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Educação Especial eEducação Especial e InclusivaInclusiva AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos Bem vindo(a)! Olá, caro(a) aluno(a). Seja bem-vindo(a) à disciplina de Educação Especial e Inclusiva! Neste momento você inicia mais uma etapa em seus estudos, que tem como objetivo enriquecer seu aprendizado. No entanto, o tema abordado ao longo deste estudo refere-se a algo muito relevante e signi�cativo para sua prática docente e para as relações cotidianas estabelecidas no diálogo com o campo da Educação Especial. A Educação Especial e Inclusiva pode ser compreendida como uma modalidade de ensino que visa a promoção da cidadania, com a �nalidade promover a igualdade e a valorização das diferenças para pessoas com de�ciência. Frente a isto, iremos abordar na Unidade I os aspectos que norteiam o cenário da Educação Especial e Inclusiva, desde seu primórdio na Idade Antiga, até os dias atuais, pois tal processo histórico nos leva a re�etir sobre as necessidades das pessoas com de�ciência, com relação a sua inclusão no contexto escolar de ensino regular, assim como sua inserção em meio ao âmbito social. Na Unidade II iremos abordar questões relacionadas a características, causas e prevenção da de�ciência física, intelectual e sensorial. No entanto nosso enfoque será direcionado às ações pedagógicas que podem ser realizadas para desenvolver a aprendizagem de uma criança com de�ciência, seja ela física, intelectual ou sensorial. Na Unidade III serão abordados os aspectos pedagógicos que norteiam a Educação Especial e Inclusiva, para que, assim, seja possível compreender a Educação Especial e Inclusiva, não somente como um desa�o que depende de todos os envolvidos no processo de aprendizagem, mas como uma ação coletiva que depende da vontade e capacitação dos professores, gestores e da comunidade, para cumprir seu objetivo principal que é a inclusão de pessoas com de�ciências em âmbitos de ensino regular. Por �m, na Unidade IV, iremos �nalizar nossos estudos abordando a importância da equipe multidisciplinar no contexto da educação de pessoas com de�ciência, assim como as contribuições da escola para a construção de uma comunidade inclusiva e a relação entre a educação inclusiva e a cidadania de pessoas com de�ciência. Aproveito, então, para convidá-los para adentrar a mais esta etapa que te promoverá a aquisição de um conhecimento signi�cativo para a efetivação de sua carreira pro�ssional. Muito obrigada e bom estudo! Sumário Essa disciplina é composta por 4 unidades, antes de prosseguir é necessário que você leia a apresentação e assista ao vídeo de boas vindas. Ao termino da quarta da unidade, assista ao vídeo de considerações �nais. Unidade 1 Educação Especial: Aspectos Históricos, Políticos e Unidade 2 Conceitos de Igualdade, Diferença, Diversidade e Multiplicidade Unidade 3 Inclusão e Educação I Unidade 4 Educação Inclusiva II Unidade 1 Educação Especial: Aspectos Históricos, Políticos e Legais AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos Introdução Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a primeira unidade do nosso estudo. Você tem ou conhece alguém que tenha algum tipo de de�ciência? Tenho certeza que você, caro(a) aluno(a), já presenciou, inúmeras vezes, pessoas com de�ciência transitando em nosso meio, mas você já parou para pensar como era no passado, lá na Idade Antiga, no início da nossa história como cidadãos? É, muitas vezes nos deparamos com situações que nos fazem re�etir sobre determinados aspectos que nos rodeiam. Na história da Educação Especial, não é diferente, uma vez que, para que fosse possível a educação de pessoas com de�ciência, muitos paradigmas tiveram que ser quebrados. Portanto, podemos dizer que a história da Educação Especial foi in�uenciada por inúmeros fatores, fatores estes, abordados na Unidade I desta apostila. Assim, poderemos, juntos, conhecer um pouco sobre o início da Educação Especial, a qual se inicia na Idade Antiga e se estende até os dias atuais. Sendo assim, caro(a) aluno(a), convido você para fazer uma viagem de volta ao passado e conhecer o princípio desta história. Vamos lá? Bons estudos! Educação Especial: Aspectos Históricos, Políticos e Legais AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos Introdução ao Estudo da Educação Especial A Educação Especial e Inclusiva nada mais é que uma modalidade do ensino que realiza um atendimento especializado a pessoas com de�ciência (PcD), o qual tem o objetivo de assegurar a inclusão dos alunos com de�ciência e seu direito à educação. Portanto, antes de adentramos às particularidades da introdução ao estudo da Educação Especial, será necessário conhecermos as primícias que regeram o atual contexto da Educação Especial. Sendo assim, caro(a) aluno(a), para iniciarmos nosso estudo, retornaremos aos países do ocidente no período da Idade Antiga, onde a política que predominava na sociedade amparava a exclusão das pessoas de�cientes do meio social. Nesse período, alguns povos dos países europeus, como os que viviam na Esparta, na Antiga Grécia, também costumavam abandonar ou atirar as crianças que nasciam com algum tipo de de�ciência em penhascos ou em rios profundos. Entre os povos egípcios, as crianças eram mortas com marteladas na cabeça e enterradas em urnas sarcófagas para que sua alma se puri�casse e a criança retornasse na próxima vida de forma normal, com beleza e inteligência (ANDRADE, 2008). Segundo Andrade (2008), na Idade Antiga, o preconceito predominava na sociedade e, por esse motivo, não era aceitável que pessoas com de�ciência convivessem em meios sociais. Assim, qualquer pessoa que nascesse com de�ciência era morta. No período da Idade Média a igreja possuía pleno poder sobre as decisões da sociedade, ou seja, a sociedade seguia os padrões que a igreja determinava como certo e errado. Seguindo esta concepção, Rechineli, Porto e Moreira (2008) relatam que, nesse período, a igreja era considerada a maior in�uenciadora do destino das pessoas com de�ciência, pois atrelavam a imagem desses sujeitos a questões religiosas ligadas ao pecado e à culpa. Outra concepção dessa mesma época, que também ligava a imagem das pessoas com de�ciência a preceitos religiosos, as de�niam com atos demoníacos e de feitiçaria. Essa visão cristã que ligava a imagem das pessoas com de�ciência a questões religiosas de pecado e culpa, levava a sociedade a perseguir e a matar qualquer pessoa que apresentasse de�ciência física, mental ou sensorial. Portanto, para a sociedade desse período, ter uma criança com de�ciência na família era considerado uma forma de punição pelos pecados cometidos. Desse modo, a sociedade acreditava que as pessoas com de�ciência impossibilitavam o contato com a divindade e, por isso, muitas pessoas eram afastadas do convívio social ou sacri�cadas por sua família (RECHINELI; PORTO; MOREIRA, 2008). Diante disso, esse período foi caracterizado como a “Idade das Trevas”, pois, entre o �nal da Idade Média e o início da Idade Moderna, a falta de conhecimento, o medo do desconhecido e os paradigmas religiosos e sobrenaturais que não permitiam explicar as deformidades físicas, mentais e sensoriais do homem, levaram à morte milhares de pessoas que eram consideradas ou que apresentavam algum grau de de�ciência. Essa concepção religiosa permaneceu até o início da Idade Moderna, entretanto, até este período, as pessoas com de�ciência ainda eram expostas ou submetidas a executar trabalhos considerados de humilhação pública. Contudo, em meados do século XVI, os médicos Paracelso e Cardano passaram a estudar e defender a ideia que a de�ciência era decorrência de fatores hereditários ou congênitos, que poderiam ser tratados pela medicina. Com isso, a igreja foi perdendo forças sobre as decisões tomadas em relação ao futuro das pessoas com de�ciência, pois, segundo os médicos Paracelso e Cardano, não caberia ao clero o direito de decidir sobre a vida das pessoas que eram consideradas fora dos padrões normais (ANDRADE, 2008). Com as mudanças ocorridas nesse período nos paísesdo ocidente, os preceitos religiosos e morais foram modi�cados e a igreja passou a oferecer assistência às pessoas com de�ciência. Logo na sequência, no século XVII, o médico inglês Thomas Willis lança, em Londres, a primeira obra que descreve a anatomia do cérebro humano (ANDRADE, 2008). Essa obra con�rma, por meio da ciência, que muitas de�ciências ocorrem diante de alterações cerebrais, ou seja, tal fato con�rma a ideia apresentada por Paracelso e Cardano, em que designa a medicina como responsável por explicar as deformidades das pessoas com de�ciência (ANDRADE, 1984). Assim, pautados em argumentos cientí�cos, a sociedade obteve uma nova visão em relação às pessoas com de�ciência. Essa ideia que associava pessoas com de�ciência a questões que a medicina poderia solucionar motivou a população e contribuiu para quebrar a visão religiosa que associava a de�ciência ao pecado e à culpa. Assim, caro(a) aluno(a), a sociedade passava a acreditar que a de�ciência está ligada a aspectos médicos e pedagógicos. Então, à medida que o conhecimento se construía e acumulava, a sociedade passava a aceitar a de�ciência como uma doença que não pode ser curada. Dessa forma, iniciam-se, em meados do século XVI, as primeiras ações voltadas a atender pedagogicamente as pessoas com de�ciência (RECHINELI; PORTO; MOREIRA, 2008). No entanto, durante o século XVII e meados do século XIX, as pessoas com de�ciência ainda eram protegidas por instituições residenciais, o que caracterizou esse período como a fase da institucionalização. As primeiras classes direcionadas ao atendimento dos alunos com de�ciência criadas em instituições públicas regulares surgiram entre o �nal do século XIX e início do século XX, com o objetivo de promover a integração do sujeito com de�ciência ao meio social. Após a introdução das classes especiais, médicos e educadores, como Jean Marc Itard (1774-1838), Edward Seguin (1812-1880) e Maria Montessori (1870-1956), buscaram desenvolver métodos de treinamento por meio da prática de atividades físicas e sensoriais para estimular o cérebro dos de�cientes mentais. Esses fatos da história da Educação Especial representaram no ocidente um marco histórico. No entanto, segundo Mendes (2011), no Brasil os marcos que caracterizaram o início da Educação Especial consistem na criação do “Instituto dos Meninos Cegos” (hoje, “Instituto Benjamin Constant”) em 1854, e do “Instituto dos Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES”) em 1857, ambos na cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, considera-se que a Educação Especial no Brasil foi marcada por ações isoladas voltadas a atender pessoas com de�ciências sensoriais (visual e auditiva) e uma pequena parte de de�cientes físicos. Portanto, caro(a) aluno(a), diferente dos países do ocidente e da Europa, que visavam atender as pessoas com de�ciência mental ou intelectual, o Brasil, quase que de forma absoluta, silenciava as ações voltadas ao atendimento de pessoas com de�ciência mental, pois a concepção de de�ciente mental era associada a aspectos sociais da época. Podemos concluir que nessa época a concepção da sociedade associava o de�ciente mental a aspectos correlacionados a um comportamento inaceitável no contexto social. Assim, qualquer criança que apresentasse um comportamento fora do esperado pela sociedade, era considerada de�ciente mental (MENDES, 2011). Seguindo essa visão, podemos dizer que o Brasil não considerava a de�ciência mental com um fator prejudicial que necessitasse de atendimento educacional especializado. Assim, até o ano de 1874, quando surgiu, na Bahia, o primeiro hospital direcionado a atender pessoas com de�ciência mental e intelectual, a Educação Especial era direcionada a atender pessoas com de�ciências sensoriais e alguns casos de de�ciência física (MENDES, 2011). Dessa forma, a falta de conhecimento sobre tais de�ciências di�cultava a identi�cação e classi�cação do de�ciente mental e intelectual, de forma que ambas eram relacionadas a fatores negativos, que impossibilitavam o sujeito de agir como um ser autônomo. Desse modo, os hospitais construídos para atender o de�ciente mental e intelectual nada mais eram do que espaços psiquiátricos voltados ao estudo de doenças mentais. No entanto, os hospitais psiquiátricos da época também eram responsáveis por isolar do convívio social todos que apresentassem algum tipo de doença mental, em prol de prevenir a sociedade de pessoas consideradas perigosas, pois, segundo Mendes (2011), na concepção da sociedade brasileira dessa época, o de�ciente mental e intelectual era visto como um fardo perigoso que não podia permanecer no meio social. Assim, caro(a) aluno(a), Mendes (2011) relata a vertente médico-pedagógica, os médicos iniciam um tratamento que visa a educabilidade dos de�cientes em prol de prevenir problemas sociais em sua vida adulta. Contudo, mediante a esta vertente, surgem escolas dentro de hospitais e serviços de inspeção médica escolar para escolas públicas com o intuito de manter a comunidade livre do contato com de�cientes mentais e intelectuais. Em relação a vertente psicopedagógica, trata-se de professores especializados que buscam defender a educação de de�cientes mentais e intelectuais, os quais se mostravam preocupados em diagnosticar as causas do encaminhamento para as salas especiais. Neste caso, caro(a) aluno(a), o psicopedagogo trabalha com recursos alternativos na busca de identi�car o grau de de�ciência ou di�culdade intelectual da criança ou do jovem encaminhado para as classes especiais das escolas (MENDES, 2011). Já nos anos de 1920 a 1930, as escolas primárias começaram a se expandir, e o ensino passou a ser ofertado em turnos devido a necessidade de mão obra (MENDES, 2010). Assim, essas mudanças, que iniciaram a reforma da educação, tinham o propósito de gerar uma nova escola, em que predominasse um novo sistema educacional brasileiro com vertentes psicopedagógicas, dando as mesmas oportunidades educacionais a todos. Os defensores dessa pedagogia, denominada Pedagogia da Escola-Nova, tinham o objetivo de reestruturar a pedagogia para sanar preocupações políticas e sociais, valorizando a liberdade, a criatividade e a psicologia infantil. Assim, deram início ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, movimento que resultou na elaboração de uma diretriz que rege uma nova política nacional de educação e de ensino em todos os níveis, aspectos e modalidades, para diminuir a desigualdade social e oferecer educação a todos (MENDES, 2010). Com o movimento dos pioneiros e da Escola Nova, a psicologia ganhou espaço no meio educacional e, assim, surgiram testes para diagnosticar os alunos com de�ciência mental. No entanto, para alcançar esse feito, muitos professores- psicólogos europeus foram trazidos ao Brasil para capacitar educadores brasileiros para atuar na Educação Especial. Entretanto Jannuzzi (2012) relata que, mesmo diante desse movimento que reforma a educação, a Educação Especial ainda SAIBA MAIS Os Pioneiros, Entusiastas da Educação Nova Para saber mais sobre o Manifesto dos Pioneiros, assista o vídeo disponível no link a seguir. O documento foi redigido por 26 educadores intelectuais, em 1932, intitulado como: A reconstrução educacional no Brasil: ao povo e ao governo. Esse documento oferece novas ideias educacionais, que visam reestruturar as políticas educacionais. ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=f6LTmh7Vn04 permanecia com poucos recursos, visto que até 1935 haviam apenas 22 instituições direcionadas à oferta de Educação Especializada para atender os de�cientes mentais, ou seja, o país ainda permaneceu focado em atender de�cientes sensoriais. Ao passar dos anos, as instituições públicas que ofereciam atendimento especializado a pessoas com de�ciência cresceram, chegando a alcançar até 1950, um número de 190 instituições em todo o país. Mesmo que esse número seja considerado baixo, o ensino da Educação Especial ainda estava evoluindo. Por outro lado, Farias e Lopes (2015) apontam que essa evolução no ensinoespecializado a pessoas com de�ciência facilitou a identi�cação dos alunos com de�ciência mental, transtornos globais ou com di�culdades de aprendizagem. No entanto o diagnóstico do aluno com de�ciência mental ao invés de diminuir a desigualdade social, contribuiu para que a sociedade excluísse mais ainda o sujeito com de�ciência. Nesse período, caro(a) aluno(a), entre a década de 50 e 60, a educação foi marcada pela expansão das instituições de Educação Especial, as quais eram a grande maioria de caráter �lantrópicos, sem �ns lucrativos e ligadas a entidades religiosas, com auxílio do Estado. É possível perceber que a concepção da igreja em relação a pessoas com de�ciência não é mais a mesma, pois foi se modi�cando com o passar dos tempos. Porém, de acordo com Andrade (2008), até este período, a Educação Especial permanece em caráter mais assistencial do que educacional, isto é, as instituições de Educação Especial prezavam mais os cuidados em vez da aprendizagem, visto que a sociedade não se preocupava em inserir o sujeito com de�ciência no meio social, e sim em lhe oferecer as condições necessárias para sua sobrevivência. É válido ressaltar que, até esse período, a oferta de Educação Especial era voltada a dar assistência a pessoas com de�ciência sensorial e mental. Os primeiros cursos superiores de formação de docentes voltados à educação inclusiva de pessoas com de�ciência surgiram somente no �nal da década de 70, devido à necessidade de complementar a formação dos docentes que trabalhavam com alunos com de�ciência (FARIAS; LOPES, 2015). Essa ação levou a obrigatoriedade do atendimento especializado aos de�cientes pela rede pública de ensino. Além da expansão das instituições privadas de caráter �lantrópico, que ofertavam o atendimento especializado sem �ns lucrativos. Consequentemente, esta ação trouxe nova polêmicas com relação aos direitos dos de�cientes. Sendo assim, caro(a) aluno(a), iniciam-se novas discussões, que serão abordadas no tópico a seguir, sobre os aspectos conceituais relacionado ao direito do sujeito de�ciente. REFLITA “Educar é viajar no mundo do outro, sem nunca penetrar nele. É usar o que passamos para transformar no que somos” (Augusto Cury). Conceito e Histórico da Educação Especial AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos Assim como vimos anteriormente, caro(a) aluno(a), a Educação Especial visa inserir e educar pessoas com de�ciência física, mental e sensorial para contexto social. No entanto, os primeiros conceitos apresentados na história da Educação Especial associavam a imagem do sujeito com qualquer tipo de de�ciência a aspectos religiosos de culpa e pecado. Na