O Art. 46 delibera sobre o controle de inventário de todo rejeito radioativo, que, de acordo com formulário exemplificado no Anexo III, deve estar disponível na instalação para avaliação durante inspeções da CNEN ou para ser enviado quando solicitado, até o descomissionamento da instalação. Gerência de rejeitos radioativos Em relação à gerência de rejeitos radioativos, qual é a obrigação dos hospitais e clínicas de medicina nuclear? Interatividade O registro da dispensa de rejeitos deve ser mantido atualizado. Quando os rejeitos radioativos estiverem armazenados para decaimento, o registro deve especificar a data estimada para dispensa. Resposta Transporte de materiais radioativos A Norma CNEN NN 5.01 – Regulamento para o Transporte Seguro de Materiais Radioativos – estabelece requisitos de segurança e proteção radiológica para o transporte de materiais radioativos. Contém 8 capítulos, 209 artigos, 6 anexos, 7 figuras e 12 tabelas. O Art. 1º diz que essa norma foi aprovada pela Comissão Deliberativa da Comissão Nacional de Energia Nuclear, conforme expresso na Ata de Reunião da Sessão de CD n. 665, de 05 de março de 2021. Transporte de material radioativo A regulamentação, no Brasil, é feita pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) por meio da Norma CNEN-NN-5.01, mas também é realizada por outros organismos (em conformação com a CNEN), que regulam os transportes modais (categorias que existem considerando o meio por onde o deslocamento acontece) no país, que são: Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), por meio da Resolução n. 420, de 12/02/2004. Agência Nacional de Transporte Aquático (ANTAQ), por meio da Resolução 2239, de 15/09/2011. Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), por meio da RBAC 175, Emenda 03, Resolução 608, de 11/02/2021. Transporte de material radioativo Marinha do Brasil – Diretoria de Portos e Costas, Normas da Autoridade Marítima para Embarcações Empregadas na Navegação em Mar Aberto (NORMAM-01, 02 e 29/DPC), de 2005. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Resolução 237, Lei Complementar n. 140, de 08/12/2011, Instrução Normativa 05. Ministério do Transporte (TEM), NR 29, publicada em 22/10/2020, atualizada em 26/04/2022. Transporte de material radioativo Sistema de gestão O Art. 16 da Seção II da Norma NN 5.01 delibera sobre um sistema de gestão aceitável que deve ser feito pela CNEN, contemplando projeto, fabricação, ensaios, documentação, uso, manutenção, serviços, inspeção de material radioativo sob forma especial, material de baixa dispersividade e volumes, operações de transporte e armazenamento em trânsito, em conformidade com a norma. O Art. 17 da Seção II da Norma NN 5.01 delibera sobre a comprovação das implementações do projeto (DRS/CNEN). O Art. 18 da Seção II da Norma NN 5.01 delibera sobre as inspeções da CNEN durante a fabricação, uso, manutenção ou reparo de embalagens, que devem ser facilitadas pelo fabricante, expedidor ou usuário. Transporte de material radioativo Treinamento O Art. 19 da Seção III da Norma NN 5.01 delibera sobre o treinamento que trabalhadores envolvidos nas operações de transporte de materiais radioativos devem receber, em relação à proteção radiológica e limitações da exposição em função de atividades e responsabilidades. O Art. 20 da Seção III da Norma NN 5.01 delibera sobre o treinamento que devem receber os trabalhadores que classificam, embalam, apresentam ou recebem materiais radioativos durante o transporte, marcam, identificam ou rotulam embalagens ou volumes, carregam, sinalizam ou descarregam unidades de transporte, equipamentos a granel ou contentores, ou que, de outro modo, atuem diretamente no transporte. Transporte de material radioativo Garantia de conformidade O Art. 21 da Seção IV da Norma CNEN 5.01 delibera que a CNEN assegurará a segurança das operações de transporte, verificando o cumprimento