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LOGÍSTICA INTERNACIONAL AULA 4 Prof. João Marcos Andrade 2 CONVERSA INICIAL Para abordarmos o tema Transporte, é compreensível que muitos ainda insistam em defender a teoria de que esse evento é a logística em si. Nossa pretensão com essa frase de impacto logo no início é apresentar conteúdo técnico que defende a existência e a importância do transporte como um meio da logística, uma etapa, um evento, e não a logística por si só, (falando especificamente do transporte). Ao considerarmos o Supply Chain (cadeia de suprimentos) na logística, compreendemos que se trata de todo o processo desde a fabricação do produto até sua disponibilização ao consumidor final, seja este uma empresa ou adquirente particular como pessoa física. Portanto, o transporte faz parte da cadeia logística em uma integração do Supply Chain Management, que seria o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, por isso necessitamos compreender que, embora o transporte seja realmente, com muita probabilidade, o principal elo da cadeia, não pode ser denominado como a logística em sua essência. Dessa forma, abre-se essa abordagem sobre o transporte na logística internacional, inserindo-o como um importantíssimo membro dos presentes na logística integrada ou não, sempre considerando que a distribuição de materiais, produtos, bens, equipamentos e serviços não se faz sem o transporte, tornando, portanto, essa abordagem fundamental para a compreensão macro da sua presença na logística Segundo Luiz Augusto Tagliacollo Silva, O entendimento de Logística numa cadeia de abastecimento de importação e exportação deve transpor princípios gerenciais de performance de custos e fatores inerentes a tempo, qualidade e espaço, preocupando-se com fatores estratégicos para tornar essa movimentação de produtos um processo em que se possa agregar vantagens competitivas (SILVA, 2013, p. 177). CONTEXTUALIZANDO Os dados históricos constantes para abordagem dos transportes na cadeia logística datam de muitos séculos atrás, principalmente quando o assunto é a história. 3 A comprovação da importância dos transportes bem como da essência da logística pode ser comprovada em aspectos históricos há praticamente mais de dois mil anos a.C. na antiga Babilônia, quando o rei Salomão, ao promover o Templo de Jerusalém (Israel), necessitou “importar” produtos como madeira especial, dentre outras riquezas naturais, para construção, e, desse modo, requisitou que navios mercantes da época o servissem com o transporte, e, em troca tanto às compras de produtos quanto aos serviços de transportes dos navios, havia um intercâmbio de riquezas sendo essa a moeda de troca e de pagamento pelos serviços logísticos da época. Esse contexto histórico trouxe à luz a compreensão de que, cada vez mais, a necessidade pelos transportes torna-se presente em todos os elos da cadeia econômica, desde pequenas até gigantescas aquisições ao redor do planeta. Emprestamos as ideias do professor Léo Tadeu Robles e da professora Marisa Nobre, em sua obra pela editora Intersaberes, publicada em São Paulo em 2015, sendo essa inclusive a literatura oficial desta disciplina com um conteúdo técnico em nível de excelência tanto pela junção dos temas nesse livro, quanto pela organização metodológica, a qual auxilia muito os interessados em obter conhecimento técnico da área de logística, por meio de uma leitura atual e muito dinâmica, focada nos conceitos do dia a dia dos profissionais da logística. Com isso, convidamos você, então, para análise e leitura da exposição feita pelos professores na obra supracitada. Segundo Dr. Léo Tadeu Robles e Maria Marisa Nobre (2015), Transporte pode ser definido, de forma simples, como o meio de movimentação de estoques ao longo das cadeias de suprimentos pelo modal utilizado por uma empresa, ou seja, terrestre (rodoviário, ferroviário e dutoviário); aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre) ou aéreo. No Brasil, considera-se que a matriz de transporte está desbalanceada pela concentração acentuada no modal rodoviário, que segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no ano de 2005 foi de 58% da movimentação de cargas medida em t.km, cabendo ao modo ferroviário 25%, ao aquaviário (fluvial e cabotagem) 13%, dutoviário e aéreo 4%. Essa participação elevada pode ser explicada pela concentração da atividade econômica brasileira na Região Sudeste do país e numa faixa de até 400 km do litoral, pela disponibilidade ampla em comparação com outros modais da malha rodoviária brasileira. No entanto, no comércio exterior brasileiro, segundo dados do MDIC (2013), é o transporte marítimo que se sobressai e em 2012, na exportação, foi responsável por 96,1% da movimentação das cargas 4 em volume e 83,5% em valor (US$ FOB); nas importações, por 89,4% em volume e 75,4% em valor, evidenciando a importância do modal para a economia brasileira. Ainda segundo os professores, “A escolha do modo transporte tem como fatores específicos distâncias, volume ou tamanho dos lotes”, as características e densidades da carga (granel sólido ou líquido, carga conteinerizada e cargas especiais ou de projeto) e suas especificidades, por exemplo, resfriadas, congeladas, alimentos, químicas e de movimentação perigosa, “facilidades de acondicionamento, facilidades de manuseio, etc.” (Tadeu; Nobre, 2015). Além disso, há de se considerar condições de disponibilidade de infraestrutura e, no caso do comércio internacional, a condição geográfica. Desse modo, as empresas, no seu planejamento de transportes, devem ter em mente a: “Disponibilidade: Capacidade de cada modal em atender as entregas prontamente, sendo o modal rodoviário o melhor qualificado ao oferecer o serviço porta a porta (door-to-door)”, (Tadeu; Nobre, 2015), o qual representa sua principal vantagem ao evitar transbordos e manuseios adicionais de embalagens e cargas. Velocidade: Tempo de trânsito em uma rota, desde a origem ao ponto de destino. O aéreo é o mais rápido de todos os modais. “Confiabilidade: Habilidade de entregar no tempo declarado e acordado, de maneira satisfatória” (Tadeu; Nobre, 2015). Os dutos têm melhor destaque nessa característica na elação tempo de trânsito (transit time) e índice falhas ou avarias. “Capacidade: Possibilidade do modal de transporte lidar com qualquer tipo e quantidade de carga.” (Tadeu; Nobre, 2015). O transporte aquaviário é o de mais destaque. Frequência: Quantidade de movimentações programadas e realizadas por período de tempo. Os dutos se sobressaem por seu tempo contínuo. Segundo Ballou, citado por Tadeu e Nobre (2015), A escolha do modal de transporte considera ainda a custos menores; a existências de economias de escala; agilidade e flexibilidade dos processos de movimentação e de correção de eventos não programados; menor quantidade de avarias; maior segurança no transporte e no manuseio da carga; padronização na unidade de carga transportada; menor tempo de operação e a distância a ser percorrida. 