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APG S7P1- Ilana Maria Maia| 3 Período, Medicina , O membro inferior tem veias superfi- ciais e profundas, que ficam localizadas no tecido subcutâneo e na fáscia muscular respectivamente. A insuficiência venosa crônica é definida como uma anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma incompetência valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso. Pode afetar o sistema venoso superficial, o sistema venoso profundo ou ambos. Além disso, a disfunção venosa pode ser resultado de um distúrbio congênito ou pode ser adquirida. As veias da panturrilha, em associação com os tecidos circundantes, formam uma unidade funcional conhecida como bomba muscular ou coração periférico, ativamente atuante na drenagem do sangue venoso durante o exercício. → IVC agrupa quatro formas clínicas: as varizes primárias ou Insuficiência Venosa Sistema venoso MMII mmmmmmmmiiMMMII Conceito mmmmmmmmiiMMMII Fisiopatologia mmmmmmmmiiMMMI I APG S7P1- Ilana Maria Maia| 3 Período, Medicina essenciais, a síndrome póstrombótica (SPT), as varizes por angiodisplasias congênitas (Síndrome de Klippel-Trenaunay, síndrome de Parkes-Weber, síndrome de Bockenheimer) e as varizes por fístulas arteriovenosas adquiridas. Admite-se, hoje, que as varizes da gravidez constituem. Existem dois mecanismos para a hipertensão venosa: • 1° Mecanismo: Pressão hidrostática, relacionado à pressão da coluna de sangue do átrio direito. Em situações normais, o fluxo venoso corre, do sistema venoso superficial para o profundo, através de veias comunicantes com válvulas competentes, que impedem o retorno de sangue para as veias superficiais. A incompetência das válvulas do sistema venoso profundo e comunicante e o refluxo resultante causam hipertensão venosa8. A obstrução venosa, em pacientes que tiveram trombose venosa profunda, tende à recanalização em um período de três a seis meses. Após esse processo, ocorre a lesão das cúspides das válvulas venosas pelo processo trombótico e o conseqüente refluxo venoso. Com a presença do refluxo, no início do quadro, a musculatura da panturrilha tenta compensar a sobrecarga de volume das veias insuficientes, ejetando um volume de sangue maior. Com o agravamento do refluxo, a bomba torna-se insuficiente para promover uma redução cíclica da pressão de 100 mmHg para níveis de 0 a 30 mmHg. Instala-se, dessa forma, um quadro de hipertensão venosa crônica permanente, levando aos sinais e sintomas de IVC. • 2° Mecanismo: é dinâmico e está relacionado à musculatura da panturrilha, que exerce papel importante no retorno venoso. Essa bomba muscular, quando em perfeito funcionamento, comprime as veias profundas da panturrilha durante sua contração (os maiores reservatórios desse sistema são os capilares sinusóides soleares e gastrocnêmicos). A válvula distal da veia profunda e as válvulas das veias perfurantes fecham-se, e o sangue é ejetado em direção ao coração. Durante o relaxamento da panturrilha, produz-se uma enorme queda de pressão nas veias profundas, podendo atingir pressões negativas; fecha-se, então, a válvula proximal do eixo profundo. Dessa forma, a pressão venosa da rede superficial torna-se mais elevada do que a dos eixos profundos, e o sangue é aspirado em profundidade através das veias perfurantes. Assim, por meio de uma ação aspirante e compressora, reduz- se a pressão hidrostática venosa de um indivíduo, de 100 mmHg a valores de 0 a 30 mmHg, durante a deambulação. A bomba muscular, em um indivíduo sadio, ejeta o sangue de modo tão eficaz que reduz a pressão intravascular venosa a valores próximos de zero e é APG S7P1- Ilana Maria Maia| 3 Período, Medicina capaz de gerar pressões superiores a 200 mmHg. Para que essa bomba muscular funcione adequadamente, faz- se necessária a presença de veias de drenagem pérvias com válvulas competentes, musculatura eutônica e eutrófica, integridade neural e articulações livres. A disfunção da bomba muscular da panturrilha, associada ou não à disfunção valvular, também é responsável pela hipertensão venosa, levando a um acúmulo excessivo de líquido e de fibrinogênio no tecido subcutâneo, resultando em edema, lipodermatosclerose e, finalmente, ulceração8. A pressão venosa permanece elevada nos membros inferiores durante a deambulação, quando, em condições normais, deveria diminuir. Assim, os tecidos adjacentes são expostos a uma pressão venosa elevada continuamente, enquanto o paciente permanece com as pernas para baixo. Ainda permanece sem explicação por que essa pressão elevada leva à formação de úlceras nos membros inferiores. O edema secundário à hipertensão venosa pode ser um dos