dos requisitos de segurança, a conformidade do programa de proteção radiológica e avaliando as doses de radiação recebidas pelas pessoas em decorrência das atividades de transporte de materiais radioativos. Resposta a emergências O Art. 22 da Seção 5 da Norma NN 5.01 delibera sobre a proteção de pessoas, propriedade e meio ambiente no caso de acidente ou incidentes durante o transporte de materiais radioativos, em conformidade com o Plano de Emergência Setorial publicado pela DRS/CNEN e demais órgãos com competência reguladora na área de transporte. Transporte de material radioativo Classificação de materiais Dos materiais de baixa atividade específica A Subseção I da Seção II do Art. 31 da Norma NN 5.01 delibera que os materiais radioativos somente poderão ser classificados como materiais de Baixa AtividadeEspecífica (BAE) quando atendidas as condições estabelecidas nos artigos 31, 32, 33 e os requisitos para transporte de materiais BAE e OCS estabelecidos nos artigos 35, 37-III, § 1º e 2º, 92, 93 e 94 da norma. A Subseção I da Seção II do Art. 32 da Norma NN 5.01 delibera que os materiais BAE devem ser classificados em um de três grupos, quais sejam: Transporte de material radioativo Materiais BAE-I: Incluem minérios de urânio e tório, seus concentrados e outros que contêm radionuclídeos de ocorrência natural; Incluem urânio natural e empobrecido, tório natural e seus compostos sólidos e líquidos e suas misturas, não irradiados e em formato sólido ou líquido; Incluem materiais radioativos para os quais o valor básico de atividade A2 não é limitado, excluem materiais físseis não exceptivos de acordo com o Art. 40; Incluem os materiais em que a atividade é uniformemente distribuída e a atividade específica média estimada não excede 30 vezes os valores de concentração de atividade isenta (Tabela II), excluem materiais físseis não exceptivos, conforme Art. 41. Transporte de material radioativo Materiais BAE-II: Incluem a água com concentração de trício até 0,8 TBq/L; Incluem material cuja atividade é uniformemente distribuída e a atividade específica média estimada não exceda 10-4A2/g para sólidos e gases ou 10-5A2/g para líquidos; Materiais BAE-III: Incluem material distribuído em um sólido ou conjunto de objetos sólidos, ou uniformemente em um material aglutinante compacto sólido; Incluem material de atividade específica média estimada do sólido, excluem quaisquer materiais de blindagem que não exceda 2x10-3A2/g. Transporte de material radioativo Objetos Contaminados na Superfície (OCS) A Subseção II da Seção II do Art. 36 da Norma NN 5.01 delibera que os materiais podem ser classificados como OCS quando atendem as condições descritas nos Art. 35, 37, 92, 93, 94. A Subseção II da Seção II do Art. 37 da Norma NN 5.01 delibera que os Objetos Contaminados na Superfície (OCS) sejam classificados em um de três grupos, a saber: Os OCS I compõem a classe de objetos sólidos contaminados na superfície: Na qual a contaminação não exceda a 4 Bq/cm2 para emissores beta e gama e emissores alfa de baixa toxidade, ou 0,4 Bq/cm2 para demais emissores alfa. Transporte de material radioativo Para o qual a contaminação não exceda 8x105 Bq/cm2 para emissores beta e gama e emissores alfa de baixa toxidade, ou 8x104 Bq/cm2 para todos os demais emissores do tipo alfa. A Subseção II da Seção II do Art. 38 da Norma NN 5.01 delibera que o conteúdo radioativo num único volume de OCS não deverá exceder a taxa de dose especificada no Art. 34, e a atividade num único volume não deverá exceder os limites de atividade para transporte, conforme especificado no Art. 94. Responsabilidades durante o transporte O Art. 126 do Capítulo VI da Norma NN 5.01 esclarece que o material radioativo só pode ser transportado quando tiver sido marcado, rotulado, assinalado por placas de aviso, descrito e certificado num documento de transporte de forma adequada e que