5 Ainda nas palavras de Tadeu e Nobre (2015), Na logística internacional, o modal de transporte obedece ainda a restrições geográficas, ou seja, no caso do Brasil, o modo terrestre está restrito aos países lindeiros da América do Sul, assim como, a embalagem ou a falta dela (produtos a granel) determinam a escolha do modal. PESQUISE Tendo observado a importante contribuição da literatura dos professores Léo Tadeu Robles e Marisa Nobre, podemos expandir o leque de possibilidades de estudo e pesquisa, convidando-os a uma aproximação maior ao tema, orientando sobre uma busca por artigos e reportagens independentemente do veículo de comunicação, mas que sejam matérias específicas na condução do tema transporte na logística. Esse convite à buscapor dados informativos a respeito dos transportes permite que sejamos ávidos pela excelência do assunto, o qual tem uma considerável relevância no dia a dia dos operadores de logística, independentemente da área em que você estiver atuando. TEMA 1: A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL DO TRANSPORTE É muito sereno mencionar que a logística também faz parte de um contexto de meio ambiente, ou seja, também tem suas responsabilidades para com a máxima preservação ambiental possível. Quando falamos de transportes, por exemplo, estamos diretamente associando essa prática à geração de resíduos de combustíveis lançados na atmosfera, os quais geram efeitos negativos em diversas esferas da natureza, sem mencionar os acidentes ocasionados por veículos transportadores de mercadorias, os quais, dependendo dos portes dos acidentes, podem causar danos irreparáveis. Com isso, é fundamental compreender que a manutenção de frotas de veículos sempre em dia, seguindo as normas dos fabricantes, pode ajudar no processo de busca pela segurança ecológica em prol do planeta. Devido às manifestações de preocupação com o meio ambiente, principalmente com uma maior ênfase a partir do Evento ECO 92, realizado no Rio de Janeiro, onde foram reunidas várias lideranças mundiais em prol da busca por soluções quanto à redução de emissão de poluentes, foram desenvolvidas nas organizações mundiais necessárias observações mais 6 sérias quanto a suas práticas operacionais que ocasionassem degradação ambiental, e na indústria naval não foi diferente, uma vez que os fabricante de navios, os chamados estaleiros, exigem dos fornecedores de motores de navios que sejam feitas adequações aos mecanismos de queima de combustível (bunker), a fim de que a poluição diminua em escala proporcional de forma que, no futuro próximo, a emissão de poluentes pelos motores dos navios construídos a partir dos anos 2000 passe a ser cada vez menor, inclusive por exigência da própria ONU, que companha a questão climática no mundo com muito envolvimento. Já em relação às questões legais, quando o assunto é o transporte de cargas perigosas, a variação das regras ocorre por modal; por exemplo, no modal aéreo a Internacional Air Transport Association (IATA) define as regras para o transporte sempre com a máxima observação quanto à segurança à vida humana em primeiro lugar e, em seguida, aos reflexos ao meio ambiente que podem advir de possíveis incidentes durante os transportes. Para o modal marítimo, há as regras internacionais definidas pela própria ONU, que estabelece critérios rígidos seguidos no Brasil pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário (ANTAQ), por meio da Resolução n° 2.239/2011, e com maior evidência no Decreto n° 4.236/2002, que dispõe claramente sobre a questão ambiental. Podemos considerar também a Lei n° 9.966/2000, que define diretrizes em casos de ocorrências de danos ambientais durante o transporte de cargas perigosas. Para o modal rodoviário, o transporte de cargas perigosas é regido pela Lei n° 10.233/2001, a qual apresenta as demais correlacionadas à prática dessa natureza de serviço. Solicitamos sua atenção para a compilação de dados extraídos de fontes públicas na Internet, os quais abordam com bastante ênfase a questão da responsabilidade ambiental das empresas praticantes de transporte. Segundo o site Busvision, Podemos entender como responsabilidade ambiental as ações (individuais e coletivas) que podem ser adotadas no âmbito da sociedade, do poder público ou da iniciativa privada, com o objetivo de manter a sustentabilidade ambiental em todos os processos. Vale destacar que, a partir dessas iniciativas, percebe-se tanto resultados imediatos como de médio e 7 longo prazos que são positivos não só para a qualidade ambiental como também para a qualidade de vida das pessoas e da economia. E foi pensando sobre o assunto que resolvemos analisar, neste post, de que maneira essas ações de responsabilidade ambiental podem ser adotadas pelas empresas de transportes e quais benefícios podem trazer. Acompanhe: O impacto no meio ambiente Por mais que proporcione uma infinidade de benefícios para a sociedade, fato é que a atividade de transporte também gera impactos ambientais bastante significativos. De modo geral, podemos defini-los como sendo os geradores de poluição: Atmosférica, pela emissão de gases; Sonora, causada pelos ruídos dos motores; Hídrica, pela contaminação da água por lubrificantes, combustíveis, materiais de limpeza e assim