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ESTUDO CINESIOLÓGICO E BIOMECÂNICO DOS SEGMENTOS CORPORAIS

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DÉBORA CANTERGI
ESTUDO CINESIOLÓGICO E BIOMECÂNICO 
DOS SEGMENTOS CORPORAIS
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
MEMBROS SUPERIORES ������������������������������� 5
Cintura escapular ������������������������������������������������������������������ 5
Ombro ������������������������������������������������������������������������������������ 8
Cotovelo ������������������������������������������������������������������������������� 11
Punho e mão ����������������������������������������������������������������������� 15
COLUNA VERTEBRAL ����������������������������������18
MEMBROS INFERIORES �������������������������������22
Quadril ��������������������������������������������������������������������������������� 22
Joelho ���������������������������������������������������������������������������������� 24
Tornozelo ����������������������������������������������������������������������������� 26
ANÁLISE DA MARCHA ���������������������������������29
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������38
2
INTRODUÇÃO
As principais articulações que realizam o movimen-
to do corpo humano são a coluna vertebral e as 
articulações do membro superior: ombro, cotovelo, 
punho e mão, e as articulações do membro inferior: 
quadril, joelho, tornozelo e pés� Ombro e quadril são 
as articulações mais móveis do corpo humano, 
realizando movimentos nos três eixos possíveis� 
Joelho e cotovelo se movimentam em apenas um 
eixo� Punho e tornozelo se movimentam em dois 
eixos principais� E mãos e pés são constituídos por 
muitas articulações, que apresentam diferentes 
graus de movimento�
A cinesiologia se ocupa da relação entre os mús-
culos e o movimento� Em um primeiro momento, 
uma análise cinesiológica identifica todos os 
músculos que causam um movimento observado 
em determinada articulação� Mas, como sabemos, 
muitos músculos têm mais de uma função e a 
continuidade da análise está em identificar quais 
serão os músculos neutralizadores que devem ser 
ativados até termos apenas o movimento desejado 
acontecendo� O conhecimento mais importante 
para iniciar essa análise é conhecer os músculos 
agonistas de cada movimento�
De um ponto de vista biomecânico, o interesse é 
no comportamento das articulações durante o mo-
3
vimento, além da interação do corpo humano com 
as forças externas� A marcha é um dos principais 
objetos de estudo da biomecânica, com informa-
ções cinemáticas e cinéticas bem documentadas, 
conforme estudaremos a seguir�
4
MEMBROS SUPERIORES
Fazem parte dos membros superiores a cintura 
escapular, ombro, cotovelo, punho e mão� Anali-
semos cada um deles� 
CINTURA ESCAPULAR
A cintura escapular ou cíngulo do membro superior 
é formado por três ossos: clavícula, escápula e 
esterno� A principal função da cintura escapular é 
servir como fixação para os músculos que movi-
mentam o braço e o antebraço (VAN de GRAAFF, 
2003)� Observemos: 
Figura 1: Cintura escapular�
Fonte: https://commons�wikimedia�org/wiki/
File:Pectoral_girdle_front_diagram_gl�svg�
5
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pectoral_girdle_front_diagram_gl.svg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pectoral_girdle_front_diagram_gl.svg
Os movimentos da cintura escapular são elevação 
e abaixamento, protusão e retração, e rotações 
superior e inferior, conforme demonstrados na 
figura a seguir:
Figura 2: Movimentos da escápula�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 112�
6
Elevação/abaixamento e protrusão/retração são 
movimentos predominantemente lineares� Na ele-
vação/abaixamento o deslocamento é na direção 
vertical e na protrusão/retração o deslocamento é 
na direção horizontal� Na rotação superior e inferior, 
