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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA 
 
 
 
 
GEOVANNA LETICIA TENORIO RIBEIRO 
 
 
 
 
PERSPECTIVAS DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO PESCADO 
COMERCIALIZADO NOS MERCADOS PÚBLICOS E FEIRAS LIVRES DA 
REGIÃO NORTE DO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
2023 
 
 
GEOVANNA LETICIA TENORIO RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERSPECTIVAS DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO PESCADO 
COMERCIALIZADO NOS MERCADOS PÚBLICOS E FEIRAS LIVRES DA REGIÃO 
NORTE DO BRASIL 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso (TCC) apresentado à 
Comissão de Trabalho de Conclusão de Curso e Estágio 
Supervisionado (CTES) do Curso de Engenharia de Pesca 
da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito 
para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de Pesca. 
 
Área: Ciência e tecnologia de alimentos 
 
Orientadora: Drª. Raquel Soares Casaes Nunes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
2023 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia 
Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a) 
 
 
T289p Tenório Ribeiro, Geovanna Letícia 
PERSPECTIVAS DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO PESCADO 
COMERCIALIZADO NOS MERCADOS PÚBLICOS E FEIRAS LIVRES DA REGIÃO NORTE DO 
BRASIL / Geovanna Letícia Tenório Ribeiro. - 2023. 
54 f. : il. color. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Engenharia de Pesca, Campus Universitário 
de Belém, Universidade Federal Rural Da Amazônia, Belém, 2023. 
Orientador: Profa. Dra. Raquel Soares Casaes Nunes 
 
1. pescado. 2. mercados. 3. condições higiênico-sanitária. 4. região Norte. 5. feira livre. I. Nunes, 
Raquel Soares Casaes, orient. II. Título 
 
CDD 664 
 
 
 
GEOVANNA LETICIA TENORIO RIBEIRO 
 
 
 
 
‘ 
 
PERSPECTIVAS DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO PESCADO 
COMERCIALIZADO NOS MERCADOS PÚBLICOS E FEIRAS LIVRES DA REGIÃO 
NORTE DO BRASIL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia, como 
parte dos requisitos para obtenção do título de bacharelado em Engenharia de Pesca. Área de 
concentração: Ciência e tecnologia de alimentos. Orientadora: Profª. Drª. Raquel Soares Casaes 
Nunes 
 
Data de Aprovação: 10 / 08 / 23 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
__________________________________________________________ 
Profª. Drª. Raquel Soares Casaes Nunes - Orientador 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA 
 
 
Profª. Drª Rafaela Cristina Barata Alves 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA 
 
 
Prof ª. Drª Hellen Kempfer Philippsen 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O senhor é meu pastor e nada me faltará. Em verdes campos 
ele me faz repousar, conduz-me a águas refrescantes, 
restaura as forças da minha alma, por caminhos retos ele 
me leva, por amor ao seu nome. Ainda que eu atravesse pelo 
vale da sombra da morte. Não temerei mal algum. Pois 
Deus está comigo! 
Salmo 23 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a Deus pela concessão da força espiritual. Que nos momentos de luta confortam e 
acalmam a alma. 
 
À minha orientadora Profª. Drª. Raquel Soares Casaes Nunes pelas orientações, paciência e 
amizade. E por ter depositado confiança em mim para a realização deste trabalho. Muito 
obrigada! 
 
Agradeço a todos os professores que contribuíram para a minha qualificação profissional e pela 
preocupação para comigo nos momentos difíceis, em especial aos professores: Rosália Souza, 
Nuno Melo e Marcelo Moreno. 
 
 
À Universidade Federal Rural da Amazônia pela qualificação profissional. 
 
 
A meus pais, José Tenório e Alcenira Oliveira, que mesmo nas suas limitações, sempre me 
incentivaram a trilhar o caminho da educação, agradeço a vocês toda e qualquer forma de afeto 
e apoio. A minha irmã Fernanda Tenório por todo amor e carinho demonstrados sempre. 
 
Muita gratidão ao meu esposo Melquisedeque Ribeiro por ter me incentivado a todo instante 
concluir essa graduação e por estar ao meu lado nos momentos mais difíceis e alegres. 
 
A minha Marina, minha maior inspiração da vida. 
 
Agradeço aos amigos, que fiz no decorrer deste curso, pelo incentivo e por vivenciar os 
melhores e piores momentos junto comigo. Em especial à Ana Rachel, Carla Assunção, Diogo 
Lopes e Dilaelson Soares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
A região norte apresenta as condições ambientais mais favoráveis ao incremento da produção 
piscícola no país. Feiras livres e mercados públicos são ambientes de comercialização destes 
produtos na forma fresca, porém, a venda de pescados e seus derivados nesses espaços pode 
configurar um risco à saúde do consumidor. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão 
bibliográfica sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado comercializado nos mercados 
públicos e feiras livres da região norte do Brasil. Para tal fato foram avaliados artigos publicados 
entre os anos de 2013-2023 sobre a temática em banco de dados SCIELO (Scientific Electronic 
Library Online), PUBMED, LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências 
da Saúde) e livros com palavras chaves: “Higiênico-sanitária” “Microbiologia”, “contaminação 
pescado região Norte”, “Salmonella”, “Staphylococcus aureus”, Escherichia coli, “coliformes 
totais” sobre a qualidade microbiológica e as condições higiênico-sanitárias das feiras livres e 
mercados públicos na região Norte do Brasil. Dos vinte artigos analisados todos fazem uma 
abordagem sobre as condições higiênicos-sanitárias do pescado, segundo a RDC 275/2002, 
RDC 216/2004 e RDC 724/2022. Foram observados unanimidade quanto as inadequações das 
condições higiênico-sanitária nos estudos analisados (100%) para aspectos como; 
infraestrutura, equipamentos, utensílios, práticas de manipulação inadequadas, qualidade e 
métodos de conservação e na adequação dos produtos ofertados. Dos vinte trabalhos avaliados 
para este estudo, sete comentavam sobre a presença de Salmonella no pescado. e contaminação 
microbiológica de pelo menos um microrganismo patogênico dentre estes o S.aureus, E.coli, 
coliformes totais nas amostras analisadas. Portanto a mudança da precariedade sanitária dos 
padrões necessários, necessita da intervenção de políticas públicas, investimento em instalações 
físicas apropriadas para o gerenciamento e planejamento das ações, aquisição de equipamentos 
e materiais de inspeção, realização de concursos públicos para contratação de uma equipe 
multidisciplinar e capacitação dos profissionais. Além disso produziu-se um manual técnico de 
Boas Práticas de manipulação do pescado para ser realizado nos mercados públicos e feiras 
livres. 
 
 
Palavras-chave: pescado; mercados; condições higiênico-sanitária; região Norte; feira livre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The northern region has more favorable environmental conditions for increasing fish production 
in the country. Free fairs and public markets are well received by these products in fresh form, 
however, the sale of fish and its reflections in these spaces can pose a risk to the health of the 
consumer. The objective of this article was to carry out a bibliographical review on the 
hygienic-sanitary conditions of fish sold in public markets and fairs in the north of Brazil, for 
this purpose, articles published between the years 2013-2023 on the subject in the database 
SCIELO (Scientific Electronic Library Online), PUBMED, LILACS (Latin American and 
Caribbean Literaturein Health Sciences) and books with keywords: “Hygienic-sanitary”, 
“Microbiology”, “account mination of fish in the North region", "Salmonella", “Staphylococcus 
aureus”, Escherichia coli, Coliformes totais on the microbiological quality and hygienic-
sanitary conditions of free fairs and public markets in the North region of Brazil. Of the twenty 
articles analyzed, all address the hygienic-sanitary conditions of fish, according to RDC 
275/2002, RDC 216/2004 e RDC 724/2022. Unanimity was observed regarding the 
inadequacies of the hygienic-sanitary conditions in the analyzed studies (100%) for aspects 
such as infrastructure, equipment, utensils, fulfilled handling practices, quality and 
conservation methods and in the adoption of the products offered. Of the twenty studies 
evaluated for this study, seven would comment on the presence of Salmonella in fish. and 
microbiological contamination of at least one pathogenic microorganism among them S.aureus, 
E.coli, total coliforms in the samples left. Therefore, changing the sanitary precariousness of 
the necessary standards requires the intervention of public policies, investment in physical 
facilities for the management and planning of actions, acquisition of equipment and adhesion 
materials, public tenders for hiring a multidisciplinary team and training of professionals. In 
addition, a technical manual of Good Practices for handling fish was produced to be carried out 
in public markets and free fairs. 
 
Keywords: fish; markets; hygienic-sanitary conditions; North region; flea market 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11 
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 13 
2.1. Objetivo geral ............................................................................................................................ 13 
2.2. Objetivos específicos ................................................................................................................ 13 
3. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 14 
3.1. Os mercados públicos e feiras livres na Região Norte do Brasil .............................................. 14 
3.2. Comercialização do pescado e as espécies de peixes mais vendidas nas feiras livres e 
mercados públicos da região norte do Brasil.......................................................................................... 16 
3.3. Aspectos legais e boas práticas de manipulação do pescado .................................................... 18 
3.4. Importância da microbiologia do pescado proveniente da pesca e aquicultura ........................ 19 
4. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 22 
1.1. Área de estudo ........................................................................................................................... 22 
1.2. Coleta de dados ......................................................................................................................... 22 
1.3. Elaboração do manual informativo sobre a conscientização das Boas Práticas na 
comercialização do Pescado em feiras livres e mercados públicos ........................................................ 23 
5. RESULTADO E DISCUSSÃO ..................................................................................... 24 
5.1. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Amazonas Brasil ...... 24 
5.2. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Pará Brasil ................ 27 
5.3. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Tocantins Brasil ........ 30 
5.4. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado de Roraima Brasil ........... 32 
5.5. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado de Rondônia Brasil ......... 32 
5.6. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Amapá Brasil ............. 33 
5.7. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Acre Brasil ................ 35 
5.8. Estudos sobre os aspectos higiênico e microbiológicos em outras regiões do Brasil ............... 35 
5.9. Elaboração de Manual Informativo sobre Boas Práticas de Manipulação do Pescado ............. 37 
4. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 38 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 39 
ANEXOS ................................................................................................................................. 44 
 