por diante; Do solo, pelos mesmos contaminantes da água, além de resíduos das atividades administrativas e de manutenção. A legislação ambiental As leis e normas ambientais que regulam o transporte no Brasil têm como ponto de partida o artigo 225 da Constituição Federal, sendo que elas ainda devem estar de acordo com a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) ou lei de número 6.938, de 1981, com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ou lei de número 12.305, de 2010, e com as normativas do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e do IBAMA. Também devem ser respeitadas as resoluções da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), com destaque para as resoluções de números 420, de 2004, e 3.665, de 2011, que regulamentam o transporte de materiais perigosos. E além das decisões federais, os órgãos ambientais de cada Estado também têm autonomia para regular o transporte em seu território, considerando casos específicos de cargas e demais normas e regulamentos estaduais para o setor. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320110405154556.pdf https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=217095 8 As ações sustentáveis Grande parte dos impactos gerados por qualquer atividade tem origem direta ou indireta no desperdício de materiais, no uso equivocado de equipamentos, na falta de manutenção, no descumprimento de normas e em comportamentos individuais e coletivos incompatíveis. Corrigir esses desvios resulta na redução ou mesmo na eliminação da geração de tais impactos, além de representar aumento na eficiência dos processos e economia de recursos nas operações. Na prática, os procedimentos de redução ou de eliminação dos impactos ambientais gerados por uma empresa de transporte pedem uma análise específica para cada caso, a fim de estabelecer uma política empresarial para o meio ambiente que seja compatível com a legislação e com as boas práticas. Mas, mesmo antes de tudo isso, medidas bastante simples podem ser adotadas. É possível, por exemplo, dar atenção permanente à manutenção dos veículos, com o objetivo de aproveitar melhor o consumo dos combustíveis e evitar os desgaste de peças. Também é recomendado treinar periodicamente os funcionários, a fim de evitar desperdícios e poder ser mais rigoroso quanto ao cumprimento de normas e procedimentos. A empresa também pode planejar a reposição de veículos, adquirindo modelos mais eficientes, que adotem combustíveis de fontes renováveis ou até híbridos ou elétricos. Adequar as oficinas e áreas de lavação às normas ambientais também é uma boa pedida. Outra ação bastante eficiente consiste em promover programas continuados de educação ambiental junto a todos os funcionários, visando alinhá-los à política ambiental da empresa. Os benefícios Quando uma empresa está alinhada às normas ambientais, procurando mitigar os impactos que gera, naturalmente obtém processos mais eficientes, com melhores resultados e com economia de recursos. Além disso, ainda evita sanções dos órgãos ambientais e, direta ou indiretamente, contribui para a qualidade de vida de colaboradores,comunidades, clientes e fornecedores. De modo objetivo, no setor do transporte, esses benefícios podem ser traduzidos pelos seguintes exemplos: http://www.busvision.com.br/?s=manuten%C3%A7%C3%A3o http://www.busvision.com.br/blog/como-economizar-no-consumo-de-combustivel-da-minha-frota/ http://materiais.busvision.com.br/economia-em-frotas-fatores-para-a-reducao-de-custos 9 Gera economia de combustíveis, de insumos e de materiais diversos; Promove um ambiente de trabalho confortável e saudável nas oficinas e áreas administrativas; Evita multas e outras penalidades que possam ser geradas pelos órgãos ambientais; Promove uma imagem positiva perante a sociedade. Como você pôde ver, a adoção de boas práticas ambientais (desde as mais simples até as mais complexas) é bastante favorável ao desempenho da empresa. Então o que ainda está esperando para implementar essas mudanças em seu negócio? TEMA 2: PADRONIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E VEÍCULOS PARA ATUAÇÃO NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL Para o exercício e a prática de qualquer função ou posição no ciclo da economia, faz-se necessária a observação de ajustes e preparações das empresas a fim de se adequarem a padrões ambientais, como vimos no tema anterior, além de buscar formas que antecipam fatos em relação ao cumprimento de normas de segurança em favor das empresas, sendo esses pontos elementos-chaves para a obtenção do sucesso das empresas transportadoras quanto a estarem definidas em relação à prática legal dos exercícios de trabalho no dia a dia conforme sua área de atuação, seja transporte de carga geral, perigosa, inflamável, viva, dentre outros tipos. Por esses motivos, surge a oportunidade de as empresas transportadoras praticarem exercícios de pesquisa de qualificação em relação a seus equipamentos e veículos para observação em relação a quais posições a empresa estaria se houvesse um ranking dimensionando as empresas pelas condições técnicas de seus equipamentos e veículos, de forma a atenderem padrões internacionais tanto de qualidade como de Certificações de Organismos Certificadores, como também atuação eficaz em termos de confiabilidade na estrutura física dos equipamentos e veículos. 