a escápula gira ao redor do eixo anteroposterior� 
Na primeira, o ângulo inferior da escápula gira 
na direção oposta da linha média do corpo, já na 
segunda, na rotação inferior, o ângulo inferior da 
escápula gira na direção da linha média do corpo� 
A literatura também menciona a inclinação da es-
cápula� Quando ela acontece, a parte superior da 
escápula se inclina anteriormente e a parte inferior 
se inclina posteriormente (LIPPERT, 2018)� Veja na 
tabela a seguir quais os músculos que realizam 
cada movimento da escápula:
Tabela 1: Músculos agonistas dos movimentos da 
escápula
Ação Músculos
Retração Trapézio transversa 
Romboides
Protusão Serrátil anterior
Peitoral menor
Elevação Trapézio descendente
Levantador da escápula
Romboides
Abaixamento Trapézio ascendente
Peitoral menor
Rotação Superior Trapézio descendente
Trapézio ascendente
Serrátil anterior
7
Rotação inferior Romboides
Levantador da escápula
Peitoral menor
Inclinação Peitoral menor
Fonte: LIPPERT, 2018�
OMBRO
O ombro é a articulação mais móvel do corpo hu-
mano� No ombro, a cabeça do úmero se articula 
com a cavidade glenoidal da escápula� Ele tem três 
graus de liberdade, isso quer dizer que ele pode se 
mover nos três planos anatômicos� Por causa da 
grande mobilidade dessa articulação, ela apresenta 
menor estabilidade�
O ombro realiza os movimentos de flexão e ex-
tensão no plano sagital, abdução e adução no 
plano frontal e rotação medial e lateral no plano 
horizontal. Quando o ombro está flexionado, ele 
também realiza a abdução e adução horizontal� 
Além disso, o ombro pode fazer circundução, 
que é a combinação dos movimentos de flexão/
extensão e abdução/adução do ombro� É possível 
ainda encontrarmos menção à flexão/extensão 
ou adução/abdução no plano escapular� Esse 
movimento, acontece com o elevar dos braços 
passando um pouco à frente do plano frontal� Em 
uma elevação de 180º, o ombro estará com cerca 
8
de 30º de adução horizontal� Observemos alguns 
exemplos na imagem a seguir: 
Figura 3: Movimentos do ombro�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 116� (Adaptado)
9
Analise na tabela a seguir quais os músculos que 
realizam cada movimento do ombro:
Tabela 2: Músculos agonistas dos movimentos do ombro�
Ação Músculos
Flexão Deltoide clavicular
Peitoral maior clavicular
Extensão Deltoide espinal
Latíssimo do dorso
Redondo maior
Peitoral maior interno costal
Hiperextensão Latíssimo do dorso
Deltoide espinal
Abdução Deltoide
Supraespinal
Adução Peitoral maior
Redondo maior
Latíssimo do dorso
Abdução horizontal Deltoide espinal
Infraespinal
Redondo menor
Adução horizontal Peitoral maior
Deltoide clavicular
Rotação lateral Infraespinal
Redondo menor
Deltoide espinal
Rotação medial Latíssimo do dorso
Redondo maior
Subescapular
Peitoral maior
Deltoide clavicular
Fonte: LIPPERT, 2018�
Os movimentos da cintura escapular e do ombro 
estão relacionados� No início dos movimentos 
do ombro nos diferentes planos, a escápula não 
10
se movimenta, mas a partir de uma determinada 
amplitude, a escápula acompanha o movimento� 
Essa relação é conhecida como ritmo escapulou-
meral. Na tabela a seguir, podemos verificar qual 
movimento da escápula acontece juntamente com 
cada movimento do ombro:
Tabela 3: Ritmo escapuloumeral
Ação do ombro Ação da escápula
Flexão Rotação superior; protusão
Extensão Rotação inferior; retração
Hiperextensão Inclinação escapular
Abdução Rotação superior
Adução Rotação inferior
Abdução horizontal Protusão
Adução horizontal Retração
Rotação lateral Retração
Rotação medial Protusão
Fonte: LIPPERT, 2018�
COTOVELO
O cotovelo inclui duas articulações� O que chama-
mos de cotovelo é a articulação entre o úmero e 
os ossos do antebraço – radio e ulna� Esses dois 
ossos também se articulam, e essa articulação é 
chamada radioulnar� A articulação do cotovelo rea-
liza somente os movimentos de flexão e extensão. 