cumpra as demais condições de transporte exigidas. Transporte de material radioativo Responsabilidades do expedidor O Art. 127 da Subseção I, Seção I da Norma NN 5.01 delibera que o expedidor deverá incluir na documentação de transporte para cada expedição a identificação do expedidor e do destinatário, seus nomes e endereços, bem como: Número das Nações Unidas (UN) atribuído ao material; Nome apropriado para embarque; Número da classe “7” da relação de produtos perigosos das Nações Unidas; O registro, entre parêntesis, de cada número de classe ou divisão de perigo subsidiário correspondente a cada rótulo de perigo que deve ser aplicado, quando foram designados, após o número da classe de risco primário; Transporte de material radioativo O nome ou o símbolo de cada radionuclídeo ou misturas de radionuclídeos, uma descrição geral apropriada ou uma lista dos nuclídeos mais restritivos; Descrição da forma física e química (pode ser genérica) do material, ou indicação de que se trata de material radioativo sob forma especial ou material radioativo de dispersividade; Atividade máxima expressa em Bq, para material físsil, a massa em gramas pode ser usada em vez de unidade de atividade. Categoria do volume, sobreembalagem ou contêiner de carga, ou seja, I-Branca, II-Amarela ou III-Amarela; Índice de Transporte (IT) somente para as categorias II- Amarela e III-Amarela; No caso de material físsil: Transporte de material radioativo Quando embarcado de acordo com uma exceção dos incisos I, II, III, IV, V e VI do Art. 41, referir-se àquele artigo; Massa total de nuclídeos físseis, quando embarcados de acordo com os incisos III, IV e V do Art. 41; Quando contido num volume ao qual se aplica um dos itens (a), (b) e (c) do Art. 75 ou Art. 78 da Norma CNEN-NN-5.05, referir-se aos citados artigos; ISC, quando aplicável; Marca de identificação da CNEN para cada certificação de aprovação, conforme aplicável à expedição; Para expedições de mais de um volume, as informações exigidas nos itens de I a XI deverão ser fornecidas para cada volume. Transporte de material radioativo Quando for requerido que uma expedição seja embarcada em regime de uso exclusivo, deverá constar a declaração: “TRANSPORTE SOB USO EXCLUSIVO”. Para BAE-II, BAE-III, OCS-I, OCS-II e OCS-III, a atividade total da expedição deve ser um múltiplo de A2, e, para os materiais cujo A2 é ilimitado, o múltiplo de A2 deve ser zero. O Art. 128 da Subseção I, Seção I da Norma NN 5.01 delibera que o expedidor deve manter cópia de cada certificado de aprovação exigido, bem como das instruções relativas ao fechamento apropriado do volume e outros preparativos para o embarque da expedição. O Art. 129 da Subseção I, Seção I da Norma NN 5.01 delibera que não é obrigatório os certificados acompanharem a expedição, mas o expedidor deve estar preparado para fornecê-los tanto no carregamento, descarregamento, como no transbordo. Transporte de material radioativo Rótulos. A) Categoria I-Branca (fundo em branco, trifólio e letras em preto e barra da categoria em vermelho). B) Categoria II-Amarela (fundo: parte superior em amarelo e parte inferior em branco, trifólio e letras em preto e barras da categoria em vermelho). C) Categoria III- Amarela (fundo: parte superior em amarelo e parte inferior em branco, trifólio e letras em preto e barras da categoria em vermelho). D) Rótulo para o índice de segurança de criticalidade (fundo em branco, letras e linhas em preto). Transporte de material radioativo Fonte: CNEN (2021). Placa de aviso para tanques e contêineres. A palavra radioativo pode ser substituída pelo correspondente N da ONU (a parte superior do fundo em amarelo e a parte inferior em branco, o trifólio e as letras em preto). Transporte de material radioativo Fonte: CNEN (2021). Convido vocês a participarem do chat após a aula! ATÉ A PRÓXIMA!
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