10 Dividindo os transportes nas variações dos modais, podemos compreender as necessidades de adequações dos veículos às normas técnicas para o uso da seguinte forma. Modal rodoviário Seja qual for o porte da frota da Companhia de Transportes Rodoviários, a condição para que se opere sob as determinações de segurança do Ministério dos Transportes e da Agência Nacional de Transportes Terrestres é de exclusiva responsabilidade da empresa proprietária dos veículos, e não dos contratantes dos serviços de transporte. Questões de segurança dos veículos, rastreabilidade e cumprimento às normas ambientais, quando cumpridas na íntegra, tornam o prestador de serviço rodoviário muito mais qualificado do que as demais empresas do ramo que não atuam com esses cuidados. O transportador que opta por manter sua frota atualizada sob o ponto de vista de capacidade de carga, atrelando a esse cuidado o fato de que, quanto mais transparente ele for com seu cliente, maior será a chance de atingimento de êxito, na busca por clientes permanentes e que atuem em suas áreas também com parcimônia em termos de busca pela excelência em todas as etapas das atividades. Ainda em relação aos transportadores rodoviários, é extremamente importante que as condições do veículo se enquadrem nos padrões que o cliente em muitas ocasiões exige, por exemplo transportadores de commodities são comumente confrontados por seus clientes, quanto à manutenção dos caminhões bem como a aberturas para adaptabilidade dos veículos visando ao acondicionamento dessas commodities de forma segura e sustentável. Em relação aos modais aéreo e marítimo, a configuração de adequações técnicas das aeronaves e embarcações segue rigorosos padrões de segurança ambiental e de trânsitos internacionais, pois a ocorrência de qualquer imperícia causada por falha do veículo pode simplesmente impactar na cassação de registro de um transportador junto ao órgão regulador. Essas importantes observações podem ser apuradas, por exemplo, no modal marítimo quando o transportador precisa, além de manter a frota de embarcações sob os padrões internacionais de controle ambiental, seguir 11 rigorosos padrões documentais de registros como operadores marítimos junto à Receita Federal, nos Sistemas Mercante, Siscomex e Siscarga para efeito de desconsolidação de cargas internacionais. Esse processo de desconsolidação de cargas constitui o momento em que um determinado embarque não é suficiente para lotar um contêiner por exemplo, então o prestador de serviço de transporte marítimo, sendo ele um agente de cargas, ou um armador, busca por interessados que estejam dispostos a compartilhar o espaço daquele contêiner de forma que seja possível realizar um rateio de valor de frete entre as empresas proprietárias de cargas acondicionadas no referido equipamento de transporte que é o Contêiner. TEMA 3: ESPECIFICAÇÃO E REGRAS PARA AS EMBALAGENS NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL Segundo o site Webcache, Com exceção de produtos transportados a granel, como no caso de muitas matérias-primas, produtos são cobertos com embalagens. O embalamento do produto pode ter diversos objetivos, alguns dos quais são: - Facilitar o manuseio e armazenagem. - Promover melhor utilização do equipamento de transporte. - Proteger o Produto. - Promover a Venda do Produto. - Alterar a densidade do Produto. - Facilitar o uso do Produto. - Prover valor de reutilização para o Consumidor. A embalagem muitas vezes significa custo adicional ao produto, esse custo entretanto é compensado na forma de fretes e custos de estoque menores, além de menor número de quebras. Dando sequência, vamos agora à literatura oficial da disciplina buscando o auxílio dos autores dessa obra, os Professores Léo Tadeu Robles e Marisa Nobre. Dizem eles: “Do ponto de vista legal, as embalagens são definidas como “invólucros, recipientes ou qualquer forma de acondicionamento removível, ou destinada a cobrir, empacotar, envasar, proteger, manter os produtos e ou facilitar sua comercialização” (BRASIL, 2002). O manual da Embraer (2015, p. 6) define embalagem como: todos aqueles materiais utilizados para envolver, conter, proteger, movimentar, entregar e apresentar mercadorias, desde o fabricante até o usuário final, assegurando a integridade e a qualidade do material nela contido. Embalagem Primária, a que está em contato direto com o produto. 12 Embalagem Secundária, utilizada para proteção à primária e Embalagem Final ou de Transporte utilizada para facilitar o transporte e oferecer proteção à embalagem secundária, atendendo as exigências do modal utilizado no transporte. As embalagens se apresentam em duas dimensões conceituais associadas às áreas de marketing e logística. Para o marketing, a embalagem atrai e fornece informações sobre o produto aos clientes, servindo como interface entre produtores/vendedores e os consumidores. Do ponto de vista da logística, a função da embalagem é organizar, proteger e identificar os produtos, além de aumentar a eficiência do manuseio das cargas. Costa e Galdino (2012) resumem as considerações de Dias (2010), Francischini e Gurgel (2013) propondo seis funções para as embalagens, a saber: 1. Contenção: Os produtos devem ser contidos para movimentação de um lugar para outro. 2. Proteção: O conteúdo e o ambiente do produto devem ser protegidos dos efeitos ambientais exteriores e terem suas condições preservadas. 3. Divisão: Apresentar os produtos em quantidades e dimensões administráveis pelos consumidores. 4. Unitização: As embalagens primárias devem ser consolidadas em secundáriase, ainda que possível, essas embalagens devem ser contidas em embalagens terciárias. Um exemplo é a paletização de embalagens e os paletes colocados em contêineres. 5. Conveniência: A embalagem deve facilitar a utilização do produto. Por exemplo, a montagem de kits para uso. 6. Comunicação: A embalagem deve ser ilustrada com símbolos claros e de compreensão imediata. Por exemplo, produtos de manuseio perigoso ou frágil (Costa; Galdino, 2012). A embalagem deve fornecer proteção contra danos mecânicos, físicos, influências climáticas, contaminação do meio ambiente e perda de características intrínsecas do produto. Fatores externos, como temperaturas elevadas, umidade e materiais estranhos, são capazes de acarretar avarias e estão fora de controle logístico, podendo afetar o conteúdo das embalagens, levando os produtos a derreter, estragar, empolar, descascar e até fundir-se 13 uns com os outros. Dessa forma, os produtos deverão ser embalados de modo que possibilite serem expostos a choque, intempéries, vibração, o que é usual nos transportes, sem sofrer danos. Nos projetos de embalagem, devem ser considerados os riscos: ambiental (calor, sol, poeira, contaminação); de perdas de características (perda ou absorção de odores, essências, gases); físicos que representem afrouxamento da embalagem, rupturas ou