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Prévia do material em texto

Microbiologia e 
Imunologia Geral
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Diane Alves de Lima
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Imunização e Distúrbios Associados ao Sistema Imune
Imunização e Distúrbios 
Associados ao Sistema Imune
 
 
• Explicar os mecanismos de imunização realizados a partir do uso de vacinas e imunoterapia;
• Apresentar as principais doenças autoimunes, imunodeficiências e reações de hipersensibi-
lidade associados.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Vacinas;
• Imunoterapia;
• Doenças Autoimunes;
• Reações Autoimunes Mediadas por Células;
• Reações de Hipersensibilidade;
• Imunodeficiências.
UNIDADE Imunização e Distúrbios Associados ao Sistema Imune
Vacinas
O princípio da vacinação corresponde a aplicação de microrganismos mortos ou 
parte deles de forma que possibilitem uma resposta imune protetiva contra a infec-
ção pelos microrganismos patogênicos vivos. 
Para se ter uma ideia da importância da vacinação, dois séculos após Edward 
Jenner ter desenvolvido uma vacina contra a varíola, a doença foi mundialmente 
erradicada. O mesmo aconteceu com uma doença de origem viral que acomete bo-
vinos, a peste bovina. Atualmente, outras enfermidades como o sarampo e a pólio 
são alvos de erradicação. Entretanto, o sucesso da vacinação também depende de 
características específicas de cada microrganismo.
Grande parte das vacinas disponíveis induzem à imunidade humoral. As imu-
noglobulinas produzidas atuam neutralizando e removendo os agentes invasores, 
evitando assim que ocorra o processo infeccioso. Dentro desse contexto, a vacina 
ideal é aquela que estimula a produção de plasmócitos (produtores de anticorpos) e 
células B de memória. 
Existem vários tipos de vacinas. As vacinas clássicas podem ser classificadas em 
vacinas atenuadas e vacinas inativadas. Outro tipo de vacina desenvolvida nos últi-
mos anos é a vacina de DNA. A Tabela 1 resume as vacinas em uso corrente.
Tabela 1 – Tipos de vacinas disponíveis
Tipos de vacina Exemplos
Bactérias vivas atenuadas ou mortas Cólera
Vírus vivos atenuados ou mortos Pólio, influenza, raiva
Vacinas de subunidades (antígeno) Toxoide tetânico, toxoide diftérico
Vacinas de conjugados Haemophilus influenzae, pneumococos
Vacinas sintéticas Hepatite (proteínas recombinantes)
Vetores virais Herpesvírus de galinha
Vacinas de DNA Estudos clínicos em curso para várias infecções
Vacinas Atenuadas e Inativadas
As primeiras vacinas desenvolvidas utilizavam microrganismos inteiros, mortos ou 
tratados para não causarem a doença e ainda assim estimularem a resposta imune.
Quando uma vacina é produzida a partir de um microrganismo vivo, porém en-
fraquecido, essa vacina é chamada atenuada. Esse tipo de vacina apresenta como 
vantagem o estímulo da imunidade inata e adaptativa, de forma semelhante àquela 
que o microrganismo produziria na infecção real. Exemplos de vacinas atenuadas 
incluem a vacina contra febre amarela e o sarampo.
A desvantagem das vacinas virais ou bacterianas atenuadas é a segurança. Em 
alguns casos, pode ocorrer a reversão da virulência. Por exemplo, a vacina contra a 
8
9
poliomielite, vacina viral viva e atenuada, quase erradicou a doença, porém ocorre-
ram casos raros em que o próprio vírus causou a doença.
As vacinas contendo microrganismos mortos são denominadas inativadas. Geral-
mente, os patógenos são inativados por fenol ou formalina. Como exemplo de vacinas 
inativadas podemos citar as vacinas contra a gripe (influenza) e a raiva. A vantagem 
dessas vacinas está relacionada a maior segurança. Entretanto, são necessárias doses 
de reforço. Elas induzem com melhor eficiência a imunidade humoral do que a resposta 
imune celular.
