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Introdução A doença de Graves (DG) é um distúrbio autoimune que resulta da estimulação do receptor da tireotropina (TSH) por autoanticorpos.1 É a causa mais frequente de hipertireoidismo em crianças. Sua frequência aumenta com a idade, atingindo o pico na adolescência.2 São causas de tireotoxicose transitória: as tireoidites aguda, subaguda ou linfocítica crônica e a administração aguda ou crônica de hormônios tireoidianos e/ou iodetos. A síndrome de McCune-Albright e as mutações do gene do receptor do TSH (germinativas e somáticas) podem estar associadas a hiperplasia difusa da tireoide e a nódulos tóxicos, sendo causas raras de tireotoxicose. Os tumores hipofisários secretores de TSH e a resistência aos hormônios tireoidianos também devem ser citados como causas raras de tireotoxicose (Quadro 33.1).2 Este capítulo se concentrará no manuseio da doença de Graves na infância e do hipertireoidismo durante os períodos fetal e neonatal. Doença de Graves A DG é uma doença rara em crianças, correspondendo a apenas 1 a 5% de todos os pacientes com DG.3 Como a maioria dos outros distúrbios da tireoide, a DG é muito mais frequente no sexo feminino. A incidência de DG aumentou nas últimas décadas.4,5 A DG é mais frequente em crianças com outras doenças autoimunes ou com síndromes associadas a doenças autoimunes, como as síndromes de Turner, Down ou Di George, e em crianças com história familiar de doença autoimune da tireoide.6–8 Patogênese A patogênese da DG permanece incerta. Acredita-se que resulte de uma interação complexa de fatores genéticos (hereditariedade), ambientais e o sistema imunológico. Por motivos desconhecidos, o sistema imunológico produz um anticorpo contra o receptor do TSH (TSHR), chamado de TRAb. Ocorre, então, estimulação da tireoide, que passa a produzir excesso de seus hormônios. A suscetibilidade genética para a doença é poligênica. A DG parece estar associada ao gene do antígeno de leucócitos humanos (HLA), ao gene do antígeno-4 dos linfócitos T citotóxicos (CTLA-4) e ao gene da tirosina linfoide fosfatase (PTPN22). Dados de estudos e a maior prevalência da doença de Graves em parentes de primeiro grau sugerem que cerca de 80% da suscetibilidade à DG seja determinada por fatores genéticos, e 20%, por influência ambiental.9–11 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Text/chapter33.html#ch33tab1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib3 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib4 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib6 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib8 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib9 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(181).html#bib11 Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição
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