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APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina OBJETIVOS - Rever a morfofisiologia da drenagem venosa em membros inferiores. - Conhecer a epidemiologia, fatores de risco, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico, classificação, complicações e tratamento da insuficiência venosa crônica. DRENAGEM VENOSA MMII As paredes de todos os vasos sanguíneos, exceto os muito pequenos, são compostas por três camadas distintas, ou túnicas: ❖ Íntima: a túnica mais interna da parede de um vaso, que está em contato “íntimo” com o sangue em sua luz. Essa túnica contém o endotélio, o epitélio simples pavimentoso que reveste a luz de todos os vasos. As células endoteliais planas formam uma superfície lisa que minimiza o atrito do sangue que passa por elas. Uma fina camada de tecido conjuntivo frouxo, a camada subendotelial, situa-se na superfície externa do endotélio. (MARIEB, 7ª ed.) ❖ Média: consiste principalmente em lâminas de fibras musculares lisas dispostas circularmente, entre as quais se situam lâminas de fibrilas de colágeno e elastina. A elastina e o colágeno contribuem com elasticidade e resistência para suportar a pressão do sangue que cada batimento cardíaco exerce sobre a parede do vaso. (MARIEB, 7ª ed.) ❖ Adventícia: camada de tecido conjuntivo que contém muitas fibras de colágeno e fibras elásticas. Suas células e fibras seguem na direção longitudinal. Protege o vaso, reforça ainda mais a sua parede e prende esse vaso nas estruturas circundantes. Contém os vasos dos vasos, que surgem como ramificações minúsculas do mesmo vaso ou como ramificações pequenas de outros vasos vizinhos e nutrem a metade externa da parede do vaso maior. (MARIEB, 7ª ed.) VASOS VENOSOS Veias: muitas veias, especialmente as dos membros, também contêm válvulas, pregas finas de túnica íntima que formam válvulas semelhantes a abas. Essas válvulas possibilitam que o sangue flua em uma direção única: ao coração. (TORTORA, 14ª ed.) APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina Vênulas: drenam o sangue capilar e iniciam o fluxo de retorno do sangue de volta ao coração. (TORTORA, 14ª ed.) VEIAS TÚNICA MÉDIA Menos espessa TÚNICA ADVENTÍCIA Mais espessa TRANSPORTE DE SANGUE Conduzem o sangue dos capilares para o coração. LUZ DO VASO Maior ELASTINA Menos elastina PRESSÃO ARTERIAL Menor VÁLVULAS Presente APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina Veias O membro inferior tem veias superficiais e profundas: as veias superficiais estão situadas no tecido subcutâneo e seguem independentemente das artérias correspondentes e as veias profundas situam-se profundamente à fáscia muscular e acompanham todas as grandes artérias. As veias superficiais e profundas têm válvulas, que são mais numerosas nas veias profundas. (MOORE, 7ª ed.) Veias superficiais As duas principais veias superficiais no membro inferior são as veias safenas magna e parva. A maioria das tributárias não tem nome. (MOORE, 7ª ed.) Veias profundas As veias profundas acompanham todas as grandes artérias e seus ramos. Em vez de ocorrerem como uma veia única nos membros (embora muitas vezes sejam ilustradas e denominadas como uma veia única), as veias acompanhantes geralmente são pares, muitas vezes interconectadas, situadas ao lado da artéria que acompanham. Estão contidas na bainha vascular com a artéria, cujas pulsações também ajudam a comprimir e deslocar o sangue nas veias. (MOORE, 7ª ed.) INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA O termo insuficiência venosa se refere ao efeito fisiopatológico da hipertensão venosa persistente sobre a estrutura e a função do sistema venoso dos membros inferiores. A insuficiência venosa corresponde a um distúrbio vascular comum e está associada a alterações morfológicas e/ou funcionais e de longa duração. A doença pode ser assintomática ou apresentar sinais e sintomas diversos que necessitam de avaliação e tratamento adequado. A drenagem venosa é realizada a partir de um compartimento superficial e de um compartimento profundo, que se comunicam a partir das veias perfurantes. O compartimento superficial é formado por 2 veias principais, que estão