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FARMACOS QUE AFETAM O CORAÇÃO

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As doenças cardiovasculares são consideradas um problema de saúde pública 
devido à alta taxa de mortalidade. No entanto, quando o organismo é acometido 
por cardiopatias, pode-se intervir de maneira farmacológica para amenizar, 
prevenir e tratar os sintomas e deficiências ocasionadas pela patologia. 
A insuficiência cardíaca (IC) é caracterizada pela falência ou incapacidade do 
coração em bombear sangue suficiente para suprir o organismo, reduzindo da 
contratilidade do miocárdio. Nos idosos, essa cardiopatia é causa frequente de 
hospitalização e sua incidência aumenta com a idade, principalmente após os 60 
anos. O tratamento da IC no idoso deve ser avaliado cuidadosamente devido 
aos inúmeros problemas de saúde que podem aparecer durante o 
envelhecimento. 
Antes de prosseguir com o desafio a seguir, utilize as representações 3D 
fornecidas para revisar a anatomia do coração. Observe os componentes da 
estrutura externa dele, em que é possível perceber seu formato e a disposição 
das câmaras cardíacas e dos vasos da base. Também pode recordar a estrutura 
interna do órgão, com suas câmaras, valvas atrioventriculares e demais partes. 
Aqui você vai encontrar ainda um modelo de bombeamento cardíaco, 
demonstrando como deve ser a coordenação entre átrios e ventrículos. 
Agora, leia com atenção o desafio e responda o que se pede. 
Você trabalha em uma equipe de saúde que atende uma gestante com 
insuficiência cardíaca descompensada. 
A insuficiência cardíaca descompensada (ICD) pode apresentar-se de forma 
aguda ou como exacerbação de quadros crônicos e, na maioria das formas de 
ICD, a perfusão tecidual inapropriada ocorre em consequência da redução do 
débito cardíaco. Os sinais e sintomas de ICD podem se apresentar por disfunção 
sistólica, disfunção diastólica ou ambas e de um ou de ambos os ventrículos. 
Diante do exposto, responda: 
a) Quais aspectos devem ser considerados na escolha do tratamento dessa 
paciente? 
b) Quais os fármacos de escolha no tratamento da ICD? 
c) Descreva os riscos que o tratamento pode apresentar. 
RESPOSTA 
a) Quais aspectos devem ser considerados na escolha do tratamento dessa 
paciente? 
A grande maioria dos fármacos em uso na cardiologia atravessa a barreira 
placentária e sua ação obstétrica ou no concepto depende da concentração 
plasmática do fármaco, da idade gestacional e da duração da exposição. De 
forma geral, o uso de fármacos no 1º trimestre da gravidez deve ser evitado. 
Durante a gravidez, diversos aspectos sobre o tratamento farmacológico devem 
ser considerados como: a sobrecarga de volume própria da gestação, a idade 
gestacional, o grau de desenvolvimento do concepto, a farmacocinética e a 
toxicidade das drogas, sua influência na dinâmica uterina, seus efeitos adversos 
no fluxo placentário, passagem pelo leite materno e sua ação no lactente. 
b) Quais os fármacos de escolha no tratamento da ICD? 
O tratamento inicial de escolha é à base de digitais. A digoxina pode ser 
administrada em doses de 0,25mg a 0,50mg/dia. Os diuréticos como furosemida, 
nas doses de 40-60mg/dia, e vasodilatadores como hidralazina, na dose média 
de 75mg/ dia, associada a nitratos, na dose de 30mg/dia. A reposição de 
potássio deve ser realizada. Na fase de manutenção do tratamento, o uso de 
diurético deve ser cauteloso e administrado nas doses mínimas para o 
reestabelecimento do quadro clínico. Em casos resistentes ao tratamento 
anterior, devem-se utilizar simpaticomiméticos como a dobutamina e/ou 
dopamina, associados ao nitroprussiato de sódio na dose mínima efetiva, devido 
ao risco progressivo de intoxicação do concepto com cianeto. 
c) Descreva os riscos que o tratamento pode apresentar. 
Durante a gravidez, a administração de algumas drogas (como a ergotamina) em 
mães em período de amamentação pode causar toxicidade ao bebê, enquanto 
a administração de outros medicamentos (como a digoxina) tem pouco efeito. A 
digoxina é contraindicada em pacientes que apresentam bloqueio AV de 
segundo grau Mobitz II e terceiro grau, doença do nó sinusal sem proteção de 
marca-passo e em síndromes de pré-excitação. O fármaco deve ser 
administrado com cuidado em idosos, portadores de disfunção renal e pacientes 
com baixo peso. Geralmente, pacientes em uso de digoxina apresentam 
distúrbios gastrointestinais (anorexia, náuseas e vômitos), neurológicos 
(confusão mental, xantopsia) ou cardiovasculares (bloqueios atrioventriculares, 
extra-sístoles ventriculares polimórficas frequentes ou, mais especificamente, 
taquicardia atrial com BAV variável). Em relação à classe dos diuréticos, a 
Furosemida apresenta risco C, e não há estudos que comprovem o seu efeito 
durante a gravidez, mas seu uso deve ser evitado, pois o medicamento passa 
para o leite materno, inibindo a lactação. A hidralazina é um anti-hipertensivo 
simpaticolítico e vasodilatador arterial que atravessa a placenta, mas não há 
relato de defeitos fetais quando usada no primeiro trimestre.

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