Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Saúde Integrativa Regionalização e Hierarquização como princípios organizativos do SUS Integralidade Tem-se que o princípio da integralidade, a integração, não apenas das práticas que se dão sob uma determinada forma de organizar o processo de trabalho em saúde. É preciso, para além do cuidado individual integrador, haver uma rede de serviços organizada, em que os princípios de hierarquização e regionalização não se confundam com um processo burocratizador, que implica em barreiras à demanda socialmente constituída. Para tanto, deve-se ter, de maneira equilibrada, ampla cobertura da atenção básica, bem como a adequação da oferta de procedimentos de média e alta complexidade, que sirvam de base ao estabelecimento de uma rede de referência e contra-referência na conformação da atenção em saúde. Para o estabelecimento dessa rede é necessária cooperação regional, que extrapola os contornos dos municípios. A compreensão do contexto político em que se inserem as práticas em saúde ilumina tanto sua reinvenção, em formas menos fragmentadas do cuidar, quanto sua reorganização em processos de trabalho configurados sob um modelo de gestão mais dialógico e participativo. Principais aspectos da regionalização no SUS: ● Definição de Regiões de Saúde: O país é dividido em regiões de saúde, cada uma com suas próprias características e necessidades de saúde. ● Planejamento Regional: A regionalização envolve o planejamento e a organização dos serviços de saúde de forma integrada em cada região, considerando as particularidades locais. ● Instâncias de Gestão Regional: São criadas instâncias de gestão regional que envolvem representantes das esferas federal, estadual e municipal, bem como a participação da sociedade civil, para tomar decisões sobre a alocação de recursos e a organização dos serviços. Hierarquização A hierarquização é o princípio que estabelece uma ordenação dos serviços de saúde de acordo com o grau de complexidade. Isso significa que, dentro de uma região de saúde, os serviços de saúde são organizados de forma hierárquica, de modo que cada nível de atendimento tem um papel específico e complementar. Principais aspectos da hierarquização no SUS: ● Atenção Básica: A atenção básica, ou atenção primária à saúde, é o primeiro nível de atendimento e serve como porta de entrada do sistema. Ela é responsável pela resolução da maioria dos problemas de saúde, pela promoção da saúde e pela prevenção de doenças. ● Atenção Especializada: Em níveis subsequentes, encontramos a atenção especializada, que inclui serviços ambulatoriais, hospitais e outros serviços de maior complexidade. Esses serviços são acionados quando um caso requer cuidados mais especializados. ● Atenção de Média e Alta Complexidade: São os serviços de média e alta complexidade, como hospitais de referência, que oferecem tratamento intensivo e cirurgias complexas. Matriciamento O matriciamento ou apoio matricial é um modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica O matriciamento é uma estratégia que busca promover a troca de saberes entre diferentes equipes de saúde, com o objetivo de aprimorar a assistência prestada aos pacientes. Ele se baseia na ideia de que nenhum profissional ou equipe de saúde possui todo o conhecimento necessário para atender a todas as necessidades de saúde de um paciente. Portanto, o matriciamento envolve a colaboração entre diferentes profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, entre outros, de diferentes níveis de atenção à saúde. A ideia central do matriciamento é que equipes especializadas, chamadas de equipes de apoio, atuem em parceria com as equipes de atenção básica, que são as responsáveis pelo cuidado primário. Essas equipes de apoio têm conhecimentos e experiências específicas em determinadas áreas, como saúde mental, saúde da família, atenção ao idoso, entre outras. Elas oferecem suporte técnico, consultoria, capacitação e orientação às equipes de atenção básica,permitindo que estas enfrentem com mais eficácia os desafios complexos de saúde que podem surgir. Além disso, o matriciamento também promove a resolução de casos mais complexos no próprio território, evitando encaminhamentos desnecessários para serviços especializados de média ou alta complexidade. Isso contribui para a melhoria da acessibilidade e a diminuição das filas