 
10 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1: Comercialização do pescado típica dos estabelecimentos de feiras livres e mercados 
públicos da região Norte do Brasil ............................................................................................... 15 
Figura 2: Mapa ilustrativo de localização da Região Norte do Brasil ............................................... 22 
Figura 3: Análise sensorial de cinco espécies de pescados de Manaus-AM ..................................... 25 
Figura 4: Avaliação geral das condições higiênico-sanitárias dos pontos de venda de peixe em 
mercado de Belém-PA. ................................................................................................................ 29 
 
Tabela 1: Pescados mais consumidos na região Norte, provenientes de água salgada ...................... 16 
Tabela 2: Principais peixes consumidos na região norte, provenientes de água doce ....................... 17 
Tabela 3: Estados que compõe a Região Norte do brasil e a respectiva quantidade de artigos analisados
 ...................................................................................................................................................... 23 
Tabela 4: Itens avaliados para os padrões higiênico-sanitário no Estado do Pará. ............................ 28 
Tabela 5: Porcentagem da presença de microrganismos nas amostras de peixe comercializados na 
feira livre de Ji-Paraná e Ariquemes Rondônia. .......................................................................... 33 
Tabela 6: Resultados obtidos por meio do Checklist de Segurança Alimentar aplicado na feira do 
Buritizal, Macapá-AP................................................................................................................... 34 
 
Quadro 1: Modelo de tabela utilizada para categorização dos trabalhos que abordam sobre a temática 
das condições higiênico-sanitárias e microbiológicas do pescado provenientes da região Norte do 
Brasil ............................................................................................................................................ 23 
Quadro 2: Artigos sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do 
Amazonas Brasil .......................................................................................................................... 24 
Quadro 3: Artigos sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Pará 
Brasil. ........................................................................................................................................... 27 
Quadro 4: Artigos sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do 
Tocantins – Brasil. ....................................................................................................................... 31 
Quadro 5: Artigos sobre as condições higiênico sanitárias do pescado provenientes do Estado de 
Rondônia – Brasil.........................................................................................................................32 
Quadro 6: Artigos sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do 
Amapá – Brasil............................................................................................................................. 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A demanda por alimentos saudáveis e de qualidade vem aumentando nos últimos anos. O 
pescado é um dos alimentos de origem animal mais ricos em proteínas, nutrientes, vitaminas, além 
de possuir baixos teores de gordura. Porém, o pescado é considerado um alimento altamente 
perecível, exigindo-se, cuidado redobrado no seu processo de manipulação, desde a captura a 
comercialização, seguindo os padrões sanitários presentes na legislação que reduzam os riscos de 
contaminação dos consumidores (BRASIL, 2018). 
Segundo informações do IBGE, a Região Norte do Brasil, apresenta maior consumo de 
pescado no Brasil pela população, devido ser uma região cercada de grandes rios e por isso há uma 
alta disponibilidade de pescado anual, baixo custo, elevada diversidade de espécies e fácil 
acessibilidade a essa fonte de proteína (IBGE, 2019; WAGNER, 2023). 
O pescado nesta região é comumente comercializado em feiras e mercados sendo 
considerados o principal meio de comercialização e trocas inter-regionais, principalmente nas regiões 
Norte e Nordeste do Brasil, representando fundamental meio de sobrevivência para as pequenas 
cidades dessas regiões (SOUZA e ATAYDE, 2017). 
As feiras livres e os mercados foram introduzidos no Brasil pelos portugueses ainda no 
período colonial, sendo considerados os modelos de mercado periódico mais antigo e tradicional do 
país, desempenhando papel de grande importância no desenvolvimento econômico, social e cultural. 
Porém, apresentam sérios problemas no armazenamento e conservação dos produtos comercializados, 
o que pode refletir diretamente na saúde do consumidor. Contudo, o pescado comercializado nas 
feiras e mercados, associado as condições precárias do aspecto higiênico-sanitário, atua como 
disseminador de microrganismos patogênicos para o consumidor (SOUZA et al., 2015). 
Associado a isso, por sua localização geográfica, a Região Norte, é considerada uma região 
de clima quente e úmido, o que favorece a grande proliferação de microrganismos patogênicos, 
principalmente quando comercializados em ambientes inadequados. Esses alimentos são altamente 
procurados em feiras livres e marcados públicos, que infelizmente, a maioria não realiza de forma 
correta a higienização do pescado (ALMEIDA e MORALES, 2021). 
Segundo estudos, os maiores riscos de contaminação estão vinculados aos microrganismos 
patogênicos, dentre estes a Salmonella spp., Staphylococcus aureus bem como bactérias do grupo 
coliformes (Escherichia coli), as quais são consideradas os principais agentes causadores de doenças 
transmitidas por alimentos (ALMEIDA e MORALES, 2021). 
Diante disso, se faz necessário o cumprimento das legislações que sigam os padrões 
higiênico-sanitários e possam garantir a qualidade dos pescados comercializados. Nesse sentido, a 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabelece resoluções com padrões de boas 
 
 
12 
 
práticas para serviço de alimentação RDC nº 275/2002 e padrões microbiológicos dos alimentos e 
sua aplicação RDC nº 724/2022 (BRASIL, 2019). 
De forma a garantir uma possível redução nos índices de contaminação oriundos de 
processos inadequados de manipulação, visto que os surtos de doenças vêm aumentando de forma 
significativa e os principais sintomas são diarreias, febre, cefaleia e vômitos (BRASIL, 2018). A 
fiscalização desse alimento é de extrema importância, desde o processo de desembarque e/ou captura 
até os pontos de comercialização. 
Sendo assim, em virtude da grande demanda por pescado in natura como fonte de alimento 
associado à ausência de informações sobre as condições higiênico-sanitárias das feiras livres e 
mercados públicos e da qualidade microbiológica dos pescados comercializados nestes 
estabelecimentos. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é realizar uma revisão bibliográfica sobre a 
qualidade do pescado avaliando as condições higiênico-sanitárias e microbiológicas do pescado 
comercializado nos estabelecimentos públicos da região norte do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2. OBJETIVOS 
2.1. Objetivo geral 
Identificar informações sobre as condições higiênico-sanitárias e microbiológica do pescado 
provenientes dos mercados públicos e feiras livres da região norte do Brasil. 
 
2.2. Objetivos específicos 
• Realizar a revisão bibliográfica sobre as condições microbiológicas e higiênico-sanitárias 
em mercados públicos e feiras livres na região norte do Brasil com base nas RDCs 
275/2002, 216/2004 e RDC 724 /22; 
• Demonstrar a importância dos estudos científicos sobre as principais condições de higiene 
dos estabelecimentos; 
• Direcionar o conhecimento acadêmico sobre principais agentes microbiológicos importante 
para a saúde pública que comprometem a microbiologia do pescado; 
• Elaborar um Manual Informativo, propondo Boas Práticas de Manipulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
3.1. Os mercados públicos e feiras livres na Região Norte do Brasil 
 
As feiras livres ou mercados tradicionais são considerados locais de permuta comercial, onde 
um recorte do que é produzido em cada região. Além disso, aspectos socioculturais também fazem 
parte do cotidiano dos feirantes, haja vista que os saberes, as crenças e outras peculiaridades também 
são expostos. Tendo grande contribuição das mesmas na composição das rendas familiares. Vale 
ressaltar, que, principalmente, na Região Norte a importância das feiras e/ou mercados se estendem 
além do seu papel econômico e tornam-se lugares para socializar, onde os diferentes agentes sociais 
de variadas classes econômicas estão diretamente envolvidos com a dinâmica dos mercados 
(MIRANDA e MARTINS., 2021). 
 Os mercados públicos e as feiras livres são importantes fonte de comercialização, 
principalmente na região Norte do Brasil, sendo fundamental para garantir a alimentação de uma 
população que vivem em pequenas cidades. Porém, na maioria das vezes apresentam condições de 
higiene inadequadas, comprometendo a segurança dos produtos ofertados, além de propiciar a 
contaminação da matéria-prima, ambiente e manipuladores de alimento (ALCÂNTARA e KATO, 
2016). 
Os pescados costumam ser comercializados em diferentes pontos de vendas, como os 
mercados públicos e as feiras livres, que na maioria das vezes, não seguem a legislação vigente, com 
problemas higiênico-sanitários que comprometem a qualidade do pescado e, consequentemente, a 
saúde pública. É importante que as medidas de higiene ocorram desde a captura do pescado até sua 
comercialização (SOUZA e PONTES, 2020). 
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (2002), a contaminação dos alimentos é 
consequência do pouco conhecimento e falta de treinamento dos manipuladores. Portanto, é 
fundamental que haja conscientização dos mesmos sobre a prática correta da manipulação de 
alimentos (CAMPOS et al., 2016). Para garantir essa prática adequada, a legislação sanitária 
brasileira descreve que nas ofertas de serviços que realizam a manipulação, preparação, 
armazenamento, exposição à venda de alimentos em geral, dentre outras atividades, devem ser 
implementadas as Boas Práticas para Serviços de Alimentação. 
 