Vacinas de Subunidades
As vacinas de subunidades são compostas apenas pelos fragmentos dos antíge-
nos que melhor estimulam o sistema imunológico. Por essa razão são consideradas 
mais seguras que as vacinas atenuadas. As vacinas de subunidade são produzidas 
por ferramentas biotecnológicas onde outros microrganismos são preparados para 
produzir os fragmentos antigênicos desejados. Por exemplo, a porção antigênica da 
vacina contra o vírus da hepatite B é o capsídeo viral, o qual é produzido por um 
fungo modificado geneticamente. 
Vacinas Conjugadas
As vacinas conjugadas foram desenvolvidas em razão da dificuldade do sistema 
imune de crianças (especialmente entre 15 e 24 meses) em responder às vacinas 
produzidas com cápsulas bacterianas. Como vimos em unidade anterior, as cápsulas 
bacterianas são antígenos T independentes e, portanto, não induzem boa resposta 
imune. O princípio das vacinas conjugadas consiste em associar os polissacarídeos 
das cápsulas bacterianas a outras proteínas, como o toxoide da difteria ou tetânico 
(Figura 1). Dessa forma, ocorre a formação de uma resposta imune efetiva até mes-
mo em bebês com dois meses de idade. 
Figura 1 – Vacinas conjugadas de polissacarídeo capsular
Fonte: MURRAY, 2017, p. 100
9
UNIDADE Imunização e Distúrbios Associados ao Sistema Imune
Vacinas de Ácido Nucléico (DNA)
As vacinas de DNA são consideradas promissoras e representam uma nova forma 
de imunização. Esse tipo de vacina tem sido testado em animais através da aplicação 
de DNA plasmidial diretamente na pele ou por via intramuscular. Nesses locais, o 
DNA injetado é capturado pelas células sentinelas que expressam o gene do antígeno. 
Os antígenos são então transportados até a medula onde estimulam a resposta imune 
celular e humoral. Esse tipo de vacina proporciona memória imunológica prolongada, 
porém não produz boa imunidade contra as cápsulas bacterianas.
Vacinas virais. Disponíveis em: https://bit.ly/2RVyd52
Imunoterapia
A imunidade passiva ocorre quando um indivíduo recebe anticorpos purificados 
ou células do sistema imune de forma temporária. Esse tipo de imunidade pode 
ocorrer de forma natural, como através da transferência de anticorpos maternos pela 
placenta ou pelo aleitamento. Em outros casos, a imunidade passiva pode ser usada 
como tratamento, abordagem caracterizada como imunoterapia. 
A imunoterapia pode ser usada para diversas finalidades terapêuticas. Dentre elas, 
podemos citar a prevenção de infecção após exposição acidental com agulhas con-
taminadas, a proteção de indivíduos com a imunidade comprometida, neutralização 
de toxinas e diminuição dos sintomas de uma doença infecciosa que esteja em curso. 
Além disso, a imunoterapia pode ser utilizada para combater células cancerígenas. 
Soluções injetáveis contendo imunoglobulinas purificadas podem ser preparadas a 
partir do soro de humanos ou animais (especialmente cavalos) que tenham sido pre-
viamente expostos a um determinado antígeno. Esse soro é utilizado como profilaxia 
de infecções virais e bacterianas. Preparações contendo elevado título de imunoglobu-
linas contra diversos patógenos estão disponíveis, conforme mostra a Tabela 2. Uma 
desvantagem do uso de imunoglobulinas animais em humanos é o risco de ocorrer 
reações de hipersensibilidade.
Tabela 2 – Imunoglobulinas disponíveis para imunidade passiva
Doença Fonte
Hepatite A Humana
Hepatite B Humana
Sarampo Humana
Raiva Humana
10
11
Doença Fonte
Varicela, varicela-zóster Humana
Citomegalovírus Humana
Tétano Humana e equina
Botulismo Equina
Difteria Equina
Vírus sincicial respiratório Monoclonal
Fonte: Adaptado de MURRAY, 2017
Doenças Autoimunes
As doenças autoimunes são resultado da reação imunológica contra os antígenos 
próprios do organismo, o que corresponde a perda da autotolerância. Isso leva a 
ocorrência de danos aos órgãos e sistemas do indivíduo. 