de espera por atendimento. Objetivo: ● Superar a lógica de encaminhamentos indiscriminados; ● Corresponsabilização entre as equipes de Saúde da Família (SF) e Saúde Mental (SM); Verticalidade: Encaminhamentos, referência e contra- referência. Problemas: • TRANSFERIR responsabilidade; • FALHAS DE COMUNICAÇÃO: referência e contra referência incompreensíveis, incompletas, não resolutivas; • LONGAS FILAS de espera para atendimento especializado; • PERDA DO VÍNCULO com UBS. Horizontalidade: O MATRICIAMENTO • Proporcionar a retaguarda especializada da assistência; • Suporte técnico-pedagógico • Vínculo interpessoal e o apoio institucional no processo de construção coletiva; • Integrar saúde mental e atenção primária; Matriciamento NÃO é: • Encaminhamento ao especialista; • Atendimento individual pelo profissional de saúde mental / especialista; • Intervenção psicossocial coletiva realizada apenas pelo profissional de saúde mental. Quando equipe de referência deve solicitar Matriciamento: • Auxílio para esclarecimento diagnóstico, estruturação de um projeto terapêutico e abordagem da família; • Suporte para realizar intervenções psicossociais específicas da atenção primária, como grupos de pacientes com transtornos mentais. • Integração do nível especializado com a atenção primária. Ex.: apoiar na adesão ao projeto terapêutico de pacientes com transtornos mentais graves e persistentes em atendimento especializado em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). • Apoio em dificuldades nas relações pessoais ou especialmente difíceis encontradas na realidade do trabalho diário. Pontos importantes na discussão conjunta: 1. Motivo do matriciamento; 2. Informações sobre o indivíduo, a família e o ambiente; 3. Dificuldades no manejo e na comunicação; 4. História do problema atual, cronologia, intervenções já realizadas, resultados. 5. Configuração Familiar: Genograma; 6. Configuração social: convívio em grupos, instituições, apoio social, situação econômica; 7. Reflexos do caso na equipe referência; 8. Formulação de diagnóstico multiaxial. O matriciamento se dá principalmente de três formas, a saber: 1. Interconsulta 2. Consulta conjunta 3. Visita Domiciliar Conjunta 1. Interconsulta A interconsulta é o principal instrumento do apoio matricial na atenção primária sendo, por definição, uma prática interdisciplinar para a construção do modelo integral do cuidado; É a discussão de casos em equipe interdisciplinar: visão ampla, multidisciplinar, integralidade no cuidado. 2. Consulta Conjunta Reúne profissionais de saúde de diferentes categorias, o paciente e, se necessário, a família deste; Visa desenvolvimento de matriciadores e matriciandos por meio da troca de questionamentos, dúvidas, informações e apoio entre as partes. Personagens participantes de uma consulta conjunta: - Da atenção primária à saúde: médico de família e comunidade (ou outro profissional médico exercendo esse papel), enfermeiro, dentista, agente comunitário de saúde; - Da equipe de saúde mental: psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, terapeuta ocupacional, assistente social ou outro profissional de saúde de nível superior com experiência em saúde mental. 3. Visita Domiciliar O foco das equipes de saúde mental e de saúde da família costuma diferir quando em ação no domicílio do paciente: • CAPS: seguimento domiciliar de pacientes portadores de transtornos mentais graves e persistentes. • ESF: pacientes idosos, acamados e com necessidades especiais, e casos de maior complexidade psicossocial. • ESF + ESM: importância dos melhores vínculos estarem presentes.(ACS, enfermeira, MFC, ...). Estratégias ESM + ESF 1. Construção de projetos de detecção precoce de situações de sofrimento mental; 2. Desenvolver ações de prevenção e promoção em saúde mental: escolas, profissões de risco, áreas de vulnerabilidade/violência, tráfico de drogas...; 3. Difusão de uma cultura solidária e inclusiva, diminuindo o preconceito/ ESTIGMA; 4. Incentivar e apoiar iniciativas de inclusão social pelo trabalho; 5. Estimular a mobilização de recursos comunitários, buscando construir espaços de reabilitação psicossocial na comunidade, como grupos comunitários e de promoção de saúde, oficinas de geração de renda e outras. Projeto Terapêutico Singular A principal finalidade do PTS é considerar o paciente como um indivíduo único, levando em consideração