localizadas no subcutâneo, superficiais à fáscia muscular profunda. A veia safena magna é a veia mais longa do corpo e se forma a partir do arco dorsal do pé e veia dorsal do hálux. Percorre anteriormente ao maléolo medial, ascendendo medialmente na perna e coxa, sendo responsável pela drenagem venosa dessa região. A safena magna se continua como veia femoral, em seguida ilíaca externa, que drena na ilíaca comum e, por fim, na veia cava inferior (VCI). Já a veia safena parva surge do arco venoso dorsal e veia dorsal do 5o dedo, passa posteriormente ao maléolo lateral, ascendendo lateralmente na perna e coxa e tributando na veia poplítea. A veia poplítea, ao passar pelo hiato dos adutores, passa a ser chamada de veia femoral, depois ilíaca APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina externa, que drena na ilíaca comum e, por fim, na VCI. Por sua vez, o compartimento profundo é formado normalmente por veias duplas, denominadas de acompanhantes, porque estão situadas ao lado das artérias que acompanham. Essas veias estão localizadas profundamente à fáscia muscular, podendo estar dentro dos músculos (intramuscular) ou entre eles (intermuscular). As veias plantares lateral e medial se continuam como veia tibial posterior. A veia tibial posterior se continua como veia poplítea, que ao passar pelo hiato dos adutores, torna-se a veia femoral (posterior à artéria femoral). Esta, ao passar pelo ligamento inguinal, passa a ser chamada de veia ilíaca externa, em seguida ilíaca comum e, por fim, drena na VCI. Já a veia dorsal do pé se continua como veia tibial anterior, veia poplítea, veia femoral, veia ilíaca externa e veia ilíaca comum, que tributa na VCI. EPIDEMIOLOGIA Aproximadamente 2 a 5 % da população mundial apresenta insuficiência venosa, e até 60% das veias se tornam varicosas, tendo relevância clínica. Nas mulheres, o quadro clínico costuma surgir de forma mais precoce, a partir dos 40 anos, enquanto na população masculina é mais comum a ocorrência a partir dos 70 anos. Outro ponto importante observado é que a taxa de prevalência da doença venosa crônica parece ser maior na população ocidental. Essa observação muito provavelmente está associada aos hábitos relacionados ao estilo de vida ocidental. FATORES DE RISCO Existem diversos fatores de risco para o desenvolvimento de uma insuficiência venosa crônica. Alguns deles são modificáveis, diminuindo o risco de o paciente desenvolver este distúrbio. Dentre os principais fatores, temos a idade avançada, sedentarismo, obesidade, sexo feminino, posição supina prolongada, tabagismo, gestação, hipertensão arterial, anticoncepcional oral e trauma em membros inferiores. Importante ressaltar que diversos estudos sugeriram um forte componente familiar associado à doença venosa crônica. Nesses estudos, pacientes com ambos os pais afetados apresentaram maior risco de desenvolver varizes. ETIOLOGIA A insuficiência venosa pode ter diversas etiologias: • Primária: nesses casos, a insuficiência venosa ocorre devido a uma incompetência das válvulas, determinada por um aumento fisiológico da pressão nas veias. Não se sabe exatamente a causa dessa hipertensão APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina venosa, dado que, o distúrbiosurge independentemente de outras doenças. • Secundária: está associada à doenças que aumentam a pressão venosa, como é o caso da Trombose Venosa Profunda (TVP), traumas ou alguma outra condição anatômica que esteja comprometendo a função das veias. • Superficial: quando há defeito nas válvulas venosas superficiais. • Profunda: associada à lesão das válvulas venosas do compartimento profundo. • Congênita: é identificada ao nascimento ou no decorrer da infância. Está associada a um defeito congênito das válvulas venosas. FISIOPATOLOGIA As veias possuem válvulas que, juntamente com a contração da musculatura esquelética da perna, direcionam o fluxo sanguíneo de distal para proximal e do compartimento profundo para o compartimento superficial. Assim, os dois principais determinantes do fluxo venoso são as válvulas e a bomba venosa. As válvulas venosas são geralmente bicúspides e se apresentam em maior quantidade a medida que a pressão hidrostática