sequência, a imagem do sujeito com de�ciência mental e intelectual foi associada a aspectos comportamentais presentes na sociedade da época. E assim, por vários séculos, a sociedade excluiu a população com de�ciência, que não se enquadrava dentro dos padrões denominados como normais, por preceitos religiosos e por falta de conhecimento su�ciente para lidar com tais diversidades. Com o passar dos anos e a evolução da sociedade, pessoas com de�ciência foram associadas a diversas terminologias, como a de pessoas incapacitadas, inválidas, minorados, impedidos, descapacitados, excepcionais, entre outras centenas de termos relacionados ao tipo de de�ciência de cada sujeito. Isto é, segundo Andrade (2008), para cada de�ciência utilizava-se uma terminologia, porém no contexto social, o vocabulário usado apresentava terminologias consideradas ofensivas aos de�cientes, tais como “débil mental”, “idiota”, “retardado mental”, “excepcional”, “incapaz mentalmente”, “maluco”, “louco”, “demente”, “estúpido”, “imbecil” ou “alienado” eram associadas aos de�cientes mentais. Já quanto aos de�cientes físicos e sensoriais, Mendes (2011) apresenta termos com “aleijado”, “enjeitado”, “manco”, “cego”, “surdo-mudo” e “louco”. Neste sentido, Diniz, Pereira e Santos (2009) relatam que essas terminologias, designadas a pessoas com de�ciência, não se referem a uma classi�cação de doenças e lesões, e sim a questões de desigualdade impostas pela sociedade, visto que, até a década de 60, pessoas com de�ciência não tinham seus direitos como algo que prevalece no meio social, ou seja, ainda não havia regras que defendiam os mesmos direitos dos cidadãos considerados normais para pessoas com de�ciência, pois na visão da sociedade as pessoas com de�ciência ainda deveriam ser excluídas. Nesse período, os países mais desenvolvidos passaram a reconhecer os direitos do sujeito com de�ciência, passando, assim, a enxergá-lo como parte diversi�cada da humanidade. Por outro lado, os países subdesenvolvidos e emergentes, como o Brasil, permaneceram com a mesma visão até a década de 80. No entanto este movimento de reconhecimento ocorreu mediante a uma forte pressão de um grupo de intelectuais com de�ciência, juntamente com inúmeras outras pessoas com de�ciência que lutavam em prol de serem reconhecidas e de terem seus direitos como sujeito perante a sociedade (MENDES, 2011). Assim, esse ato deu início a novas políticas e ações direcionadas a diminuir a desigualdade que desfavorecia a população com de�ciência, classi�cando-as como pessoas “que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS [ONU], 2006, artigo 1º). Dessa forma, na tentativa de superar as visões e políticas antigamente associadas à imagem do de�ciente, esse movimento, liderado por pessoas intelectuais de�cientes, constituiu e implantou normas que de�niam os de�cientes como pessoas que apresentavam limitações e contradições em sua forma e ação. E assim inicia a luta pelo reconhecimento dos direitos da população com de�ciência. Contudo, até chegarmos a esse momento, caro(a) aluno(a), a população com de�ciência enfrentou períodos de total exclusão, em que foram sacri�cadas, perseguidas e abandonadas pela sociedade. Assim, esse período de exclusão foi marcado pela privação do direito do sujeito com de�ciência de conviver no meio social. Após a luta pelo reconhecimento e pelos direitos do sujeito com de�ciência, a educação de pessoas com de�ciência passa a ser integrada ao sistema regular de ensino. No entanto nesse período a educação ofertada às pessoas com de�ciência era realizada de forma diferenciada, em escolas especiais e em espaços separados das escolas que ofertavam o ensino regular à população. Fato que marcou o início da chamada segregação, pois, mesmo que indiretamente, a exclusão continuava ocorrendo, pois os alunos com de�ciência eram mantidos em espaços preservados, sem contato com outras crianças consideradas, pela sociedade, normais. O processo de integração do sujeito com de�ciência no contexto da escola regular ocorreu mediante a inserção de espaços, como salas especiais para oferecer atendimento especializado aos alunos com de�ciência. Dessa forma, é possível notar que os conceitos de exclusão, segregação e integração ainda mantêm o sujeito afastado do meio social, mesmo que indiretamente. Então, caro(a) aluno(a), podemos dizer que o objetivo de incluir o sujeito com de�ciência no contexto da educação regular iniciou de forma demasiada, devido à falta de compreensão dos conceitos que de�nem o que é inclusão, pois incluir o sujeito em escolas regulares, fazendo com que ele aprenda juntamente a outros alunos considerados de�cientes, em uma sala especial, afastada de ensino regular normal não pode ser considerado uma inclusão, mas sim uma forma de manter este sujeito excluído da sociedade. CONCEITUANDO Considera-se que o conceito de integração se refere à necessidade de modi�car o comportamento do outro, de forma que o sujeito com de�ciência venha a se identi�car com os demais, para que, assim, seja inserido no contexto social. Fonte: a autora. Nesse caso, a Lei De Diretrizes e Bases 4.024/61, de 1961, que visa a integração entre o ensino regular e a educação de pessoascom de�ciência, não promove a inclusão, mantendo, assim, somente a integração do sujeito com de�ciência no contexto da escola de ensino regular. Dessa forma, até a década de 80, os conceitos que norteiam Educação Especial se limitam à oferta do atendimento educacional e especializado de pessoas com de�ciência, mantendo-as excluídas indiretamente. Diante dessa concepção, que não engloba a Educação Especial de forma inclusiva, na tentativa de recon�gurar o modelo de Educação Especial, adaptando-a para uma perspectiva inclusiva, o governo federal reti�cou o Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, para garantir às pessoas com de�ciência o direito de se matricular e frequentar escolas e classes de ensino regular. Essa nova normativa permite que o sujeito com de�ciência seja inserido e passe a interagir com outras crianças que não apresentam nenhum tipo de de�ciência. Dessa forma, a Educação Especial assume um caráter complementar, suplementar e transversal, que visa diminuir as barreiras para a inclusão de pessoas com de�ciência no contexto social. Essa ação também interliga a proposta pedagógica da escola à proposta de inclusão de pessoas com de�ciências, por meio de recursos que possibilitem sua inserção no âmbito de escolas comuns, pois visa a oferta de serviços especializados no atendimento educacional direcionado ao público com de�ciência, presente em salas de aulas do ensino regular. Nesse sentido, é válido ressaltar, caro(a) aluno(a), que a Educação Especial nem sempre teve como foco a inclusão de pessoas com de�ciência no contexto social, pois antigamente a sociedade não a reconhecia como parte da sociedade, privando- as da educação e do convívio social. Frente a isso, o Quadro 1 representa a diferença entre determinados aspectos relacionados à concepção de Educação Especial sobre aspectos de segregação e integração e o novo modelo de Educação Especial sobre um olhar inclusivo. Quadro 1 - Educação Especial e Educação Especial e Inclusiva Educação Especial:Segregação e Integração Educação Especial: Inclusiva Sistema separado, paralelo ao regular Faz parte da proposta pedagógica da escola. Perpassa todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. Por isso, é tida como transversal Substitui o ensino regular Complementa ou suplementa o processode escolarização em sala de aula Dinâmica independente, total ou parcialmente dissociada do ensino regular Dinâmica dependente, totalmente articulada com o trabalho realizado em sala Restritiva e condicional. Somente os alunos considerados aptos para o ensino regular podem frequentá-lo Incondicional e irrestrita. Garante o direito de todos à educação, ou seja, à plena participação e aprendizagem O referencial é o que se convenciona julgar como “normal” ou estatisticamente mais frequente Parte do pressuposto de que a diferença é uma característica humana Baseia-se no modelo médico de de�ciência. Foca nos aspectos clínicos, ou seja, no diagnóstico Baseia-se no modelo social de de�ciência. Foca na articulação entre as características da pessoa e as barreiras a sua participação presentes no ambiente Nem todos os estudantes conseguem se adaptar à escola. Nem todos correspondem ao padrão estabelecido por ela A escola deve responder às necessidades e interesses de todos os alunos, sem exceção, partindo do pressuposto de que todas as pessoas aprendem Estratégias pedagógicas diferentes para somente alguns estudantes Diversi�cação de estratégias pedagógicas para todos Partindo dos conceitos que norteiam a Educação Especial no início de sua trajetória, é possível notar, caro(a) aluno(a), que houve mudanças drásticas sobre as concepções que fundamentavam a inclusão de pessoas com de�ciências no contexto educacional. Assim, nosso próximo tópico terá como foco de abordagem as políticas e diretrizes, assim como as tendências e desa�os que regem a Educação Especial e a Educação Inclusiva. Fonte: Instituto Rodrigo Mendes (2019). REFLITA “Pessoas com de�ciência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas”. Fonte: ONU (2006). Políticas e Diretrizes, Tendências e Desa�os da Educação Especial e da Educação Inclusiva AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos Antes de