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Introdução Os tumores da hipófise são responsáveis por 10 a 15% das neoplasias intracranianas. Frequentemente a indução e a manutenção da gestação nas mulheres portadoras dos mesmos constituem um desafio. O progresso na terapia hormonal para restauração da fertilidade e nos tratamentos clínico e cirúrgico para adenomas hipofisários tem tornado a gravidez uma realidade cada vez mais presente. O período gravídico-puerperal normal é caracterizado por inúmeras alterações hormonais no eixo hipotalâmico-hipofisário. Portanto, doenças que afetam o eixo podem ser um risco para a gestação, para seu desfecho e para a saúde do concepto. Dessa forma, tanto a gestante que desenvolve alteração hipofisária durante a gravidez quanto a paciente portadora de adenoma hipofisário que engravida se enquadram como portadoras de gestação de alto risco e devem ter uma assistência perinatal adequada, a fim de minimizar as complicações e otimizar os resultados na gestante, no feto e/ou no recém-nascido. Em pacientes portadoras de adenoma hipofisário, o planejamento da gestação e a obtenção do controle da doença antes da concepção são estratégias que devem ser priorizadas a fim de minimizar potenciais complicações no período gravídico- puerperal. Prolactinoma e gestação A principal causa patológica de hiperprolactinemia é o adenoma secretor de prolactina (PRL), o prolactinoma, que é o tumor hipofisário mais prevalente, correspondendo a cerca de 40% dos casos.1–3 Adicionalmente, uma recente metanálise, considerando achados de necropsia não selecionados e de ressonância magnética (RM), revelou uma prevalência de adenomas hipofisários em torno de 16%, sendo os prolactinomas responsáveis por 51% dos casos.4 A prevalência de prolactinomas é cerca de 10 vezes maior nas mulheres, principalmente entre as 3a e 4a décadas de vida, sendo portanto uma causa importante de infertilidade. A hiperprolactinemia causa hipogonadismo hipogonadotrófico, principalmente por inibir a secreção pulsátil do GnRH, apresentando também ação ovariana direta, levando à inibição da esteroidogênese gonadal. Como resultado, essas pacientes podem apresentar galactorreia, amenorreia, anovulação e, consequentemente, infertilidade.1,4 A terapia medicamentosa com agonista dopaminérgico (DA), cabergolina (CAB) e bromocriptina (BCR) é considerada de primeira linha no tratamento dessas pacientes, restaurando a fertilidade na maioria dos casos e normalizando os níveis de PRL em 80 a 90% das pacientes, permitindo assim a gestação.5–7 A cirurgia transesfenoidal também pode levar à remissão na maioria das pacientes, principalmente nas portadoras de microprolactinoma, sendo indicada em casos particulares.8 Não obstante, a 9,10 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib3 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib4 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib4 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib7 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib8 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib9 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(133).html#bib10 Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição
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