aumenta, ou seja, nas regiões mais distais. A finalidade é justamente superar os efeitos da gravidade quando os indivíduos se mantêm em posição supina. Ao promover um fluxo unidirecional a partir do fechamento passivo das suas valvas, as válvulas impedem que o sangue flua na direção oposta e, portanto, facilitam o seu retorno ao coração. A bomba venosa se refere a contração dos músculos da perna, que direciona o sangue para regiões proximais a partir do aumento da pressão subfascial em relação a pressão hidrostática das veias. A eficácia da bomba vai depender de uma contração muscular adequada e de valvas competentes. Assim, quando há uma função inadequada da bomba muscular, válvulas venosas incompetentes ou obstrução do fluxo venoso (secundária a trombose ou estenose venosa não trombótica, por exemplo), o paciente pode desenvolver um aumento da pressão venosa. Quando essa pressão alcança valores entre 60 a 90 mmHg, ou seja, 3x acima dos valores considerados normais, temos a chamada hipertensão venosa. A hipertensão venosa sustentada, com o tempo, é capaz de promover alterações anatômicas, fisiológicas e histológicas que estão associadas a insuficiência venosa crônica. APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina O aumento de pressão é transmitido de forma retrógrada para o sistema venoso superficial, levando a um enfraquecimento da parede venosa, resultando em uma dilatação anormal das veias na forma de telangiectasias ou varizes. Além disso, pode ser transmitido diretamente para o sistema capilar superficial. O refluxo aumenta a pressão hidrostática na veia, resultando na perda de líquido para o terceiro espaço e consequentemente leva a formação de edema. Ademais, a hipertensão venosa estimula a liberação de células inflamatórias na parede da veia e nas válvulas, induzindo uma resposta inflamatória local. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O principal sintoma referido pelos pacientes é o desconforto na região dos membros inferiores, que pode ser referido como dor ou sensação de peso. A dor geralmente é caracterizada como pulsátil ou em queimação, e pode ser generalizada ou localizada em veias específicas. Estão associadas ao comprometimento do fluxo sanguíneo. Contrariamente à isquemia causada pela insuficiência arterial, a insuficiência venosa leva à congestão tecidual, ao edema e, finalmente, ao comprometimento da nutrição dos tecidos. O edema é exacerbado pela permanência prolongada em pé. Pode ocorrer necrose dos depósitos de gordura subcutânea, seguida de atrofia cutânea, sendo ainda comum a presença de uma pigmentação marrom na pele, causada pelos depósitos de hemossiderina que resultam da degradação de hemácias. Pode haver insuficiência linfática secundária, com esclerose progressiva dos vasos linfáticos decorrente do aumento da demanda por remoção do líquido intersticial. Pessoas com insuficiência venosa de longa duração também podem apresentar enrijecimento da articulação do tornozelo, além de perda de massa e de força muscular. Outros sintomas incluem a fadiga e o prurido, que são ocasionados pela congestão venosa e pela liberação de histamina devido ao processo inflamatório local. Durante o exame físico, o principal achado são as telangiectasias que correspondem ao conjunto de vênulas dilatadas com menos de 1 mm de diâmetro, sendo mais comum em mulheres. Quando APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina essas veias dilatadas ultrapassam 3 mm de diâmetro passam a ser chamadas de varizes e costumam ter uma aparência tortuosa. Estas podem acometer, inclusive, as veias safenas. Na insuficiência venosa avançada, o comprometimento da nutrição tecidual causa dermatite por estase e desenvolvimento de úlceras por estase ou ulceração venosa. A dermatite por estase é caracterizada pela presença de uma pele fina, brilhante, marrom- azulada, com pigmentação irregular e descamação, sem suporte de tecidos subcutâneos subjacentes. Lesões menores levam a ulcerações relativamente indolores, mas de difícil cicatrização. A maior parte das lesões localiza-se medialmente, acima do tornozelo e na parte inferior da perna, com mais frequência logo acima do maléolo medial. A causa mais comum de úlceras nas pernas é a insuficiência venosa. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da insuficiência venosa é eminentemente clínico. Dessa forma, a obtenção de uma história clínica adequada, o que inclui investigar possíveis fatores de risco, tempo do surgimento dos sintomas e seus fatores de melhora e piora, associada aos achados do exame físico, pode ser suficiente para dar o diagnóstico do distúrbio venoso. Exames laboratoriais ou de imagem não são mandatórios, mas em alguns casos podem auxiliar no diagnóstico e reconhecer possíveis complicações da doença. Ultrassonografia (USG) com Doppler: pode ser útil para identificar uma obstrução e/ou incompetência valvar como a causa da hipertensão venosa. Em veias normais, ao aplicar uma pressão utilizando o transdutor, podemos observar um colabamento do vaso. Nos casos de veias trombosadas, elas não comprimem. Ao utilizar o doppler colorido, podemos identificar a presença e direção do fluxo sanguíneo e detectar refluxo. Entretanto, a USG não deve ser utilizada como procedimento de rotina, sendo indicada sobretudo nos casos de dúvida diagnóstica ou em pacientes que não respondem ao tratamento clínico padrão. Venografia, exame radiográfico da veia após injeção de contraste, e a ressonância magnética, por serem exames mais caros e menos disponíveis, são mais indicados para pacientes com sinais clínicos de insuficiência venosa, mas com achados normais ou duvidosos na ultrassonografia com Doppler. Os principais diagnósticos diferenciais incluem: • Celulite • Erisipela APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina • Neoplasia de pele (carcinoma basocelular ou espinocelular) • Úlcera diabética • Úlcera traumática • Manifestações dermatológicas de doenças sistêmicas CLASSIFICAÇÃO É recomendado utilizar a classificação CEAP para a estratificação dos pacientes com doença venosa crônica. Essa classificação, que substituiu amplamente as anteriores, é baseada nos sinais clínicos [C], etiologia [E], anatomia [A] e fisiopatologia [P]. Classificação clínica [C}, clinical signs: C0 Sem sinais visíveis ou palpáveis de doença venosa; C1 Telangiectasias e/ou veias reticulares C2 Veias varicosas C3 Veias varicosas mais Edema C4a Hiperpigmentação ou eczema C4b Lipodermatoesclerose ou atrofia branca C5 Úlcera venosa cicatrizada C6 Úlcera ativa Classe s Sintomático - dor, sensaçãode aperto, irritação da pele, sensação de peso, cãibras musculares, outras queixas atribuíveis a disfunção venosa Classe a Assintomático Classificação etiológica [E], etiology: Ec Congênita Ep Primária Es Adquirida ou secundária (Pós trombótica) En Sem causa definida Classificação anatômica [A, anatomic distribution]: As Veias superficiais Ad Veias profundas Ap Perfurantes An Localização não definida Classificação fisiopatológica [P], pathophysiology: Pr Refluxo Po Obstrução Pr, o Refluxo e obstrução Pn Sem fisiopatologia identificada Tabela 1: Classificação CEAP revisada em 2004 Apesar de ser reconhecidamente a mais difundida classificação sobre IVC, a classificação CEAP apresenta algumas limitações. Entre as principais, podemos citar a não adequação para ser utilizada como marcador da evolução dos tratamentos. Para tal finalidade existem outros sistemas de classificação como o Venous Clinical Severity Score (VCSS), que levam em conta parâmetros clínicos fornecidos pelos doentes e fatores objetivos determinados pelo avaliador, onde 10 parâmetros são pontuados de 0 a 3. APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina O VCSS fornece uma medida mais próxima da severidade da doença e seu impacto nas atividades de rotina e representa uma ferramenta útil para avaliar alterações após procedimentos para o tratamento e acompanhamento dos doentes TRATAMENTO O tratamento da insuficiência venosa, a princípio, é clínico para quase todos os pacientes e inclui medidas conservadoras, como a elevação dos membros, cuidados com a pele, exercícios e terapias de compressão. Ademais, é importante ficar atento aos fatores de risco, controlando aqueles que são modificáveis, como a obesidade, tabagismo, hipertensão e diabetes mellitus. Elevação dos membros: elevar os pés acima do nível do coração, por cerca 