 
15 
 
Figura 1: Comercialização do pescado típica dos estabelecimentos de feiras livres e mercados 
públicos da região Norte do Brasil 
 
Fonte: https://www.oliberal.com/economia/sao-definidas-novas-regras-para-comercializacao-do-
pescado-na-semana-santa-veja-o-que-muda-1.653936 
 
É comumente encontrada falha na higienização na maioria dos empreendimentos de 
comercialização do pescado.No município de Santarém encontraram-se diversas irregularidades na 
comercialização de pescado (SOUZA e ATHAYDE, 2017). No mercado do Ferro do Ver-o-Peso o 
pescado também é comercializado de maneira inadequada observam-se a falta de higienização do 
estabelecimento, falta de capacitação do manipulador, métodos de conservação do pescado 
inadequados (MIRANDA e XAVIER, 2021). Estes fatores possibilitam a contaminação cruzada do 
pescado, e consequentemente o comprometimento da saúde do consumidor. 
 Corrêa et al., (2022) em estudo avaliando a qualidade do pescado fresco na principal feira 
da Capital Amazonense, Manaus-AM identificou no local de estudo a falta de fiscalização e 
treinamento dos manipuladores que como consequência a influência direta na qualidade do pescado 
fresco vendido a população. Acreditam que a realização de estudos nesse âmbito contribuirá para a 
literatura e também para o meio de pesquisa da área da saúde, garantindo informação e educação da 
população sobre a importância de consumir alimentos de origem segura. 
Magalhães et al., (2021), em estudo realizado em feiras livres no município de Porto Grande- 
AP. Ao realizar uma avaliação microbiológica da superfície e da carne de pescado, observaram-se a 
presença de Salmonella spp. Inferindo-se que o pescado é um importante veiculador de infecções 
alimentares e por isso, recomendam-se que as autoridades visitem e avaliem a realidade higiênico-
https://www.oliberal.com/economia/sao-definidas-novas-regras-para-comercializacao-do-pescado-na-semana-santa-veja-o-que-muda-1.653936
https://www.oliberal.com/economia/sao-definidas-novas-regras-para-comercializacao-do-pescado-na-semana-santa-veja-o-que-muda-1.653936
 
 
16 
 
sanitária das feiras livres no município, capacitando os feirantes com intuito de minimizar os riscos 
de contaminação. 
3.2. Comercialização do pescado e as espécies de peixes mais vendidas nas feiras livres e 
mercados públicos da região norte do Brasil 
 
Os mercados e feiras são de grande importância no processo de comercialização, essenciais 
para a economia local de muitos municípios, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, 
sendo considerado um importante meio de sobrevivência para as pequenas cidades dessas regiões. 
Porém, na sua maioria, estes ambientes apresentam condições de higiene inadequadas, que 
comprometem a qualidade do produto, ocasionando a contaminação da matéria-prima, ambiente e 
manipuladores de alimento (ARAÚJO e RIBEIRO, 2018). 
Para garantir essa prática adequada, a legislação sanitária brasileira descreve que nas ofertas 
de serviços que realizam a manipulação, preparação, armazenamento, exposição à venda de alimentos 
em geral, dentre outras atividades, devem ser implementadas as Boas Práticas para Serviços de 
Alimentação (BRASIL, 2004). 
Para a comercialização do pescado há muitas referências bibliográficas que demonstram como 
identificar o grau de frescor e o modo mais adequado de comercialização (CAMPOS; PAIVA, 2012) 
e, por ser um alimento altamente perecível, exige maior fiscalização da higiene na manipulação, 
limpeza, transporte e conservação. 
A comercialização do peixe fresco em feiras livres ou fixas disponibiliza uma enorme 
diversidade de tipos de espécies do produto e preços acessíveis para cada perfil de consumidor. 
Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária os peixes mais comercializados na região 
Norte do Brasil são: (Tabela 1). 
 
Tabela 1: Pescados mais consumidos na região Norte, provenientes de água salgada 
Pargo Lutjanus purpureus 
Dourada Brachyplatystoma rousseauxii 
Piramutaba Brachyplatystoma vaillantii 
Camarão rosa Farfantepenaeus subtilis 
Pescada gó Macrodon ancylodon 
Gurijuba Sciades parkeri 
Pescada amarela Cynoscion acoupa 
Serra Scomberomorus brasiliensis 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 Tabela 2: Principais peixes consumidos na região norte, provenientes de água doce 
Aracu/Piau Schyzodon sp 
Curimatã Prochilodus nigricans 
Dourada Brachyplatystoma rousseauxii 
Filhote Brachyplatystoma filamentosum 
Jaraqui Semaprochilodus sp. 
Jatuarana/matrinxã Brycon sp. 
Pacu Myleus sp., Methynis sp. e Mylossoma sp. 
Pescada/Corvina Plagioscion squamosissimus 
Pintado/Surubim Pseudoplatystoma faciatum e Pseudoplaystoma tigrinum 
Piramutaba Brachyplatystoma vaillantii 
Pirarara Phractocephalus hemeliopterus 
Pirarucu Arapaima gigas 
Sardinha Triportheus sp 
Tucunaré Cichla sp 
 
Almeida e Morales (2021), em estudo realizado no município de Itacoatiara-AM, realizaram 
análise microbiológica das espécies endêmicas da região norte, entre elas; pacu, jaraqui, e curimatã, 
que são peixes bastante procurados pela população devido a sua grande oferta e seu baixo custo. 
Quanto aos resultados da qualidade microbiológica, observou-se que as amostras estão em desacordo 
com os padrões legais estabelecidos na RDC nº 12 (BRASIL, 2001). 
Em estudo realizado em mercados públicos em Belém-PA, comprovam que as cinco 
principais espécies comercializadas nos mercados e feiras da região são Dourada, Pescada Gó, 
Pescada Amarela (Cynoscion acoupa), Filhote (Brachyplatystoma filamentosum) e Tambaqui 
(Colossoma macropomum) (SOUZA E PONTES, 2020). 
Estudo realizado por Magalhães et al., (2021) relatam que as espécies mais bem 
comercializadas em Porto Grande -AP foram o acará, pirapitinga e tamuatá, resfriados e/ou frescos. 
Ao fazerem a avaliação microbiológica da superfície e da carne de pescado, observou-se a presença 
de Salmonella spp., com colônias beges com centros pretos, devido a produção de H2S, e dimensão 
média a grande em meio específico. Os autores enfatizam que mesmo que esse microrganismo não 
tenha limite máximo de presença, específico na legislação vigente é considerado um risco aos 
consumidores por se tratar de um gênero bacteriano patogênico. 
 
 
 
 
18 
 
3.3. Aspectos legais e boas práticas de manipulação do pescado 
 
Para a avaliação de Boas Práticas é utilizado como referência a portaria estabelecida na 
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 275 de 2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais padronizados e 
aplicados aos estabelecimentos produtores de alimentos e a lista de verificação das Boas Práticas de 
fabricação em estabelecimentos produtores de alimentos. Que consiste em um documento que 
descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos sanitários 
dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios, o 
controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, controle da 
higiene e saúde dos manipuladores e o controle e garantia de qualidade do produto final. 
Esta também disponibiliza o Manual de Boas Práticas de Fabricação: documento que 
descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos sanitários 
dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios, o 
controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, controle da 
higiene e saúde dos manipuladores e o controle e garantia de qualidade do produto final (BRASIL, 
2002). 
Utilizou-se também a RDC 216 de 2004 é o Regulamento Técnico de Boas Práticas para 
Serviços de Alimentação. Esta RDC foi aprovada pela ANVISA e tem por objetivo de 
aperfeiçoamento constante das ações de controle sanitário na área de alimentos visando sempre a 
proteção à saúde da população. Este dispõe do Manual de Boas Práticas que consiste em um 
documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento incluindo, no mínimo, os 
requisitos sanitários dos edifícios; a manutenção e a higienização das instalações, dos equipamentos 
e dos utensílios; o controle da higiene e saúde dos manipuladores; o controle e garantia de qualidade 
do produto final. Alémdisso, objetiva descrever os procedimentos adotados para atender os requisitos 
às Boas Práticas, incluindo desde aspectos de higiene pessoal, projetos e instalações, limpeza e 
sanitização de equipamentos e utensílios, até controles aplicados aos processos para assegurar a 
produção de alimentos seguros (BRASIL, 2004). 
Segundo a Resolução RDC nº 52, de 29 de setembro de 2014, que aprova o regulamento 
técnico de boas práticas para serviços de alimentação, as boas práticas são procedimentos que devem 
ser adotados por estabelecimentos produtores e industrializadores de alimentos e serviços de 
alimentação, a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade de alimentos com a 
legislação sanitária vigente (BRASIL, 2014). 
A Resolução preconiza a segurança quanto aos equipamentos e utensílios a serem utilizados, 
as bancadas de exposição dos alimentos e o ambiente como um todo devem estar sempre higienizados 
 
 
19 
 
adequadamente. É recomendável que os materiais e utensílios que entrem em contato com o pescado 
devem ser de materiais inoxidáveis, evitando o contato com materiais que possam soltar substâncias 
tóxicas, odores e sabores ao produto, e devem ser resistentes à corrosão e a repetidas operações de 
limpeza e desinfecção, sendo mantidos em adequado estado de conservação (BRASIL, 2004). 
Também é necessário o cuidado geral com a higiene pessoal, a utilização de uniformes pelos 
manipuladores, a lavagem das mãos antes e após a manipulação do pescado. Além disso é necessário 
ter um lugar apropriado para o descarte dos resíduos gerados, que possam evitar os odores 
desagradáveis e presença de vetores de doenças (FAO, 2020). 
Além destas, há uma nova Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 724, de 01 de julho 
de 2022, que dispõe sobre os padrões microbiológicos dos alimentos e suas aplicações. Esta abrange 
toda cadeia produtiva dos alimentos, tratando dos padrões microbiológicos e a aplicação dos mesmos. 
Se enquadram nesta resolução os processos de produção, armazenamento, transporte, distribuição, 
comercialização ou qualquer outra etapa que faça parte da cadeia de alimentos (BRASIL, 2022). 
Para a correta comercialização do pescado é necessária adequação das Boas Práticas de 
manipulação de forma a garantir condições e medidas necessárias para a segurança do alimento ao 
longo de toda a cadeia produtiva, até chegar à mesa do consumidor. Isto inclui o processamento, a 
fabricação, transformação, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e venda. Em cada 
uma dessas etapas é fundamental manter o alimento inócuo e em condições adequadas até o momento 
de seu consumo (FAO, 2020). 
A negligência da aplicação das leis são evidenciadas em estudo realizado por Sousa et 
al.,(2022) e Rosa et al.,(2021), nos mercados municipais da Região Norte, onde observaram que o 
peixe vendido estava em condições higiênico-sanitárias fora dos padrões de boas práticas e 
consequentemente sujeito a várias fontes possíveis de contaminação, indicando uma alta 
probabilidade de risco de contaminação de peixes e, consequentemente, a transmissão de doenças 
transmitidas por alimentos. 
 As condições impróprias em que esses alimentos estão sendo manipulados podem ocasionar 
a contaminação destes e, consequentemente, no surgimento de Doenças Transmitidas por Alimentos 
(DTA). Os autores acreditam que tal resultado é reflexo da ausência ou da insuficiência de ações 
públicas para a manutenção do mercado. 
3.4. Importância da microbiologia do pescado proveniente da pesca e aquicultura 
 
O pescado é um alimento que faz parte da alimentação da maioria dos brasileiros, esta carne 
se destaca por apresentar elevado valor nutricional, tendo em sua composição química vários 
nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo, como as ácidos graxos ômega 3 e 
ômega 6, possui boa digestibilidade, baixo teor de gordura (ROMBENSO e ARAÚJO , 2022). Porém, 
 