amassamentos. Além disso, a embalagem deve satisfazer os requisitos de armazenagem, levando-se em consideração a dimensão e as características de empilhamento (quantos de alto). Em relação ao transporte do produto, a embalagem afeta a movimentação do material pela estabilidade da carga e compatibilização com diferentes formas de mecanização. Na gestão do transporte, a padronização e as informações na embalagem diminuem mão apenas o tempo da expedição nos armazéns e o custo de movimentação, mas também a possibilidade de embarques extraviados bem como de avarias e roubos. Na comunicação, devem ser utilizados símbolos claros e de compreensão obrigatória, como é necessário também atentar às considerações especiais para o manuseio do produto, tais como restrições de temperatura. Em caso de produtos químicos, a orientação para empilhamento explícita na embalagem deve oferecer instruções de como lidar com eventuais derramamentos. As embalagens na logística internacional devem atender a padrões para rótulos e etiquetas determinados por normas internacionais para identificação das mercadorias embaladas, as quais são estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e expressas por meio de desenhos, símbolos e logomarcas, tornando esses elementos legislações dos países. A seguir, podem ser observadas algumas disposições de emblemas/figuras dos tipos de embalagens padrão para os variados tipos de cargas. 14 Fonte: MDIC. “Aprendendo a exportar”. Disponível em: <file:///C:/Program%20Files%20(x86)/Aprendendo%20a%20Exportar%20aprendex/default/index/conteudo /id/141.html>. Quando o assunto é envio de mercadorias ao Exterior (exportações brasileiras), também devem ser seguidas as regras internacionais quanto ao fluxo de madeira nas embalagens, dentre as quais podemos citar, por exemplo, aquelas que condicionam a prática dessa natureza, por meio das Diretrizes da Norma Internacional para Medidas Fitossanitárias (NIMF 15), de Regulamentação de Material de Embalagem de Madeira no Comércio Internacional, por meio da Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – CIPV/FAO, aprovadas no Brasil pela Instrução Normativa n° 32/2015. Além disso, os procedimentos de fiscalização e certificação fitossanitária são de responsabilidade privativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), quando se deve, em casos de utilização de embalagens de madeira, adotar a marca internacional definida pela CIPV, denominada marca IPPC, para certificar que embalagens e suportes de madeira ou peças de madeira, em bruto, a serem utilizados como material para confecção de embalagens e suportes, destinados ao acondicionamento de mercadorias no trânsito internacional, foram submetidos a um tratamento 15 fitossanitário oficial aprovado e reconhecido pela NIMF 15, também sendo necessária a observação das normas contidas na International Plant Protection Convention (IPPC), nome da Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais (CIPV), da ONU, em inglês. O Brasil adota regras para manuseio de embalagens de madeira nas importações e exportações, seguindo regras internacionais, e tem um rigor bem criterioso para essa questão, fato comprovado nas operações de importação, por exemplo, que adentram o território nacional com pallets ou caixas de madeira, os quais precisam estar com confirmação de tratamento fitossanitário no país de origem, onde a madeira deve ser submetida a tratamento que exclua a presença de insetos e contaminações capazes de prejudicar o país de destino. Essa afirmação pode facilmente ser compreendida com a leitura das disposições técnicas do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, especificamente na Lei n° 13.097/15, IN 32/2015 RF, que inclusive determina que o importador seja responsável pelo retorno das embalagens de madeira que não estiverem com comprovação de tratamento fitossanitário feito no país de origem. Desse modo, vale a compreensão de que a obrigatoriedade de cumprimento das regras para uso de embalagem de madeira no Brasil é muito séria, pois implica custos extras com despacho aduaneiro e frete internacional para devolução ao exterior das embalagens que se apresentarem em desacordo com as regras do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, as quais são rigorosamente aplicadas e seguidas também pela Receita Federal, que coordena os procedimentos aduaneiros para as devoluções dessas embalagens ao exterior, exigindo da empresa responsável documentos definidos na legislação citada anteriormente, em conjunto com portarias e instruções normativas da própria Receita Federal que atua em conjunto com o Ministério da Agricultura para o controle de entrada de pragas e insetos no Brasil por meio das importações. Dentre as legislações dispostas pela Receita Federal, apresentamos uma portaria da alfândega do porto de Santos, o maior do país, para facilitar a compreensão desse estudo quanto às regras para embalagens de madeira nas importações brasileiras. MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL SUPERINTENDÊNCIAS REGIONAIS 16 8ª REGIÃO FISCAL ALFÂNDEGA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL NO PORTO DE SANTOS PORTARIA Nº 23, DE 15 DE MARÇO DE 2016 DOU de 16/03/2016 (nº 51, Seção 1, pág. 18) O INSPETOR-CHEFE DA ALFÂNDEGA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DO PORTO DE SANTOS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, resolve: Art. 1º - As devoluções determinadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa -, tendo por base a Instrução Normativa Mapa nº 32/2015, no âmbito da Alfândega do Porto de Santos, observarão o disposto nesta Portaria. Art. 2º - O importador, ou aquele que possua o encargo de promover a devolução, deverá adotar o mesmo procedimento já utilizado para os casos da Lei nº 12.715/2012, nas hipóteses em que for determinada a devolução da madeira juntamente com a mercadoria. Art. 3º - Caso a determinação do Mapa imponha a devolução apenas da madeira, não será necessária autorização de devolução ou de embarque por parte da Alfândega, devendo o controle ser feito pelo próprio Mapa. Art. 4º - Nos casos do artigo antecedente, caberá