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Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6 Edição_Parte204

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Introdução
Os tumores da hipófise são responsáveis por 10 a 15% das neoplasias intracranianas. Frequentemente a indução e a
manutenção da gestação nas mulheres portadoras dos mesmos constituem um desafio. O progresso na terapia hormonal para
restauração da fertilidade e nos tratamentos clínico e cirúrgico para adenomas hipofisários tem tornado a gravidez uma realidade
cada vez mais presente.
O período gravídico-puerperal normal é caracterizado por inúmeras alterações hormonais no eixo hipotalâmico-hipofisário.
Portanto, doenças que afetam o eixo podem ser um risco para a gestação, para seu desfecho e para a saúde do concepto. Dessa
forma, tanto a gestante que desenvolve alteração hipofisária durante a gravidez quanto a paciente portadora de adenoma
hipofisário que engravida se enquadram como portadoras de gestação de alto risco e devem ter uma assistência perinatal
adequada, a fim de minimizar as complicações e otimizar os resultados na gestante, no feto e/ou no recém-nascido.
Em pacientes portadoras de adenoma hipofisário, o planejamento da gestação e a obtenção do controle da doença antes da
concepção são estratégias que devem ser priorizadas a fim de minimizar potenciais complicações no período gravídico-
puerperal.
Prolactinoma e gestação
A principal causa patológica de hiperprolactinemia é o adenoma secretor de prolactina (PRL), o prolactinoma, que é o tumor
hipofisário mais prevalente, correspondendo a cerca de 40% dos casos.1–3 Adicionalmente, uma recente metanálise,
considerando achados de necropsia não selecionados e de ressonância magnética (RM), revelou uma prevalência de adenomas
hipofisários em torno de 16%, sendo os prolactinomas responsáveis por 51% dos casos.4 A prevalência de prolactinomas é cerca
de 10 vezes maior nas mulheres, principalmente entre as 3a e 4a décadas de vida, sendo portanto uma causa importante de
infertilidade.
A hiperprolactinemia causa hipogonadismo hipogonadotrófico, principalmente por inibir a secreção pulsátil do GnRH,
apresentando também ação ovariana direta, levando à inibição da esteroidogênese gonadal. Como resultado, essas pacientes
podem apresentar galactorreia, amenorreia, anovulação e, consequentemente, infertilidade.1,4
A terapia medicamentosa com agonista dopaminérgico (DA), cabergolina (CAB) e bromocriptina (BCR) é considerada de
primeira linha no tratamento dessas pacientes, restaurando a fertilidade na maioria dos casos e normalizando os níveis de PRL
em 80 a 90% das pacientes, permitindo assim a gestação.5–7 A cirurgia transesfenoidal também pode levar à remissão na maioria
das pacientes, principalmente nas portadoras de microprolactinoma, sendo indicada em casos particulares.8 Não obstante, a
9,10
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	Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição

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