 
20 
 
é considerado um dos alimentos mais susceptíveis a contaminação, pois a qualidade da água em que 
o animal vive é um importante ponto a ser considerado de forma a garantir a qualidade e segurança 
do pescado (MELO, 2018). 
Um dos fatores que determinam a qualidade do pescado proveniente da pesca extrativa e 
aquicultura é o seu grau de inocuidade, ou seja, é a garantia que o alimento chegue ao consumo sem 
que cause danos à saúde, bem como, o grau de frescor (LIMA, 2021). A contaminação do pescado 
pode ocorrer pelos mais diversos grupos de organismos, no que se refere a pesca extrativa, a 
contaminação pode ocorrer na etapa de pós-captura, nas condições higiênico-sanitárias das 
embarcações, no contato com o gelo produzido com água imprópria, além da higiene pessoal dos 
pescadores, as condições insatisfatórias do transporte do pescado até a comercialização, e o ambiente 
onde o produto final será comercializado (MELO, 2018). 
Já nos pescados provenientes de criação, a qualidade e a segurança do produto final 
dependem, principalmente, do sistema de criação adotado, a origem e a manutenção da qualidade da 
água utilizada durante a produção, do manejo realizado nos viveiros/ tanques, da qualidade nutricional 
do alimento fornecido e da densidade de estocagem aplicada (FARIAS, 2019). Para evitar a 
contaminação, é necessário que se realize as Boas Práticas de Manejo ao longa da cadeia produtiva 
do pescado com o intuito de garantir a sanidade do produto, podendo-se destacar entre elas: a 
aprovação de áreas de cultivo, o tipo e tamanho do pescado capturado, os métodos de captura, além 
do processamento imediato após a captura. 
Entretanto, a cada dia o consumidor vem se tornando cada vez mais exigente quanto a 
qualidade do pescado. Por isso, a importância das legislações que visam garantir a segurança dos 
alimentos ao longo da cadeia produtiva, considerando-se as condições microbiológicas do pescado, 
devido à alta perecibilidade deste alimento quando comparados a outras proteínas de origem animal 
(MELO et al., 2018). 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, uma em cada dez pessoas são 
acometidas por doenças transmitidas por alimentos contaminados, isto representa um problema de 
saúde pública. Por isso, a importância da análise de risco de todas as etapas de processamento até a 
comercialização do pescado, prevenindo sua contaminação por agentes patogênicos (BRASIL, 2021). 
Para isso, a realização da análise microbiológica do pescado ao longo de sua cadeia produtiva 
é uma forma de assegurar a saúde do consumidor, principalmente devido a sua composição, que o 
torna mais susceptível a deterioração. Logo, os cuidados referentes aos aspectos higiênico sanitários 
devem ser tomados de forma a garantir um pescado de qualidade que preconizem os padrões 
microbiológicos estabelecidos pela ANVISA. 
 
 
21 
 
Atualmente, para a avaliação microbiológica do pescado a legislação presente dispõe de vários 
regulamentos legais, dentre estes temos a RDC ANVISA Nº 724/2022, que dispõe sobre os padrões 
microbiológicos e a sua aplicação. Como principais parâmetros microbiológicos podemos citar: 
Salmonella spp., Staphylococcus aureus, Escherichia coli. Quanto a metodologia de análises oficial 
para microbiologia da carne do pescado, tem-se a Instrução Normativa Nº 30, de 26/06/2018 
(BRASIL, 2018). 
Apesar de todas as legislações que visam garantir a qualidade do pescado, ainda há falha no 
processo de legislação a exemplo disso existem as DTA’s, que no âmbito da microbiologia, o pescado 
de maneira geral está incluído no grupo de alimentos de alto risco. As doenças transmitidas por 
alimentos representam um importante problema de saúde pública, por acometerem milhões de 
pessoas em todo o mundo (SOUZA et al.,2015). 
 O risco microbiológico é um dos itens mais avaliados pela indústria de processamento do 
pescado visando à segurança alimentar. Entre os principais patógenos associados ao pescado que 
emergiram nosúltimos vinte anos, citam-se: Campylobacter jejuni, E. coli, Listeria monocytogenes, 
Salmonella enteritidis, Vibrio cholerae, Vibrio vulnificus, Yersinia enterocolitica, Norwalk-like 
virus, Rotavirus, Cryptosporidium parvum e Giardia lamblia (SOARES e GONÇALVES, 2012). 
Segundo Santiago et al., (2013) a maioria dos casos que causam surtos diarreicos estão 
relacionados à ingestão de alimentos com características de um pescado saudável para consumo, com 
boa aparência, sabor e odor normais, sem alteração sensorial visível. Isso geralmente acontece, porque 
a dose infectante de patógenos alimentares é relativamente menor que a quantidade de 
microrganismos, necessários para degradar os alimentos. O que dificulta o rastreio dos alimentos 
causadores de surtos, uma vez que os consumidores afetados dificilmente conseguem identificar 
sensorialmente os alimentos fonte da DTA, pois alimentos com características sensoriais alteradas 
dificilmente causam problemas, devido à sensação repulsiva que causam aos consumidores. 
Em estudo realizado por Carvalho et al., (2021) relatam que as intoxicações causadas pelo 
consumo de pescado necessitam maiores cuidados, uma vez que estas não são de notificação 
obrigatória, sendo então subnotificados pois, em muitos casos, os consumidores afetados não 
procuram assistência médica. 
Diante nas inadequações dos mercados públicos e feiras livres nos mercados da região norte 
do Brasil, há a necessidade de realização de estudos que avaliem as condições do pescado, podendo 
comparar as possíveis mudanças e avanços a nível nacional. Também existe a necessidade de avaliar 
os entraves que impedem as adequações às legislações seria uma medida pública para o avanço das 
condições da comercialização do pescado nessa região. 
 
 
22 
 
4. MATERIAL E MÉTODOS 
1.1. Área de estudo 
 
O estudo foi conduzido a partir das pesquisas realizadas na região norte do Brasil e esta é 
composta por sete estados, dentre estes, o Estado do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, 
Roraima e Tocantins (Figura 2), sendo a maior região do Brasil geograficamente, com uma população 
estimada de 17.834.762 habitantes, PIB correspondente a R$ 333.760.229 (IBGE, 2022). A região 
ocupa o ranking de maior produtor mundial de peixes nativos, com 57% da produção nacional (262,37 
kt) (PEIXE BR, 2022). 
 
 Figura 2: Mapa ilustrativo de localização da Região Norte do Brasil 
 
 Fonte: https://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/ 
1.2. Coleta de dados 
O trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica do tipo narrativa, que consiste em um 
método científico para busca e análise de artigos de uma determinada área da ciência (GIL, 2007). 
Para as contribuições teóricas foram utilizados textos e autores que escreveram trabalhos que 
abordavam sobre as condições higiênico-sanitárias e as análises microbiológicas do pescado 
provenientes de mercados públicos e feiras livres da região Norte do país. 
Para isso, foram avaliados 20 artigos dos anos de 2013-2023 após a crivagem dos mais 
relevantes sobre a temática em banco de dados SCIELO (Scientific Electronic Library Online), 
PUBMED, LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e livros com 
palavras chaves: “Microbiologia”, “Salmonella”, “contaminação pescado região Norte”, “S.aureus”, 
Coliformes totais e E.coli e documentos oficiais. 
 
 
23 
 
 
Tabela 3: Estados que compõe a Região Norte do brasil e a respectiva quantidade de artigos analisados 
Estado Quantidade de artigos analisados 
Amazonas - AM 3 
Pará - PA 7 
Tocantins - TO 2 
Roraima - RR 1 
Rondônia - RO 3 
Amapá - AP 3 
Acre - AC 1 
 Fonte: A autora 2023 
 
Primeiramente, foi feita a tabulação das principais informações de cada artigo, utilizando o 
Software Microsoft Excel (quadro 1), com informações sobre o ano de publicação, categoria de 
publicação do trabalho, estado e a cidade onde foi realizada a pesquisa, o título do trabalho, objetivo 
da pesquisa, os principais aspectos avaliados, bem como os principais resultados encontrados. Nesta 
tabela também constam as considerações referentes a cada trabalho publicado. Posteriormente, foi 
realizada a descrição dos trabalhos na categoria de estado, individualmente, e também uma 
abordagem dos principais aspectos que os relacionam. 
 
 
Quadro 1: Modelo de tabela utilizada para categorização dos trabalhos que abordam sobre a temática das 
condições higiênico-sanitárias e microbiológicas do pescado provenientes da região Norte do Brasil 
Fonte: A autora, 2023 
 
1.3. Elaboração do manual informativo sobre a conscientização das Boas Práticas na 
comercialização do Pescado em feiras livres e mercados públicos 
 
Após a avaliação de todas as problemáticas que foram encontradas nos artigos revisados e 
seguindo as orientações da RDC 275/2002, elaborou-se um manual científico utilizando a ferramenta 
Canva que consiste em uma plataforma de design gráfico que permite aos usuários criar gráficos de 
mídia social, apresentações, infográficos, pôsteres e outros conteúdos visuais (Perkins et al., 2012), 
com informações sobre os principais entraves no âmbito das condições higiênico-sanitárias e 
microbiológicas encontradas nos mercados públicos e feiras livres da região norte do Brasil, propondo 
medidas de boas práticas de manipulação do pescado. Pretendemos divulgar este manual aos feirantes 
e comerciantes dos mercados públicos, bem como disponibilizar aos consumidores e à comunidade 
acadêmica. 
 
Local de estudo Autores e ano Metodologia Resultados 
 
 
 
 
24 
 
5. RESULTADO E DISCUSSÃO 
 
Dos vinte artigos analisados todos fazem uma abordagem sobre as condições higiênicos-
sanitárias do pescado, segundo a RDC 275/2002, RDC 216/2004 e RDC 745/22 . Avaliando aspectos 
de infraestrutura, equipamentos, utensílios, práticas de manipulação adequadas, qualidade e métodos 
de conservação e na adequação dos produtos ofertados que serão evidenciados no decorrer do 
trabalho. 
Para melhor discussão dos dados foi realizada uma adaptação na tabela inicial, produzindo-se 
um quadro comparativo indicando os principais problemas no local de comercialização em feiras e 
mercados públicos da região Norte do Brasil, separando os resultados por estado e fazendo um 
comparativo com outros trabalhos sobre a temática realizados em outras regiões do país. 
5.1. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Amazonas 
Brasil 
 
Artigos elaborados com base nas informações de feiras livres e mercados públicos no 
Amazonas estão organizados no quadro 2, indicam resultados insatisfatórios para os atributos 
avaliados. 
 