11
Figura 4: Movimentos do cotovelo�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 130� (Adaptado)
A articulação entre a ulna e o rádio realiza o 
movimento de pronação e supinação, quando a 
porção distal do rádio se move ao redor da ulna� 
Observemos nas figuras a seguir:
12
Figura 5: Movimento da articulação radioulnar�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 130� (Adaptado)13
Figura 6: Movimento do rádio ao redor da ulna�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 131� (Adaptado)
Agora, verifiquemos na tabela a seguir quais os 
músculos que realizam cada movimento do cotovelo:
14
Tabela 4: Músculos agonistas dos movimentos do 
cotovelo�
Ação Músculos
Flexão Bíceps braquial
Braquial
Braquiorradial
Extensão Tríceps braquial
Pronação Pronador redondo
Pronador quadrado
Supinação Bíceps braquial
Supinador
Fonte: LIPPERT, 2018�
PUNHO E MÃO
O punho articula as porções distais do rádio e da 
ulna com os ossos do carpo� Ele pode realizar os 
movimentos de flexão/extensão e adução/abdução, 
conforme apresentada na figura a seguir: 
15
Figura 7: Movimentos do punho�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 143� (Adaptado)
Com isso, verifiquemos na tabela a seguir quais os 
músculos que realizam cada movimento do punho:
Tabela 5: Músculos agonistas dos movimentos do punho�
Ação Músculos
Flexão Flexor radial do carpo
Flexor ulnar do carpo
Extensão Extensor radial longo do carpo
Extensor radial curto do carpo
Extensor ulnar do carpo
Abdução Flexor radial do carpo
Extensor radial longo do carpo
16
Ação Músculos
Abdução Flexor ulnar do carpo
Extensor ulnar do carpo
Fonte: LIPPERT, 2018�
17
COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é o eixo longitudinal do corpo� 
Ela é composta por diversas vertebras e seus mo-
vimentos acontecem a partir da combinação entre 
elas� A coluna movimenta os três planos, realizando 
flexão/extensão, flexão lateral e rotaçao.
18
Figura 8: Movimentos da coluna�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 187� (Adaptado)
19
Desse modo, verifique na tabela a seguir quais os 
músculos que realizam cada movimento da coluna:
Tabela 6: Músculos agonistas dos movimentos da coluna�
Ação Torácica/Lombar Cervical
Flexão Reto do abdome
Oblíquo externo do abdome
Oblíquo interno do abdome
Esternocleidomas-
tóideo
Flexão Reto do abdome
Oblíquo externo do abdome
Oblíquo interno do abdome
Esternocleidomas-
tóideo
Extensão Eretor da espinha
Transversoespinais
Interespinais
Esplênio da cabeça
Esplênio do 
pescoço
Eretor da espinha
Transversoespinais
Interespinais
Flexão 
lateral
Quadrado lobar
Eretor da espinha
Oblíquo interno do abdome
Oblíquo externo do abdome
Intertransversários
Esternocleidomas-
tóideo
Esplênio da cabeça
Esplênio do 
pescoço
Escalenos
Eretor da espinha
Intertransversários
Rotação 
mesmo 
lado
Oblíquo interno do abdome Esplênio da cabeça
Esplênio do 
pescoço
Rotação 
lado 
oposto
Oblíquo externo do abdome
Transversoespinais
Esternocleidomas-
tóideo
transversoespinais
Fonte: LIPPERT, 2018�
A parte distal da coluna é constituída pelo sacro e 
cóccix, que se articulam com os ossos do quadril 
para formar a pelve� As articulações entre os os-
20
sos da pelve não apresentam grande quantidade 
de movimento, mas ela distribui as forças entre a 
coluna e o quadril, movendo-se pela relação entre 
esses segmentos� Os movimentos da pelve são: 
inclinação anterior e posterior e lateral e rotação, 
quando o peso é sustentado apenas de um lado 
do corpo� Os movimentos do quadril e da coluna 
que conjuntamente realizam essas ações são 
descritos na tabela a seguir:
Tabela 7: Movimentos da pelve�
Pelve Coluna Quadril
Inclinação anterior Hiperextensão Flexão
Inclinação 
posterior
Flexão Hiperextensão
Inclinação lateral Flexão lateral (lado 
apoio)
Adução lado de 
sustentação 
Abdução lato livre 
Rotação anterior Rotação lado 
oposto
Rotação medial 