30 minutos, 3 a 4 vezes por dia, pode APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina diminuir a sintomatologia dos pacientes, bem como ajudar no processo de cicatrização das úlceras venosas. Cuidados com a pele: pacientes com distúrbios venosos apresentam uma predisposição para o surgimento de dermatites de contato ou de estase, que podem se manifestar com prurido, vermelhidão e alteração da pigmentação da pele. Assim, é importante manter o cuidado adequado da pele, que inclui a limpeza e o uso de emolientes para ajudar a manter a barreira intacta. Exercícios: como já vimos, a contração da musculatura da perna é um dos principais determinantes do fluxo venoso. Pacientes com insuficiência venosa comumente apresentam essa bomba venosa prejudicada. Assim, caminhadas diárias e exercícios simples, como a flexão do tornozelo enquanto estão sentados, são medidas acessíveis que podem melhorar os parâmetros hemodinâmicos dos pacientes e favorecer a cicatrização das úlceras. Terapias de compressão: a terapia com utilização de meias compressivas é o pilar do manejo clínico das doenças venosas crônicas. Essas meias fornecem um gradiente de pressão ao longo do seu comprimento, ampliando a velocidade do fluxo sanguíneo (a pressão é aplicada no tornozelo - em torno de 30-50mmHg -, e vai decrescendo proximamente). Os pacientes com varizes frequentemente relatam uma rápida melhora sintomática com o uso dessa terapia. Tratamento Cirúrgico O tratamento cirúrgico adicional deve ser indicado para aqueles pacientes refratários ao manejo clínico padrão ou que evoluam com complicações, como úlceras, infecções e trombose venosa. É importante também levar em consideração as expectativas do paciente e a chance de o tratamento ser benéfico e duradouro, seja em relação a questão estética ou sintomática. Ligadura da veia safena magna e safenectomia: pacientes que apresentam incompetência isolada da veia safena podem ser candidatos a ligadura do vaso na junção safenofemoral ou a ablação venosa superficial. Esse tratamento é benéfico porque reduz o volume venoso no membro e, portanto, os efeitos da hipertensão venosa. Escleroterapia e flebectomia: pacientes com veias superficiais dilatadas podem ser candidatos a escleroterapia do local ou a flebectomia (ressecção da veia), a depender da localização e do tamanho do vaso. As telangiectasias e veias reticulares podem ser tratadas com escleroterapia, diminuindo o risco de sangramento. Já as varizes maiores são tratadas melhor com a ressecção. APG 12: Insuficiência Venosa Crônica Débora Janaína UNIGRANRIO - Afya Medicina Após o procedimento cirúrgico, é importante que membro seja envolvido em um curativo compressivo a fim de evitar que os vasos remanescentes dilatem devido ao regime de hipertensão venosa da extremidade. Laser endovenoso/radioablação: o laser endovenoso consiste em uma técnica percutânea, minimamente invasiva, que utiliza a energia do laser para eliminar veias superficiais incompetentes. Pacientes com úlceras venosas, além da terapia de compressão, são tratados também com desbridamento. A remoção do tecido desvitalizado visa minimizar os riscos de infecção e auxiliar no processo de cicatrização da ferida, facilitando a formação do tecido de granulação e o processo de reepitelização. A utilização de curativos simples e não aderentes é um dos componentes importantes do cuidado com as úlceras venosas. Eles controlam o exsudato, mantêm o equilíbrio da umidade, controlam o odor e ajudam a controlar o quadro álgico. A reconstrução da ferida, quando indicada, pode ser feita utilizando enxertos ou retalhos. BIBLIOGRAFIA Grossman, Sheila C. Fisiopatologia/Sheila C. Grossman, Carol Mattson Porth; [tradução Carlos Henrique de Araújo Cosendey, Maiza Ritomy Ide, Mariângela Vidal Sampaio Fernandes e Sylvia Werdmüller von Elgg Roberto]. – 9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. https://sanarflix.sanar.com.br/aluno?_gl=1*1np6r4q *_ga*MTE3MjAyMDM3OC4xNjQ1MTIzMTQ4*_ga _Y6LEKXZD1K*MTY5NDY0NDMxNi40Ni4wLjE2OT Q2NDQzMTYuNjAuMC4w#/portal/sala- aula/5daafff24340d20011fb30bf/5efe54f7f07c0 d001accb68c/documento/63fd13177dddfb002be9a 97a
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