Para entendermos esse processo, devemos lembrar que as células T adquirem a 
capacidade de diferenciar o próprio do não próprio durante a sua passagem pelo 
timo. Quando as células T não conseguem fazer essa distinção, elas são eliminadas. 
Na perda da autotolerância, são produzidos anticorpos e células T sensibilizadas con-
tra o próprio tecido, levando ao surgimento das reações autoimunes. Essasreações 
podem ser de três tipos: citotóxicas, por imunocomplexos e mediada por células.
As principais doenças autoimunes. Disponível em: https://youtu.be/1h-GFxiWfs8
Reações Autoimunes Citotóxicas 
Reações autoimunes citotóxicas envolvem reações das imunoglobulinas aos antí-
genos presentes na superfície celular. A doença de Graves e a miastenia grave são 
exemplos de reação autoimune citotóxica. 
Na doença de Graves, anticorpos anormais são liberados pelo sistema imune e 
mimetizam o hormônio estimulador da tireoide (TSH), conforme mostra a Figura 2A. 
Dessa forma, ocorre uma liberação excessiva dos hormônios produzidos pela hipófise 
causando palpitações cardíacas, suor aumentado, bócio (aumento da tireoide), olhar 
fixo e saliente. 
A miastenia grave é caracterizada pela presença de anticorpos que bloqueiam 
os receptores de acetilcolina, o que impede a passagem dos impulsos nervosos e a 
contração muscular (Figura 2B). Caso isso ocorra em músculos responsáveis pela 
respiração, poderá ocorrer a morte por parada respiratória.
11
UNIDADE Imunização e Distúrbios Associados ao Sistema Imune
Figura 2 – Patogênese da Doença de Graves (A) e da miastenia grave (B)
Fonte: Adaptada de ABBAS, 2019, p. 421
Reações Autoimunes por Imunocomplexos
Dois exemplos de reação autoimune por imunocomplexos são o lúpus eritematoso 
sistêmico e a artrite reumatoide. O lúpus eritematoso sistêmico é caracterizado pela 
produção de anticorpos contra as células próprias e o DNA, especialmente na pele. 
A consequência mais grave da doença é a deposição de imunocomplexos nos rins.
No caso da artrite reumatoide, os imunocomplexos são depositados nas articula-
ções. Com o passar do tempo, a inflamação crônica das articulações leva ao desgas-
te dos ossos articulares e da cartilagem (Figura 3).
Figura 3 – Patogênese da artrite reumatoide
Fonte: ABBAS, 2019, p. 432
12
13
Reações Autoimunes Mediadas por Células
A esclerose múltipla, uma das doenças autoimunes mais comuns, acomete em maior 
número mulheres jovens e brancas. Nessa doença, os macrófagos e as células T agridem 
a bainha de mielina que recobre os nervos. O processo ocorre de forma lenta, ao longo 
de vários anos, e os ataques são alternados por períodos prolongados de remissão.
Outro distúrbio autoimune é o diabetes melito dependente de insulina. Nesse caso, o 
sistema imune provoca a destruição das células pancreáticas que secretam insulina. Es-
tudos demonstram que animais suscetíveis a desenvolver a doença não adoecem quando 
seu timo é removido precocemente. Isso demonstra o envolvimento das células T na 
causada da doença.
A psoríase é outro exemplo de doença autoimune em que o indivíduo apresenta 
manchas avermelhadas e coceira na pele espessa. Em alguns casos, os pacientes 
apresentam artrite psoriática. O tratamento dessa enfermidade é baseado no uso de 
corticosteroides e metotrexato. 
Conforme avançam os conhecimentos referentes às reações imunes, também são 
aprimorados os tratamentos para controle das doenças autoimunes apresentadas acima.
Você Sabia? 
Em humanos, cerca de 75% das doenças autoimunes afetam as mulheres. A razão exata 
para essa situação é desconhecida até o momento. Alguns pesquisadores identificaram 
um receptor responsável por ativar células B produtoras de autoanticorpos semelhante 
ao Toll, o qual é codificado pelo cromossomo X. Uma vez que as mulheres possuem dois 
cromossomos X, foi sugerida a hipótese que elas possam expressar genes do cromosso-
mo X em maior quantidade que os homens. 