lado sustentação
Rotação posterior Rotação lato 
oposto
Rotação lateral 
lado livre
Fonte: LIPPERT, 2018�
21
MEMBROS INFERIORES
Os membros inferiores são constituídos pela pelve, 
coxa, perna e pé� As articulações da coxa, joelho 
e tornozelo, além das articulações do pé, que mo-
vimentam os membros inferiores�
QUADRIL
O quadril é articulado pela cabeça do fêmur e a 
pelve pelo acetábulo� Assim como o ombro, o 
quadril pode se movimentar em três eixos por uma 
articulação bastante estável, com menor amplitude 
de movimento em comparação� Podem ser reali-
zados movimentos de flexão/extensão, adução/
abdução e rotação medial/lateral� Observemos na 
figura a seguir:
22
Figura 9: Movimentos do quadril�
Fonte: LIPPERT, 2018, 232� (Adaptado)
Considerando a imagem apresentada, verifique na 
tabela a seguir quais os músculos que realizam 
cada movimento do quadril:
Tabela 8: Músculos agonistas dos movimentos do quadril�
Ação Músculos
Flexão Reto femoral
Iliopsoas
Pectíneo
Extensão Glúteo máximo
Semitendinoso
Semimembranoso
Bíceps femoral (cabeça longa)
Hiperextensão Glúteo máximo
23
Ação Músculos
Abdução Glúteo médio
Glúteo mínimo
Adução Pectíneo
Adutor longo
Adutor curto
Adutor magno
Grácil
Rotação lateral Glúteo máximo
Obturador externo
Obturador interno
Quadrado femoral
Piriforme
Gêmeo superior
Gêmeo inferior
Rotação medial Glúteo mínimo
Fonte: LIPPERT, 2018�
JOELHO
A articulação do joelho é formada pelos ossos 
fêmur e tíbia e também é relevante para a articu-
lação da patela, que, apesar de se articular apenas 
com o fêmur, é importante para o movimento do 
joelho� A patela aumenta a vantagem mecânica 
do músculo quadríceps, ao aumentar e direcio-
nar o seu braço de alavanca, além de proteger a 
articulação do joelho, que realiza os movimentos 
de flexão e extensão. E, quando flexionado, pode 
realizar também abdução e adução�
24
Figura 10: Movimentos do joelho�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 252� (Adaptado)
Observe na tabela a seguir quais os músculos que 
realizam os movimentos do joelho:
Tabela 9: Músculos agonistas dos movimentos do joelho�
Ação Músculos
Flexão Semimembranáceo
Semitendinoso
Bíceps femoral
Poplíteo
Gastrocnêmios
Extensão Reto femoral
Vasto lateral
Vasto medial
Vasto intermédio
Fonte: LIPPERT, 2018�
25
TORNOZELO
Os principais movimentos do tornozelo são flexão 
plantar/dorsiflexão, inversão/eversão e adução/
abdução. A flexão plantar e dorsiflexão são equiva-
lentes a flexão e extensão das outras articulações, 
acontecendo no plano sagital� Inversão e eversão, 
é a elevação das margens medial e lateral do pé, 
respectivamente, que acontece no plano frontal� 
Juntamente com a inversão/eversão acontece 
em menor escala a adução (com a inversão) e 
abdução (com a eversão) do pé� Observemos na 
figura abaixo:
26
Figura 11: Movimentos do pé�
Fonte: LIPPERT, 2018, p� 270� (Adaptado)
Agora, observemos na tabela a seguir quais os 
músculos que realizam os movimentos do tornozelo:
27
Tabela 10: Músculos agonistas dos movimentos do 
tornozelo�
Ação Músculos
Flexão plantar Gastrocnemios
Sóleo
Dorsiflexão Gastrocnemios
Sóleo
Inversão Tibial anterior
Tibial posterior
Eversão Fibular longo
Fibular curto
Fonte: LIPPERT, 2018�
28
ANÁLISE DA MARCHA
A marcha, ou caminhada, é a principal forma de 
locomoção humana� As principais articulações do 
corpo interagem para realizar a marcha, em especial 
as articulações do membro inferior, envolvendo a 
alternância sequencial de apoio entre os pés� 
O ciclo completo da marcha inclui um período de 
contato de cada um dos pés� Observando cada pé 
separadamente, o período em contato é chamado 
de fase de apoio e o período de ausência de contato 
é chamado de fase de balanço� Utilizando a perna 
direita como referência, a fase de apoio inicia-se 
no primeiro contato do pé direito no solo e termina 
quando o pé direito sai do solo� 
Já a fase de balanço começa quando o contato 