Quadro 2: Artigos sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Amazonas 
Brasil 
 
Fonte: A autora, 2023. 
 
As informações do quadro acima resultaram o déficit das condições higiênicos nas feiras livres 
e mercados públicos do município de Itacoatiara, Manaus e Tabatinga do estado Amazonas. 
O primeiro trabalho analisado referente ao estado do Amazonas foi o estudo realizado por 
Almeida e Morales (2021) ao avaliar as condições higiênico-sanitárias e microbiológicas do pescado 
Local de 
estudo 
Autores e 
ano 
Metodologia Resultados 
Itacoatiara/AM 
Almeida e 
Morales., 
2021 
Análise microbiológica em 
30 amostras de pescados 
frescos, com resultados 
confrontados com as RDCs 
12 e 216. 
Altos níveis de contaminação por 
Salmonella e Staphylococcus aureus, 
estando em desacordo com os padrões 
exigidos pela legislação. As condições 
higiênico-sanitárias foram insatisfatórias. 
Manaus/AM 
Corrêa, 
Silva e 
Ale., 2022. 
Análises das conformidades e 
não conformidades em 
diferentes peixarias da feira. 
A análise sensorial demonstrou que 53% 
de itens apresentaram não conformes e 
47% de conformidades. 
Tabatinga/AM 
Garcez, et 
al., 2022.Observações e levantamentos 
“in loco” da manutenção do 
produto in natura resfriado 
em gelo ou congelado. 
Estrutura básica como caixas isotérmicas, 
utensílios, água clorada e gelo é uma 
problemática. Dois locais possuem 
péssimas condições higiênicas sanitárias e 
sem recomendação para compra de 
pescados. 
 
 
25 
 
em mercados públicos no município de Itacoatiara, observam que as condições higiênico-sanitárias 
estavam insatisfatórios para a comercialização do pescado, visto que foram encontradas diversas não 
conformidades nas instalações físicas, controle de vetores e pragas urbanas, manejo dos resíduos 
sólidos e higiene pessoal dos manipuladores, baseado no checklist RDC nº 216 de 2004. Quanto os 
resultados das análises microbiológicas, estes apresentaram elevados níveis de contaminação por 
Salmonella e S. aureus, onde demonstraram que 100% das amostras continham Salmonella spp, fato 
preocupante, pois esse microrganismo é o que mais causa surtos de doenças transmitidas por 
alimentos no Brasil (BRASIL, 2018). Os autores sugerem que algumas das hipóteses que poderiam 
explicar essa alta taxa de contaminação por Salmonella spp. é a inadequação de higiene no momento 
do abate e do local onde o peixe foi criado. 
O segundo trabalho analisado foi o de Corrêa et al., (2022) realizado em uma feira livre de 
Manaus com o objetivo de avaliar a qualidade do pescado fresco e as condições de higiene geral do 
local. Primeiramente foi realizada a análise sensorial das conformidades e não conformidades de 
cinco peixes de diferentes peixarias, conforme estabelece a Portaria Nº 185 de 13 de maio de 1997 
(BRASIL, 1997). Foram usados os sentidos humanos de tato, olfato e visão para avaliação da textura, 
odor e aparência do pescado fresco. Tendo também como parâmetros de qualidade a textura elástica 
da musculatura, escamas brilhantes e bem aderidas, pele úmida, brilhante e bem aderida, brânquias 
de cor vermelho intenso, olhos brilhantes salientes e odor suave (Figura 3). Além de aferição da 
temperatura do pescado dos balcões seguindo parâmetros estabelecidos na Resolução - RDC Nº 216, 
de 15 de setembro de 2004. 
Figura 3: Análise sensorial de cinco espécies de pescados de Manaus-AM 
 
 Fonte: Corrêa et al., (2022) 
 
Ainda no mesmo trabalho, foram analisados às condições de higiene do estabelecimento, 
como: limpeza do balcão, chão e dos utensílios usados na manipulação do pescado, disponibilidade 
de torneiras para higienização das mãos e estabelecimento em geral. Também foi realizada uma 
análise das condições de higiene pessoal dos manipuladores. Onde observou-se irregularidades 
quanto a estrutura básica como; caixas isotérmicas, utensílios, água clorada e gelo. Acrescentando 
que possuem péssimas condições higiênicas sanitárias e sem recomendação para compra de pescados. 
 
 
26 
 
Recomendam-se ainda maior fiscalização das feiras e mercados afim de garantir um alimento de 
qualidade para os consumidores, uma vez que Boas Práticas de Higiene e Segurança evitam os riscos 
de contaminação do alimento. 
No terceiro estudo avaliado para o estado do Amazonas, no município de Tabatinga, Garcez 
et al., (2022) utilizaram das técnicas de observação “in loco” avaliando as condições de manutenção 
do produto: in natura, resfriado em gelo ou congelado, a quantidade e a origem do gelo utilizado, o 
tempo de manutenção do pescado resfriado ou congelado, a origem da água utilizada na higienização 
e as técnicas de higienização (Figura 6). E constataram que as estruturas básicas como caixas 
isotérmicas, utensílios, água clorada e gelo utilizada pelos comerciantes é uma problemática quanto 
as condições higiênico-sanitárias. 
 Tal situação pode ser observada em diversas realidades pelo Brasil, como a estudada por 
Pinto et al., (2012) na região Nordeste do país, que ao avaliar as condições higiênico-sanitárias do 
pescado in natura no mercado do peixe do município de Teresina-PI, através de roteiro baseado no 
Decreto 45.674 de 29/12/2004 e da Portaria MS Nº 326/97, os autores identificaram problemas 
higiênico-sanitários nas barracas das feiras livres, equipamentos, utensílios, nas práticas de 
manipulação e na adequação dos produtos ofertados. Estes relataram sobre os riscos à saúde do 
consumidor por apresentarem condições inadequadas e não conformidades com os parâmetros que 
preconizam a legislação para a manipulação de alimentos. 
Resultados apresentados em estudo realizado por Almeida e Morales., (2015) corroboram aos 
desta pesquisa, que ao estudarem os pescados ofertados nos mercados públicos de Santarém 
observaram que estes apresentaram estágio avançado de deterioração. Os autores atribuem falta de 
qualidade e higiene desses peixes as inadequações da infraestrutura das feiras, conservação e 
manipulação por parte dos feirantes. Considerando o estabelecimento fora dos padrões da RDC n° 
275/2002. Evidenciando a necessidade de fiscalizações sanitárias mais eficientes, acompanhadas de 
medidas preventivas, corretivas e punitivas para aqueles que comprometerem a saúde pública por 
negligenciar as normas sanitárias. 
 
 
27 
 
5.2. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Pará Brasil 
 
Estudos realizados nas feiras livres e mercados públicos no Pará estão organizados no quadro 
3, também demonstraram resultados insatisfatórios quanto as condições avaliadas. 
 
Quadro 3: Artigos sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Pará Brasil. 
Local de 
estudo 
Autores e 
ano 
Metodologia Resultados 
Capanema/PA 
 
Sousa et al., 
2022. 
Aplicação de checklist baseado na 
RDC 216. 
Os boxes obtiveram entre 54,2% a 
70,8% de conformidade com a 
legislação, e todos foram 
considerados regulares. 
Belém/PA 
Souza e 
Pontes., 
2020. 
Análise microbiológica dos 
materiais utilizados nas bancadas: 
tábuas de corte, o uso de gelo 
durante a exposição do pescado, o 
tipo de balança utilizada. Análise 
Microbiológica das espécies de 
peixes comercializadas (MAPA) 
Os mercados públicos de Belém 
apresentaram problemas higiênico-
sanitários 100% dos peixes, e 
utensílios, fato que comprometem 
a qualidade dos produtos e, 
consequentemente, a saúde 
pública. 
Belém/PA 
Rosa et al., 
2021. 
Aplicação de dois checklists para 
avaliar condições estruturais e 
práticas higiênico-sanitárias dos 
manipuladores. 
A avaliação dos pontos de venda 
no mercado foi considerada como 
não conformidade, sendo 
consideradas com critério “Ruim” 
Belém/PA 
Miranda e 
Xavier., 
2022. 
Aplicação de checklist para avaliar 
as condições higiênico-sanitárias e 
Boas Práticas do mercado. 
Apesar da boa estrutura do 
mercado, as condições higiênico-
sanitárias dos peixes 
comercializados são precárias. 
Bragança/PA 
Mescouto et 
al, 2021. 
 
A aplicação do checklist baseado na 
RDC n° 275. 
Verificam-se deficiências de boas 
práticas de manipulação e 
infraestrutura que estão associadas 
às precárias condições higiênico-
sanitárias. 
Belém /PA Lima, 2022. 
Aplicação de checklist e análise da 
água para conservação do pescado. 
Mais de 90% das amostras 
apresentaram contaminação por 
coliformes. As condições 
higiênico-sanitárias foram 
consideradas ruim para água. 
Belém/PA Farias, 2021. 
Aplicação de checklist e análise da 
água usada para conservação do 
pescado. 
Amostras apresentaram 
estafilococos nas 4 amostras 
analisadas e condições higiênico-
sanitárias com muitas 
inadequações. 
Fonte: A autora, 2023. 
 