Reações de Hipersensibilidade
Reações de hipersensibilidade consistem em uma resposta antigênica exacerbada 
do organismo. Elas ocorrem em indivíduos que tiveram uma exposição prévia ao 
antígeno (alérgenos) e foram sensibilizados. As alergias são exemplos característicos. 
Existem quatro tipos de reações de hipersensibilidades: do tipo I, II, III e IV (Tabela 3).
Tabela 3 – Tipos de hipersensibilidade e suas características
Tipo de reação Início dos sinais clínicos Características Exemplos
Tipo I (anafilática) < 30 minutos
A IgE liga-se aos mastócitos 
ou basófilos; ocorre a 
desgranulação do mastócito 
ou basófilo e a liberação de 
substâncias reativas, como 
a histamina
Choque anafilático por 
picadas de insetos
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UNIDADE Imunização e Distúrbios Associados ao Sistema Imune
Tipo de reação Início dos sinais clínicos Características Exemplos
Tipo II (citotóxica) 5-12 horas
O antígeno causa a formação 
de anticorpos IgM e IgG que 
se ligam à célula-alvo; quando 
combinada com a ação do 
complemento, destrói 
a célula-alvo
Reações de transfusão
Tipo III (imunocomplexo) 3-8 horas
Anticorpos e antígenos for-
mam complexos que causam 
uma inflamação prejudicial
Doença do soro
Tipo IV (celular tardia ou 
hipersensibilidade tardia 24-48 horas
Antígenos ativam as células 
TC para destruir a célula-alvo
Rejeição a tecidos transplan-
tados; dermatite de contato, 
doenças crônicas, como 
 a tuberculose
Fonte: Adaptado de TORTORA, 2017
Reações Tipo I
As reações tipo I também são chamadas de anafiláticas e ocorrem quando antíge-
nos específicos se ligam aos anticorpos IgE. As reações do Tipo 1 ocorrem rapida-
mente, dentro de 2 a 30 minutos após o indivíduo ser exposto a um agente pelo qual 
foi previamente sensibilizado. As reações do tipo I podem ser sistêmicas ou localiza-
das. As reações sistêmicas são graves, levando ao quadro de dificuldade respiratória 
e choque. As reações localizadas incluem rinite alérgica, asma e urticária.
Nesse tipo de reação, os IgE produzidos contra pólen, por exemplo, ligam-se a 
superfície de mastócitos e basófilos. Essas células possuem numerosos grânulos de 
mediadores químicos, sendo o principal deles a histamina. A liberação de histamina 
provoca aumento da permeabilidade e distensão dos vasos sanguíneos levando ao 
surgimento de edema, eritema, contração das células musculares lisas e aumento da 
produção de muco (Figura 4). 
Figura 4 – Efeitos biológicos dos mediadores da hipersensibilidade imediata 
Fonte: ABBAS, 2019, p. 447
14
15
Reações Tipo II
As reações tipo II são também chamadas de citotóxicas. Elas ocorrem através da 
combinação de anticorpos (IgG ou IgM) com uma célula estranha ou que carrega um 
antígeno estranho. Isso ativa o sistema complemento e ocasiona a lise da célula an-
tigênica. Adicionalmente, o dano é aumentado com a ação dos macrófagos e outras 
células que atacam as células marcadas com os antígenos algumas horas após.
Um exemplo de reação tipo II é o que ocorre em reações transfusionais. Quando 
um indivíduo que apresenta um determinado tipo sanguíneo recebe transfusão de 
outro tipo, as hemácias transfundidas podem ser marcadas por anticorpos circulan-
tes e consequentemente destruídas.
Outro exemplo desse tipo de reação é a púrpura trombocitopênica. Essa alteração 
ocorre quando moléculas de fármacos se ligam a uma plaqueta resultando em uma 
combinação antigênica. Os anticorpos e o complemento provocam a lise das pla-
quetas resultando em hemorragias e manchas de coloração púrpura (roxa) na pele. 
Quando os fármacos se ligam aos leucócitos ocorre a destruição das células fago-
cíticas, processo conhecido como agranulocitose. Esse tipo de ligação também pode 
ocorrer com hemácias levando ao processo de lise das mesmas, o que é denominado 
anemia hemolítica.