do pé direito com o solo cessa até o pé voltar a 
tocar o solo� O ciclo completo, a partir do contato 
de um pé até esse mesmo pé iniciar o novo con-
tato, é chamado passada� Uma passada envolve 
um passo de cada pé� Passo é o período entre o 
contato de um pé até o contato do outro pé, con-
forme observamos na figura a seguir: 
29
Figura 12: Fases da marcha�
Fonte: FERREIRA, A�R�; GOIS, J�A�, 2018, p� 12
O período de apoio na marcha dura cerca de ses-
senta por cento do ciclo para um pé, incluindo as 
fases de apoio duplo e apoio simples� Analisemos 
na tabela a seguir as fases da marcha; 
Tabela 11: Fases da marcha�
Fa
se
 d
e 
apoi
o
Contato inicial Primeiro contato do pé com o solo
Resposta à 
carga
Calcanhar se acomoda no solo receben-
do o peso do corpo
Apoio médio Apoio unipodal, com o peso do corpo 
distribuído no pé
Apoio final Transferência do peso para a parte 
anterior do pé
Pré-balanço Final do apoio duplo, com transferência 
do peso para o outro pé para o início da 
fase de balanço
30
Fa
se
 d
e 
ba
la
nç
o
Balanço inicial Do instante que termina o contato com 
o solo até o pé em balanço alinhar-se 
com o pé que está em apoio
Balanço 
médio
Período em que a tíbia do pé de balanço 
está na orientação vertical
Balanço final Do momento em que a tíbia sai da orien-
tação vertical até o contato inicial do pé 
com o solo�
Fonte: VAUGHAN et al�, 1999, p� 9� (Adaptado)
Quadril, joelho e tornozelo são as principais articula-
ções da marcha e foram extensivamente avaliadas 
com ferramentas cinemáticas� No quadril, o principal 
movimento que acontece durante a marcha é de 
flexão-extensão, mas adução-abdução e rotação 
também estão presentes� Flexão-extensão é o 
principal movimento realizado pelo joelho� A arti-
culação do tornozelo também faz esse movimento 
e as articulações do pé se ajustam em resposta 
às características do terreno�
31
Figura 13: Ângulos articulares durante a marcha (valores 
positivos correspondem a flexão/dorsiflexão).
Flex=flexão, ext = extensão, d-flex = dorsiflexão, 
p=flex = flexão plantar; CI = contato inicial; FO = final 
32
apoio do pé oposto; EC = elevação do calcanhar; 
IO = início apoio do pé oposto; TO = halux oposto; 
PA = pés alinhados; TV = tíbia vertical;
Fonte: WHITTLE, 2007, p� 59 (Adaptado)
Uma análise cinética da marcha indica que a prin-
cipal força externa atuando no corpo humano é a 
força de reação do solo, ou seja, a resposta do solo 
à força de gravidade (conforme a terceira lei do 
movimento de Newton)� O principal componente 
de força de reação do solo durante a marcha é a 
força vertical, correspondendo ao peso do indivíduo� 
Observando a curva da força de reação vertical do 
solo (obtida para apenas um dos pés com o auxílio 
de uma plataforma de força), é possível identificar 
as fases da marcha� Nas fases de apoio simples, 
todo o peso do corpo é suportado por apenas um 
pé, logo a plataforma registra valores próximos da 
linha do peso corporal� Já nas fases de duplo apoio, 
o peso corporal está dividido entre os dois pés e 
os valores registrados na plataforma representam 
cerca de metade do peso corporal�
A curva da força vertical na plataforma de força 
apresenta dois picos e um vale� O primeiro pico é 
observado no início do apoio, durante a recepção de 
peso. O segundo pico acontece no final do período 
do apoio e mostra o impulso para o próximo passo� 
Já o vale acontece durante o período de apoio médio�
33
A força anteroposterior tem magnitude bem menor, 
mas apresenta informações importantes� No eixo 
anteroposterior percebemos a propulsão da marcha, 
ou seja, como o pé empurra o solo para projetar 
o corpo à frente� O contrário acontece na fase de 
resposta à carga, quando a força anteroposterior 
é negativa, pois a velocidade do pé de apoio está 
diminuindo� No eixo médio-lateral as forças de re-
ação registradas são próximas de zero� Elas estão 
