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Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6 Edição_Parte195

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Introdução
Na presença de adenomas hipofisários secretores de TSH (TSHomas), a secreção de TSH é autônoma e refratária ao feedback
negativo dos altos níveis circulantes de hormônios da tireoide (secreção inapropriada de TSH). Portanto, TSH é responsável pela
hiperestimulação da glândula tireoide e a consequente hipersecreção de T4 e T3,1–4 conduzindo assim a uma forma particular de
hipertireoidismo denominada “hipertireoidismo central”. O uso rotineiro de ensaios imunométricos ultrassensíveis para a
medição de TSH, juntamente com a medição de T4 livre e T3 livre circulantes (FT4 e FT3), melhorou significativamente o
diagnóstico de TSHomas, permitindo o reconhecimento dos pacientes com a secreção de TSH não suprimido na presença de
altos níveis de FT4 e FT3. Esses achados bioquímicos também são registrados em pacientes com resistência aos hormônios
tireoidianos (RHT).5 A importância clínica dessas entidades raras baseia-se nos desafios diagnósticos e terapêuticos que
apresentam. Incapacidade de reconhecer esses diferentes transtornos pode resultar em consequências dramáticas, como a ablação
inadequada da tireoide em pacientes com hipertireoidismo central ou cirurgia hipofisária desnecessária naqueles com RHT. Por
outro lado, o diagnóstico precoce e o tratamento correto dos TSHomas podem prevenir a ocorrência de complicações
neurológicas e endocrinológicas, como defeitos visuais por compressão do quiasma óptico, cefaleia e hipopituitarismo, além de
melhorar a taxa de cura.
Epidemiologia
TSHomas são uma doença rara,2 embora o número de casos notificados tenha triplicado na última década. Esse aumento da
incidência de TSHomas foi confirmado por dados recentes obtidos a partir do Registro Sueco de Hipófise, demonstrando um
aumento da incidência de TSHomas ao longo do tempo (de 0,05 por 1 milhão por ano entre 1990 e 1994 para 0,26 por 1 milhão
por ano entre 2005 e 2009). A prevalência nacional em 2010 foi de 2,8 por 1 milhão de habitantes.6 A frequência de adenomas
“mistos” (TSH/GH, TSH/PRL e TSH/LH/FSH) é responsável por cerca de 30% dos casos. Até recentemente, havia cerca de 450
casos registrados na literatura (Quadro 10.1).
Manifestações clínicas
A maioria dos pacientes com TSHoma apresentam sinais e sintomas de hipertireoidismo, perda de visão, defeitos do campo
visual e/ou perda da função da hipófise anterior que estão relacionados com a compressão do adenoma nas estruturas anatômicas
circundantes (Figura 10.1). TSHomas podem ser diagnosticados em qualquer idade e, em contraste com as doenças da tireoide
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