ao recinto manter em sua guarda, por pelo menos 5 (cinco) anos, ao menos os seguintes documentos, que deverão ser apresentados em casos de auditorias futuras realizadas pela Secretaria da ReceitaFederal do Brasil ou outro órgão anuente: I - documento original emitido pelo Mapa que interditou a madeira, determinando sua devolução; II - termo indicando a quantidade de volumes e o peso da madeira devolvida, bem como o respectivo ticket de pesagem; III - fotos do material; e IV - documentos que comprovem o efetivo embarque do material rechaçado. Parágrafo único - Exceto quanto ao documento informado no inciso I, os documentos listados acima poderão ser mantidos apenas como cópia digitalizada, desde que seja possível sua identificação individual. Art. 5º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação no DOU. CLEITON ALVES DOS SANTOS JOÃO SIMÕES TEMA 4: FERRAMENTAS LOGÍSTICAS SOB O PONTO DE VISTA DA TECNOLOGIA javascript:link('1') javascript:link('2') javascript:link('2') 17 A exemplo de outros mercados, o da logística aprendeu ao longo do tempo que a adaptação a inovações tecnológicas permite a ascensão a níveis de poderio econômico e ganho de escala de mercado mais acentuados. A prova dessa afirmação é a objetividade que as ferramentas tecnológicas oferecem aos transportadores e operadores logísticos, como sistemas gerenciadores integrados, os quais permitem envio e recebimento de informações inerentes aos processos de importação e exportação, além de coordenação de transporte nacional de igual forma. Os instrumentos disponíveis pela indústria da inovação tecnológica, ou seja, os criadores de ferramentas tecnológicas, disponibilizam desde softwares até dispositivos eletrônicos, como os leitores de código de barras e os escâneres para grandes cargas, além de aparelhos de comunicação via rádio entre empresas e motoristas por exemplo, o que de certa forma agiliza muito a operacionalização e os transportes de cargas, independentemente do valor agregado, porém com maior ênfase, sem dúvida, às cargas de valores mais consideráveis, as quais exigem um rastreio mais contundente. Saiba Mais Sugerimos a leitura do livro principal, Obra logística internacional, de Léo Tadeu Robles e Marisa Nobre, literatura oficial de nossa disciplina, especialmente na página 15, onde os autores comentam a importância que o avanço tecnológico trouxe e vem trazendo de forma acentuada aos mercados de trabalho, dentre eles obviamente o da logística. Também como apoio literário e científico aos estudos desta aula, convidamos você para conhecer a informação dada pelo professor Edelvino Razzolini Filho, o qual em sua obra Transportes e modais com suporte de TI menciona que, com a evolução dos recursos da tecnologia da informação, Ocorreu uma diminuição dos custos relativos ao provimento e à manutenção de informações atualizadas e confiáveis, por outro lado, os custos om a mão de obra e outros ativos aumentaram, assim as organizações têm procurado substituir recursos (a exemplo da mão de obra), por informações e além disso, os clientes também querem, cada vez mais, maior rapidez no retorno às solicitações de informações. (Ballou, 2006, p. 13) Segundo Ballou (2006, p. 13), o “propósito maior da coleta, manutenção e processamento de dados no âmbito de uma empresa, é sua utilização no 18 processo decisório, que vai de medidas estratégicas a operacionais, com isso facilitando as operações componentes do seu negócio”. Trata-se de melhorar a qualidade do processo decisório dos sistemas de transporte e, ao mesmo tempo, possibilitar que se otimizem os recursos disponíveis, ou seja, com o apoio de TI, as empresas de transporte podem gerenciar melhor seus equipamentos, de forma que se tornem mais eficientes do que quando utilizados sem esses recursos tecnológicos. Na verdade, os Sistemas de Informações Logísticas (SILs) devem estar inseridos nos sistemas de Enterprises Resources Planning (ERP) das Cias, que são os Sistemas de Gerenciamento/Planejamento das Cias.” Ainda segundo a obra do professor Edelvino Razzolini Filho, da editora Intersaberes, do seu trabalho “Transportes e Modais com Suporte de TI”, fica evidenciado, segundo Edelvino Razzolini (2012), que a utilização de Sistemas de Informações (SIs), possibilita que a empresa obtenha controle total sobre a cadeia de informações dentro dos sistemas de transporte. Os operadores de transporte estão assumindo um papel que vai muito além da simples coleta e entrega de bens. As funções de controle de estoque, pesquisas qualitativas e verificação da satisfação dos clientes no ato da entrega, que anteriormente eram do embarcador, hoje estão sendo realizadas pelos próprios transportadores. Assim, atualmente, estes têm uma participação muito mais ampla na cadeia logística, e a base dessa evolução está na utilização de TI’s e SI’s. Os TI’s se relacionam com a preparação, a transmissão e a entrada do pedido no sistema do fornecedor; seu atendimento e, por fim, a emissão de relatórios sobre a situação do requerimento. Os SI’s têm início a chamada do embarcador para a coleta e encerram-se com a entrega do pedido ao cliente ou usuário final dos bens transportados. Abordando agora a tecnologia de rastreamento, a qual apresenta importante solução aos transportes, podemos afirmar que a segurança da carga e da operação de transporte em si envolvendo o veículo transportador é algo significativamente importante para as transportadoras, bem como para os adquirentes dos serviços. Segundo o site mundogeo.com/blog, há uma década havia a perda de mais de R$ 800 milhões de reais por ano, segundo o Sindicato dos Transportadores Rodoviários de São Paulo. Sem dúvida, a análise básica em questões como segurança de dados e principalmente segurança nos bens transportados significa maior confiabilidade por parte do cliente em relação ao bem entregue a uma empresa para que o transporte seja executado. 