não apenas suas condições de saúde, mas também seu contexto social, econômico e cultural. Dessa forma, o PTS visa desenvolver um plano de cuidado que seja adequado às necessidades específicas de cada paciente, envolvendo-o ativamente no processo decisório e no planejamento do tratamento. ❖ Acolhimento e Escuta Qualificada ❖ Avaliação Multidimensional: saúde física, emocional e social. Também são identificados fatores de risco, proteção e vulnerabilidade. ❖ Definição de Objetivos e Metas ❖ Plano de Cuidado: Esse plano pode incluir ações como consultas médicas, acompanhamento por profissionais de saúde, encaminhamentos para especialistas, prescrição de medicamentos, orientações sobre estilo de vida saudável, entre outros. ❖ Acompanhamento e Reavaliação ❖ Integração e Colaboração: O PTS envolve a colaboração entre diferentes profissionais de saúde e serviços de saúde, garantindo uma abordagem integrada e coordenada. ❖ Empoderamento do Paciente Questão T1: 1 - Defina matriciamento em saúde, indique seus objetivos e as formas como pode ocorrer. Referência e Contrarreferência Na consolidação das linhas de cuidado nas redes de atenção à saúde, um grande desafio para o SUS tem sido garantir que a contrarreferência dos pacientes da atenção secundária para as UBS ocorra efetivamente e com qualidade. Indique 3 problemas encontrados na contra referência e indique possíveis medidas corretivas. A contra referência efetiva e com qualidade é um componente crucial para o funcionamento adequado das redes de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, diversos desafios podem prejudicar esse processo. Abaixo estão três problemas comuns encontrados na contra referência e possíveis medidas corretivas: Falta de Comunicação e Registro Adequado: Problema: Muitas vezes, a comunicação entre os serviços de saúde de diferentes níveis de atenção (por exemplo, unidades básicas de saúde - UBS e serviços de atenção secundária) é deficiente, resultando em informações inadequadas ou ausentes nos encaminhamentos. Medidas Corretivas: ● Estabelecer protocolos claros de comunicação e registros compartilhados, incluindo prontuários eletrônicos acessíveis a todas as partes. ● Treinar profissionais de saúde para documentar informações relevantes nos encaminhamentos e contra referências. ● Implementar sistemas de informação eficazes que facilitem a troca de informações entre os diferentes níveis de atenção. Longos Tempos de Espera para Consultas de Contrarreferência: Problema: Pacientes encaminhados para serviços de atenção secundária podem enfrentar longos períodos de espera para consultas de contrarreferência, o que pode resultar em agravamento de condições de saúde. Medidas Corretivas: ● Estabelecer diretrizes claras para tempos máximos de espera e monitorar o cumprimento desses prazos. ● Implementar sistemas de agendamento eficientes e equitativos que priorizem casos de maior urgência. ● Expandir a capacidade de atendimento nos serviços de atenção secundária, se necessário, para reduzir as filas de espera. Falta de Continuidade do Cuidado e Acompanhamento: Problema: Após a consulta de contra referência, muitas vezes os pacientes retornam às UBS sem um plano de cuidado claro ou acompanhamento adequado, o que pode levar a uma perda de continuidade no cuidado. Medidas Corretivas: ● Desenvolver planos de cuidado compartilhados entre os serviços de atenção secundária e as UBS, incluindo metas de tratamento e acompanhamento a serem seguidos. ● Garantir que os profissionais de saúde nas UBS sejam informados sobre o plano de cuidado e as orientações do serviço de atenção secundária. ● Implementar sistemas de monitoramento e feedback para avaliar a eficácia do plano de cuidado e fazer ajustes quando necessário. São diversas as justificativas para as falhas existentes na contra-referência da atenção ambulatorial especializada para a APS, trazendo como consequências: Dificuldade de acompanhamento do paciente na APS, baixa capacidade resolutiva da atenção básica, confusão para o paciente, baixa qualidade da atenção prestada, riscos de descompensação, migração do paciente entre APS, UPA e outros serviços, maior custo na assistência. Para cada justificativa, podemos implementar estratégias corretivas. A - Desinformação e/ou negligência do médico especialista com relação à necessidade e importância em comunicar à APS (responsável pelo seguimento