As informações do quadro acima resultaram o déficit das condições higiênicos nas feiras livres 
e mercados públicos do município de Belém, Bragança e Capanema do estado do Pará. 
No primeiro estudo avaliado para o estado do Pará Sousa et al., (2022) ao analisando as 
condições higiênico-sanitárias dos pescados comercializados no mercado municipal de peixes de 
Capanema-PA, baseadosna resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Observaram que 
durante o processo de manuseio, os produtos, como vísceras e nadadeiras caudais, geralmente são 
descartados no chão dos respectivos boxes, e somente ao final de cada turno, que é realizada a coleta 
 
 
28 
 
de resíduos pelos proprietários, sendo descartados em um container, que está localizado entre o 
mercado de peixe e o município mercado. Em nenhum dos boxes analisados no estudo há freezers 
para melhor conservação do pescado, em alguns, só há isopor com gelo armazenado abaixo do peixe, 
o que não garante a conservação da sua qualidade ou prevenir a sua deterioração. Em levantamento 
de Holanda et al. (2013), por exemplo, os peixes em 100% dos boxes foram expostos ao ambiente, 
sujeito a contato com fontes contaminadas como insetos e sujeira uso de equipamentos e utensílios 
em condições impróprias. 
Com base nas observações feitas ainda na pesquisa de Sousa et al., (2022), em relação à 
pontuação geral dos requisitos cumpridos (Tabela 2), observou-se que o item Vetores e pragas 
apresentou a menor porcentagem de conformidade, com apenas 23,8%. Ao considerar, os resultados 
para Manuseio e Embalagem estes apresentaram mais itens dentro da conformidade, com 
aproximadamente 78%. Apesar de alguns requisitos serem satisfatórios, os autores enfatizam sobre 
as irregularidades nas condições higiênico-sanitárias da comercialização de peixes em Capanema-
PA, o pode comprometer a qualidade do pescado e, consequentemente, oferecer riscos à economia 
local e saúde dos consumidores. 
Souza e Pontes (2020) em inventário realizado nos mercados públicos de Belém com o 
objetivo de avaliar as condições higiênico-sanitárias quanto ao uso de equipamentos de proteção 
individual dos manipuladores, materiais utilizados nas bancadas e tábuas de cortes, o uso de gelo 
durante a exposição do pescado, o tipo de balança utilizada, além das espécies de peixes 
comercializadas, utilizando itens referentes à higiene e Boas Práticas presentes na Resolução nº 
216/2004 preconiza que os “equipamentos, móveis e utensílios que entram em contato com alimentos 
não devem ser de materiais que transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores aos alimentos, 
além de serem mantidos em adequado estado de conservação e serem resistentes à corrosão e a 
repetidas operações de limpeza e desinfecção” (BRASIL, 2004). 
 Os autores inferem que as condições higiênico-sanitárias do interior dos estabelecimentos 
estão todas fora dos padrões legais estando não conformes para os itens da Tabela da 4. Sugerindo 
assim, um trabalho de conscientização dos comerciantes de pescado, fazendo com que eles conheçam 
a legislação vigente, relacionando esse conhecimento com a saúde da população. 
 
Tabela 4: Itens avaliados para os padrões higiênico-sanitário no Estado do Pará. 
Autores e ano Infraestrutura Limpeza Manipuladores Vetores 
e pragas 
Manuseio e 
Embalagem 
Sousa et al., 2022. NC C C NC C 
Souza e Pontes., 2020 NC NC NC NC NC 
Rosa et al., 2021. NC NC NC NC NC 
 
 
29 
 
Legenda ( NC ): Não conforme; ( C ) Conforme 
Em estudo realizado no mercado público de Icoaraci em Belém (PA), Rosa et al., (2021) ao 
avaliar as condições estruturais e as práticas higiênico-sanitárias do mercado público de Icoaraci, 
observou-se que dos pontos de venda no mercado resultou em 34,64%, considerado como um nível 
“Ruim”. Embora durante a manipulação de alimentos in natura no caso dos peixes – medidas 
precisem ser adotadas com o objetivo de reduzir o risco de contaminação cruzada (BRASIL, 2004), 
tais ações não foram observadas no momento da avaliação dos pontos de venda, o que corroborou 
com a avaliação geral negativa. Os autores ressaltam a importância da eficácia na manipulação do 
pescado in natura com o objetivo de reduzir o risco de contaminação cruzada (BRASIL, 2004). 
Semelhante aos resultados obtidos nesta pesquisa, Santos et al. (2016) apontaram desconformidade 
na venda de pescados também em um mercado em Teresina-PI. 
 
Figura 4: Avaliação geral das condições higiênico-sanitárias dos pontos de venda de peixe em mercado 
de Belém-PA. 
Aspectos avaliados 
Classificação do nível de conformidade 
50% 51 a 74% 75 a 100% Situação 
I - Armazenamento 33,33 Ruim 
II - Higiene e Instalação 41,67 Ruim 
III - Manipulação 30 Ruim 
IV - Equipamentos e Utensílios 50 Ruim 
V - Área de exp. à venda 0 Ruim 
VI - Resíduos 50 Ruim 
VII - Manipuladores 37,5 Ruim 
Avaliação Geral 34,64 Ruim 
 Fonte: Adaptado Rosa et al., (2021) 
 
Tais resultados são reflexos da ausência ou da insuficiência de ações públicas voltadas à 
manutenção periódica do local, uma vez que esse mercado é o único de todo o Distrito de Icoaraci 
(Belém – PA), logo é um dos principais pontos de comercialização de pescados e de outros produtos 
alimentícios da região. O autor constata a negligência do poder público e dos comportamentos e das 
práticas dos manipuladores, concluindo-se que o espaço se encontra inapropriado para a 
comercialização de pescados. 
Em estudo no mercado do Ver-o-Peso (Belém – PA) usando como base a RDC n° 216/2004 
que determina as boas práticas para serviços de alimentação e a RDC nº 275/ 2002, classificaram 
como não conforme os itens de higiene, organização da área e disposição dos resíduos, paramentação 
e hábitos de higiene do manipulador, as barreiras sanitárias, a classificação por cores das caixas 
plásticas contendo produto e o contato direto com o piso, organização e exposição do pescado nas 
Miranda e Xavier., 2022. NC NC NC NC NC 
Mescouto et al, 2021 NC NC C NC NC 
 
 
30 
 
bancadas dos boxes, entre outros. Mas também, observou-se certa conformidade para os itens de 
obtenção e distribuição da água, presença de adornos, unhas esmaltadas e barba/ bigode (MIRANDA 
e XAVIER., 2022). 
Estes autores sugerem que as condições higiênico-sanitárias do peixe comercializado no 
Mercado do Ver-o-Peso são duvidosas, com muitas inadequações, apesar da boa estrutura. É possível 
observar nitidamente a falta de higienização do local, da capacitação do manipulador, e os incorretos 
métodos de conservação do pescado, isto acaba colocando a qualidade do pescado em risco, como 
também, a saúde do consumidor. Os autores acreditam que existe a necessidade de os manipuladores 
receberem constante capacitação sobre as Boas Práticas de Manipulação, assim como, a presença da 
fiscalização no mercado de forma regular (MIRANDA e XAVIER., 2022). 
Em estudos realizados por Mescouto et al., (2021) no mercado municipal de Bragança a 
partir da aplicação do checklist baseado na RDC n°275/2002, verificam-se deficiências referentes às 
boas práticas de manipulação e infraestrutura, que estão associadas às precárias condições higiênico-
sanitárias, que comprometem a integridade do alimento colocando o consumidor em risco. O mercado 
se enquadrou no grupo III de adequações, ou seja, insuficiente. No quesito infraestrutura os boxes de 
venda possuíam objetos em desuso situados próximo ao local de manipulação e venda dos peixes; 
pisos inapropriados, de cor escura e possuindo ralos localizados em frente aos boxes. Nos tetos, 
paredes e divisórias, percebeu-se que no centro do prédio, entre a parede e o teto de ferro há uma 
abertura consideravelmente grande, um agravante e facilitador de vetores e hospedeiros. Estes são 
algumas inadequações encontradas para este estudo que estatisticamente apresentaram apenas 15% 
de conformidade, estando fora dos padrões estabelecimento na RDC n° 275/2002. 
De acordo com Lima (2022), em estudo realizado em feiras livres no nordeste paraense, 
observaram que acima de 90% das amostras analisadas apresentaram contaminação por coliformes 
totais e termotolerantes. Inferindo que as condições higiênico-sanitárias foram consideradas ruim para 
água, a presença de sanitários e controle de águas, higiene dos manipuladores. Como também Farias(2023), fez checklist e análise da água usada para conservação do pescado quanto a presença de 
coliformes totais, S.aureus, Salmonella spp. provenientes do Piracuí comercializado em feiras livres 
do município de Belém. As amostras apresentaram estafilococos nas 4 amostras analisadas e 
condições higiênico sanitárias estavam com inadequações. 
5.3. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Tocantins Brasil 
 
Estudos realizados nas feiras livres e mercados públicos do Tocantins estão organizados no 
quadro 4, também demonstraram resultados insatisfatórios quanto as condições avaliadas. 
 
 
31 
 
 
Quadro 4: Artigos sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Tocantins – 
Brasil. 
Local de 
estudo 
Autores e ano Metodologia Resultados 
Palmas/TO 
Paiva et al., 
2018. 
Aplicação de checklist e a avaliação 
dos aspectos sanitários baseado na 
RDC 216. 
Problemas na maioria dos boxes de 
venda do pescado, em 
equipamentos, utensílios, local de 
armazenamento e higiene dos 
manipuladores 
Palmas/TO 
 
Santos 
e Coelho., 2016. 
Análise Microbiológica (MAPA) e 
aplicação de checklist baseado na 
RDC 275. 
Índices críticos de inadequações, 
falhas no armazenamento, 
manipulação e refrigeração. 
Amostras fora do padrão para 
Salmonella spp e E.coli. 
Fonte: A autora, 2023. 
 