19 A seguir, algumas opções de ferramentas tecnológicas para a logística. ERP - Enterprise Resource Planning (sistema de gerenciamento empresarial). SCM - Supply Chain Management (gerenciamento da cadeia de suprimentos). EDI - Eletronic Data Interchange (troca eletrônica de dados) VMI - Vendor Managed Inventor (estoque gerenciado pelo fornecedor) WMS - Warehouse Management System (sistema de gerenciamento de armazéns) e Código de Barras. GPS - Global Positioning System (sistema de posicionamento global). AVL - Automatic Vehicle Location (localizador automático de veículo). ECR - Efficient Consumer Response (resposta eficiente ao consumidor). Saiba Mais Para uma absorção mais integrada do conteúdo, sugerimos o acesso ao link disponibilizado a seguir, o qual direciona o raciocínio às características principais de cada ferramenta aqui mencionada, além de permitir uma compreensão clara e fácil de cada um. Disponível em: https://prezi.com/hzxjfgfbnm_i/ferramentas-tecnologicas-aplicadas-a-logistica/ TEMA 5 DA ROTA: FATORES DE INTERFERÊNCIA NA INTEGRAÇÃO DA LOGÍSTICA INTERNACIONAL Em seu estudo sobre a utilização de ferramentas logísticas na gestão da cadeia de suprimentos em uma Indústria de grande porte, Thiago de Souza Zamian e Thiago Rocha Vieira citam que A evolução do conceito de Logística como conceito estratégico para as organizações é notável diante desse processo de globalização. A utilização de ferramentas logísticas como Cross-Docking, Milk Run, Outsoursing, vêm permitindo agilizar os fluxos materiais dentro das Cadeias de Abastecimento Internacionais e comprovando que determinadas técnicas projetam a eficiência de toda a Cadeia. Nas atuais Cadeias de Abastecimento Internacional, percebe-se que há poucas empresas que gerenciam de forma sistêmica todo processo e a utilização de novas ferramentas gerenciais é algo recente em âmbito internacional. Por esses motivos, percebe-se que acelerar os fluxos da cadeia logística internacional é algo complexo, porém conhecer os fluxos e administrá-los é preponderantepara uma eficiente cadeia logística. O modelo atual de gerenciamento de Cadeia Logística na esfera internacional limita-se a estudar o Transporte Internacional e https://prezi.com/hzxjfgfbnm_i/ferramentas-tecnologicas-aplicadas-a-logistica/ 20 resoluções de seus conflitos de custos versus velocidade. Porém, um gerenciamento de toda a Cadeia, verificando as alternativas de gerenciamento e colocando-as em prática é algo ainda um pouco remoto para grande parte das empresas brasileiras que atuam no comércio internacional. Um dos grandes empecilhos para formatação de uma eficiente Cadeia Logística é comportamental. Redesenhar a estrutura organizacional e suas dimensões de poder e autonomia para ganhar eficácia dentro da Organização, requere do gestor de Logística atividades que possam mudar questões culturais e novos desenhos processuais. Uma organização que atue no Mercado Internacional requer uma integração funcional muito intensa. A Colaboração entre vendas, compras, qualidade, produção, suprimentos, transportes e comércio exterior é fundamental para garantir o êxito e boa gestão dos mercados internacionais. Portanto, para uma boa Gestão Logística em Comércio Internacional é fundamental que toda a organização esteja atuando de forma horizontal, ágil e rápida para responder às constantes modificações do mercado. Analisando as ferramentas logísticas e suas respectivas operações, verificam- se as tendências de forte crescimento do comércio mundial, que impreterivelmente requer maior eficiência no mercado de transporte e logística, pois o excesso de produção mundial, assim como de consumo, origina uma lacuna que a logística deverá preencher a fim de que os custos das movimentações não venham a onerar, consequentemente, toda a cadeia de empresas e consumidores. Ênfase Técnica aos Fatores de Interferência na Logística Internacional O ambiente externo de qualquer empresa pressiona constantemente as organizações a se adaptarem ao meio em busca de agilidade a fim de se manterem no mercado. Em uma cadeia de abastecimento internacional, os fatores de interferência são muito relevantes, pois nessa cadeia os vetores de transportes são diferenciados, assim como existe a presença de legislações aduaneiras, movimentação portuária etc. Dentre os fatores presentes na logística internacional, destacam-se: Transporte Internacional: Sua respectiva escolha é fundamental para o sucesso em uma operação logística internacional. Procedimentos Aduaneiros: Variam de acordo com o produto, e pressionam toda a cadeia. Os trâmites de liberação das cargas para exportação ou importação são capazes de prejudicar o andamento do fluxo material. Cada país ou bloco econômico pode ter uma determinada legislação aduaneira e respectivos procedimentos. 21 Movimentação Portuária/Fronteira/Aeroportuária A dinâmica que envolve um embarque de qualquer tipo de carga em portos, aeroportos e fronteiras terrestres precisa ser considerada pelo proprietário e pelo comprador da carga, pois, na medida em que cada local de origem tem suas características para liberação de mercadorias para embarque, da mesma forma as alfândegas por onde a mercadoria adentrará ao território nacional na importação também possuem regras, inclusive a de respeito de valores para operações aeroportuárias, portuárias e rodoviárias. Por isso, antes do embarque, é fundamental analisar diversos fatores para a definição quanto ao ponto de saída ou chegada das mercadorias. Verificar os custos e o tempo médio para movimentação da carga é vital a fim de que as empresas escolham para cada operação onde deverão ser movimentadas as mercadorias. Eadi: A criação das Estações Aduaneiras de Interior (EADI´s) contribuiu muito para agilizar os processos logísticos no Brasil. Também conhecida como Portos Secos, a EADI é um terminal alfandegado de uso público, localizado em Zona Secundária, com a finalidade de prestação de serviços na movimentação e na armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro. Saiba Mais Segundo a legislação aduaneira brasileira, são consideradas Zonas Primárias as áreas terrestres ou aquáticas, contínua ou descontínua, ocupadas pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, além das áreas adjacentes de fronteira alfandegados. Já em relação à Zona Aduaneira Secundária, ela compreende todo o restante do território brasileiro. As águas territoriais e o correspondente espaço aéreo. Curiosidade Ainda em relação aos fatores de interferências na logística internacional, podemos citar os regimes especiais aduaneiros, oferecidos pela Receita Federal, para fins de mecanismos de operacionalização tributária dos importadores e exportadores, a fim de que obtenham possibilidades de gerenciarem suas companhias por meio de formatos tributários que os permitam obter vantagens competitivas de forma Legal. 