fatores. Todavia, pacientes com insuficiência cardíaca e/ou congestão hepática com edema de membros inferiores não desenvolvem as alterações de pele e úlceras características de pacientes com insuficiência venosa crônica9. Duas teorias tentam explicar essas mudanças que ocorrem em pacientes com IVC. A primeira argumenta que a pressão venosa elevada causa um aumento do tamanho do leito capilar e o alargamento dos poros intersticiais, permitindo um extravasamento de fibrinogênio através dos poros, o qual se polimeriza em fibrina. O depósito de fibrina leva à formação de manguitos que interferem na difusão de oxigênio e nutrientes, predispondo à formação de úlceras. • Varizes primárias ou essenciais; • Síndrome póstrombótica (SPT); • Varizes por angiodisplasias congênitas (Síndrome de Klippel-Trenaunay; • Síndrome de Parkes-Weber, síndrome de Bockenheimer); • Varizes por fístulas arteriovenosas adquiridas; • Varizes da gravidez. ➔ trauma no membro inferior afetado (risco de 2,4% de desenvolvimento de IVC); ➔ Tromboflebite (risco de desenvolvimento de IVC de 25,7%); ➔ Uma história familiar de varizes ou IVC (sugerindo um componente genético) também estava associada a um aumento na incidência. ➔ Idade ➔ Histórico familiar ➔ Sexo feminino (relacionado aos níveis do hormônio progesterona). ➔ Obesidade. ➔ Gravidez. Fatores de risco mmmmmmmmiiMMMI I Manifestações clinicas APG S7P1- Ilana Maria Maia| 3 Período, Medicina ➔ Trabalhos que exigem a mesma posição por horas (permanecer sentado ou em pé). ➔ Formigamento; ➔ Dor; ➔ Queimação; ➔ Câimbras musculares; ➔ Inchaço; ➔ Sensação de peso ou de latejamento; ➔ Prurido cutâneo; ➔ Pernas inquietas; ➔ Cansaço das pernas e fadiga. OBS: De forma geral tais sintomas tendem a se acentuar durante o dia, especialmente após longos períodos em ortostase e melhoram com a elevação dos membros. • Usar meias especiais para vasos e varizes. • Não permanecer sentado ou em pé por longos períodos. • Manter o peso ideal. • Praticar exercícios físicos. • Não fumar. • Seguir o tratamento e tomar a medicação recomendados pelo seu médico. Obs; piora fazer o inverso disso. ➔ Histórico do paciente: ajuda na diferenciação de varizes primárias, secundárias ou congênitas. Deverá ser questionado ao paciente para afastar causas secundárias: • Presença de tromboflebite ou TVP anterior; • Diagnóstico de trombofilia; • Traumatismo prévio; • Mulheres na pré-menopausa com veias varicosas devem ser questionadas sobre sintomas da síndrome de congestão pélvica (dor pélvica, sensação de peso, dispareunia).• Histórico familiar de varizes • Cirurgias ou procedimentos para tratar varizes prévios ➔ Exame físico: Recomenda-se avaliação clínica a procura dos sinais de IVC, preferencialmente com a exposição dos membros inferiores desde os pés até a virilha, mas também com a possibilidade de avaliar o abdome e região a genital em casos específicos. ➔ Inspeção: Observa-se a distribuição dos trajetos varicosos e a natureza das varizes, isto é, sua morfologia e sua localização. ➔ Palpação: Verifica-se o edema e o estado do tecido celular subcutâneo. Palpa-se os linfonodos e as varizes. ➔ Ausculta: De forma análoga, a ausculta de um sopro sobre trígono femoral durante uma expiração forçada (manobra de Valsalva) sugere a insuficiência do óstio da veia safena Magna ipsilateral. Sinais e sintomas Diagnóstico dhConceiHmmmmmmm miiMMMII Fator de melhora e piora piordhConceiHmmmmmm mmiiMMMII APG S7P1- Ilana Maria Maia| 3 Período, Medicina ➔ Diagnóstico complementar na doença venosa: • Ultrassom com Doppler (USD): a mais útil ferramenta diagnóstica inicial na abordagem de doenças venosas crônicas. Suas vantagens incluem ser um exame não- invasivo, poder ser repetido tantas vezes quanto necessário, reprodutível, permitindo tanto a avaliação anatômica do sistema vascular venoso, quanto sua fisiologia pela avaliação hemodinâmica do fluxo. • Fotopletismografia: O principio da fotopletismografia reside no reflexo luminoso desencadeado pelos vasos subdérmicos e sua variação de acordo com volume de sangue no vaso. • Flebografia: A indicação para o uso da flebografia em pacientes com varizes diminuiu significativamente com o advento da USD. Na avaliação das veias superficial, perfurantes e profundas, DUS é pelo menos tão confiável quanto a flebografia. • Angiotomografia venosa (TCV) e angiorressonancia venosa (RMV): Apesar dos grandes avanços nas técnicas de obtenção e reconstrução das imagens do sistema venoso com a utilização de ambos exames, seu emprego na doença venosa permanece restrito35 . Suas principais indicações ainda residem nos casos onde o USD não é conclusivo, em especial nos casos de