No estado do Tocantins a realidade não é diferente, em estudo realizado por Paiva, et al., 
(2018) avaliando-se os aspectos sanitários através de roteiro baseado na RDC nº 216/ 2004 da 
ANVISA. Apresentaram problemas na maioria dos boxes de venda do pescado, em equipamentos, 
utensílios, local de armazenamento e higiene dos manipuladores. Constatando que a venda de pescado 
em feiras de Palmas não atende as condições mínimas de boas práticas de manipulação e higienização, 
podendo ser considerado um problema grave de saúde pública. 
Santos e Coelho (2016) realizaram estudos qualidade microbiológica e temperatura das três 
espécies de peixes no município de Palmas. Apresentaram resultados para Salmonella sp. em 15,5% 
das amostras; para coliformes a 45 °C em 92% apresentando-se inadequadas, porém estavam de 
acordo com a legislação para Estafilococos coagulase positiva. 
Em relação a temperatura, foram encontradas bactérias Mesófilas e Psicrotróficas, sendo 
a temperatura inadequada em 22,2% das amostras de Caranha e 81,8% das amostras de Tambaqui, 
constatando assim, falhas no processo de armazenamento, manipulação e ausência de refrigeração. 
Concluindo-se que as feiras analisadas apresentaram índices críticos de inadequação à legislação, 
com falhas no processo de armazenamento, manipulação e refrigeração. Sugerindo a necessidade de 
maior rigor na fiscalização do pescado fresco comercializado nas feiras livres de Palmas-TO de forma 
a oferecer um produto de boa qualidade e seguro ao consumidor. 
Em um estudo similar realizado por Gonçalves et al., (2019), o pescado era exposto para 
venda em bancadas, a temperatura ambiente, acima de 5°C, sem qualquer tipo de método de 
conservação. Os autores ainda afirmam que a utilização de gelo durante a comercialização do pescado 
aumenta o seu tempo de prateleira. 
De acordo com o RIISPOA (BRASIL, 2017) o pescado "fresco" é a denominação dada ao 
pescado que não foi submetido a qualquer processo de conservação, a não ser pela ação do gelo ou 
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Santos,%20Drielly%20Dayanne%20Monteiro%20dos%22
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Coelho,%20Ana%20Fl%C3%A1via%20Santos%22
 
 
32 
 
por meio de métodos de conservação de efeito similar, mantido em temperaturas próximas à do gelo 
fundente, com exceção daqueles comercializados vivos (GONÇALVES, 2019). 
Contudo ressalta-se a importância do controle de temperatura pela indústria de alimentos, 
pois garante a inocuidade e qualidade dos produtos. Recomenda-se ainda um índice de temperatura 
efetiva entre 20ºC e 23ºC. Sugere-se a instalação de um ambiente climatizado, cabendo essa 
adequação ao órgão municipal responsável. 
As informações do quadro 4 resultaram em precárias as condições higiênicas nas feiras livres 
e mercados públicos do município de Palmas do estado do Tocantins. 
5.4. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado de Roraima Brasil 
Para o estado de Roraima, observou-se uma carência em estudos que tratassem sobre os 
aspectos higiênico-sanitário e microbiológico do pescado provenientes de feiras e/ou mercados. O 
trabalho que estava dentro da vertente foi apenas o de Lopes (2016) que desenvolveu estudo na cidade 
de Boa Vista, Roraima, incluindo quatro feiras, que teve como objetivo diagnosticar a 
comercialização do pescado. Este verificou que a usual forma de apresentação do pescado é feita in 
natura vendida a quilo, com poucas exceções da venda do pescado beneficiado. O estudo não retrata 
diretamente sobre as condições de higiene em feiras e/ ou mercados públicos, mas fazem uma 
abordagem sobre a importância de pesquisa nessa temática no estado de Roraima. 
5.5. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado de Rondônia Brasil 
 
Estudos realizados nas feiras livres e mercados públicos em Rondônia (Quadro 5) , também 
confirmaram resultados insatisfatórios para as condições avaliadas. 
Quadro 5: Artigos sobre as condições higiênico sanitárias do pescado provenientes do Estado de Rondônia – 
Brasil. 
Fonte: A autora 2023 
Local de 
estudo 
Autores e 
ano 
Metodologia Resultados 
Porto 
Velho/RO 
Pontuschka, 
et al., 2022 
Análise Microbiológica: 
Plaqueamento em superfície 
com ágar para bolores, leveduras 
e bactérias. A umidade foi 
determinada por gravimetria. 
Os resultados para contaminação 
microbiológica quanto à qualidade 
estavam fora dos padrões para 
pirarucu e camarão 
 
Ji-Paraná/RO 
Padovani, et 
al., 2022 
Análise Microbiológica de 
Staphylococcus Coagulase 
positiva 
Presença de Salmonella spp, ausência 
de Staphylococcus coagulase positiva. 
2 estabelecimentos com o valor acima 
do exigido pela legislação vigente para 
coliformes termotolerantes. 
Ariquemes/RO 
Viana et al., 
2016. 
16 amostras provenientes 
de quatro boxes e submetidas a 
análises de quantificação de 
coliformes totais e 
Staphylococcus aureus. 
Todas as amostras 
estavam contaminadas por coliformes 
totais. em relação ao S. aureus, 37,5% 
apresentaram índice acima do 
permitido. 
 
 
33 
 
As informações do quadro acima resultaram na ineficiência das condições higiênicos nas 
feiras livres e mercados públicos do município de Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes do estado do 
Rondônia. 
No estudo realizado em Porto Velho por Pontuschka et al., (2022) utilizando-se para as 
análises microbiológicas o plaqueamento em superfície usando-se ágar batata acidificado, para 
bolores e leveduras e ágar PCA para as bactérias halofílicas e umidade por gravimetria, com uso de 
estufa a 105°C. Concluiu-se que a contaminação microbiológica estava fora dos padrões de qualidade 
para as espécies de pirarucu e camarão. 
No município de Ji-Parana, Padovani et al., (2022) avaliou-se a microbiologia do peixe 
tambaqui (Colossoma macropomum), observou-se a presença de Salmonella spp, ausência de S. 
coagulase positiva. Consideraram que 100% das amostras estavam impróprias para o consumo, dada 
a presença de Salmonella spp, ainda, 20% das amostras apresentaram resultados insatisfatórios para 
coliformes termotolerantes. Sendo assim, esses resultados sugerem que, em alguma etapa da cadeia 
do produtiva, os peixes analisados tenham entrado em contado com coliformes fecais. 
 
Tabela 5: Porcentagem da presença de microrganismos nas amostras de peixe comercializados na feira livre 
de Ji-Paraná e Ariquemes Rondônia. 
Fonte: Adaptado de Padovani et al., (2022) e Viana et al., (2016) 
 
No terceiro artigo avaliado para o estado de Rondônia, no município deAriquemes, Viana 
et al., (2016) os autores realizaram análise microbiológica do tambaqui (Colossoma macropomum) 
comercializado na feira livre constataram que 100% das amostras apresentaram contaminação por 
coliformes totais com contagens variando de 4,3 x 10¹ NMP/g a 1,1 x 10³ NMP/g. Nos resultados 
referentes a S. aureus constatou-se que 37,5% das amostras analisadas estavam fora do recomendado 
pela legislação vigente, pois apresentaram contagens superiores a 10³ unidades formadoras de 
colônias por grama (UFC/g), onde 37,5% apresentaram índice acima do permitido. 
5.6. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Amapá Brasil 
 
Estudos realizados nas feiras livres e mercados públicos no Amapá estão sistematizados no 
quadro 6, confirmaram resultados insatisfatórios para as condições avaliadas. 
 
Autores Coliformes termotolerantes Salmonella 
ssp. 
Staphylococcus coagulase positiva 
Padovani et al., 
(2022) 
20% 100% - 
Viana et al., 
(2016) 
100 % - 37,5% 
 
 
34 
 
Quadro 6: Artigos sobre as condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Amapá – 
Brasil. 
Local de 
estudo 
Autores e ano 
Metodologia Resultados 
Porto 
Grande/AP 
Magalhães, et 
al., 2021. 
Foi aplicado checlist, além de 
realização das análises 
microbiológicas das amostras 
(superfície e carne) para detecção de 
Salmonella spp. 
Em todas as feiras livres visitadas, 
a avaliação microbiológica da 
superfície da carne de pescado 
apresentou presença de Salmonella 
spp. 
Macapá/AP 
Silva-Júnior et 
al., 2017 
Aplicação de checklist adaptado da 
resolução da RDC nº 216. 
Foram encontrados índices críticos 
de inadequações e graves 
problemas higiênico-sanitários. 
Santana/AP 
Silva Júnior et 
al., 2017. 
Aplicação de checklist adaptado da 
RDC nº 216. 
Os resultados demonstraram 
precariedade nos itens avaliados 
Fonte: A autora, 2023 
As informações do quadro acima resultaram na ineficiência das condições higiênicos nas 
feiras livres e mercados públicos do município de Porto Grande, Macapá e Santana do estado do 
Amapá. 
No Porto Grande/AP também foram selecionados estudos que avaliaram as condições do 
pescado provenientes das feiras livres e marcados públicos. Magalhães, et al., (2021) em seu estudo 
aplicou checklists e questionários, e foram coletadas amostras (superfície e carne) dos peixes, os 
mais comercializados em cada feira, cultivadas e analisadas para detecção de Salmonella spp. Em 
todas as feiras livres visitadas, a avaliação microbiológica da superfície da carne de pescado, 
apresentou cerca de 90% de presença de Salmonella spp. 
 
Tabela 6: Resultados obtidos por meio do Checklist de Segurança Alimentar aplicado na feira do Buritizal, 
Macapá-AP 
 Conforme (%) Não conforme (%) 
Edificações 37,18 60,25 
Equipamentos e utensílios - 100 
Manipuladores - 100 
Produção e transporte 81,81 18,19 
Documentação 76 24 
 Fonte: Adaptado de Silva-Júnior et al., (2018) 
 
Em Macapá-AP, Silva-Junior et al., (2018) aplicação de um checklist adaptado da resolução 
da RDC nº 216, para os critérios edificação, equipamentos/instrumentos, utensílios e higienização, 
vestuário, hábitos higiênicos, equipamentos de proteção individual e qualidade de matéria prima. A 
comercialização de peixes apresentou índices críticos de inadequação à legislação, existindo graves 
problemas higiênico-sanitários que comprometem a qualidade dos peixes. 
Em Santana – AP, Silva-Junior et al., (2017) aplicou um checklist adaptado da RDC nº 
216/2004 da ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os resultados demonstraram 
precariedade nos itens avaliados. Ou seja, os manipuladores do pescado usavam cabelos compridos e 
sem proteção, além de mãos sujas, unhas esmaltadas e cumpridas. Quanto a análise microbiológica 
 
 
35 
 
da carne de pescado, apresentou presença de Salmonella spp., com colônias beges com centros pretos, 
devido a produção de H2S, e dimensão média a grande em meio específico. O autor comenta que o 
pescado é um veículo facilitador de contaminação, encontrando-se Salmonella spp. 
Pesquisa realizada por Aquino et al., (2017) em mercado público na região Sul do Brasil 
confrontam os trabalhos desta pesquisa para a região Norte. O qual o estudo demonstrou que todas as 
amostras analisadas estavam de acordo com a legislação vigente quanto à pesquisa de Salmonella 
spp., indicando condições higiênico-sanitárias adequadas de processamento e pós processamento. 
Esse fator pode ser atribuído as políticas públicas voltadas para o setor na região, bem como 
fiscalização e fomento dentro da cadeia de comercialização do pescado para a região Sul 
5.7. Condições higiênico-sanitárias do pescado provenientes do Estado do Acre Brasil 
 
