Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução Na presença de adenomas hipofisários secretores de TSH (TSHomas), a secreção de TSH é autônoma e refratária ao feedback negativo dos altos níveis circulantes de hormônios da tireoide (secreção inapropriada de TSH). Portanto, TSH é responsável pela hiperestimulação da glândula tireoide e a consequente hipersecreção de T4 e T3,1–4 conduzindo assim a uma forma particular de hipertireoidismo denominada “hipertireoidismo central”. O uso rotineiro de ensaios imunométricos ultrassensíveis para a medição de TSH, juntamente com a medição de T4 livre e T3 livre circulantes (FT4 e FT3), melhorou significativamente o diagnóstico de TSHomas, permitindo o reconhecimento dos pacientes com a secreção de TSH não suprimido na presença de altos níveis de FT4 e FT3. Esses achados bioquímicos também são registrados em pacientes com resistência aos hormônios tireoidianos (RHT).5 A importância clínica dessas entidades raras baseia-se nos desafios diagnósticos e terapêuticos que apresentam. Incapacidade de reconhecer esses diferentes transtornos pode resultar em consequências dramáticas, como a ablação inadequada da tireoide em pacientes com hipertireoidismo central ou cirurgia hipofisária desnecessária naqueles com RHT. Por outro lado, o diagnóstico precoce e o tratamento correto dos TSHomas podem prevenir a ocorrência de complicações neurológicas e endocrinológicas, como defeitos visuais por compressão do quiasma óptico, cefaleia e hipopituitarismo, além de melhorar a taxa de cura. Epidemiologia TSHomas são uma doença rara,2 embora o número de casos notificados tenha triplicado na última década. Esse aumento da incidência de TSHomas foi confirmado por dados recentes obtidos a partir do Registro Sueco de Hipófise, demonstrando um aumento da incidência de TSHomas ao longo do tempo (de 0,05 por 1 milhão por ano entre 1990 e 1994 para 0,26 por 1 milhão por ano entre 2005 e 2009). A prevalência nacional em 2010 foi de 2,8 por 1 milhão de habitantes.6 A frequência de adenomas “mistos” (TSH/GH, TSH/PRL e TSH/LH/FSH) é responsável por cerca de 30% dos casos. Até recentemente, havia cerca de 450 casos registrados na literatura (Quadro 10.1). Manifestações clínicas A maioria dos pacientes com TSHoma apresentam sinais e sintomas de hipertireoidismo, perda de visão, defeitos do campo visual e/ou perda da função da hipófise anterior que estão relacionados com a compressão do adenoma nas estruturas anatômicas circundantes (Figura 10.1). TSHomas podem ser diagnosticados em qualquer idade e, em contraste com as doenças da tireoide file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(131).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(131).html#bib4 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(131).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(131).html#bib2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(131).html#bib6 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Text/chapter10.html#ch10tab1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Text/chapter10.html#ch10fig1 Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição
Compartilhar