iniciarmos esse tópico, caro(a) aluno(a), é bom relembrarmos que a história da Educação Especial é marcada por um processo de transformações históricas e políticas, resultado de um movimento que luta pela educação de pessoas com de�ciência, assim como seus direitos como cidadão. Nesse período de luta, muitas conquistas foram alcançadas, porém por muito tempo a Educação Especial era vista em caráter de segregação e integração, em que o atendimento educacional especializado era ofertado em espaços separados das classes de ensino regular. No entanto esse atendimento especializado passou a ser ofertado somente após a criação da Lei 4.024 de Diretrizes e Bases, de 1961, que visa garantir a educação de pessoas com de�ciência ou, como eram denominadas, a “educação de excepcionais”. Segundo Andrade (2008), a criação dessa lei foi apontada como o marco que deu início às ações públicas voltadas a atender a educação especial em nível federal. Por outro lado, essa lei deu início a uma série de debates sobre as concepções que regem a oferta da Educação Especial, que deve ser reestruturada para atender as necessidades da atual sociedade, pois como já foi dito, caro(a) aluno(a), desde o início da oferta da Educação Especial, a proposta de inclusão não vem ocorrendo de forma direta. Dessa forma, você poderá acompanhar, no Quadro 2, as mudanças e alterações ocorridas, desde o início da primeira lei que rege a Educação Especial, sobre a perspectiva de integração de 1961, até o novo modelo que visa a perspectiva de inclusão, em 2008. Política Nacional de Educação Especial 1961 – Lei nº 4.024: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamentava o atendimento educacional às pessoas com de�ciência, chamadas no texto de “excepcionais” (atualmente, este termo está em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas com de�ciência). Segue trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de Educação, a �m de integrá-los na comunidade”. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm 1971 – Lei nº 5.692: A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil foi feita na época da ditadura militar (1964-1985) e substituiu a anterior. O texto a�rma que os alunos com “de�ciências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas deveriam estar de acordo com as regras �xadas pelos Conselhos de Educação, ou seja, a lei não promovia a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como destino certo para essas crianças. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm 1988 – Constituição Federal: O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, a�rma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de de�ciência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Nos artigos 205 e 206, a�rma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, garantindo o pleno http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a quali�cação para o trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola”. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 1989 – Lei nº 7.853: O texto dispõe sobre a integração social das pessoas com de�ciência. Na área da Educação, por exemplo, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas, no sistema educacional e a oferta, obrigatóriae gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de ensino. Também a�rma que o poder público deve se responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de de�ciência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino”. Ou seja: excluía da lei uma grande parcela das crianças ao sugerir que elas não são capazes de se relacionar socialmente e, consequentemente, de aprender. O acesso ao material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo também é garantido pelo texto. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm 1990 – Lei nº 8.069: Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei nº 8.069 garante, entre outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças com de�ciência, preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao adolescente com de�ciência e prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa condição. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm 1994 – Política Nacional de Educação Especial: Em termos de inclusão escolar, o texto é considerado um atraso, pois propõe a chamada “integração instrucional”, um processo que permite que ingressem em classes regulares de ensino apenas as crianças com de�ciência que “[...] possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos ‘normais’” (atualmente, este termo está em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas com de�ciência). Ou seja, a política excluía grande parte dos alunos com de�ciência do sistema regular de ensino, “empurrando-os” para a Educação Especial. 1996 – Lei nº 9.394: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em vigor tem um capítulo especí�co para a Educação Especial. Nele a�rma-se que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial”. Também a�rma que “o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições especí�cas dos alunos, não for possível a integração nas classes comuns de ensino regular”. Além disso, o texto trata da formação dos professores e de currículos, métodos, técnicas e recursos para atender às necessidades das crianças com de�ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm 1999 – Decreto nº 3.298: O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de De�ciência e consolida as normas de proteção, além de dar outras providências. O objetivo principal é assegurar a plena integração da pessoa com de�ciência no http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Highlight “contexto socioeconômico e cultural” do País. Sobre o acesso à Educação, o texto a�rma que a Educação Especial é uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino e a destaca como complemento do ensino regular. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3298.htm 2001 – Lei nº 10.172: O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso, tinha quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com de�ciência. Entre elas, a�rmava que a Educação Especial, “como modalidade de Educação escolar”, deveria ser promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que “a garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de de�ciência” era uma medida importante. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm 2001 – Resolução CNE/CEB nº 2: O texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais pontos, a�rma que “os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma Educação de qualidade para todos”. Porém, o documento coloca como possibilidade a substituição do ensino regular pelo atendimento especializado. Considera ainda que o atendimento escolar dos alunos com de�ciência tem início na Educação Infantil, “assegurando- lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado”. Link: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf 2002 – Lei nº 10.436/02: Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm 2002 – Resolução CNE/CP nº 1/2002: A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena”. Sobre a Educação Inclusiva, a�rma que a formação deve incluir “conhecimentos sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especi�cidades dos alunos com necessidades educacionais especiais”. Link: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf 2005 – Decreto nº 5.626/05: Regulamenta a Lei nº 10.436, de 2002. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm 2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos: Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça, Unesco e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as metas está a inclusão de temas relacionados às pessoas com de�ciência nos currículos das escolas. Link: http://portal.mj.gov.br/sedh/edh/pnedhpor.pdf 2007 – Decreto nº 6.094/07: O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos com de�ciência, o documento reforça a inclusão deles no sistema público de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3298.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm http://portal.mj.gov.br/sedh/edh/pnedhpor.pdf Highlight ensino. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2007/Decreto/D6094.htm 2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da infraestrutura das escolas, abordando a acessibilidade das edi�cações escolares, da formação docente e das salas de recursos multifuncionais. Link: http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf 2008 – Decreto nº 6.571: Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica e o de�ne como “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular”. O decreto obriga a União a prestar apoio técnico e �nanceiro aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da modalidade. Além disso, reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico da escola. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2008/Decreto/D6571.htm 2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Brasil para embasar “políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os alunos”. Link: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf 2009 – Resolução nº 4 CNE/CEB: O foco dessa resoluçãoé orientar o estabelecimento do atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no contraturno e preferencialmente nas chamadas salas de recursos multifuncionais das escolas regulares. A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino cumprirem o Decreto nº 6.571. Link: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf 2011 – Decreto nº 7.480: Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram de�nidos na Secretaria de Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação (MEC). Hoje, a pasta está vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7480.htm 2011 – Decreto nº 7.611: Revoga o decreto nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever do Estado com a Educação das pessoas público-alvo da Educação Especial. Entre elas, determina que o sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, que o aprendizado seja ao longo de toda a vida e impede a exclusão do sistema educacional geral sob alegação de de�ciência. Também determina que o Ensino Fundamental seja gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais, que sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena, e diz que a oferta de Educação Especial deve se dar preferencialmente na rede regular de ensino. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm 2012 – Lei nº 12.764: A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6094.htm http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6571.htm http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7480.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/l12764.htmhttp:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/l12764.htm 2014 – Plano Nacional de Educação (PNE): A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a de número 4. Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com de�ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. O entrave para a inclusão é a palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre espaço para que as crianças com de�ciência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais. Link: http://www.observatoriodopne.org.br/ 2019 – Decreto nº 9.465: Cria a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação, extinguindo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). A pasta é composta por três frentes: Diretoria de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com De�ciência; Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos; e Diretoria de Políticas para Modalidades Especializadas de Educação e Tradições Culturais Brasileiras. Link: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/576332 Partindo do que foi abordado nesse tópico, caro(a) aluno(a), considera-se que, mesmo diante dos avanços, a Educação Especial ainda necessita de reajustes para se adaptar à nova perspectiva inclusiva. No entanto, é possível dizer que a inclusão de pessoas com de�ciência no âmbito educacional de escolas em nível regular depende muito da aceitação da sociedade, para que não volte a ser vista em caráter integrativo. REFLITA Considerando o que estudamos nesta unidade, chamo sua atenção, caro(a) aluno(a), para re�etir sobre quais as ações que você, como futuro(a) docente pode promover dentro do contexto da sala de aula para contribuir para inclusão do aluno com de�ciência, seja ela física, mental ou sensorial, sem que promova a exclusão de forma indireta. Fonte: a autora. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htmhttp:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm http://www.observatoriodopne.org.br/ http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/57633286 Nesta unidade realizamos um resgate histórico da concepção da de�ciência ao longo da história da humanidade, mostrando os momentos principais na vida da pessoa com de�ciência, que sofreram com a segregação e a exclusão da sociedade, tendo sua imagem associada a questões religiosas de pecado e culpa. Na sequência, abordamos a introdução da Educação Especial, que ainda visava a exclusão de pessoas com de�ciência, visto que as crianças que apresentavam algum tipo de de�ciência eram inseridas em ambientes separado das demais crianças, tendo seu foco voltado ao cuidado e não a desenvolver a aprendizagem. Com o decorrer dos anos, a sociedade sofreu mudanças, passando a modi�car seu olhar sobre os sujeitos com de�ciência. Esse estudo mostra também o cenário da Educação Inclusiva e a força de seu movimento ao longo do tempo, assim como as leis que marcaram o movimento da inclusão, as quais vêm contribuindo de forma ativa para a promoção da inserção do sujeito com de�ciência na sociedade. Quanto ao Atendimento Educacional Especializado, aprendemos que este deve ocorrer em todos os níveis de ensino, desde o básico até o superior, visando a oferta de uma educação de qualidade que possibilite todas as condições necessárias para a permanência e conclusão dos estudos. Assim, podemos concluir que a Educação Inclusiva refere-se a um processo em constante movimento, que exige dos envolvidos compromisso e responsabilidade social para a efetivação prática de sua ação, pois somente assim os direitos das pessoas com de�ciência serão exercidos de forma plena para que possam se ver como parte da sociedade. Conclusão - Unidade 1 Nossas leis educacionais sempre dedicaram capítulos à educação de alunos com de�ciência, como um caso particular do ensino regular. A educação especial �gura na política educacional brasileira desde o �nal da década de 50 e sua situação atual decorre de todo um percurso estabelecido por diversos planos nacionais de educação geral, que marcaram sensivelmente os rumos traçados para o atendimento escolar de alunos com de�ciência. A evolução dos serviços de educação especial caminhou de uma fase inicial, eminentemente assistencial, visando apenas ao bem-estar da pessoa com de�ciência para uma segunda, em que foram priorizados os aspectos médico e psicológico Em seguida, chegou às instituições de educação escolar e, depois, à integração da educação especial no sistema geral de ensino. Hoje, �nalmente, choca-se com a proposta de inclusão total e incondicional desses alunos nas salas de aula do ensino regular. Essas transformações têm alterado o signi�cado da educação especial e deturpado o sentido dessa modalidade de ensino. Há muitos educadores, pais e pro�ssionais interessados que a confundem como uma forma de assistência prestada por abnegados a crianças, jovens e adultos com de�ciências. Mesmo quando concebida adequadamente, a educação especial no Brasil é entendida também como um conjunto de métodos, técnicas e recursos especiais de ensino e de formas de atendimento escolar de apoio que se destinam a alunos que não conseguem atender às expectativas e exigências da educação regular. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Nº 4.024/61, garantiu o direito dos "alunos excepcionais" à educação, estabelecendoem seu Artigo 88 que para integrá-los na comunidade esses alunos deveriam enquadrar-se, dentro do possível, no sistema geral de educação. Entende-se que nesse sistema geral estariam incluídos tanto os serviços educacionais comuns como os especiais, mas pode-se também compreender que, quando a educação de de�cientes não se enquadrasse no sistema geral, deveria constituir um especial, tornando-se um sub-sistema à margem. Esta e outras imprecisões acentuaram o caráter dúbio da educação especial no sistema geral de educação. A questão que se punha na época era: En�m, diante da lei, trata-se de um sistema comum ou especial de educação ? O mesmo está acontecendo atualmente com relação à inserção de alunos com de�ciência no ensino regular, mas este caso abordaremos posteriormente, no contexto da discussão em torno da educação inclusiva. Em 1972, o então Conselho Federal de Educação em Parecer de 10/08/72 entendeu a "educação de excepcionais" como uma linha de escolarização, ou seja, como educação escolar. Logo em seguida, Portarias ministeriais, envolvendo assuntos de assistência e de previdência social, quando de�niram a clientela da educação especial, posicionaram-se segundo uma concepção diferente do Parecer, evidenciando uma visão terapêutica de prestação de serviços às pessoas com de�ciência e elegeram os aspectos corretivos e preventivos dessas ações, não havendo nenhuma intenção de se promover a educação escolar. Leitura Complementar Legislação e concepções de atendimento escolar Ainda hoje, �ca patente a di�culdade de se distinguir o modelo médico/ pedagógico do modelo educacional/escolar da educação especial. Esse impasse faz retroceder os rumos da educação especial brasileira, impedindo-a de optar por posições inovadoras, como é o caso da inserção de alunos com de�ciência em escolas inclusivas. O que parece estar claro é que os legisladores estabeleceram uma relação direta entre alunos com de�ciência e educação especial. Essa correspondência binária nem sempre é a que mais nos interessa, principalmente quando temos como objetivo a inserção total e incondicional de todos os alunos, nas escolas regulares, ou melhor, em uma escola aberta às diferenças. Apesar das de�nições, estudos, e demais maneiras de se diferenciar a clientela da educação especial, ainda não existem instrumentos legais e respostas conclusivas sobre qual é o verdadeiro alunado da educação especial, ou seja, qual é a sua clientela especí�ca. No discurso o�cial, nos planos educacionais, nas diretrizes curriculares nacionais para o ensino de pessoas com de�ciência a clientela é bem delimitada. Via de regra, os alunos que lotam as classes especiais ainda hoje não são, na grande parte dos casos, aqueles a quem essa