Reações Tipo III
Diferente das reações do tipo II, que são dirigidas aos antígenos presentes nas 
superfícies celulares, as reações tipo III são mediadas por imunoglobulinas contra 
antígenos solúveis localizados no soro. 
Em situações normais, um excesso de anticorpos produz complexos de fixação do 
complemento que são rapidamente fagocitados. Quando os antígenos estão em ex-
cesso, são formados complexos solúveis que não fixam o complemento e conseguem 
escapar da fagocitose. Esses complexos circulantes atravessam as células da parede 
dos vasos sanguíneos e ficam retidos na membrana basal. A deposição dos imuno-
complexos nesse local ativa o sistema complemento e iniciao processo inflamatório. 
Exposição repetidas ao mesmo antígeno podem desencadear dano à parede dos 
vasos sanguíneos em razão da reação inflamatória (Figura 5). Quando os imunocom-
plexos são depositados nos glomérulos renais, locais de filtração do sangue, ocorre 
uma doença chamada glomerolunefrite.
15
UNIDADE Imunização e Distúrbios Associados ao Sistema Imune
Figura 5 – Hipersensibilidade do tipo III: deposição de imunocomplexos
Fonte: MURRAY, 2017, p. 92
Reações Tipo IV
As reações tipo IV são também chamadas de hipersensibilidade tardia. Enquanto 
as demais reações são causadas por anticorpos, as reações do tipo IV são mediadas 
por células T. A demora nesse tipo de reação está relacionada ao tempo necessário 
para que macrófagos e células T levam para chegar até os antígenos. 
Na primeira vez que o organismo entra em contato com os antígenos exógenos, 
eles são fagocitados por macrófagos e apresentados às células T. Essas células T se 
proliferam e se diferenciam em células T maduras e de memória. Dessa forma, o 
indivíduo se torna sensibilizado aquele antígeno.
Ao ser exposto pela segunda vez ao mesmo antígeno, ocorre a ativação das cé-
lulas T de memória. Essas células secretam citocinas destrutivas que intensificam a 
inflamação e atraem os fagócitos para o sítio inflamatório.
Um exemplo de reação de hipersensibilidade tardia é o teste cutâneo para diag-
nóstico de tuberculose. A bactéria M. tuberculosis é encontrada no interior dos ma-
crófagos e estimula a resposta imune tardia mediada por células. No teste para 
tuberculose, são inoculados na pele fragmentos da bactéria. Caso o paciente tenha 
sido previamente exposto ao agente, ele desenvolverá uma reação inflamatória no 
local da inoculação dentro de 1 a 2 dias (Figura 6). 
16
17
Figura 6 – Reação de hipersensibilidade do tardia
Fonte: ABBAS, 2019, p. 426
Imunodeficiências
O sistema imune íntegro é fundamental para a sobrevivência de todos os indivídu-
os, pois impede a ocorrência de infecções ou mesmo lesões teciduais causadas por 
toxinas microbianas. Defeitos em algum dos componentes do sistema imunológico 
são chamados de imunodeficiências e podem provocar doenças graves e muitas ve-
zes fatais. As imunodeficiências são classificadas em dois grupos de acordo com sua 
origem: imunodeficiências primárias (ou congênitas) e secundários (ou adquiridas). 
Vamos discutir sobre algumas características relacionadas a elas? 
17
UNIDADE Imunização e Distúrbios Associados ao Sistema Imune
Imunodeficiências Primárias ou Congênitas
As imunodeficiências primárias ou congênitas ocorrem quando o indivíduo nasce 
com um defeito em algum componente do sistema imune. Esses defeitos podem ser 
resultado da ausência de genes que codificam proteínas do sistema imune. Um exem-
plo desse tipo de imunodeficiência são os camundongos nude (sem pelos), os quais 
são muito utilizados em pesquisas de transplantes. Nesses animais, a ausência de 
pelos coincide com a ausência do timo. Como consequências, esses camundongos 
não possuem células T e, portanto, não rejeitam os tecidos transplantados. 
