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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E SOLOS (DEAS) HIDROLOGIA E MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL: EQUAÇÃO DE PICKING Beatriz Almeida de Andrade e Natália Santos Pereira Graduandas Gilmara C. M. Braga Docente VITÓRIA DA CONQUISTA - BA SETEMBRO - 2022 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E SOLOS (DEAS) HIDROLOGIA E MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL: EQUAÇÃO DE PICKING Atividade apresentada para a disciplina de Hidrologia e Manejo de Bacias Hidrográficas como parte das exigências do plano de curso da disciplina do curso de Engenharia florestal, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Beatriz Almeida de Andrade e Natália Santos Pereira Graduandas Gilmara C. M. Braga Docente VITÓRIA DA CONQUISTA - BA SETEMBRO - 2022 O escoamento superficial consiste no processo de movimento da água sobre a superfície do solo e é parte integrante do ciclo hidrológico. Este processo pode acarretar em consequências negativas para o meio ambiente, pois a este pode estar associado a erosão hídrica, que além de reduzir a camada mais fértil do solo, também leva consigo corretivos, fertilizantes e defensivos agrícolas, que, além dos prejuízos ambientais, promove ainda financeiros para a atividade agrícola. Uma maneira de se reduzir as consequências associadas ao escoamento superficial é através da sua adequada estimativa, o que permite planejar meios de diminuir a vazão escoada ou de conter este escoamento, amenizando, assim, os problemas gerados por este processo. Existem diversos métodos para estimar o escoamento superficial. O método racional parte do princípio básico de que a vazão máxima, provocada por uma chuva de intensidade uniforme e constante, ocorre quando todas as partes da bacia contribuem simultaneamente com escoamento na seção de deságue. O tempo necessário para que isso aconteça, medida a partir do início da chuva, é denominado tempo de concentração. Entretanto, esta consideração ignora a complexidade real do processo de escoamento superficial, desprezando tanto o armazenamento de água na bacia quanto às variações da intensidade de precipitação e do coeficiente de escoamento superficial durante a precipitação. O método racional está, portanto, fundamentado nos princípios básicos de que as precipitações deverão ter alta intensidade e curta duração, sendo a vazão máxima de escoamento superficial aquela que ocorre quando a duração da chuva for igual à tc, situação em que toda a área da bacia deverá contribuir com escoamento superficial na seção de deságue. Ao considerar esta igualdade, admite-se que a bacia é suficientemente pequena para que esta situação ocorra. Em pequenas bacias, a condição crítica ocorre devido às precipitações convectivas, que possuem pequena duração e grande intensidade. Portanto, a chuva deve ter duração suficiente para que toda a bacia contribua com escoamento superficial na seção de deságue. A consideração de precipitações com duração superior a tc causaria, também, a redução da vazão máxima, pois, a tendência natural da intensidade da chuva é decrescer com o aumento da duração da precipitação considerada. O método não considera que, num tempo inferior a tc, embora nem toda a área esteja contribuindo com escoamento superficial, a intensidade maior da precipitação pode sobrepujar este fato e causar uma vazão de escoamento superficial maior do que aquela com duração igual à tc. Além disso, a precipitação com duração igual à tc ocorre, uniformemente, ao longo de toda a bacia. Ademais, dentro de um curto período de tempo, a variação na taxa de infiltração não deverá ser grande. Geralmente assume-se que, durante o evento extremo, o solo encontra-se saturado e, portanto, com taxa de infiltração da água no solo igual à taxa de infiltração estável, o que corresponde à condição mais desfavorável. Outro fator importante a ser considerado é a adoção de um coeficiente único de perdas, denominado coeficiente de escoamento superficial, estimado com base nas características da bacia. No entanto, ao final, não permite-se caracterizar o volume de escoamento superficial produzido e a distribuição temporal das vazões. O método racional, baseado na equação de Picking visa estimar a vazão máxima do escoamento, possibilitando a obtenção da lâmina escoada. Embora seja um método que não envolva grande complexidade de cálculo, a existência de um sistema computacional que execute tais cálculos trará benefícios para os profissionais da área, pois minimizará o tempo de obtenção das estimativas e possibilitará uma análise mais detalhada dos valores calculados. De acordo com Lança (2000), os dados de comprimento e declividade são suficientes para o cálculo através do método de Picking, conforme a representação da equação a seguir: Fórmula de Picking Onde: Tc - tempo de concentração em minutos L - estirão em Km. I - Declividade equivalente constante em m/m Segundo o "Bureau of Reclamation of U.S.A ", tempo de concentração (Tc) é o tempo necessário para que toda a área da bacia contribua para o escoamento superficial na secção de saída. Em pequenas bacias, o que é o caso, o tempo de concentração é o tempo após o qual todos os pontos dela estão a contribuir para o escoamento e após o qual este escoamento permanece constante enquanto a chuva for constante. Os fatores que influenciam o Tc de uma bacia hidrográfica são, principalmente, a sua forma, a declividade média, o tipo de cobertura vegetal, o comprimento e a declividade do curso principal e afluentes, a distância horizontal entre o ponto mais afastado da bacia e sua saída, as condições do solo em que a bacia se encontra no início da chuva e, também, o valor do tempo de concentração. ccEsse método é considerado empírico, pois é possível observar que há uma grande variação entre os resultados. Dentre as equações mais utilizadas por apresentarem resultados satisfatórios para um grande número de bacias, destaca-se a equação da Califórnia Highways and Public Works, que é uma adaptação da equação de Kirpich. Segundo Pinto et al. (1976) no estudo das equações de Picking, Ven Te Chow e do California Highways and Public Works, observaram uma razoável concordância entre as mesmas, enfatizando a dificuldade que há em determinar qual a expressão que dará melhores resultados. Referências: SILVA, J. M. A. Metodologia para obtenção do hidrograma de escoamento superficial em encostas e canais. Parte II: modelo computacional e análise de sensibilidade. Engenharia Agrícola, p.704, 2006. SILVEIRA, A. L. L. Desempenho de fórmulas de tempo de concentração em bacias urbanas e rurais. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v.10, n.1, p.5-23, 2005. TUCCI, C. E. M. Parâmetros do hidrograma unitário para bacias urbanas brasileiras. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, p. 195. 2003.y ANÁLISE DO TEMPO DE CONCENTRAÇÃO EM FUNÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS EM BACIAS URBANAS. Bruno Aragão Martins de Araújo¹ ; Cleiton da Silva Silveira² ; Jackeline Lucas Souza²; José Valmir Farias Maia Júnior³ ; Francisco Augusto Ferreira Almeida³ ; Ticiana Marinho de Carvalho Studart. ESTIMATIVA DO TEMPO DE CONCENTRAÇÃO DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA: COMPARAÇÃO ENTRE METODOLOGIAS WINKLER, Antoniony Severo¹ ; TEIXEIRA, Cláudia Fernanda Almeida² ; DAMÉ, Rita de Cássia Fraga² ; WINKE, Luis Otávio Ledebuhr¹ IFSULDEMNIAS - Campus Inconfidentes. TOLEDO DEL PINO, M.A.I. Hidrologia. Disponível em: <Apresentação do PowerPoint (ifsuldeminas.edu.br)>. Acesso em 23 de Setembro de 2022. https://intranet.ifs.ifsuldeminas.edu.br/miguel.toledo/Hidrologia/Cap%C3%ADtulo%2004%20-%20Escoamento.pdf
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