modalidade se dirige e pela ausência de laudos periciais competentes e de queixas escolares bem fundamentadas, correm o risco de serem todos admitidos e considerados como alunos com de�ciência. Trata-se de alunos que não estão conseguindo "acompanhar" seus colegas de classe ou que são indisciplinados, �lhos de lares pobres, negros, e outros desafortunados da nossa sociedade entre alguns poucos realmente de�cientes. Essas inde�nições justi�cam todos os desmandos e transgressões do direito à educação e à não discriminação que algumas redes de ensino estão praticando por falta de um controle efetivo dos pais, das autoridades de ensino e da justiça em geral. Ressalta-se neste momento a existência de ações que buscam garantir a esses alunos o respeito às suas conquistas legais de estudar com seus pares em escolas regulares. Pata tanto, têm-se mobilizado os procuradores e promotores de justiça responsáveis pela infância e juventude, pessoas idosas e de�cientes. As Recomendações dessas autoridades têm dirimido dúvidas e resolvido com sucesso os casos de inadequação e de exclusão escolar, em escolas do governo e particulares. Todas estas situações, que implicam problemas conceituais, desconhecimento dos preceitos da Constituição Federal e interpretações tendenciosas da legislação educacional, têm confundido o sentido da inclusão escolar e prejudicado os que lutam por implementá-la nas escolas brasileiras. Essa questões estão na base da compreensão das políticas de educação especial e regular e têm sido, ao nosso ver, responsáveis por caminhos incertos, trilhados pelos que pensam, decidem e executam os planos educacionais brasileiros. A mudança da nomenclatura – "alunos excepcionais", para "alunos com necessidades educacionais especiais", aparece em 1986 na Portaria CENESP/MEC nº 69. Essa troca de nomes, contudo, nada signi�cou na interpretação dos quadros de de�ciência e mesmo no enquadramento dos alunos nas escolas. O MEC adota até hoje o termo "portadores de necessidades educacionais especiais – PNEE ao se referir a alunos que necessitam de educação especial. Mesmo incluindo entre esses alunos os que apresentam di�culdades de aprendizagem, os que têm problemas de conduta e de altas habilidade, a clientela da educação especial não �ca ainda bem caracterizada, pois mantém-se a relação direta e linear entre o fato de uma pessoa ser de�ciente e frequentar, o ensino especial, na compreensão da maioria das pessoas. A Constituição Brasileira de 1988, no Capítulo III, Da Educação, da Cultura e do Desporto, Artigo 205 prescreve : "A educação é direito de todos e dever do Estado e da família". Em seu Artigo 208, prevê : ..." o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: ... "atendimento educacional especializado aos portadores de de�ciência, preferencialmente na rede regular de ensino". Este e outros dispositivos legais referentes à assistência social, saúde da criança, do jovem e do idoso levantam questões muito importantes para a discussão da educação especial brasileira, não apenas com relação à adaptação de edifícios de uso público, quebra de barreiras arquitetônicas de todo tipo, transporte coletivo, salário mínimo obrigatório como benefício mensal às pessoas com de�ciência que não possuem meios de prover sua subsistência e outros. Entre essas questões desponta atualmente a inclusão escolar e novamente se questiona aqui a destinação da educação especial. O esclarecimento da referida questão envolve a consideração de três direções possíveis aos encaminhamentos dos alunos às escolas: a) a que implica um sentido de oposição entre educação especial e regular, em que os alunos com de�ciência só teriam uma opção para seus estudos, ou seja, o ensino especial; b) a que implica uma inserção parcial, ou seja, a integração de alunos nas salas de aula do ensino regular, quando estão preparados e aptos para estudar com seus colegas do ensino geral e sempre com um acompanhamento direto ou indireto do ensino especial e c) a que indica a inclusão dos alunos com de�ciência nas salas de aula do ensino regular, sem distinções e/ou condições, implicando uma transformação das escolas para atender às necessidades educacionais de todos os alunos e não apenas de alguns deles, os alunos com de�ciência, altas habilidades e outros mais, como refere a educação especial. O debate atual está centrado nas direções b) e c) acima citadas isto é, entre integração escolar e inclusão escolar. O assunto cria inúmeras e in�ndáveis polêmicas, provoca as corporações de professores e de pro�ssionais da área de saúde que atuam no atendimento às pessoas com de�ciência - os paramédicos e outros que tratam clinicamente de crianças e jovens com problemas escolares e de adaptação social e também "mexem" com as associações de pais que adotam paradigmas tradicionais de assistência às suas clientelas. Afetam também, e muito os professores da educação especial que se sentem temerosos de perder o espaço que conquistaram nas escolas e redes de ensino. Os professores do ensino regular consideram-se sem competência para atender às diferenças nas salas de aula, especialmente aos alunos com de�ciência nas suas salas de aulas, pois seus colegas especializados sempre se distinguiram por realizar unicamente esse atendimentoe exageraram essa capacidade de fazê-lo aos olhos de todos. Há também um movimento contrário de pais de alunos sem de�ciências, que não admitem a inclusão, por acharem que as escolas vão baixar e/ou piorar ainda mais a qualidade de ensino se tiverem de receber esses novos alunos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB mais recente, Lei nº 9.394 de 20/12/96 destina o Capítulo V inteiramente à educação especial, de�nindo-a no Art. 58º como uma ... "modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos que apresentam necessidades especiais" Este destaque seria de fato um avanço? Sem dúvida, avançamos muito em relação ao texto da Lei Nº 4.024/61, pois parece que não há mais dúvidas de que a "educação dos excepcionais" pode enquadrar-se no sistema geral de educação, mas continuamos ainda atrelados à subjetividade de interpretações, quando topamos com o termo "preferencialmente" da de�nição citada. No Artigo 59 a nova LDB dispõe sobre as garantias didáticas diferenciadas, como currículos, métodos, técnicas e recursos educativos; terminalidade especí�ca para os alunos que não possam atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude da de�ciência; especialização de professores em nível médio e superior e educação para o trabalho, além de acesso igualitário aos benefícios sociais. A LDB de�niu �nalmente o espaço da educação especial na educação escolar, mas não mencionou os aspectos avaliativos em nenhum ítem e esta ausência gera preocupação, pois não se sabe o que fazer a respeito – pode-se tanto proteger esses alunos com parâmetros especí�cos para esse �m, como equipará-los ao que a lei propõe para todos. Sobre a "terminalidade especí�ca" dos níveis de ensino, o texto da lei �ca também muito em aberto, principalmente no que diz respeito aos critérios pelos quais se identi�ca quem cumpriu ou não as exigências para a conclusão desses níveis e o perigo é que a idade venha a ser o indicador adotado. A quali�cação do professor para assegurar a operacionalização do ensino de alunos com de�ciência suscita muitas questões, devidas igualmente à imprecisão do texto legal. Acreditamos que mais urgente que a especialização é a formação inicial e continuada de professores para tender às necessidades educacionais de todos os alunos, no ensino regular, como proposto pela inclusão escolar. Pesquisas recentes de Mestrado e de Doutorado realizadas por membros do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade – LEPED / Universidade Estadual de Campinas- São Paulo/ Brasil, do qual sou a coordenadora, mostram claramente que os professores carecem de uma boa formação para ensinar a todos e não especi�camente os de�cientes. Como concluiu Brito de Castro (1997) em seu Mestrado sobre a implantação da inclusão escolar na rede municipal de ensino de Natal/ Rio Grande do Norte/Brasil, o professores têm evidenciado di�culdades para trabalhar com os alunos em geral, não apenas com aqueles com de�ciência, dadas as precárias condições de trabalho e de formação docente. A pesquisadora constatou que as professoras necessitam de mais conhecimentos do que já possuem para desenvolver uma prática de ensino que considere as diferenças em sala de aula, e não uma capacitação especializada nas de�ciências, como propõem a lei e as políticas educacionais brasileiras. O mesmo foi reconhecido por nós em uma pesquisa realizada na região sudeste do Brasil em 1999, juntamente com outras pesquisadoras brasileiras, quando analisamos as respostas de 493 professores das redes públicas de ensino das quatro capitais dessa região sobre suas necessidades para atender aos alunos com de�ciência em salas de aula do ensino regular. Recentemente, em abril de 2001, foi colocado em discussão na Câmara do Ensino Básico do Conselho Nacional de Educação um documento que trata das Diretrizes Curriculares da Educação Especial. O que mais nos surpreende, neste documento é que, a despeito da ampla discussão entre os educadores, legisladores, pais e pessoas com de�ciência, o conceito de inclusão escolar não avançou, do ponto de vista das suas aplicações na mesma medida em que vem sendo esclarecido, do ponto de vista teórico. No referido Documento como em muitos outros, �ca evidente esse descompasso, quando se a�rma, por exemplo, que: "Operacionalizar a "inclusão escolar" de todos os alunos, independentemente de classe, raça gênero, sexo ou características individuais é o grande desa�o a ser enfrentado , numa clara demonstração do respeito à diferença" (p.21). Ele defende a inclusão, mas sugere em todo o texto ações que não respeitam os princípios de uma escola para todos, sem discriminações e preconceitos, sem ensino à parte. De fato, o Documento orienta confusamente essa operacionalização, quando se refere à educação escolar dos alunos com de�ciência e à formação inicial dos professores , como comentaremos a seguir. Fonte: Mantoan (2011). Livro Filme ANDRADE, F. S. de. Fatos históricos sobre os portadores de necessidades especiais e também o contexto historiográfico dos jogos e brincadeiras ao longo dos tempos. 