e gestão clínica do paciente adscrito) o diagnóstico do paciente, os exames realizados na atenção especializada e o projeto terapêutico proposto, a ser compartilhado com a APS. B - Falhas na gestão dos serviços de atenção especializada do SUS, no sentido de considerar as informações e sistemas de contra-referência, como obrigatórias, bem como implementar ações e estratégias de capacitação do médico especialista para a importância e a incorporação na prática assistencial. Incluir os instrumentos e puxos de contrarreferência como critérios de pagamento e financiamento da atenção especializada. C - Incompatibilidade entre os sistemas de informação instalados nas UBS e nos serviços especializados, impedindo ou dificultando a comunicação e acesso às informações sobre os pacientes. Compete aos gestores do SUS garantir a comunicação adequada entre dos níveis de assistência, visando facilitar, ampliar a resolutividade e qualificar a assistência na RAS. Referência As falhas no encaminhamento dos pacientes das UBS para o ambulatório secundário de especialidades são diversas e para cada uma teriam estratégias corretivas: A - Falha na formação ou na informação do médico da APS, tanto em relação à condução dos casos, quanto na coleta, no registro e no seguimento dos fluxos da RAS dos pacientes que necessitam atenção especializada. Como ações corretivas: 1. Melhorar a formação médica no sentido da condução resolutiva dos casos na APS. 2. Capacitar os médicos da APS para o registro adequado das informações e nos fluxos dos documentos de referência. B - Falha no modelo de atenção e de gestão em saúde, não permitindo que o médico tenha acesso aos exames diagnósticos adequados ou não tenha tempo ou condições para preencher adequadamente os documentos e sistemas de informações de encaminhamento dentro da RAS de pacientes. Cabe aos gestores em saúde (nos 3 níveis) garantir que o médico tenha acesso aos métodos diagnósticos que aumentem a resolutividade da APS, encaminhando para os níveis secundário e terciário apenas o efetivamente necessário. Doença Renal Crônica Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para nefrologia: 1. taxa de filtração glomerular (TFG) < 30 ml /min/1,73m2 (estágio 4 e 5) ou ● proteinúria; ou ● hematúria persistente (confirmada em dois exames Urina 1, com 8 semanas de intervalo entre os mesmos e pesquisa de hemácias dismórficas positiva. Se hemácias dismórficas negativa ou indisponível, encaminhar para urologia); ou 2. Alterações anatômicas que provoquem lesão ou perda de função renal ou ● perda rápida da função renal (> 5 /min/1,73 m2 em seis meses, com uma TFG < 60 ml /min/1,73 m2, confirmado em dois exames); ou ● presença de cilindros com potencial patológico (céreos, largos, graxos, epiteliais, hemáticos ou leucocitários). Alterações anatômicasque provoquem lesão ou perda da função renal: - Doença Policística Renal - Estenose de Artéria Renal - Assimetria Renal sem causa estabelecida (diferença de 1,5 cm entre os rins) Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para urologia: ● hematúria persistente (confirmada em dois exames de Urina tipo 1, com 8 semanas de intervalo entre os mesmos e pesquisa de hemácias dismórficas negativa); ou ● alterações anatômicas que provoquem lesão ou perda de função renal. Conteúdo descritivo mínimo que o encaminhamento deve ter: 1. Creatinina sérica, com data (se suspeita de perda rápida de função renal, colocar dois resultados da creatinina sérica com no mínimo seis meses de diferença entre eles); 2. Microalbuminúria em amostra, albuminúria em 24 horas ou relação albuminúria/creatinúria, com indicação do tipo de exame e data; 3. Resultado de urina tipo 1 (quando alterado, dois exames, com oito semanas de diferença entre eles) e pesquisa de hemácias dismórficas, com data, quando realizado (para investigação de hematúria) ; 4. Resultado de USG de vias urinárias, quando realizada, com data; 5. Cor de pele (preta ou não), idade e sexo (ambas as informações podem ser encontradas no sistema informatizado de regulação, quando existente); Vertigem Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para serviço de urgência/ emergência: ● vertigem com suspeita de origem central e sinais de gravidade: ● sintomas ou sinais neurológicos focais (como cefaleia, borramento visual, diplopia, disartria, parestesia, fraqueza muscular, dismetria, ataxia); ou ● novo padrão de cefaleia (especialmente occipital); ou ● surdez aguda unilateral; ou ● nistagmo vertical. Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para a Neurologia: Vertigem com suspeita de origem central após avaliação em serviço de emergência. Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para Otorrinolaringologia: ● suspeita de doença de Ménière; ou ● vertigem posicional paroxística benigna (manobra de Dix-Hallpike) com mais de 3 episódios de recorrência após manobras de reposição otolítica (manobra de Epley); ou ● labirintite ou neuronite com sintomas que não melhoram após 15 dias de tratamento conservador; ou ● vertigem periférica com dúvida diagnóstica após investigação de causas secundárias na APS (como medicamentos, diabetes, hipertireoidismo e hipotireoidismo descompensados). Conteúdo descritivo mínimo que o encaminhamento deve ter: 1. sinais e sintomas (duração, tempo de evolução e frequência dos episódios de vertigem; fatores desencadeantes; outros sintomas associados, exame físico neurológico e otoscopia); 2. tratamento em uso ou já realizados para vertigem (não farmacológico e/ ou medicamentos utilizados com dose, posologia e resposta a medicação); 3. resultado de TSH e glicemia de jejum ou hemoglobina glicada, com data; 4. medicamentos que cursam com vertigem Alguns medicamentos/substâncias que causam vertigem: ❖ Álcool / Cocaína ❖ Aminoglicosídeos ❖ Antiarrítmicos ❖ Anticonvulsivantes (fenitoína, fenobarbital) ❖ Antidepressivos ❖ Anti-histamínicos sedativos ❖ Anti-hipertensivos ❖ Benzodiazepínicos ❖ Diuréticos (furosemida) ❖ Nitratos ❖ Lítio ❖ Relaxantes musculares Características das causas mais comuns de vertigem periférica Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) ● sensação rotatória que geralmente dura menos que 1 minuto e é desencadeada por movimentação da cabeça (como sair da cama, inclinar-se para frente ou para trás); ● vertigem costuma ser intensa e associada à náusea; ● presença de nistagmo (horizontal ou rotatório) desencadeado por manobras como Dix-Hallpike ● o nistagmo apresenta período de latência (inicia 5 a 20 segundos após manobra), é fatigável e inibido após fixação do olhar. Neurite vestibular aguda (neuronite/labirintite) ● sensação rotatória sustentável (não posicional) unidirecional, geralmente de início abrupto, com melhora progressiva durante semanas; ● associada a náusea e vômitos, porém sem outros sintomas como zumbido ou sintomas neurológicos focais; ● nistagmo (horizontal ou rotatório) é inibido após a fixação do olhar; ● apresenta teste do impulso cefálico positivo (sacada para manter o alvo visual) quando cabeçaé movimentada para o lado afetado Doença de Ménière ● crises recorrentes de vertigem com sintomas cocleares (hipoacusia, zumbido e plenitude aural); ● crise inicia com os sintomas cocleares, seguido pela vertigem, que tem pico de intensidade rápido e dura cerca de 20 minutos a horas (porém não costuma durar mais que 24 horas); ● costuma apresentar perda auditiva neurossensorial unilateral ou assimétrica. Osteoartrite Osteoartrite do joelho (critério clínico e radiológico): Dor no joelho associada a osteófitos nas margens articulares na radiografia do joelho e mais um critério clínico: - idade superior a 40 anos; - rigidez matinal com duração inferior a 30 minutos; - crepitação da mobilização ativa da articulação. Osteoartrite do quadril (critério clínico, radiológico e laboratorial): Dor no quadril e pelo menos 2 dos 3 critérios: - VHS < 20 mm/h; - osteófitos femoral ou acetabular na radiografia de quadril; - diminuição do espaço interarticular (superior, axial e/ou medial) na radiografia de quadril Osteoartrite da mão (critério clínico): Dor ou rigidez das mãos e pelo menos 3 dos 4 critérios: - alargamento ósseo de duas ou mais articulações definidas (2o e 3o interfalangeanas distais, 2o e 3o interfalangeanas proximais e 1o articulação carpometacarpal de ambas as mãos); - alargamento ósseo de duas ou mais articulações interfalangeanas distais; - menos de três articulações metacarpofalangeanas com edema; - deformidade de pelo menos 1 das 10 articulações definidas. Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para reumatologia: ● suspeita de doença articular inflamatória como artrite reumatoide ou artrite psoriásica; ou ● dor por osteoartrite sem melhora após tratamento clínico otimizado por 6 meses, na ausência de serviço especializado para tratamento de dor crônica. Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para ortopedia: ● osteoartrite de quadril, joelho ou ombro com potencial indicação de cirurgia (sintomas de dor refratários ao tratamento clínico otimizado por 6 meses ou importante prejuízo para as atividades de vida diária); ou ● osteoartrite em mãos com deformidades que comprometam a função da mão. Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para serviço especializado para tratamento de dor crônica (fisiatria, acupuntura, equipe de tratamento da dor ou outro serviço de referência disponível): ● Dor por osteoartrite sem melhora após tratamento clínico otimizado por 6 meses, sem indicação ou condição clínica para cirurgia. Conteúdo descritivo mínimo que o encaminhamento deve ter: 1. Manifestações clínicas que sugiram o diagnóstico: a) dor articular (sim ou não). Se sim, quais articulações acometidas; b) hipertrofia óssea na articulação (sim ou não). Se sim, articulações acometidas; c) presença de rigidez matinal (sim ou não). Se sim, descreva duração; d) presença de crepitação, quando sintoma em articulação de joelho (sim ou não); e) outros sinais e sintomas relevantes (edema da articulação, calor local, deformidade articular); 2. presença de restrição de movimento/prejuízo funcional (sim ou não). Se sim, descreva. 3. resultado de exame de imagem, com data; 4. resultado de velocidade de hemossedimentação (VSG/VHS), com data; 5. índice de massa corporal (IMC); 6. tratamento em uso ou já realizado para osteoartrite (não farmacológico (tipo e duração) e/ou medicamentos utilizados com dose, posologia e resposta a medicação); 7. comorbidades associadas (psoríase, doença inflamatória intestinal e outras); Insuficiencia Venosa Cronica Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para a Cirurgia Vascular: ● Insuficiência venosa crônica grave (CEAP C3 a C5) refratária ao tratamento conservador na APSpor 6 meses; ou ● Úlcera venosa crônica (CEAP 6) Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para a Dermatologia: ● Paciente com úlcera crônica e suspeita de etiologia não vascular (ex: vasculite, infecção, neoplasia). Conteúdo descritivo mínimo que o encaminhamento deve ter: 1. sinais e sintomas (descrever tempo de evolução, presença de úlcera atual ou prévia, palpação de pulsos arteriais, entre outros); 2. episódio de tromboembolismo venoso prévio? (sim ou não). Se sim, descreva; 3. tratamento conservador realizado para insuficiência venosa crônica (descreva tratamento conservador, medicamentos utilizados e tempo de duração). Se presença de úlcera crônica, descreva tratamento realizado; 4. resultado de ecografia com doppler venoso, se realizada, com data; Questões T1: Segundo orientação do Ministério da Saúde, é indicação de encaminhamento para a atenção secundária ambulatorial com cirurgião vascular, paciente com história de episódio de trombose venosa profunda há 8 meses e apresentando úlcera venosa, mesmo fazendo uso de meia elástica e elevação do membro afetado. Homem, 72 anos, segue no serviço de oncologia e cuidados paliativos por câncer de próstata com metástases. É levado por familiares à Unidade Básica de Saúde com queixa desde o dia anterior, de dor torácica de início súbito, associado à dispneia e um episódio de hemoptise. Suspeitando tratar-se que quadro de tromboembolismo pulmonar (TEP) e para avaliar a indicação ou não de encaminhamento para serviço de urgência e emergência, o médico deverá se basear em: Para avaliação dos casos suspeitos de tromboembolismo venoso e indicação ou não de encaminhamento para serviço de urgência e emergência, o Ministério da Saúde orienta a utilização do escore de Wells. DPOC Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para Emergência: Exacerbação de DPOC com sinais de gravidade que não possibilitam manejo na APS. Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para espirometria: ● avaliação inicial diagnóstica do paciente com suspeita de DPOC; ou ● DPOC com classificação de risco elevado (C ou D), sem melhora com tratamento clínico otimizado (em uso de corticoide inalatório e beta-2 agonista de longa ação ou anticolinérgico de longa ação), após duas consultas de acompanhamento; ou ● DPOC estáveis com classificação de risco B (bienalmente) ou C e D (anualmente) para seguimento Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento para pneumologia: ● DPOC de difícil controle (duas ou mais internações ou idas à emergência por exacerbação de DPOC no último ano, em uso de corticoide inalatório e beta-2 agonista de longa ação ou anticolinérgico de longa ação); ou ● DPOC muito grave (VEF1 menor do que 30% do previsto); ● paciente que persiste sintomático (pontuação maior ou igual a 2 na escala de dispneia mMRC ou pontuação maior ou igual a 10 no instrumento de Avaliação do DPOC (CAT), mesmo com tratamento otimizado (em uso de corticoide inalatório e beta-2 agonista de longa ação ou anticolinérgico de longa ação); ou ● suspeita de cor pulmonale ● avaliação para oxigenoterapia domiciliar prolongada (saturação de oxigênio menor ou igual a 92% em repouso no ar ambiente e fora de crise). Conteúdo descritivo mínimo que o encaminhamento deve ter: 1. sinais e sintomas (descrever baseado nas últimas quatro semanas: frequência e intensidade das crises; pontuação na escala de dispneia mMRC ou no Instrumento de Avaliação do DPOC (CAT) 2. tabagismo (sim ou não). Se sim, estimar carga tabágica (em maços-ano); 3. medicações em uso para DPOC (profiláticas e de alívio); 4. número de exacerbações resultando em uso de corticoide oral e antibioticoterapia no último ano; 5. quantidade de internações ou atendimentos de emergência no último ano por exacerbação do DPOC; 6. descrição da espirometria, com data; 7. descrição do Raio X de tórax, com data; 8. se avaliação para oxigenoterapia, descrever 2 resultados de gasometria ou saturação de oxigênio (paciente respirando em ar ambiente e fora de exacerbação), com data; Tratamento Categoria A (Baixo Risco/Menos sintomas) Classificação Espirométrica: 1 (VEF1 > 80%) ou 2 (> 50% VEF1 < 80%) Exacerbações por ano: < 1 Escala dispneia mMRC: 0 – 1 ou Escore no CAT < 10 Tratamento Otimizado: β2 curta ação ou anticolinérgico de curta ação, se necessário. Categoria B (Baixo Risco/Mais sintomas) Classificação Espirométrica: 1 (VEF1 > 80%) ou 2 (> 50% VEF1 < 80%) Exacerbações por ano: < 1 Escala dispneia mMRC: > 2 ou Escore no CAT > 10 Tratamento Otimizado: β2 longa ação ou anticolinérgico de longa ação Categoria C (Alto Risco/ Menos sintomas) Classificação Espirométrica: 3 (< 30% VEF1 < 50%) ou 4 (VEF1 < 30%) Exacerbações por ano: > 2 Escala dispneia mMRC: 0 – 1 ou Escore no CAT < 10 Tratamento Otimizado: Corticoide inalatório + β2 longa ação ou anticolinérgico de longa ação. Categoria D (Alto Risco/ Mais sintomas) Classificação Espirométrica: 3 (< 30% VEF1 < 50%) ou 4 (VEF1 < 30%) Exacerbações por ano: > 2 Escala dispneia mMRC: > 2 ou Escore no CAT > 10 Tratamento Otimizado: Corticoide inalatório + β2 longa ação ou anticolinérgico de longa ação. β2 agonista de longa ação Formoterol (cápsula ou pó inalante de 6 e 12 mcg) 12 a 24 mcg/dose 12 horas Salmeterol (aerosol oral ou pó inalante de 50 mcg) 50 mcg/dose 12 horas Associação β2 agonista de longa ação e Corticoide Inalatório Formoterol + Budesonida (Cápsula inalante ou pó inalante de 6mcg + 200 mcg ou de 12 mcg + 400 mcg). 1 a 2 doses a cada 12 horas Escala modificada do Medical Research Council (mMRC) para avaliação da dispneia 0 Sinto falta de ar somente aos esforços intensos. 1 Sinto falta de ar ao correr no plano ou subir uma ladeira leve. 2 Caminho mais lentamente que as pessoas da minha idade no plano por causa da falta de ar, ou tenho que parar para tomar fôlego quando caminho no meu próprio ritmo, no plano. 3 Paro para tomar fôlego após caminhar cerca de 100 metros ou após alguns minutos, no plano. 4 Tenho muita falta de ar para sair de casa, ou ao me vestir ou despir. Suspeita de cor pulmonale Evidência clínica de insuficiência cardíaca direita (hiperfonese de segunda bulha em foco pulmonar, turgência jugular, refluxo hepatojugular). Sinais de Hipertensão Pulmonar por exame complementar: ● Ecocardiograma (aumento de ventrículo direito, PsAP acima de 35 mmHg ou outros achados ecocardiográficos); ou ● Raio-X de tórax (aumento de ventrículo direito, artérias pulmonares alargadas);ou ● Eletrocardiograma (sobrecarga direita). Teste de Avaliação do DPOC (COPD Assessment Test – CAT) — No final do arquivo!!! Como está a sua Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)? Para cada um dos itens a seguir, assinale com um (x) o quadrado que melhor o descrever presentemente. https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index
Compartilhar