Durante a realização desta pesquisa também não foram encontradas pesquisas que 
discutissem sobre a temática deste estudo para o estado do Acre. Em viés semelhante, apenas a 
pesquisa Silveira et al., (2018) na região de Sena Madureira – AC, relataram que o pescado em seu 
formato inteiro é o modo único de comercialização. As formas de comercialização em cortes e 
processado não são praticadas na região. Os autores atribuem isto à cultura de consumo local e a falta 
de industrias para processamento desta matéria-prima. Em relação ao destino da produção das 
pisciculturas e pesca da região (54%) destina para atravessadores. Em segundo lugar, o local de maior 
destino para venda, são as feiras livres (31%), seguida pela venda em sua própria propriedade (14%) 
e, uma quantidade mínima (2%) é destinada aos supermercados locais. Infere-se também que nenhum 
produtor de Sena Madureira destina seu produto para frigoríficos, este fato se deve pela inexistência 
destes, na região. 
5.8. Estudos sobre os aspectos higiênico e microbiológicos em outras regiões do Brasil 
 
No que concerne às condições higiênico-sanitárias e microbiológica do pescado, há uma 
unanimidade quanto as problemáticas preconizadas na legislação para as boas práticas de 
manipulação para as feiras e mercados da região norte, bem como para as outras regiões do país. 
Em Belém, Rosa et al., (2021) Municipal de Icoaraci, Belém (PA), revelou os pescados são 
manipulados e armazenados sob péssimas condições. Evidenciou-se também que as condições 
infraestruturais do mercado, somadas ao pouco conhecimento técnico e à realização de atividades 
irregulares por parte dos feirantes. 
Estudos sobre os aspectos higiênico-sanitários e microbiológicos do pescado também foram 
desenvolvidos em diversas regiões do Brasil, e estes também apresentam falhas na cadeia de 
comercialização do pescado evidenciados por Evangelista-Barreto., (2017) na região nordeste onde 
observou-se inadequação dos produtos comercializados ao avaliar os aspectos de infraestrutura, grau 
 
 
36 
 
de frescor e qualidade microbiológica. Apresentando elevada densidade microbiana, com a presença 
de Escherichia coli, Enterococcus faecalis, Vibrio cholerae e V. Vulnificus. Realidade semelhante 
encontrada em feiras em Caxias- MA, os resultados identificaram problemas higiênico-sanitários nas 
barracas das feiras livres, equipamentos, utensílios, nas práticas de manipulação e na adequação dos 
produtos ofertados. 
Ainda na mesma região, Santos et al., (2016) em um mercado do peixe de Teresina - PI, 
consideraram que os produtos comercializados impõem risco à saúde do consumidor, pois as 
instalações apresentam condições insatisfatórias e de não conformidade com alguns parâmetros para 
manipulação de alimentos, estabelecidos pela RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004, da ANVISA. 
E um destes parâmetros foi o acondicionamento do pescado. Conforme relataram em seu estudo sobre 
a microbiologia do gelo utilizado na conservação do pescado em mercado de peixe em Belém 
observou-se que alguns respeitavam a ordem correta da disposição, colocava uma camada de gelo, 
outra de peixe e sucessivamente, entretanto,não constava a última camada de gelo. Além do mais os 
peixes expostos para venda nos balcões apresentavam-se sem nenhum tipo de acondicionamento ou 
proteção contra contaminações. Não havia uma preocupação com a contaminação cruzada, visto que 
uma mesma faca era usada para cortar as diferentes espécies de peixes, e não era higienizada 
corretamente. 
No que se refere a Região Sudeste, a região metropolitana de São Paulo é o maior centro 
consumidor de pescado do país. Em estudo realizado em feira livre nesta região observou-se elevado 
percentual de inadequação das condições higiênico-sanitárias, apresentado adequação inferior a 50%. 
Demonstrando a necessidade de intervenções que orientem e conscientizem os feirantes acerca da 
relação direta entre suas práticas e a saúde do consumidor de peixe. A problemática que nesta região 
as feiras livres estão presentes na maioria dos bairros do município e são responsáveis pela venda de 
18 mil toneladas de peixe ao ano, mas 97% delas apresentam-se inadequadas à legislação. Sugerindo 
a evidencia a possibilidade de alteração nos produtos e consequente risco à população (MACEDO, et 
al., 2015). 
Ainda na região Sudeste, Figueiredo et al., (2016) realizou estudo da comercialização do 
pescado durante um evento da cidade de Dourados-MG constatou-se que em relação ao 
procedimento de abate e comercialização utilizados os pescados se encontraram em condições 
de consumos, na classificação de pescado fresco em relação aos parâmetros analisados que foram 
Índice de frescor como excelente, e valores de pH e temperatura adequados, garantindo a qualidade 
do produto fornecido aos consumidores. Esta adequação pode ser atribuída ao tempo de realização da 
feira, que é apenas uma semana e também por acontecer em festival, onde há um apoio logístico e 
estrutural da prefeitura local. Resultados divergentes foram encontrados em feira no município de 
 
 
37 
 
palmas - TO em que há grande desorganização e a falta de higiene nas bancas de pescado, as caixas 
utilizadas para o armazenamento dos peixes estavam sujas e em péssimo estado de conservação em 
70% dos locais visitados, além disso, o gelo utilizado para cobrir o pescado era pouco ou não existia 
(PAIVA, 2018). 
Na 236ª Feira do Peixe de Porto Alegre- RS a realidade também não foi diferente, foi 
evidenciada elevada inadequação dos estabelecimentos, identificando condições precárias quanto a 
infraestrutura, práticas de manipulação, equipamentos e utensílios. Necessitando de melhorias, pois 
na atual situação o pescado comercializado pode ocasionar risco a saúde da população (VARGAS, et 
al, 2016). Porém Aquino et al., (2017) em mercado público também na região Sul confrontam o 
resultado anterior, em que todas as amostras analisadas estavam de acordo com a legislação vigente 
indicando condições higiênico-sanitárias adequadas. 
Logo, pode-se observar que a grande problemática enfrentada dentro da cadeia de controle de 
qualidade do pescado em feiras livres e mercados públicos não é uma realidade só na região norte, 
mas também em outras regiões do país, como evidenciados nos trabalhos mencionados acima. 
Ressaltamos ainda a carência de trabalhos que abordem sobre a temática, principalmente em regiões 
onde há uma quantidade significativa de feiras livres e mercados, como é o caso da região sudeste. 
Essa falta de estudos pode ser atribuída a própria negligência por parte do poder público, 
principalmente no âmbito da fiscalização quanto as condições de higiene e realização de boas práticas, 
que muitas vezes são enfatizadas nos trabalhos científicos, mas não há percepção de mudança. 
5.9. Elaboração de Manual Informativo sobre Boas Práticas de Manipulação do Pescado 
 
Por fim, elaborou-se um Manual Informativo sobre Boas Práticas de Manipulação do 
Pescado (Anexo I) com informações que visam a conscientização dos atores envolvidos na cadeia 
produtiva do pescado, fez-se uma abordagem sobre as principais inadequações das condições 
higiênico-sanitárias nos estabelecimentos de feiras livres e mercados municipais, propondo medidas 
de adequações baseadas na legislação vigente. 
Por fim, pretende-se distribuí-lo entre os comerciantes em feiras da região norte, bem como 
disponibiliza-lo na rede digital em parcerias com outras instituições acadêmicas: congressos, 
seminários, encontros regionais para conhecimento dos comerciantes, consumidores e comunidade 
geral, afim de garantir adequações e melhorias futuras para o avanço das condições da 
comercialização do pescado. 
 
 
 
38 
 
4. CONCLUSÃO 
As condições higiênico-sanitárias das feiras livres e mercados públicos analisadas para estes 
estudos apresentam unanimidade para alguma irregularidade. Dentre os trabalhos avaliados de cada 
estado individual e coletivamente foram observadas semelhanças entre os aspectos estudados. Porém 
há feiras que se apresentam em condições menos desfavoráveis em relação a outras, devido 
principalmente ao tempo de construção e/ou reforma e ou até mesmo ao nível de exigência do 
consumidor dentro de cada estado e/ou município. Esta realidade se assemelha com mercados de 
outras regiões do Brasil. Porém há estudos realizados na região Sul que apresentaram resultados 
positivos quanto aos padrões preconizados na legislação. 
Em 100% dos artigos utilizados nesta pesquisa apresentaram inadequações quanto aos 
padrões estabelecidos na RDC 275/2002, RDC 216/2004 e RDC 745/22. Considerando-se aspectos 
como infraestrutura, equipamentos, utensílios, práticas de manipulação adequadas, qualidade e 
métodos de conservação e na adequação dos produtos ofertados. Dos vinte trabalhos avaliados para 
este estudo, sete comentavam sobre a presença de Salmonella no pescado e contaminação 
microbiológica de pelo menos um microrganismo patogênico dentre estes o S.aureus, coliformes 
totais. No estado do Pará uma feira apresentou conformidades para alguns itens como limpeza e 
adequação dos manipuladores, mas ao ser avaliado no especto geral estes são considerados 
inadequados. 
Diante nas inadequações dos mercados públicos e feiras livres nos mercados da região norte 
do Brasil, conclui-se que ainda, há a necessidade de realização de estudos que avaliem as condições 
do pescado, podendo comparar as possíveis mudanças e avanços a nível nacional. Portanto a mudança 
da precariedade sanitária dos padrões necessários por meio de políticas públicas, investimento em 
instalações físicas apropriadas para o gerenciamento e planejamento das ações, aquisição de 
equipamentos e materiais de inspeção, capacitação dos profissionais entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
REFERÊNCIAS 
 
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44 
 
ANEXOS 
 
ANEXO I: MANUAL INFORMATIVO: BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO DE 
PESCADO 
 
 
 
45 
 
 
 
46 
 
 
 
47 
 
 
 
48 
 
 
 
49 
 
 
 
50 
 
 
 
51 
 
 
 
 
52 
 
 
 
53 
 
 
 
54 
 
 
 
 
55 
 
ANEXO II: PARTE DA PESQUISA FOI PUBLICADA NA REVISTA NUTRIÇÃO BRASIL 
 
NUTRIÇÃO BRASIL - ANO 2023 - VOLUME 22 - NÚMERO 3 - ISSN 1677-0234

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