2008. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei n. 9.394/96. DINIZ, D.; PEREIRA, L. B.; SANTOS, W. R. D. Deficiência, direitos humanos e justiça. 2009. FARIAS, R. R. S.; LOPES, T. A. C. de F. As Pessoas com Deficiência no Contexto da Educação Escolar Brasileira. Revista HISTEDBR, Campinas, n. 65, 2015. JANNUZZI, G. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2012. MANTOAN, M. T. E. (Org.). O desafio das diferenças nas escolas. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. MANTOAN, M .. E. O direito de ser, sendo diferente, na escola. Brasília: Procuradoria Geral da República, MPF, 2006. MENDES, E. G. Breve histórico da educação especial no Brasil. Revista Educación y Pedagogia, v. 22, n. 57, 2011. MENDES, E. G. Histórico do movimento pela inclusão escolar. ln: MENDES, E. G. Inclusão marco zero: começando pelas creches. Araraquara: Junqueira & Marin, 2010, p.11-27. ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 2006. RECHINELI, A.; PORTO, E. T. R.; MOREIRA, W. W. Corpos deficientes, eficientes e diferentes: uma visão a partir da educação física. Revista Brasileira Educação Especial, Marília, v. 14, n. 2, maio/ago. 2008. Unidade 2 Conceitos de Igualdade, Diferença, Diversidade e Multiplicidade AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos Introdução Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à segunda unidade da disciplina. Nesta unidade, abordaremos questões relacionadas a características, causas e prevenções da de�ciência física, intelectual e sensorial. No entanto nosso enfoque será direcionado às ações pedagógicas que podem ser realizadas para desenvolver a aprendizagem de uma criança com de�ciência, seja ela física, intelectual ou sensorial. Neste sentido, podem ser consideradas de�cientes pessoas que apresentem a “perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica, �siológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano” (Decreto 3.298/99). Dessa forma, iniciaremos nossa discussão conhecendo os aspectos biológicos e sociais que in�uenciam na de�ciência física, intelectual e sensorial. Iremos conhecer também a etiologia destas de�ciências, assim como as características e os conceitos que rodeiam a área das altas habilidades/superdotação e os distúrbios comportamentais denominados como condutas típicas. Sendo assim, caro(a) aluno(a), desejo uma excelente leitura. Vamos começar? Bons estudos! Áreas da Educação Especial: Conceituação, Características, Causas, Prevenção e Ação Pedagógica AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos De�ciência: Enfoque Biológico e Social Você certamente já se deparou com uma pessoa com de�ciência ao longo de sua vida, seja pessoalmente ou por meio da mídia. A de�ciência pode ser compreendida como a insu�ciência ou a ausênciade um ou mais órgãos. Desse modo, “toda perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica, �siológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano” é considerada como de�ciência (Decreto 3.298/99). No entanto, caro(a) aluno(a), o princípio básico para quem decide atuar na Educação Especial, é acreditar que todos são capazes de aprender, mesmo sabendo que o educando chega à escola imerso a preconceitos e rótulos que o de�ne como incapaz. Nessa concepção, Wallon (1879-1962), um dos maiores estudiosos do desenvolvimento humano, relata que a cultura é construída mediante a relação do homem com ambiente social, ou seja, uma criança aprende através de sua relação com o meio (FERREIRA; ACIOLY-RÉGNIER, 2010). Assim, é indispensável a sensibilidade do professor, para enxergar o educando na sua totalidade para que possa alcançar o real potencial desse sujeito com de�ciência, intervindo positivamente nas construções de conceitos sociais por meio de atividades cognitivas. Neste sentido, Cury (2008, p. 48) relata que: Figura 1 - Mas, a�nal, o que é de�ciência? Fonte: Freepik Highlight Highlight biológico social Highlight A afetividade deve estar presente na práxis do educador [...] os educadores, apesar das suas di�culdades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, en�m, todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos. (CURY, 2008, p. 48). Dessa forma, a atividade do homem é inconcebível sem o meio social, visto que não é possível desassociar o biológico do social. Portanto, o homem é concebido como sendo genética e organicamente social, pois sua existência se realiza entre as exigências da sociedade e as do organismo. Em razão disso, caro(a) aluno(a), é possível compreender a imagem associada às pessoas com de�ciência ao longo da história, visto que sua imagem re�ete aspectos sociais de diversas épocas (SILVA, 2011). Nesse sentido, a escolha do olhar que se adotará frente à de�ciência depende de cada um, pois é possível olhar a de�ciência destacando o aspecto biológico ou social. Contudo se atentar aos aspectos biológicos signi�ca se atentar a padrões que nos quali�cam como normalidade, ou aliando a de�ciência ao conceito de “defeito” e “incapacidade”. Com relação ao olhar social, signi�ca se atentar em sua relação com o meio social, em que as pessoas com de�ciência se encontram em desvantagem, mas não são consideradas incapazes (SILVA, 2011). Sobre a de�ciência a partir do enfoque biológico, o Art. 5º do Decreto 5.296/2004 classi�ca em 5 categorias a de�ciência, sendo elas: ATENÇÃO É válido ressaltar também a importância de envolver seus responsáveis no processo de desenvolvimento do sujeito com de�ciência, visto que a afetividade é fator substancial para a mediação da relação do sujeito com o meio, pois esta mediação é a base para a construção do sistema emocional do sujeito. Quanto às experiências emocionais, elas podem ser expressas pelo corpo ou verbalmente, de forma positiva ou negativa. Assim, é fundamental que o professor construa um vínculo saudável e promova atividades que estimulem o educando a interagir com o meio de forma signi�cativa, de modo que o educando associe suas relações com o meio como algo prazeroso Fonte: Ferreira e Acioly-Régnier (2010). Quadro 1 - Classi�cação das de�ciências De�ciência De�nição De�ciência intelectual Funcionamento intelectual signi�cativamente inferior à média, com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação; cuidado pessoal; habilidades sociais; utilização dos recursos da comunidade; saúde e segurança; habilidades acadêmicas; lazer e trabalho. De�ciência auditiva Perda bilateral, parcial ou total de 41 decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz. De�ciência visual A cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que signi�ca acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60°; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. De�ciência física Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam di�culdades para o desempenho de funções. De�ciência múltipla De�ciência múltipla - associação de duas ou mais de�ciências. Fonte: Art. 5º do Decreto 5.296/2004. Considerando o que vimos até agora, podemos considerar o aspecto biológico como um fator importante em nossa vida, no entanto, caro(a) aluno(a), não podemos considerá-lo como determinante, colocando-o na frente da de�ciência. Quero dizer que pessoas devem ser vistas como pessoas e não como uma parte, um elemento, classi�cadas pela sua imagem física. Assim, o sujeito presente na sala de aula deve ser reconhecido pelas suas ações, seus trabalhos diários e sua relação com o meio, sendo desa�ado e motivado a descobrir, conhecer e explorar coisas novas, para que, assim, a�ore seu potencial de forma positiva (SILVA, 2011). É válido ressaltar que para que esse sujeito alcance seu total potencial depende da mediação do professor para o desenvolvimento de todas as capacidades que ainda se encontram em evolução. Quanto ao aspecto social, caro(a) aluno(a), Vygotsky (1896-1934), estudioso de renome na área da teoria histórico-social, destaca que a construção do sujeito ocorre mediada por um contexto sociocultural. Nessa percepção, o autor reforça a importância da inter-relação entre o social e o cultural do homem, pois, segundo Vygotsky (1997), a de�ciência consiste em uma construção histórica e social, que pode ser abordada de forma primária e secundária, sendo que: 1. O aspecto biológico, a representação do “defeito” orgânico, a “falta”. REFLITA Vamos acompanhar um caso �ctício, pautado na realidade do nosso cotidiano? Autodidata e com ouvido absoluto, Daniel, de 7 anos, precisava escutar uma música de Sandy e Junior apenas duas ou três