22 Dentre os regimes especiais aduaneiros, citamos os principais: a) Importação Temporária: Também conhecida como Admissão Temporária, é o regime aduaneiro no qual o importador traz ao Brasil uma mercadoria/bem/equipamento por um determinado tempo (feira, evento, amostra, etc.), e essa importação ou retorna ao país de origem ao final do prazo concedido pela Receita Federal, ou é nacionalizada no Brasil mediante o recolhimento dos impostos federais e o estadual, que é o ICMS. Em caso de a importação ser temporária apenas, existirá a Suspensão da Tributação, justamente pelo fato de a importação ficar no Brasil apenas por um tempo, e não de forma definitiva. Também há a condição de Importação Temporária para Utilização Econômica, na qual o importador traz ao Brasil equipamentos que irão gerar recursos no país, porém ficarão apenas por um tempo, atrelados a um contrato de aluguel/leasing junto ao exportador. Nesse período, que não pode ser maior do que cem meses, podendo, porém, ser prorrogável por igual período, haverá a incidência proporcional de impostos, na fração de um por cento por mês durante a estada do bem no território nacional. b) Drawback: Esse Regime Aduaneiro Especial favorece tributariamente empresas que importam matéria-prima, industrializam um bem e o exportam, sendo que, dessa forma, não são tributadas na importação. c) Entreposto Aduaneiro: Regime no qual o importador faz adentrar ao Brasil mercadorias para revenda (normalmente), e as deixa armazenada em uma EADI, sem tributação de importação para que, à medida que for vendendo os produtos, possa tributar proporcionalmente aos valores de cada produto vendido, ou seja, durante um ano (também prorrogável por igual período), o importador fica desobrigado da tributação, para que à medida que as vendas surjam, ocorra a tributação. No caso de não haver vendas, pode-se devolver os bens ao exterior, desde que esteja no prazo de validade do regime especial, concedido pela Receita Federal. TROCANDO IDEIAS Como apresentado nesta aula, os critérios para utilização de embalagem na prática de comércio exterior são muito rígidos. 23 Seguindo essa linha e a cumplicidade quanto ao cumprimento dos requisitos legais para as execuções das legislações, orientamos e incentivamos, de certa forma com uma ênfase muito grande nessa questão, a fim de que cada um esteja apurando essa pesquisa, ou seja, inteirando-se desse assunto por meio de buscas sobre o tema, especialmente na página do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (link nas referências), entre outras fontes de pesquisa, para que as operações de importação e exportação coordenadas por um de nós sigam as disposições dessas imposições daquele órgão. NA PRÁTICA Retratando especialmente a questão da importância do cuidado ambiental na logística, a iniciar pelas embalagens, cite as regras vigentes, determinadas pelo Ministério da AgriculturaPecuária/Abastecimento (MAPA), para a entrada de paletes ou qualquer outra embalagem de madeira nas importações brasileiras, fundamentando a resposta de acordo com a legislação daquele Órgão Federal. Solução Esperada: As regras básicas são: Embalagens de madeira, como caixas, paletes, engradados ou outros modelos de embalagens, devem entrar no Brasil com certificado de inspeção fitossanitária feito por órgão competente no país de origem. As embalagens que entrarem no Brasil sem essas configurações, e que se mostrarem em ato de vistoria por um técnico do Ministério da Agricultura nos portos, aeroportos ou EADIs, serão rechaçadas quanto à sua entrada no país e deverão retornar ao país de origem. Há algumas exceções avaliadas pelo posto de vigilância do Ministério da Agriculta do local da inspeção da carga, para que sejam submetidas a processo de tratamento fitossanitário no Brasil, porém depende da avaliação de cada caso. Quanto à legislação e base de fundamento para essa prática, a citação é a Lei n° 13.097/2015 e a Instrução Normativa da Receita Federal n° 32/2015. 24 FINALIZANDO A proposição do conteúdo desta aula foi determinada pela necessidade de atualização de todos nós, membros e atuantes da área de logística, quanto aos cumprimentos das determinações legais dos órgãos reguladores governamentais, além de promover o incentivo à pesquisa quanto às inovações das ferramentas tecnológicas à disposição das companhias de transporte. Enfatizamos também a importante questão ambiental nos transportes sendo que, pela complexa situação da degradação do meio ambiente, as práticas de transporte fora dos padrões internacionais ferem o meio ambiente, a exemplo da citação feita quanto às embalagens de madeira nas importações e exportações, mencionadas no Tema 3 desta aula. Muito enfaticamente, abordamos a questão dos fatores de interferências nas práticas de logística internacional, dentre os quais citamos algumas ferramentas aduaneiras que permitem a obtenção de vantagens econômicas de forma idônea para atingir metas e objetivos financeiros de forma planejada e segura. REFERÊNCIAS CASTIGLIONI, J. A. de M. Logística operacional, guia prático. 3. ed. São Paulo: Érica, 2013. RAZZOLINI FILHO, E. Transportes e modais com suporte de TI e SI. 1. ed. Curitiba: Intersaberes, 2012. ROBLES, L. T.; NOBRE, M. Logística internacional. São Paulo: Intersaberes, 2015. ROSA, A. C. Gestão do transporte na logística de distribuição física: uma análise da minimização do custo operacional. Disponível em: <http://www.busvision.com.br/blog/empresas-de-transporte-e-responsabilidade- ambiental/>. 25 SILVA, Luiz A. T. Logística no Comércio Exterior. 2ª ed. São Paulo: Aduaneiras, 2013.
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