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ROTEIRO DIRIGIDO Artigo 3 – Terapêutica hipoglicemiante da diabetes mellitus tipo 2 em doentes com nefropatia diabética. 1) Como o fator da evolução da ND está relacionado a macroalbuminúria? A presença de grandes quantidades de proteína na urina, como evidenciado pela macroalbuminuria, é um sinal de disfunção renal. Na Nefropatia Diabética, o aumento da excreção de proteínas indica danos aos glomérulos renais, contribuindo para a progressão da doença renal em pacientes com diabetes. O controle glicêmico adequado e o manejo precoce são fundamentais para retardar a evolução da nefropatia em pessoas com diabetes. 2) Cite os 5 estágios da evolução da IRC. Estágio 1: TFG(ml/min/1,73m²)= ≥90, a lesão renal (proteinúria com TFG normal ou aumentada; Estágio 2: TFG(ml/min/1,73m²)= 60-80, a lesão renal e TFG ligeiramente diminuída; Estágio 3: TFG(ml/min/1,73m²)= 30-59, TFG moderadamente diminuída; Estágio 4: TFG(ml/min/1,73m²)= 15-29, TFG severamente diminuída; Estágio 5: TFG(ml/min/1,73m²)= < 15, IRC severamente diminuída. 3) Disserte sobre o uso de metformina em paciente com IRC. O uso de metformina em pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) requer precauções devido ao risco de acúmulo do medicamento e potencial agravamento da função renal. A metformina é excretada pelos rins, e em casos de comprometimento da função renal, pode haver dificuldades na eliminação do fármaco, aumentando o risco de acidose láctica, uma complicação rara, mas grave. Logo, em pacientes com IRC, especialmente se a taxa de filtração glomerular (TFG) estiver abaixo de um certo limiar, a metformina é frequentemente desaconselhada. Em alternativa, outros medicamentos antidiabéticos podem ser considerados, dependendo da situação clínica específica. É crucial que a decisão de prescrever metformina em pacientes com IRC seja individualizada, considerando cuidadosamente o equilíbrio entre os potenciais benefícios no controle glicêmico e os riscos associados ao acúmulo da metformina e à possibilidade de acidose láctica. A supervisão médica regular e a monitorização da função renal são essenciais nesses casos. 4) Cite e defina os tipos de antidiabéticos orais e relacione cada um as suas vias de absorção (metabolização) dos fármacos. ● Insullino-sensibilizadores -Biguanidas= a metformina é atualmente a única biguanida com utilização clínica, sendo o fármaco de primeira linha O seu mecanismo de acção inclui a redução da neoglicogênese hepática, a diminuição da absorção gastrointestinal da glicose, o aumento da sua captação pelo músculo esquelético e a diminuição da insulino resistência periférica. -Tiazolidinedionas ou Glitazonas= o alvo das glitazonas (pioglitazona) é o sistema PPARγ. Fun- ciona como sensibilizador à acção da insulina, que, aumentando a captação muscular de glicose, diminui a neoglicogênese hepática e os níveis de ácidos gordos livres; aumenta a diferenciação de pré-adipócitos em adipócitos e diminuem a insulino-resistência periférica. Tem metabolização exclusivamente hepática e o risco de hipoglicemias é escasso. ● Secretagogos de Insulina -Sulfonilureias= as sulfonilureias disponibilizadas para utilização clínica são a glibenclamida, a glipizida, a glimepirida e a gliclazida. Atuam promovendo a secreção endógena de insulina e a sua acção periférica. -Meglitinidas= este grupo farmacológico inclui a repaglinida e a nateglinida. A repaglinida (não comercializada em Portugal) é considerada a escolha preferencial graças ao menor risco de hipoglicemia, sendo possível o seu uso nos estadios 3 e 4 de IRC. A sua utilização nos estadios terminais da doença é, no entanto, contraditória. A nateglinida já tem um risco significativo de provocar hipoglicemia nos indivíduos com TFG diminuída, devido à acumulação dos seus metabolitos ativos. ● Inibidores da Alfa-glicosidade -Acarbose= Este fármaco é pouco potente na redução de HbA1c, mas, ao actuar na diminuição da absorção gastrointestinal de glicose, é útil na redução dos níveis de hiperglicemia pós-prandial. ● Inibidores da Dipeptidil-peptidase IV (DPP-IV)= estes fármacos inibem selectivamente a enzima DPP-IV, reduzindo a degradação do GLP 1 (Glucagon like peptide 1), aumentando a libertação de insulina dependente da glicose e reduzindo a libertação de glucagon. Consequentemente, diminuem a glicemia em jejum e pós-prandial, sem aumentar o risco de hipoglicemias.A sua eliminação é predominantemente renal. -Sitagliptina= é recomendado o ajuste da dose habitual (100 mg) de acordo com o estágio de IRC: para 50 mg no estádio 3 e para 25 mg nos estadios 4 e 5. Na IRC ligeira (TFG> 60 ml/ min/1,73m2) não é necessário ajuste posológico. -Vildagliptina= em doentes com IRC, a exposição sistémica à substância é maior. Para os estadios 1 e 2 de IRC não se recomenda o ajuste posológico. Não está recomendado o seu uso em doentes com IRC em estágio 4 ou 5, que já estejam em diálise. -Saxagliptina= em doentes com IRC ligeira (estágios 1 e 2), está aprovado o seu uso sem recomendação de qualquer ajuste posológico. Não está recomendado o seu uso em doentes com IRC em estágio 3 a 5, ou que já estejam em diálise. ● Miméticos da Incretina -Exenatido= este análogo do GLP 1 não está ainda comercializado em Portugal. É administrado por via subcutânea. Aumenta a secreção de insulina induzida pela glicose, suprime a secreção de glucagon e atrasa o esvaziamento gástrico -Linaglutido= este análogo do GLP 1 já está aprovado pela FDA e EMEA.A sua exposição sistémica é diminuída para qualquer grau de disfunção renal. De acordo com os estudos efectuados, nos estádios 1 e 2 de IRC não é recomendado qualquer ajuste posológico, sendo seguro o seu uso. Dado existir uma experiência muito limitada para o estágio 3 e inexistente para os estágios 4 e 5 de IRC, não está recomendado o seu uso nestes casos. ● Análogo da Amilina= o pramlintide pode ser usado no tratamento dos diabéticos tipo 2 cujo controle glicêmico se mantenha inadequado apesar do uso de insulina. Tem administração subcutânea. Suprime a secreção pós-prandial de glucagon, atrasa o esvaziamento gástrico e reduz a glicemia pós-prandial. ● Insulina= a secreção e ação da insulina estão alteradas na IRC associada a ND. A sua semivida sofre modificações e o seu perfil de atuação torna-se mais longo. Assim, é necessário mais rigor na gestão diária das doses de insulina de acordo com os hábitos do doente. Dado que o risco de hipoglicemias está aumentado, torna-se imprescindível a definição de objectivos terapêuticos individualizados e a sua auto- vigilância. No entanto, o tratamento intensivo com múltiplas doses diárias de insulina provou ser mais eficaz na proteção da função renal, com atraso na progressão da ND.
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