vezes para reproduzi-la no piano. Foi assim com as 178 canções lançadas pela dupla. O resultado foi exibido no Instagram. Cego e autista, é em desa�os como esse que o garoto se distrai e treina seu dom musical. A ideia partiu de Hedrienny dos Santos, mãe do jovem talento. Ao ler esta história, o que lhe pareceu estranho ou adverso? Talvez que ele toque música clássica no teclado. Perceba, a cegueira é constitutiva da identidade de Pedro, mas ela é só uma característica dentre várias outras. Ao se reduzir Pedro a ela não se estará falando de Pedro, pois ele é muito mais que sua de�ciência. Fonte: Extra (2019). Highlight 2. As consequências psicossociais do “defeito” derivadas das relações estabelecidas com/no meio. No entanto, Diniz (2007) defende a de�ciência como um conceito complexo, in�uenciado por aspectos sociais. Assim, a autora aborda a importância do meio social, visto que o modelo social que a sociedade “impõe” de�ne a de�ciência como algo físico. Nesse sentido, Vygotsky (1997) a�rma que, dependendo das condições sociais, uma pessoa com de�ciência primária é convertida em de�ciência secundária. Dessa forma, é possível a�rmar que a sociedade é construída sobre padrões denominados como normais, e a sociedade de�ne a de�ciência como um defeito. Portanto, caro(a) aluno(a), considerando tudo o que vimos nesse tópico, vocês podem compreender porque o social não pode ser separado do biológico.EXEMPLO: um aluno com paralisia cerebral. A de�ciência primária seria a lesão no sistema nervoso central e a de�ciência secundária seria a consequência dessa lesão para o sujeito inserido em uma sociedade com pessoas ditas “normais”. Dessa forma, criam-se barreiras físicas, atitudinais e outras, pela falta de acessibilidade. Isso gera preconceitos, di�culdades na educação, desemprego, falta de acesso aos espaços de lazer/esportivos para esse sujeito, entre outras coisas. Interação com outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo é essencial no processo de desenvolvimento. respeitando cada criança e suas necessidades. Aspectos Etiológicos, Funcionais e Sociais dos Transtornos Globais do Desenv. e das De�ciências Físicas, Intelectuais, Sensoriais AUTORIA Ana Paula Francisca dos Santos Etiologia da De�ciência Física, Intelectual e Sensorial Como abordamos no tópico anterior os aspectos sociais e biológicos, agora iremos estudar os aspectos etiológicos da de�ciência física, intelectual e sensorial. Porém, antes de iniciar nossa discussão sobre estes aspectos, é necessário compreender o que são aspectos etiológicos. Dessa forma eu lhe pergunto, caro(a) aluno(a), você sabe o que é etiologia? Etiologia é a “ciência das causas”, ou seja, a etiologia é o estudo dos fatores que in�uenciam a causa de de�ciências e fenômenos. No entanto esta ciência refere-se à união da biologia, da criminologia, da psicologia, da medicina e de várias outras ciências na busca de identi�car as causas que deram origem a inúmeras de�ciências. Dessa forma, seu conceito abrange diversas áreas do conhecimento, que têm como objetivo identi�car os fatores que causam um determinado fenômeno ou de�ciência (SILVA, 2010). Ao que tange os fatores das de�ciências intelectuais, a etiologia explica que a identi�cação dos fatores in�uentes no desenvolvimento da de�ciência permite sua prevenção e o controle. No entanto é difícil contatar os fatores causadores da de�ciência, o que os de�nem como fatores suspeitos ou hipóteses etiológicas, sem comprovação. Em alguns casos de de�ciência intelectual, a de�ciência ocorre devido a associação de um ou mais fatores. Quero dizer, caro(a) aluno(a), que algumas de�ciências intelectuais, como é o caso da Síndrome de Down e Transtorno Global do Desenvolvimento, não há somente um fator causador, mais sim dois ou mais. Assim, a de�ciência intelectual pode apresentar origem genética, ambiental, multifatorial ou causa desconhecida. Esses fatores também podem ser subdivididos em fatores pré-natais e perinatais (SANTOS; MORATO, 2012). Quadro 2 - Fatores etiológicos das de�ciências intelectual Fatores Etiológicos Conceitos Fatores causadores Pré-natais De origem genética, ambiental e multifatorial Infecções: meningoencefalites bacterianas e as virais, principalmente por herpesvírus Traumatismos crânio- encafálicos Alterações vasculares ou degenerativas encefálicas Fatores químicos: oxigênio utilizado na encubadeira Intoxicação pelo chumbo Fatores nutricionais: graves condições de hipoglicemia, hipernatremia, hipoxemia, envenenamentos, estados convulsivos crônicos. Podendo ser considerada como causa desconhecida Perinatais Ambiental Agentes infecciosos (citomegalovírus, toxoplasmose congênita, rubéola congênita, lues, sí�lis congênita, varicela) Fatores nutricionais Fatores físicos: radiação Fatores imunológicos Pré-natais (álcool e drogas, gases anestésicos, anticonvulsivantes) Transtornos endócrinos maternos: diabetes materna, alterações tireoidianas Hipóxia intrauterina (causada por É válido ressaltar que a de�ciência intelectual não é uma doença, então quando falamos desses aspectos etiológicos da de�ciência intelectual, nos referirmos a causas da redução da capacidade intelectual do sujeito, visto que a de�ciência intelectual consiste em pessoas que apresentam uma redução notável em seu funcionamento intelectual associado a limitações comunicativas e sociais (Associação Americana de De�ciência Mental, 1995). Quanto à etiologia da de�ciência física, algumas causas são as mesmas que as da de�ciência intelectual. No entanto quando nos referimos à de�ciência física, estamos falando sobre limitações do funcionamento físico-motor do ser humano. Antes de conhecer as causas, vamos conhecer os tipos de de�ciências físicas: hemorragia uterina, insu�ciência placentária, anemia grave, administração de anestésicos e envenenamento com dióxido de carbono) Fonte: adaptado de Minayano (1988). Highlight Quadro 3 - Tipos de de�ciências físicas Paraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores Paraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores. Monoplegia Perda total das funções motoras de um só membro (inferiorou posterior) Monoparesia Perda parcial das funções motoras de um só membro(inferior ou posterior) Tetraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores esuperiores Tetraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiorese superiores Triplegia Perda total das funções motoras em três membros Triparesia Perda parcial das funções motoras em três membros Hemiplegia Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo(direito ou esquerdo) Hemiparesia Perda parcial das funções motoras de um hemisfério docorpo (direito ou esquerdo) Amputação Perda total ou parcial de um determinado membro ousegmento de membro Paralisia Cerebral Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo como consequência alterações psicomotoras, podendo ou não causar de�ciência intelectual Ostomia Intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura, ostio) na parede abdominal para adaptação de bolsa de coleta; processo cirúrgico que visa a construção de um caminho alternativo e novo na eliminação de fezes e urina para o exterior do corpo humano (colostomia) Fonte: Brasília (2001). A Inserção da pessoa portadora de de�ciência e do bene�ciário reabilitado no mercado de trabalho; MPT/Comissão de Estudos para inserção da pessoa portadora de de�ciência no mercado de trabalho Então, caro(a) aluno(a), a de�ciência física também pode ser caracterizada como a perda total ou parcial da capacidade motora. São diversas as causas da de�ciência física, no entanto, elas podem estar ligadas a problemas na gestão, acidentes e doenças infantis. Assim, como você pode acompanhar no Quadro 4, os fatores das causas da de�ciência física são classi�cados em três categorias: Quadro 4 - Fatores etiológicos da De�ciência Física Fatores Etiológicos Fatores Causadores Pré-natais Causas genéticas; Infecções (por exemplo, citomegalovirose, rubéola); Contato com radiação na gestação; Alcoolismo e uso de drogas na gestação; Desnutrição (fome): quando ocorre na infância ou em períodos de gestação as crianças não têm condições de desenvolver uma série de músculos, comprometendo de forma de�nitiva movimentos como o andar; Mielomeningocele Perinatais Fórceps; Prematuridade; Infecção hospitalar Pós-natais Paralisia infantil, apesar das campanhas de vacinação diminuírem sensivelmente esse tipo de doença; Doenças degenerativas; Doenças autoimunes; Acidente vascular cerebral; Diabetes, Hanseníase, Câncer (quando necessária a amputação de membro); Acidentes domésticos; Acidentes de trânsito; Acidentes de trabalho, devido principalmente à falta de condições de trabalho, à negligência dos trabalhadores quanto ao uso de equipamentos adequados etc.; Violência doméstica e urbana, agressões, tiros, facadas e o uso de outras armas têm deixado muitas pessoas de�cientes físicas, entre outros Fonte: Brasília (2001). Em razão do que foi abordado até aqui, caro(a) aluno(a), é que a de�ciência física pode ser entendida como uma impossibilidade que limita o sujeito a se deslocar ou realizar algum movimento físico, devido a dani�cação em sua estrutura óssea, nos grupos musculares entre outras partes do corpo. As de�ciências sensoriais consistem na perda total ou parcial da estrutura psicológica, �siológica ou anatômica que o sujeito nasce
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