Outra doença reportada em humanos é a síndrome de DiGeorge. Indivíduos aco-
metidos por essa síndrome possuem um timo defeituosos, o que resulta em defici-
ência de células T. A falha na imunidade celular possibilita a ocorrência de infecções 
graves, especialmente na infância, e geralmente fatais.
Imunodeficiências Secundárias ou Adquiridas
As imunodeficiências secundárias ou adquiridas, como o próprio termo demons-
tra, são desenvolvidas por uma variedade de mecanismos patogênicos, incluindo 
fármacos, agentes infecciosos, cânceres e desnutrição. 
Em alguns casos, os fármacos utilizados para tratar determinadas doenças podem 
resultar em imunodeficiências denominadas iatrogênicas. A imunossupressão iatro-
gênica frequentemente está associada ao uso de fármacos que inativam os linfócitos, 
ou inibem a ação das citocinas liberadas por diferentes células do sistema.
No entanto, grande parte das imunodeficiências secundárias ocorre como conse-
quência de desnutrição, neoplasias e infecções. 
Em humanos, a principal causa de imunodeficiência adquirida é a infecção pelo 
vírus HIV (do inglês human immunodeficiency virus). Esse vírus é responsável 
por causar a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS, de Acquired Immune 
Deficiency Syndrome). A AIDS foi descoberta na década de 80 e, desde então, tem 
provocado morbidade e mortalidade em diferentes partes do mundo.
Imunossupressão: redução da eficiência ou atividade do sistema imune induzida por fár-
macos ou agentes imunoterápicos;
Morbidade: taxa de portadores de determinada doença em relação à população total estu-
dada em determinado local e momento;
Mortalidade: número de mortes registradas;
Iatrogenia: corresponde a um estado de doença, efeito adverso ou complicação causada 
por tratamento médico.
A AIDS é caracterizada pela diminuição profunda da resposta imune, o que per-
mite a instalação de infecções oportunistas, desenvolvimento de tumores malignos, 
emagrecimento e alterações no sistema nervoso central. 
18
19
O vírus HIV penetra no organismo através das mucosas provocando uma infec-
ção aguda que não é totalmente controlada pelo hospedeiro. Nesse período, ocorre a 
disseminação do HIV para os tecidos linfoides do corpo. A fase seguinte correspon-
de à infecção crônica, momento em que ocorre a replicação contínua do vírus nos 
linfonodos e no baço, bem como destruição das células do sistema imune, especial-
mente as células T CD4+, os macrófagos e as células dendríticas (Figura 7). 
Figura 7 – Progressão da infecção causada pelo vírus HIV
Fonte: ABBAS, 2019, p. 479
Você Sabia?
O HIV já infectou entre 50 e 60 milhões de pessoas e causou a morte de mais de 34 
milhões de adultos e crianças. Aproximadamente 37 milhões de pessoas vivem com a 
infecção pelo HIV e a AIDS, dentre os quais aproximadamente 70% estão na África e 20% 
na Ásia, e quase 1 a 2 milhões morrem em decorrência da doença a cada ano. A doença é 
particularmente devastadora porque cerca de metade dos aproximadamente 3 milhões 
de novos casos anuais ocorrem em adultos jovens (entre 15 e 24 anos de idade).
19
UNIDADE Imunização e Distúrbios Associados ao Sistema Imune
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Os Efeitos Colaterais das Vacinas - Quão Alto é o Risco?
https://youtu.be/zBkVCpbNnkU
Hipersensibilidades (1/5): Tipo I – Alergias
https://youtu.be/wAB1gBzcdFM
 Leitura
AIDS (Acquired Immune Deficiency Syndrome)
https://bit.ly/2G7qezd
Vacinas de DNA
https://bit.ly/2EvspMO
Doenças autoimunes
https://msdmnls.co/32U9BzZ
20
21
Referências
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI S. Imunologia celular e molecular. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
MALE, D. et al. Imunologia. 8. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; PFALLER, M. A. Microbiologia médica. 8. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
PLAYFAIR, J. H. L. Imunologia básica: guia ilustrado de conceitos fundamentais. 
9. ed. Barueri: Manole, 2013.
TIZARD, I. R. Imunologia Veterinária. 8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
21

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