estenose ou obstrução do segmento venoso iliacocava e insuficiência de veias gonadais em associação com varizes pélvicas. • Ultrassom intravascular (IVUS) : Realizado por punção venosa para a passagem do transdutor pela veia alvo, representa um exame invasivo, porem com bom potencial para a visualização de lesões do segmento iliacocava, particularmente estenoses relacionadas a Síndrome de May- Thurner / Cockett. ➔ Curativos e compressão: para o tratamento local da úlcera venosa. ➔ Medicações venoativas ou flebotômicas: A ação destas drogas inclui a diminuição da permeabilidade capilar, efeito linfocinético, menor apoptose das células endoteliais e uma ação anti inflamatória por diminuição da adesividade de células de defesa. ➔ Escleroterapia: o procedimento escleroterápico consiste na injeção de determinada substancia irritante ao endotélio vascular na luz de uma veia doente, incluindo veias tronculares com refluxo, varizes tributárias, veias reticulares e telangectasias. ➔ Laser transdérmico: O laser transdérmico pode ser uma alternativa em casos específicos (alergia ao esclerosante, fobia a agulhas, matting e falha na escleroterapia) no tratamento de telangectasias e veias reticulares dos membros inferiores, entretanto Tratamento dhConceiHmmmmmmm miiMMMII APG S7P1- Ilana Maria Maia| 3 Período, Medicina vem se mostrando constantemente menos eficiente que a escleroterapia, necessitando mais sessões para alcançar o resultado esperado e com um custo maio. ➔ Técnicas endovasculares: para o tratamento de veias de grande calibre Nas ultimas décadas vários métodos vem se apresentando como alternativas a cirurgia convencional com safenectomia e ressecção de tributárias. ➔ Tumescência perivenosa: A injeção de líquido, geralmente solução fisiológica que pode ser associada a outros agentes como anestésicos, corticoide, bicarbonato e adrenérgicos, tem por finalidade primária fornecer uma barreira a dissipação da energia térmica para as estruturas adjacentes às veias como pele e nervos, mais comumente ➔ Termoablação endovenosa com laser (EVLA) ou radiofrequência (RFA) : Estas são as mais utilizadas técnicas de tratamento das veias tronculares por acesso endovascular. Os passos são muito semelhantes e incluem cateterização venosa distal guiada por ultrassom, posicionamento da fibra alguns centímetros distal a junção safeno femoral, geralmente preservando a tributária mais superior (veia epigástrica superficial), tumescência perivenosa e ablação por retração da fibra utilizada. ➔ : Cirurgia convencional de veias tronculares: O tratamento cirúrgico se demonstrou superior em termos cosméticos e com melhora de sintomas atribuíveis a doença venosa quando comparado ao tratamento conservador169-172 . Vários estudos demonstraram que a ligadura da croça com safenectomia associada obteve resultados mais sólidos e duráveis que a ligadura isolada173-1. ➔ Tratamento das veias tributárias: A ressecção de veias tributárias insuficientes pode ser considerada uma terapia associada ao tratamento de veias tronculares181,182 ou um procedimento isolado183,184 para o tratamento do doente com insuficiência venosa crônica. ➔ : Veias perfurantes: A associação de perfurantes insuficientes e doença venosa, particularmente com úlceras, é bem estabelecida a mais de 100 anos189, e seu tratamento é amplamente aceito como uma forma eficiente de diminuir sintomas, agravamento da doença ou recidiva das eventuais úlceras190-195 . ➔ Tratamento das estenoses do segmento iliacocava: Quando se opta pelo tratamento de estenoses do segmento iliacocava, é amplamente aceito que tal tratamento tenha por primeira opção a dilatação percutânea com balão seguida pelo posicionamento de um stent auto expansível. ➔ : Varizes pélvicas: O refluxo das veias ovarianas e/ou das veias ilíacas internas e suas tributárias podem estar associadas a sintomas como dor pélvica, dispareunia e disúria e quando isto ocorre, podemos chamar essa associação de síndrome da congestão pélvica. Referências: 1-ALBERTI, Luiz Ronaldo et al. Relação entre exercício físico e insuficiência venosa crônica. Rev Med Minas Gerais, v. 20, n. 1, p. 30-5, 2010. APG S7P1- Ilana Maria Maia| 3 Período, Medicina 2-Eklöf B, Perrin M, Delis K,T, Rutherford RB, Gloviczky P. Updated terminology of chronic venous disorders: the VEINTERM transatlantic interdisciplinar consensus document. J Vasc Surg 2009;49: 498-501 3-FRANÇA, Luís Henrique Gil; TAVARES, Viviane. Insuficiência venosa crônica. Uma atualização. 2003. 4-MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. In: Anatomia orientada para a clínica. 2013. p. 1104-1104.
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