relacionadas a variabilidade no posicionamento 
dos pés. Observemos na figura a seguir:
Figura 14: Força de reação do solo durante a marcha�
Linha do Peso
Corporal (PC)
Ciclo da Marcha (%)
0
-0.5
0.5
1.5
1
0
20 40 60 80 100
FR
S 
(P
C) força vertical 
médo-lateral 
anteroposterior
Legenda: força vertical = linha contínua; anteroposterior 
=linha tracejada; médo-lateral = linha pontilhada
Fonte: BARELA E DUARTE, 2011�
34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse e-book entendemos que os membros su-
periores são compostos pela cintura escapular, 
ombro, cotovelo, punho e mão� A principal função 
da cintura escapular é servir como fixação para os 
músculos que movimentam o braço e o antebraço e 
que seus movimentos são elevação e abaixamento, 
protusão e retração, e rotações superior e inferior�
Também compreendemos que o ombro é a arti-
culação mais móvel do corpo humano� No ombro, 
a cabeça do úmero se articula com a cavidade 
glenoidal da escápula� Ele tem três graus de li-
berdade, isso quer dizer que ele pode se mover 
nos três planos anatômicos� Por causa da grande 
mobilidade dessa articulação, ela apresenta menor 
estabilidade� O ombro realiza os movimentos de 
flexão e extensão no plano sagital, abdução e adu-
ção no plano frontal e rotação medial e lateral no 
plano horizontal. Quando o ombro está flexionado 
ele também realiza a abdução e adução horizontal� 
Entendemos ainda, que os movimentos da cintura 
escapular e do ombro estão relacionados� No início 
dos movimentos do ombro nos diferentes planos, 
a escápula não se movimenta, mas a partir de uma 
determinada amplitude, a escápula acompanha o 
movimento� Essa relação é conhecida como ritmo 
escapuloumeral� 
35
Conhecemos as duas articulações que compõem 
o cotovelo, que é a articulação entre o úmero e 
os ossos do antebraço – radio e ulna� Esses dois 
ossos também se articulam, e essa articulação 
é chamada radioulnar� A articulação do cotovelo 
realiza somente os movimentos de flexão e exten-
são e a articulação entre a ulna e o rádio realiza 
o movimento de pronação e supinação, quando a 
porção distal do rádio se move ao redor da ulna� 
Compreendemos que a coluna vertebral é o eixo 
longitudinal do corpo� Composta por diversas 
vertebras, seus movimentos acontecem a partir da 
combinação de movimentos entre elas� A coluna 
se movimenta nos três planos, realizando flexão/
extensão, flexão lateral e rotaçao. 
Já em relação aos membros inferiores, entendemos 
que são compostos pela pelve, coxa, perna e pés� 
As articulações da coxa, joelho e tornozelo, além 
das articulações do pé, movimentam o membro 
inferior� 
Além disso, entendemos que a marcha, ou cami-
nhada, é a principal forma de locomoção humana 
e que seu ciclo completo inclui um período de 
contato de cada um dos pés� Observando cada pé 
separadamente, o período em contato é chamado 
de fase de apoio e o período de ausência de contato 
é chamado de fase de balanço� 
36
Quadril, joelho e tornozelo são as principais articula-
ções da marcha e foram extensivamente avaliadas 
com ferramentas cinemáticas� No quadril, o principal 
movimento que acontece durante a marcha é de 
flexão-extensão, mas adução-abdução e rotação 
também estão presentes� 
Por fim, entendemos a partir de uma análise cinética 
da marcha, que a principal força externa atuando 
no corpo humano é a força de reação do solo, ou 
seja, a resposta do solo à força de gravidade�
37
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
BARELA, A� M� F�; DUARTE, M� Utilização da 
plataforma de força para aquisição de dados 
cinéticos durante a marcha humana� Brazilian 
Journal of Motor Behavior, Vol� 6, No� 1, 56-61, 
2010�
FERREIRA, A� R�; GOIS, J� A� Análise da 
cinemática e dinâmica da marcha humana� 
Instituto Militar de Engenharia� Rio de Janeiro: 
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